segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Após prisão de Palocci, Temer cobrará explicações de ministro da Justiça



Pedro Ladeira-14.set.2016/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 14-09-2016, 12h00: O presidente Michel Temer e o ministro da saúde Ricardo Barros durante cerimônia de anúncio de Ações de gestão para a melhoria da saúde pública, no Palácio do Planalto. Participa também Edson Rogatti, Presidente da confederação das Santas Casas de Misericórdia. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto
  

Preocupado com críticas de que seu governo usa politicamente a Lava Jato, o presidente Michel Temer vai cobrar de seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, explicações sobre suas declarações dadas no domingo (25), quando afirmou que "nesta semana" iria ter mais uma fase das operações do Ministério Público e Polícia Federal que investigam o petrolão. 

O presidente, que já estava irritado com seu assessor, ficou ainda mais contrariado depois que a Lava Jato deflagrou nesta segunda-feira (26) nova operação, prendendo o ex-ministro Antonio Palocci (governos Lula e Dilma) e pelo menos dois assessores dele.

Segundo auxiliares presidenciais, a fala do ministro da Justiça dá munição a quem pode acusar o presidente Temer de tentar interferir e monitorar a Operação Lava Jato, passando a mensagem de que o Palácio do Planalto é informado sobre tudo das operações e até usa as informações politicamente.

No Planalto, a avaliação é que Alexandre de Moraes ficou numa posição "ruim" e terá de se explicar "muito bem" porque fez seus comentários em Ribeirão Preto (SP), terra de Antonio Palocci, principal alvo da força-tarefa da Lava Jato nesta sua 35ª fase.

Segundo assessores, as declarações no mínimo infelizes do ministro da Justiça têm duas leituras. A primeira, grave, que ele teria usado uma informação privilegiada obtida junto à Polícia Federal, que é subordinada a ele, durante evento público. Para complicar ainda mais o ministro, o pedido de prisão de Palocci foi feito pela PF.

A segunda, considerada também péssima, é que ele poderia não saber da operação desta segunda, mas usou a Lava Jato politicamente, num momento de campanha eleitoral, numa cidade em que há um candidato tucano, Duarte Nogueira, disputando a prefeitura local.

Alexandre Moraes foi secretário de Segurança do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

Ainda neste domingo, a equipe de Moraes tentou relativizar suas declarações, dadas durante evento com integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), grupo que organizou atos de apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Na conversa com o MBL, Moraes disse que uma nova etapa da Lava Jato ocorreria nesta semana. "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", afirmou o ministro.

Mais tarde, sua assessoria disse que tudo não passou de uma "força de expressão" de Alexandre de Moraes, com o intuito de garantir a continuidade das investigações e buscando sinalizar que não haveria interferência do governo nas operações.

O episódio envolvendo Alexandre de Moraes é mais um de uma coleção de declarações consideradas "desastradas" pela equipe de Michel Temer, que tem gerado desgaste precoce no governo do peemedebista.

Na abertura da coletiva concedida pela Força Tarefa da Lava Jato, para explicar a operação desta segunda, os investigadores fizeram questão de afirmar, logo no início, que o governo não é informado previamente das operações.

Quem é (e como se comporta) o brasileiro no LinkedIn






Carl Court/Getty Images
linkedin


São Paulo — Atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia, o Brasil é o terceiro país mais presente no LinkedIn: somamos 25 milhões de usuários ativos na rede social. É o equivalente a 317 Maracanãs lotados.

Mas quais são as ocupações, qualificações acadêmicas e empregadores preferidos de toda essa multidão? Confira o infográfico a seguir para ver essas e outras informações sobre a base de usuários brasileiros do LinkedIn, segundo dados oficiais da empresa:



Química Lanxess compra Chemtura por 2,4 bilhões de euros






Divulgação
Fábrica de borracha da Lanxess, na Alemanha
Lanxess: a fusão, financiada em dinheiro e por endividamento, se tornará efetiva em 2017
 
Da AFP


A companhia química alemã Lanxess anunciou nesta segunda-feira um acordo para comprar a americana Chemtura por 2,4 bilhões de euros.

