segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Brasil deve continuar sem aumento expressivo na produção de cana


Brasil deve continuar sem aumento expressivo na produção de cana

Apesar do cenário positivo de preços para açúcar e etanol, o setor sucronenergético do Brasil não deve ter aumentos de investimentos para o crescimento na produção e processamento de cana-de-açúcar com novas usinas, na avaliação do Rabobank.
De acordo com Manoel Pereira de Queiróz, gerente sênior de Relacionamento do banco no País, além da expectativa de que o ciclo positivo para açúcar e etanol pode ser curto, o financiamento restrito é outro entrave para a retomada do crescimento do parque de usinas, com os chamados projetos greenfields.
"Os bancos estrangeiros estão sem apetite de risco para o Brasil, os bancos nacionais diminuem o capital econômico disponível e a chance de serem mais agressivos em crédito é pequena", disse. "O BNDES passa por um ajuste, o mercado de capitais local ainda é incipiente e o externo está fechado para o Brasil e para o setor", completou Queiróz durante reunião consultoria da Canaplan, em Ribeirão Preto (SP).
Em compensação, segundo o gerente do Rabobank, o momento é favorável para fusões e aquisições no setor. Os fatores que corroboram para esse cenário, segundo Queiróz, são a cotação do dólar, em torno de R$ 3,20, o que reduz o custo de produção no Brasil, principalmente do açúcar cotado na moeda norte-americana, bem como torna os ativos mais baratos. "A gente começa a ver produtores de açúcar lá fora interessados em investir no Brasil. A depreciação do real torna ativos baratos, melhora perspectivas de preços e o fluxo de caixa é mais positivo. Se isso vai acontecer, não é possível falar, mas existe o interesse e há grande movimentação", afirmou.
Apesar do cenário positivo para fusões e aquisições, dados do Rabobank apontam que as companhias sucroenergéticas do setor ainda têm, na média, um alto endividamento. Análise feita pela instituição financeira com 35 grandes grupos que representam 50% da moagem da safra brasileira aponta que a dívida líquida dessas companhias chegou a R$ 135 a tonelada de cana moída na safra 2015/2016, abaixo apenas do pico de R$ 149,7/t da safra 2014/2015. "Mesmo nesse grupo de empresas, que a gente considera a melhor metade do setor, essa dívida ainda é bastante elevada", disse Queiróz. "Além disso, há uma dispersão muito grande no endividamento, que é muito elevado para uns e pouco elevado para outros", concluiu 

(Agência Estado, 21/10/16)

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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Magazine Luiza supera rivais, mas ainda luta por sobrevivência


Ao apostar na integração entre lojas e vendas online, a varejista Magazine Luiza cresceu mais do que os concorrentes. Mas a vida vai ficar mais dura

São Paulo – Os 19 000 funcionários da rede de varejo Magazine Luiza assistiram, em março, a um vídeo sobre focas. O filme descrevia o habitat desses bichos e mostrava como o aquecimento global estava tornando a vida deles mais difícil. Para sobreviver, dizia o narrador, as focas tinham de “se adaptar” e “conquistar novos territórios”. Na pouco sutil metáfora que escolheu, a cúpula do Magazine Luiza tentava passar um recado aos funcionários: em meio à pior recessão da história brasileira, cada um tinha de se virar para sobreviver. O que estava em jogo, a rigor, era o destino da empresa. O Magazine Luiza sofria com a queda nas vendas, tinha prejuízo e suas ações vinham de uma baixa de 70% em 2015.

A virada obtida nos primeiros meses de 2016 foi de impressionar os mais otimistas. Depois de um prejuízo de 66 milhões de reais em 2015, o Magazine Luiza teve lucro de 16 milhões de reais no primeiro semestre deste ano. Num período em que as receitas do varejo de móveis e eletroeletrônicos diminuíram 15%, as vendas da empresa cresceram 3,6%, para 5,3 bilhões de reais, puxadas especialmente pelo aumento de 31% das vendas online (que hoje respondem por 22,5% das vendas totais).

A margem da geração de caixa quase dobrou: passou de 4%, em dezembro, para 7,6%, em junho. Os resultados ficaram tão acima do esperado que as ações da varejista já subiram 410% neste ano — de longe, a maior alta da Bovespa. As ações de suas principais concorrentes, a Viavarejo e a B2W, valorizaram 165% e 6%, respectivamente. Hoje, o Magazine Luiza vale 2 bilhões de reais na bolsa, quase o triplo de seu patrimônio — até o fim do ano passado, a empresa valia menos do que o patrimônio.

