segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Aliansce vai comprar 25% do shopping Leblon por R$ 310 mi




VEJA RIO
Shopping Leblon, da Aliansce: empresa de shoppings é uma das principais posições do fundo da IP
Shopping Leblon: companhia que administra o empreendimento afirmou que aumento de capital será entre R$ 300 milhões e R$ 600 milhões
 
Da REUTERS



São Paulo - A Aliansce anunciou nesta segunda-feira que vai comprar 25,1 por cento do shopping de alto padrão Leblon, no Rio de Janeiro, por 309,9 milhões de reais, em uma operação condicionada a um aumento de capital de pelo menos 300 milhões de reais.

A companhia, que é administradora do shopping desde a inauguração em 2006, afirmou que aumento de capital será de no mínimo 300 milhões e no máximo 600 milhões de reais e que será realizado ao preço de 15 reais por ação ordinária.

O valor da aquisição inclui dívida de 122,4 milhões de reais com custo de TR mais 11,27 por cento ao ano e amortização até 2027.

A Aliansce tem como controlador o empresário Renato Rique, que é o vendedor da participação no shopping Leblon que está sendo vendida. Segundo a companhia, o empresário se absteve de votar sobre o negócio em reunião do conselho de administração.

Segundo a empresa, os controladores da Aliansce "assumiram a obrigação de subscrever e integralizar o número de novas ações efetivamente emitidas que for proporcional às suas respectivas participações, ou seja, 40,15 por cento do capital social" da administradora.

A empresa vai usar os recursos do aumento de capital para financiar a compra da participação no shopping e fortalecer a estrutura de capital.

"O shopping Leblon é um ativo estratégico para a Aliansce ... A aquisição garante à companhia a permanência na administração e comercialização do shopping", disse a Aliansce. A empresa acrescentou que entre o final deste ano e o fim de 2017 mais de 40 por cento da receita de aluguel mínimo do empreendimento serão renovados.

"O custo de ocupação atual do empreendimento possibilita um crescimento da receita de aluguel de lojas em 2017 superior à média dos últimos 3 anos", informou a companhia.
 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ex-presidente Lula e Marisa Letícia são indiciados pela PF




Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula


Por Fernando Garcel e Andreza Rossini 

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a esposa, Marisa Letícia, o ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto e o empresário da OAS, José Aldemário Filho, no inquérito que apura o esquema de corrupção envolvendo o tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, nesta sexta-feira (26).

De acordo com o delegado da PF, Márcio Adriano Anselmo, o casal foi “beneficiário de vantagens ilícitas, por parte da OAS, em valores que alcançaram R$ 2,4 milhões referentes as obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris, bem como no custeio de armazenamento de bens do casal”. Lula foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, já a esposa por corrupção e lavagem.


Essa é a primeira vez que o ex-presidente é indiciado em investigações relacionadas a Operação Lava Jato. Antes, o ex-presidente chegou a ser alvo de mandado de condução coercitiva, durante a deflagração da 24ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia, em que negou conhecer Paulo Gordilho, engenheiro da empreiteira OAS, responsável pela reforma da cozinha do tríplex e de um sítio em Atibaia (SP) que também é atribuído como propriedade de Lula pelos investigadores.

O indiciamento antecede a denúncia criminal do Ministério Público Federal, a ser apresentada ao juiz Sérgio Moro. Os procuradores do MPF pediram o prazo de 90 dias para oferecer a denúncia no caso.
Capturar
O prédio era de responsabilidade da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que passou a edificação para a OAS, em 2009. A defesa da esposa de Lula, Maria Lética, argumenta que pagou as parcelas do apartamento ao longo de quatro anos, mas desistiu da compra.



Indiciados


José Aldemario Pinheiro Filho, empresário da OAS conhecido como Léo Pinheiro, é acusado por corrupção ativa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Ele teria pago propina a Gordilho para a realização das obras e trasporte e armazenamento dos bens do casal. O total pago em vantagens indevidas chega a R$ 2.430.193. Pinheiro também atuou na celebração de um contrato falso e ocultou dinheiro ilícito.

Léo Pinheiro já foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a 16 anos e quatro meses de prisão, acusado de cometer os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele cumpre pena em prisão domiciliar e chegou a firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) suspendeu as negociações após vazamentos sobre o depoimento.

