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Real: moeda brasileira acumula valorização de 23,3% no ano até julho, à frente do iene japonês e do peso colombiano
Fernando Nakagawa, do Estadão Conteúdo
Londres - Dados do Banco Internacional de Compensações (BIS) mostram que o real foi a segunda moeda com maior alta do mundo em julho.
Na comparação trimestral e no acumulado dos sete primeiros meses do ano,
a moeda brasileira é a divisa que apresenta a maior valorização entre
60 acompanhadas pela entidade.
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Ao calcular a taxa de câmbio
real efetiva, o banco mostra que o real se valorizou 6,2% no mês
passado, teve alta de 10,7% em 90 dias e acumula salto de 30% ante o
piso observado em setembro do ano passado.
Mensalmente, o BIS calcula a taxa de câmbio efetiva de 60 países em um
levantamento que leva em conta as médias geométricas ponderadas pelas
taxas bilaterais entre as moedas do levantamento. O estudo é ajustado
ainda pela inflação ao consumidor.
Essa pesquisa mostra a firme tendência de apreciação já vista na taxa
nominal do câmbio brasileiro.
Segundo o BIS, o real teve valorização
real de 6,2% em julho. Com esse fortalecimento, o dinheiro brasileiro
voltou ao patamar observado em janeiro de 2015.
A valorização vista no Brasil em julho foi a segunda maior do
levantamento e ficou atrás apenas do rand da África do Sul, que teve
alta de 6,8%.
Entre demais países, o peso chileno teve valorização de 3,9%, a taxa de
câmbio da Rússia teve apreciação de 3,1%, o dólar australiano avançou
2,4%, o rupia da Índia e o peso colombiano se fortaleceram 1,2%,
enquanto o dólar dos Estados Unidos ganhou 0,5%.
No sentido contrário, o peso argentino teve queda real de 4,7% e a libra
esterlina perdeu 6,6% no mês seguinte ao plebiscito o pior desempenho
no mês.
A valorização da moeda brasileira, porém, não é um fenômeno apenas das
últimas semanas. Os dados do BIS mostram que o real acumulou valorização
real de 10,7% nos três meses entre maio e julho.
A troca na presidência da República aconteceu em meados de maio. Nesse
período de três meses, o fortalecimento do real é bem superior à alta do
rublo russo (6,9%) e iene japonês (6,4%) as duas moedas com melhor
desempenho após a divisa do Brasil.
Por outro lado, a libra esterlina lidera o grupo das divisas que mais
perderam força, com queda de 6,5% no período. Em seguida, aparecem o
peso mexicano (-5,9%) e o yuan chinês (-3,6%).
No acumulado do ano, o real lidera mais uma vez o rali. Com valorização
de 23,3%, a moeda brasileira avançou em ritmo mais forte que o iene
japonês (15,3%) e peso colombiano (13,8%) moedas que ocupam o segundo e
terceiro lugares entre as que mais se valorizaram no período.
No sentido contrário, a libra esterlina lidera mais uma vez com queda de
13,9% e é seguida de perto pelo peso argentino, que registra
desvalorização real acumulada de 13,5% no ano.
Foram excluídos os dados da Venezuela, país que tem operado mercado de câmbio distorcido pelos controles impostos por Caracas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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