Como é comum em histórias de virada empresarial, uma combinação de fatores explica o bom desempenho da companhia neste ano. Um deles tem a ver com a recessão. “A estratégia de muitos concorrentes do Magazine Luiza nos anos de expansão do varejo foi fazer promoções agressivas, para crescer a qualquer custo, especialmente no comércio eletrônico. Muitos queimaram caixa por anos para financiar sua operação online. Com a crise, isso deixou de fazer sentido”, diz Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da consultoria de varejo GS&MD.

A B2W dá prejuízo desde 2011. Neste ano, suas vendas caíram 12,8%. As vendas da Cnova, que reúne a operação online da Viavarejo, diminuíram 42,9%. Com os concorrentes retraídos, o Magazine Luiza aproveitou para ganhar espaço.

Para crescer em meio à crise, a empresa decidiu investir no que tem de diferente de seus principais concorrentes: a forte integração entre as lojas de tijolo e as vendas online. “Estamos mudando a empresa para que ela seja verdadeiramente digital”, diz Frederico Trajano, filho de Luiza Trajano (presidente do conselho de administração da rede) e presidente do Magazine Luiza desde o início do ano.

Assim que assumiu o cargo, Trajano colocou 25 projetos em andamento. Os vendedores das lojas estão recebendo celulares para ajudar nas vendas. O plano é que, até o fim de 2017, os clientes não precisem mais ir a um caixa para pagar: os próprios vendedores receberão o pagamento pelo celular (como acontece, por exemplo, nas lojas da Apple). Hoje, os vendedores têm acesso ao perfil dos clientes que compram pelo site, que pode ser acessado com o CPF do consumidor.

Com o perfil na tela, conseguem ver quais produtos foram pesquisados e o que foi comprado recentemente. Assim, têm mais chance de ser assertivo. Com a maior automação das lojas, o tempo médio para processar uma venda caiu de 45 para 4 minutos. “O Magazine Luiza é a única empresa em que as operações física e digital são integradas de fato, e isso é percebido pelo consumidor”, afirmam os analistas do banco BTG Pactual num relatório.

Outra vantagem é a redução de custos, já que as áreas de logística, marketing e tecnologia são as mesmas. “A margem de lucro do varejo é baixa. Não podemos nos dar ao luxo de replicar estruturas”, diz Trajano.

 

Direção contrária


Na década de ouro do varejo brasileiro, de 2004 a 2014, essa integração era vista quase como um ponto fraco do Magazine Luiza. Seus principais concorrentes estavam separando a operação física do comércio eletrônico, com a justificativa de que isso mostrava melhor o valor de cada subsidiária. Foi o que fez o Grupo Pão de Açúcar, controlado pelo grupo francês Casino. Uma das empresas do grupo, a Viavarejo, que é dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, abriu o capital na Bovespa em 2013 e passou a valer 10 bilhões de reais.

Mas cabia à outra empresa, hoje chamada de  Cnova, tocar as lojas online de Ponto Frio e Casas Bahia. A Cnova, que também era controlada pelo Casino, foi listada na Nasdaq em 2014, com valor de mercado de 2,3 bilhões de euros. O problema é que com isso Cnova e Viavarejo passaram a ser concorrentes. O conflito deu tanta dor de cabeça que, em agosto, Viavarejo e Cnova anunciaram que vão combinar as operações brasileiras — as empresas estimam que isso vai gerar uma economia de 245 milhões de reais por ano.

Fundado em 1957, em Franca, no interior de São Paulo, o Magazine Luiza sempre foi mais “digital” do que a concorrência, mas o fazia no improviso. Em vez de ter grandes lojas, lotadas de produtos, abria “lojas virtuais”, que são, na realidade, mostruários de produtos, onde os vendedores ajudam os clientes a comprar pelo site da companhia. Como não têm estoque, as lojas virtuais podem ser menores e, assim, mais baratas.

A estratégia funcionou bem até 2011, quando o Magazine Luiza abriu o capital e decidiu usar os recursos captados (quase 1 bilhão de reais) para crescer em diferentes regiões do país. Já havia comprado a Lojas Maia, uma das principais redes de varejo de eletroeletrônicos do Nordeste, e em 2011 comprou o Baú da Felicidade, do Grupo Silvio Santos. Também passou a abrir lojas na cidade de São Paulo — até então, operava em mercados menos competitivos no interior do estado.