A compra, ao preço de 33,50 dólares por ação, é a mais importante da história da Lanxess e servirá para se implantar na América do Norte, indicou em um comunicado esta companhia, que havia sido uma filial da Bayer.

A Chemtura, com 1,5 bilhão de euros de faturamento e cerca de 2.500 funcionários, é especializada em aditivos para apagar fogo e lubrificantes.

A fusão, financiada em dinheiro e por endividamento, se tornará efetiva em 2017 e permitirá economizar 100 milhões de euros anuais em 2020, com um efeito positivo imediato para a Lanxess no primeiro ano.

A companhia alemã destaca que o preço que oferece é 18,9% superior ao preço das ações da Chemtura na última sexta-feira no fechamento da bolsa.

Encorajado pelo baixo preço das matérias-primas, o setor mundial da química está vivendo um período de fusões, como as da Bayer e Monsanto ou DuPont e Dow Chemical.

Petrobras planeja vender participação na Braskem até 2018





Divulgacao
Usina petroquímica da Braskem
Usina da Braskem: Petrobras quer vender participação na empresa química, mas ainda não tem data para o negócio
 
Sabrina Valle e Peter Millard, da Bloomberg



A Petrobras planeja vender sua participação na petroquímica Braskem até o fim de 2018 para ajudar a financiar seu plano de negócios e reduzir dívidas, segundo o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro.

A Petrobras incluiu a participação na Braskem em um plano para levantar US$ 19,5 bilhões por meio de desinvestimentos em 2017 e 2018 e está nas fases iniciais do processo de venda, disse Monteiro na sexta-feira.

“Temos intenção de sair do ativo, mas não temos uma data”, disse Monteiro em entrevista em um dos escritórios da empresa, na região central do Rio de Janeiro.

A Petrobras está se retirando de negócios periféricos, como biocombustíveis, petroquímica e fertilizantes, para se concentrar em projetos mais lucrativos de petróleo e gás natural em águas profundas.

A empresa quer mostrar aos investidores que tem capacidade para cumprir seus objetivos de venda de ativos, após vender quase US$ 10 bilhões em operações dessa natureza desde o início de 2015, disse Monteiro.

Os comentários dele foram feitos no mesmo dia em que a Petrobras fechou a venda de uma unidade de distribuição de gás (NTS) por US$ 5,2 bilhões, no que foi a maior venda de ativo de sua história.

Em outubro, um grupo de altos executivos da Petrobras, incluindo o presidente Pedro Parente, viajará a cidades dos EUA e da Europa para se reunir com investidores em ações e renda fixa para apresentar o plano de negócios e mostrar o progresso feito pela empresa na otimização de suas operações, disse Monteiro.

A Petrobras é a segunda maior acionista da Braskem, com cerca de 47 por cento das ações com direito a voto e 36 por cento do capital total, segundo o website da empresa petroquímica.

CBOE compra dona da 2° maior Bolsa dos EUA por US$ 3,2 bi





Scott Olson/ Getty Images
CBOE
CBOE: empresa vai comprar a BATS, pouco mais de cinco meses depois que a segunda Bolsa dos EUA estreou no mercado 

Da REUTERS


São Paulo - A CBOE Holdings, operadora da maior bolsa de opções nos Estados Unidos em volume, informou que comprará a BATS Global Markets por cerca de 3,2 bilhões de dólares, pouco mais de cinco meses após a BATS fazer a sua estreia no mercado.

A oferta em dinheiro e ações da CBOE avalia a BATS, operadora da bolsa de valores número 2 nos EUA, em cerca de 32,50 dólares por ação, um prêmio de 2,2 por cento em relação ao preço de fechamento da BATS na sexta-feira.
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O presidente-executivo da CBOE, Edward Tilly, irá liderar a companhia combinada, disse a CBOE nesta segunda-feira.