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi indiciado por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. No inquérito, Lula é apontado como recebedor de vantagens pagas pela empreiteira OAS no triplex do Guarujá. Os laudos apontam melhorias no imóvel avaliadas em mais de R$ 777 mil, além de móveis estimados em R$ 320 mil e eletrodomésticos em R$ 19,2 mil. A PF estima que as melhorias tenham custado mais de R$ 1,1 milhão no imóvel do Guarujá. Lula também teria recebido vantagens junto à Granero Transportes LTDA, que teria armazenado os pertences do ex-presidente em dez containers entre 2011 e 2016.

A ex-primeira dama Marisa Letícia foi indiciada por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para a PF, Marisa recebeu, junto a Lula, vantagens indevidas da empreiteira OAS nas reformas do tríplex.

Marisa e o filho de Lula, Fábio Lula foram intimados para prestar depoimento não âmbito da força-tarefa, sobre o sítio de Atibaia e não compareceram a oitiva marcada para o último dia 16. A defesa alegou que eles não são obrigados a depor.

De acordo com a PF, Paulo Gordilho, ex-diretor da OAS, atuou diretamente no pagamento de propina junto a Léo Pinheiro. Foi indiciado pelos crime de corrupção ativa.

Paulo Tarcisio Okamoto foi indiciado por crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, ele recebeu vantagens indevidas entre 2011 e 2016 que totalizaram mais de R$ 1,3 milhão do empreiteiro Léo Pinheiro.

Paulo Okamoto prestou depoimento para a Justiça Federal, em São Paulo, em março deste ano. O Ministério Público Federal fez um pedido de prisão contra o ex-presidente do instituto, que foi negado pelo juiz Sérgio Moro. Na época, ele foi questionado sobre o funcionamento da entidade, a transferência dos objetos do ex-presidente para o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia e sobre a captação de recursos junto às empreiteiras.
Operação Aletheia


A operação cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Lula, principal alvo da nova fase. O ex-presidente foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP). Também foram levados para depoimento dois filhos de Lula, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.

Cinco das maiores empreiteiras investigadas na Lava Jato – Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão- teriam feito pagamentos e doações às empresas de Lula: o Instituto Lula e a LILS Palestras. Os valores somavam cerca de R$ 30 milhões. As investigações também apontaram que o ex-presidente recebeu benefícios através da OAS, da Odebrecht e do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. As construtoras e o empresário teriam custeado reformas e a compra de móveis para o sítio e o triplex.


O Outro lado


O Paraná Portal está tentando contato com os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, que representam o ex-presidente Lula.

Na última sexta-feira (19) a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva ingressou com uma Reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o juiz Sérgio Moro por violação da lei que assegura amplo acesso a qualquer procedimento investigatório. Segundo a defesa de Lula, o juiz está agindo de forma ilegal ao impedir que os advogados tenham acesso a procedimento investigatório.

Os advogados afirmam ter descoberto a tramitação de um procedimento oculto perante a 13ª. Vara Federal de Curitiba a partir da referência feita pelo Ministério Público Federal nos autos do Inquérito Policial nº 5003496-90.2016.4.04.7000.

Conforme comunicam os advogados, no dia dia 15 de agosto, foi juntada procuração específica para esse procedimento oculto — cadastrado sob o nº 5035245-28.2016.4.04.7000 — com pedido de acesso e cópia.

No dia 18 de agosto, o juiz Sergio Moro proferiu despacho afirmando que os advogados de Lula já dispunham de acesso ao procedimento oculto.

Pouco depois, proferiu novo despacho corrigindo a informação e afirmando que “não se trata de inquérito” e que haveria “ali diligencia ainda em andamento” — condicionando o acesso à prévia anuência do MPF, que é parte contrária à defesa.

Diz a peça: “o Reclamado persevera na ilegalidade de obstar o acesso requerido pela defesa (aos atos já documentados naquele feito), pretendendo condicionar o exercício das garantias do contraditório e ampla defesa ao idiossincrático entendimento do Parquet”.

Os advogados de Lula, na mesma data, protocolaram nova petição lembrando ao magistrado o teor da Súmula 14 do STF e, ainda, que a Lei 13.245/2016 assegura o acesso de advogado constituído aos autos mesmo com a existência de diligência em curso. Por isso, reiteram o pedido de vista dos autos, sem êxito.