Integrar as novas empresas e ganhar dinheiro em São Paulo se mostrou mais difícil do que o esperado, e o os resultados começaram a ratear. “Em 2014, fechamos o ciclo de crescimento acelerado e decidimos iniciar outro, de criar uma companhia digital”, diz Marcelo Silva, vice-presidente do conselho de administração do Magazine Luiza e ex-presidente da empresa.

Daqui para a frente, a vida deve voltar a ficar difícil. Quando estiver integrada de fato, a “nova” Viavarejo pode ser uma ameaça, porque é duas vezes maior do que o Magazine Luiza (sem incluir a Cnova na conta), o que dá a ela maior poder de barganha com fornecedores, e terá uma vantagem competitiva. A B2W aprovou um aumento de capital em 823 milhões de reais neste ano e deverá ganhar fôlego.

O Walmart, que fez campanhas de congelamento de preços neste ano para atrair consumidores, conseguiu aumentar suas vendas de janeiro a junho. “Crescemos sozinhos até agora, mas isso deve mudar.” A luta pela sobrevivência não acaba nunca.


Dona de Lucky Strike e Dunhill faz oferta de US$ 47 bi por Camel


A empresa anunciou em um comunicado que fez a proposta ao conselho de administração da Reynolds

O grupo britânico British American Tobacco (BAT) apresentou nesta sexta-feira uma proposta de 47 bilhões de dólares, em dinheiro e ações, para adquirir 57,8% das ações da americana Reynolds que ainda não possui.
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A empresa, proprietária das marcas Dunhill, Lucky Strike, Kent e Pall Mall, entre outras, anunciou em um comunicado que fez a proposta ao conselho de administração da Reynolds (Camel, entre outras marcas).

Até o momento não foram iniciadas negociações formais, explicou o grupo.


PEC do teto reduzirá tamanho do Estado, diz professor da FGV


“E sem a reforma da Previdência, o teto está fadado a não dar certo”, diz Nelson Marconi, coordenador do curso de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

São Paulo – “Não é só um ajuste que está na PEC do teto, é uma diminuição do tamanho do Estado”.
A avaliação é de Nelson Marconi, coordenador do curso de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.

Aprovada em primeiro turno pelo Congresso, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 define um teto para os gastos públicos com duração de duas décadas, corrigido a cada ano pela inflação do anterior.

Para o governo e grande parte dos economistas, a crise fiscal é a maior responsável pela crise atual e a medida é essencial para conter a trajetória explosiva de crescimento dos gastos e da dívida pública.

Para os críticos, a emenda vai prejudicar Educação e Saúde, cujos gastos também serão corrigidos pela inflação e não estarão mais vinculados ao tamanho da receita como hoje.

Marconi acha que o período de 20 anos é exagerado e também teme que investimento e políticas sociais sejam sacrificados em detrimento da Previdência, que cresce de forma inercial e pode achatar todo o resto.

“Sem a reforma da Previdência, o teto de gastos está fadado a não dar certo”, diz ele. Veja a entrevista concedida ontem para EXAME.com:

EXAME.com – O prazo de 20 anos não é longo demais? Não seria melhor ter um critério objetivo de vigência como a queda da dívida para determinado nível em relação ao PIB? 
Nelson Marconi – Pois é. Uma coisa é fazer ajuste fiscal para ter contas em ordem, o que eu acho necessário, e outra é fazer uma definição de 20 anos que coloca uma redução da participação do Estado e vai cortar uma série de despesas prejudicando políticas sociais.

Poderiam ter colocado uma regra de teto até estabilizar a dívida, o que leva um certo tempo, ou até retomar o superávit primário.

Eu fiz uma estimativa de que isso demoraria uns 10 anos para acontecer, mas os pressupostos são conservadores: evolução significativa do gasto da Previdência, sem reforma, e crescimento baixo da arrecadação.

Se você faz um ajuste, começa a diminuir a taxa de juros (o que já aconteceu nessa semana) e retoma a economia. A arrecadação, que no curto prazo é o principal problema, voltaria com mais rapidez, assim como o superávit. Você pode dizer que essa é a meta e quando alcançar acaba a regra.

Seria mais razoável; do contrário você vai ter problemas de redução séria do tamanho do Estado e do investimento.