Odebrecht exportou mais de US$ 3 bi a Angola, diz PF





Paulo Whitaker / Reuters
Sede da Odebrecht em São Paulo, dia 22/03/2016
Odebrecht: de acordo com a investigação da Polícia Federal, mais de US$ 3 bilhões em valores exportados para Angola pela Odebrecht foram pagos com recursos do banco estatal
 
 
Circe Bonatelli, do Estadão Conteúdo
Francisco Carlos de Assis e Thaís Barcellos, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O delegado da Polícia Federal (PF) Filipe Hille Pace, responsável pela Força Tarefa da Lava Jato, afirmou que foram constatadas interferências, em 2010, do ex-ministro Antonio Palocci para aumentar a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a apoiar as atividades de empresas brasileiras em Angola, na África.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, mais de US$ 3 bilhões em valores exportados para Angola pela Odebrecht foram pagos com recursos do banco estatal.
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A PF aponta indícios de que havia acerto prévio entre Marcelo Odebrecht, líder do grupo Odebrecht, e Palocci sobre a destinação dos recursos para Angola.

Outra acusação de interferência de Palocci apontada pela Polícia Federal se refere à exploração do petróleo na camada do pré-sal e à constituição da empresa Sete Brasil, onde a Petrobras tinha participação societária.

A Sete Brasil ficaria responsável pela construção dos navios sondas que participariam das licitações para exploração do pré-sal.

O delegado Pace afirmou que Marcelo Odebrecht e Palocci trocavam informações extraoficiais para se atualizarem sobre o andamento das operações da Sete Brasil e da exploração petroleira.

Palocci atualizava Odebrecht via Branislav Kaontic. Dessa forma, Odebrecht soube de convite para licitação do pré-sal antes da oficialização.


Moro determina bloqueio de R$ 128 milhões de Palocci






Agência Brasil/José Cruz
Sérgio Moro em audiência pública na Câmara dos Deputados, dia 4/8/2016
Moro: no despacho, Moro diz que há provas de que Palocci era o responsável por receber recursos da Odebrecht e coordenar o repasse a seu grupo político


São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, determinou o bloqueio de até R$ 128 milhões das contas bancárias do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. 

O mesmo valor foi bloqueado também das contas do assessor do ex-ministro, Branislav Kontic, e do ex-secretário da Casa Civil Juscelino Dourado.

Os três foram presos temporariamente hoje (26) na 35ª fase da operação. O bloqueio também atinge as empresas Projeto Consultoria Empresarial e Financeira e J&F Assessoria.

No despacho, Moro diz que há provas de que Palocci era o responsável por receber recursos da Odebrecht e coordenar o repasse a seu grupo político.

“Surgiram provas, em cognição sumária, de que ele [Palocci] recebia e era responsável pela coordenação dos recebimentos por parte de seu grupo político de pagamentos sub-reptícios (obtidos de forma ilícita) pelo Grupo Odebrecht.”

Em entrevista coletiva para detalhar a operação nesta manhã, a procuradora da República Laura Gonçalves Tessler disse que a empreiteira Odebrecht repassou R$ 128 milhões a uma conta que seria gerida por Palocci.

Segundo ela, o ex-ministro da Fazenda teve atuação “intensa e reiterada” na defesa de interesses da Odebrecht junto a administração pública federal em troca de vantagens indevidas.

As ações de hoje foram baseadas na análise de materiais apreendidos em outras fases da Lava Jato, entre eles planilhas que indicam os pagamentos realizados pela construtora.

No despacho, Moro diz que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram o “sequestro de ativos mantidos pelos investigados em suas contas-correntes”.

Para o juiz federal, o bloqueio dos ativos dos investigados “em relação aos quais há prova, em cognição sumária, de recebimento de propina”, é viável.

“Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos”, justificou o juiz no despacho.

“Observo que a medida ora determinada apenas gera o bloqueio do saldo do dia constante nas contas ou nos investimentos, não impedindo, portanto, continuidade das atividades das empresas ou entidades, considerando aquelas que eventualmente exerçam atividade econômica real. No caso das pessoas físicas, caso haja bloqueio de valores atinentes a salários, promoverei, mediante requerimento, a liberação”, acrescentou o juiz.