A reclamação pede a concessão de liminar “para imediato acesso pelos defensores do Reclamante à integralidade dos autos do procedimento investigatório número 5035245-28.2016.4.04.7000”.


 http://paranaportal.uol.com.br/operacao-lava-jato/ex-presidente-lula-e-marisa-leticia-sao-indiciados-pela-pf/




PF indicia Lula no caso do tríplex do Guarujá




Ueslei Marcelino / Reuters
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso de Dilma Rousseff, dia 12/05/2016
Lula:
 
 


São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser indiciado  pela Polícia Federal no inquérito que investiga o tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo

A mulher de Lula, Marisa Letícia, também foi indiciada por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, ambos teriam sido beneficiários de 2,4 milhões de reais em obras de reforma no imóvel. 

Publicidade
A suspeita é de que a OAS, que assumiu a obra em 2009, repassou o apartamento de 215 metros quadrados para o ex-presidente. Oficialmente, o imóvel ainda pertence à empreiteira. A hipótese é de que a empreiteira teria usado o condomínio para repasse disfarçado de propinas a envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.

Cardozo tira duas testemunhas de defesa do impeachment



Adriano Machado / Reuters
Advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, faz defesa da presidente Dilma no Senado, dia 05/05/2016
José Eduardo Cardozo: advogado de defesa de Dilma disse que não queria expor uma das testemunhas à "vingança" da base de Temer
 
Isadora Peron, do Estadão Conteúdo
Bernardo Caram, do Estadão Conteúdo
Isabela Bonfim e Fábio Fabrini, do Estadão Conteúdo


Brasília - O advogado de defesa da presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, decidiu retirar duas das seis testemunhas que iriam depor durante o julgamento final do impeachment.

Ele aproveitou o início da sessão desta sexta-feira, 26, para dizer que estava abrindo mão do depoimento da ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck e pediu para que o professor da UERJ Ricardo Lodi fosse ouvido apenas como informante.
Publicidade

Cardozo argumento que não queria expor Esther à "vingança" dos senadores da base aliada do presidente Michel Temer, que teriam ficado irritados com o fato de Lewandowski ter impugnado uma das testemunhas de acusação. "Estou fazendo isso para preservá-la de ataques", afirmou.

Já havia um pedido de suspeição em relação a Esther. A advogada de acusação, Janaína Paschoal, argumentou que era muito grave o fato de ela ter sido contratada para trabalhar no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é "uma das mais ferrenhas defensoras de Dilma".

No caso de Lodi, a acusação era porque ele tem procuração para representar a presidente afastada e não poderia testemunhar.

As outras quatro testemunhas de defesa são o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-secretário executivo do Ministério da Educação no governo de Dilma Rousseff, Luiz Cláudio Costa, e o consultor jurídico Luiz Mascarenhas Prado.


Briga e gritaria definem 2º dia do julgamento do impeachment





Divulgação / Agência Senado
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, na sessão do impeachment
Impeachment: o primeiro bate-boca começou quando o senador petista Lindbergh Farias (RJ) pediu a palavra e atacou o democrata Ronaldo Caiado (GO)
 
 


Brasília - Com menos de duas horas do reinício dos trabalhos da sessão de julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, desentendimentos entre os senadores levaram o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski a suspender a sessão duas vezes.

Na última interrupção, o magistrado decidiu antecipar o horário do almoço e o julgamento será retomado às 13h.

O primeiro bate-boca começou quando o senador petista Lindbergh Farias (RJ) pediu a palavra e atacou o democrata Ronaldo Caiado (GO) que lhe antecedeceu. "Esse senador que me antecedeu é um desqualificado.

O que fez com senadora Gleisi é de covardia impressionante, dizer que tentou aliciar testemunha", afirmou o petista.

Na sequência, Lewandowski alertou Lindbergh. "Não posso admitir palavras injuriosas dirigidas a qualquer senador. Vou usar meu poder de polícia para exigir respeito mútuo e recíproco."

Caiado respondeu fora dos microfones. Disse que Lindbergh tem mais de 30 processos no STF e "cracolândia em seu gabinete". Como o tumulto continuou, o presidente do STF pediu que os microfones fossem desligados e a sessão suspensa por cinco minutos.