O que provavelmente vai acontecer é que o governo vai demorar para aprovar a reforma da Previdência então vai reduzir o investimento, se demorar ainda mais ele vai reduzir ainda mais o custeio, e aí vêm as despesas mais flexíveis com impacto em educação e saúde.

EXAME.com – A dúvida maior é essa. Muitos cálculos de perdas nessas duas áreas não consideram o fato de que elas ainda podem crescer se houverem cortes equivalentes. Mas como garantir isso diante do lobby de outras áreas por recursos?
Marconi – As áreas mais flexíveis para ajuste de despesa são investimento e custeio.

O investimento já foi sacrificado e precisaria na verdade ser retomado. Aí ele vai passar a sacrificar outras áreas que tem uma rigidez menor, como as de custeio, que a legislação não define como deve ser gasto.

Dentro disso, o peso das despesas sociais é muito grande: manutenção de saúde e educação, por exemplo. Então invariavelmente vai bater aí e teria que ter restrição, o que eu acho um problema. Significa corte em ambulância, manutenção das escolas, etc. Você pode dizer que tem uma gordura aí, mas é para o próximo governo e não para 20 anos.

EXAME.com – Mas se a economia se recuperar e a receita crescer de forma vigorosa, o Congresso vai se amarrar nesse limite por muito tempo? Você não acha possível que nesse cenário eles mesmos iriam revogar a medida antes?
Marconi – O Temer mesmo falou isso outro dia: que se a economia melhorar, o Congresso poderia rever a medida em um prazo menor. Eu acho que a lógica política seria essa.

Mas para mudar de novo precisa ter dois terços das duas casas em duas votações por emenda constitucional – o que não é tão simples. E você está restringindo um governo próximo de decidir como gastar. Tem um ciclo político aí que você está tentando neutralizar, o que não tão fácil de fazer.

EXAME.com – A sensação é que a medida foi desenhada dessa forma dura para fazer o ajuste de curto prazo no longo. Compra tempo e boa vontade para fazer outras reformas e fazer a economia se recuperar.
Marconi – Ok, mas não precisa de 20 anos para isso, é um exagero. Não é só um ajuste que está na medida, é uma diminuição do tamanho do Estado – e tem gente que acha ótimo, mas eu acho que chegamos em um ponto de participação em políticas sociais que não deveria ser revertido.

A despesa que precisa passar por um ajuste mais rápido e significativo é a Previdência. E não por causa do INSS e da Previdência urbana, que tem que mexer para evitar uma piora no futuro, mas pela Previdência dos servidores e da aposentadoria rural, que são os que mais afetam o resultado primário negativo.

Se não mexer aí, vai pressionar muito as outras despesas. Sem a Previdência, a PEC está fadada a não dar certo. A pressão vai ser tão grande que o governo vai precisar voltar atrás, não vai haver margem de manobra.

A PEC não vai melhorar o resultado fiscal de cara. Vai ter alguma influência sobre as expectativas, logicamente, mas o governo está direcionando uma força muito grande para o teto que deveria ir para a Previdência.

Para o teto, deveria colocar uma regra que permitisse mais investimento, ou que valesse até atingir o superávit, ou revista a cada governo, ou controlada em relação ao PIB. Desse jeito, está invertendo as coisas.

EXAME.com – Um dos argumentos é que há muito espaço para melhorar a eficiência do gasto e que o teto seria uma forma de pressão para que isso acontecesse. Há margem para isso?
Marconi – Vai ter uma pressão pelo uso melhor dos recursos, sim. Um estudo que fiz com o Felipe Salto no ano passado mostra que o governo pode ser mais eficiente; a gente estimou que o preço das compras do governo seria 40% maior do que no setor privado, em média.

Há espaço para ganhos, mas sobre gastos de custeio e investimento. Mas a Previdência depende das regras próprias e os juros dependem da política monetária, por exemplo. Já pessoal e uma série de outras despesas são obrigatórias, onde a margem de manobra é pequena.