A sessão foi retomada com o apelo feito pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que até agora não tinha se manifestado.

O peemedebista começou pedindo para que os senadores reduzam as questões de ordem repetidas, mas esquentou o clima ao lembrar da declaração de ontem, feita pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que provocou o primeiro grande tumulto do dia.

“Esta sessão é uma demonstração de que a burrice é infinita. A senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer que o Senado não tem condição moral de julgar a presidente”, afirmou.

Esquentando ainda mais o ambiente e provocando a reação imediata de petistas, Renan lembrou que Gleisi e o marido, o ex-ministro das Comunicações do governo Dilma, Paulo Bernardo foram indiciados por corrupção passiva na Operação Lava Jato. Os dois são acusados de receber propina de contratos oriundos da Petrobras.

Renan chegou a afirmar que o Senado estava passando para a sociedade uma imagem de que Lewandowski estava sendo, constitucionalmente, obrigado a "presidir um julgamento em um hospício" e que nenhum dos lados ganharia esta disputa baseada em bate boca político.


"Caos" no Brasil não preocupa tanto investidor estrangeiro







Thinkstock/Zurijeta
Profissional da área de relacionamento com investidores
Investimentos: apesar do caos, a confiança dos investidores foi aumentando
 
 
Da AFP


O Brasil é um caos, dizem economistas. A iminente votação sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado aviva as tensões em um país com grandes desigualdades. Então, por que empresas estrangeiras mostram tanto entusiasmo?

Os fundos de cobertura internacionais, fabricantes de automóveis e empresas de mineração veem no Brasil, a maior economia da América Latina, um mercado que abrange 200 milhões de consumidores, uma oportunidade que não podem ignorar.
Publicidade
 

O "caos" brasileiro


Este ano a tensão política foi aumentando à medida que avançava o processo de impeachment de Dilma, acusada de ter maquiado as contas públicas.

Os seguidores do presidente interino, o conservador Michel Temer, afirmam que ele ocupa o cargo legitimamente, por ter sido o vice-presidente de Dilma. Mas alguns brasileiros se queixam das suas políticas de austeridade ou do fato de nunca terem votado nele.

"É um caos", opina Mark Weisbrot, codiretor do Centro para Pesquisa Econômica e Política, com sede em Washington.

"Há um governo de legitimidade duvidosa que redobra a aposta por políticas econômicas que fracassaram completamente, sem que se possa vislumbrar um fim" para a situação, afirma.
 

A corrupção


Analistas advertem que Temer poderia ser o próximo de uma longa lista de políticos brasileiros a ser envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras.

Três ministros do seu governo renunciaram após serem acusados de estar implicados na rede de corrupção.

Mas seus partidários insistem em que Temer é o homem adequado para solucionar os problemas econômicos que Dilma não conseguiu.

"A crise política é efetivamente um caos", afirma a analista Jimena Blanco, diretora das Américas da consultora de riscos britânica Verisk Maplecroft.

"O governo atual também está muito manchado pelas acusações de corrupção. A diferença é que a coalizão que apoia Michel Temer funciona na prática", completa.
 

A confiança dos investidores


Apesar do caos, a confiança dos investidores foi aumentando desde o início do governo pró-mercado de Temer, com seus planos de cortes de gastos públicos, principalmente nas aposentadorias.

Desde o final de janeiro, a Bolsa de Valores de São Paulo acumulou ganho de 37%. O rendimento de um bônus estatal brasileiro em 10 anos caiu cerca de 30%.

A baixa popularidade do presidente interino, que tem a aprovação de apenas 13% da população, segundo uma pesquisa recente, não parece preocupar os investidores.

"Não acredito que se preocupem com isso. Para eles o que importa são os lucros a curto prazo", afirma Weisbrot.
 

Da prosperidade à recessão


A economia brasileira se expandiu durante o mandato do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, antecessor e aliado de Dilma no Partido dos Trabalhadores (PT). Mas a bonança terminou durante o segundo mandato de Dilma, com uma recessão em 2014.

"Os governos do PT, especialmente sob o mandato de Dilma, eram muito a favor de culpar o setor privado por muitos dos problemas que correspondiam a limitações estruturais da economia brasileira", afirma Blanco.

"É uma tensão habitual na América Latina. Muitos dos governos de esquerda tomam medidas para favorecer as empresas nacionais em detrimento das estrangeiras", acrescenta.

No entanto, durante seus 13 anos no poder, o PT foi reconhecido por defender direitos trabalhistas e tirar milhões de brasileiros da pobreza.

"Os mercados querem se desfazer do Partido dos Trabalhadores. Nunca gostaram dele", diz.
 

Repercussões regionais


O Brasil sofre sua pior recessão em décadas. A economia do país encolheu 3,8% no ano passado. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prognostica uma contração de outros 3,3% neste ano, e a volta do crescimento em 2017.

"A América Latina precisa que o Brasil volte a crescer", afirma Ramón Aracena, economista-chefe do Institute of International Finance, uma associação internacional bancária e de investimento.

"Há uma grande interconexão na região. Se o Brasil for bem, vai levantar o resto das economias", acrescenta.

A China foi o principal investidor no Brasil neste ano, com cerca de quatro bilhões de dólares investidos em ativos, segundo a agência de notícias financeiras Bloomberg.

"Apesar dos seus problemas, é um país que é grande demais para ignorar", observa João Augusto Neves de Castro, diretor encarregado das Américas da consultora Eurasia Group.

"O custo de fazer negócios é muito alto, mas uma vez que se aposta no longo prazo, se ganha muito dinheiro", completa.

Membros da FPA recebidos mais uma vez pelo presidente Temer


Membros da FPA recebidos mais uma vez pelo presidente Temer
Deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) foram recebidos mais uma vez pelo presidente interino da República, Michel Temer, em audiência nesta quarta-feira (24), no Palácio do Planalto, quando foram debatidas questões e reivindicações em prol do setor produtivo rural.

Segundo o presidente da FPA, deputado Marcos Montes (PSD-MG), um dos principais temas foi a necessidade de desburocratizar o licenciamento ambiental que, ao contrário de proteger o meio ambiente, estimula a burocracia, trava o desenvolvimento e vem engessando o setor produtivo rural.

Ao comentar o encontro com o presidente Temer, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) destacou que antes era o MST recebido no Palácio do Planalto, agora são os verdadeiros representantes dos produtores rurais, daqueles que realmente produzem. “O presidente reconhece e reafirma apoio a agricultura e determinou a desburocratização do seu governo, a exemplo do que já está acontecendo no Ministério da Agricultura.”

“Junto com os demais integrantes da FPA participei desta importante audiência com o presidente interino, Michel Temer; entre outros assuntos, discutimos o Programa Agro Mais para desburocratizar o Ministério da Agricultura, desburocratizar o setor”, explicou a deputada Tereza Cristina (PSB-MS). Segundo ela, a bancada sugeriu ao presidente que ao invés de recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário, como teria sido cogitado, que fortaleça o Ministério da Agricultura e seus programas.

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) apresentou a situação vivida por moradores e produtores rurais das cidades localizadas no entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra e do Lago de Furnas, ambos em Minas Gerais. Ele explicou que há mais de uma década o Governo editou um decreto com o propósito de ampliar em mais de 100 mil hectares o Parque Nacional da Serra da Canastra, que já é um dos maiores de Minas e do Brasil.

Revelou ainda que não houve desapropriação, nem indenização e que o Governo nunca disponibilizou dinheiro ou sequer dotação orçamentária para esta finalidade. Com o decreto, a vida destes cidadãos humildes foi restringida porque são impedidos de construir em suas propriedades, não conseguem financiamento, pois a área passou a ser considerada de interesse ambiental, mesmo sendo pastagens artificiais de brachiaria, pequenas plantações de café ou cana para agricultura de subsistência.

Estiveram presentes à audiência com o presidente Michel Temer, Marcos Montes (PSD-MG), presidente da FPA, Nilson Leitão (PSDB-MT), vice-presidente da FPA, Adilton Sachetti (PSB-MT), Valdir Colatto (PMDB-SC), Domingos Sávio (PSDB-MG), Tereza Cristina (PSB-MS), Celso Maldaner (PMDB-SC), Alfredo Kaifer (PSL-PR), Sergio Souza (PMDB-PR), Ezequiel Fonseca (PP-MT), e os senadores Waldemir Moka (PMDB-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS), vice-presidente da FPA, no Senado (Assessoria de Comunicação, 25/8/16).