Em custeio administrativo do Planejamento, por exemplo, o governo vem conseguindo ganhos de eficiência desde o ano passado. Já está nessa toada e mesmo que tenha espaço para fazer mais, não seria suficiente para compensar um déficit de 170 bilhões.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Por que venda da BR Distribuidora, da Petrobras, é tão atraente


Entre os ativos que a Petrobras busca vender, a rede é o ativo mais atraente e valioso, com 8.200 postos de serviços e mais de 1.200 lojas de conveniência

Com 8.200 postos de serviços e mais de 1.200 lojas de conveniência, a companhia está presente em todo o país. Não é à toa que tantas empresas estejam interessadas em adquirir uma participação na BR Distribuidora. A petroleira distribuiu mais de 90 prospectos a empresas para participarem da concorSão Paulo – Maior rede de postos de gasolina do país, a BR Distribuidora está buscando interessados em se tornarem sócios da operação.

Entre os ativos que a Petrobras busca vender, a rede é o mais atraente e valioso. A operação, por metade do capital votante da empresa, pode alcançar de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões, e deverá ser concluída no primeiro semestre de 2017.
 rência para a aquisição.
Segundo o Valor Econômico, o Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e a Itaúsa, controladora do Itaú, estão entre os que receberam as propostas, assim como Blackstone, Brookfield, GP, Advent e Carlyle.
A holding Itaúsa informou que não havia “qualquer decisão de investimento a ser comunicada”. O GPA disse que a informação não procede e que não recebeu a proposta e o Carrefour informa que “não recebeu a documentação citada e não possui interesse”.
Demonstraram interesse as Lojas Americanas e o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, da família fundadora dos postos Ipiranga.
Para Pedro Galdi, analista da Upside Investor Research, o aumento de interesse valoriza – e muito – as ações da BR. “É um ativo com valor diferenciado, que pode ajudar muito a Petrobras”, afirmou. De 2015 a 2016, a Petrobras ela se prontificou a se desfazer de US$ 15,1 bilhões em ativos e, até agora, já vendeu cerca de US$ 9,7 bilhões.

Proximidade no Brasil todo


Para as varejistas, o interesse está principalmente em estar mais perto do cliente, afirma Ana Paula Tozzi, presidente da consultoria GS&AGR . “Mais do que uma loja, a grande tendência do varejo é oferecer conveniência ao cliente, com lojas de bairro ou proximidades”, afirma ela.
Por isso, uma rede robusta de postos de gasolina com lojas de conveniência pode trazer ainda mais clientes para varejistas como a Lojas Americanas e impulsionar a sua capilaridade.
Além disso, O Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour já operam sua própria rede de postos. No caso do Carrefour, os postos funcionam como destino, explica a especialista. Os preços do combustível são agressivamente baixos para atrair clientes, que acabam fazendo compras no mercado ao lado.
No entanto, o investimento na BR Distribuidora é muito alto para qualquer varejista fechar o negócio sozinha. É aí que entrariam parceiros financeiros, conta Tozzi, como fundos como Blackstone e Brookfield.
O fundo canadense Brookfield inclusive comprou 90% da unidade de gasodutosNova Transportadora Sudeste (NTS), da Petrobras, por aproximadamente US$ 5,2 bilhões.

A negociação ainda irá se desenrolar até o fim do ano. Entre parceiros financeiros ou varejistas, resta saber quem vencerá a concorrência pela joia da coroa da Petrobras.



Empresa francesa de laticínios também transferirá a matriz no Brasil, atualmente em São Paulo, para Porto Alegre


Da Redação
redacao@amanha.com.br
  
Lactalis confirma investimento de R$ 104 milhões no Sul


A multinacional francesa de laticínios Lactalis (foto) confirmou na manhã desta quinta-feira (20) o investimento de R$ 104 milhões na produção no Rio Grande do Sul. O aporte estava sendo planejado desde o começo do ano. A companhia também mudará a sede da matriz, atualmente em São Paulo, para Porto Alegre. O prazo para a conclusão do investimento é de um ano. Atualmente, mais da metade (60%) da captação nacional de leite da empresa vem do Rio Grande do Sul. 
As unidades industriais no Estado mobilizam 8 mil produtores de leite. As sedes, situadas em Três de Maio, Ijuí, Santa Rosa e Teutônia, são responsáveis por 2 mil empregos diretos, com o envio de mais de 900 milhões de litros de leite por ano à multinacional. Com o investimento, haverá o aumento da produção da matéria-prima para o abastecimento das fábricas em solo gaúcho.  
Foi anunciada, ainda, a inclusão de uma fábrica de garrafas para embalagem dos produtos na unidade situada em Teutônia. De acordo com a multinacional francesa, a produção atual gera R$ 1,5 bilhão, por ano, para a economia do Rio Grande do Sul. Dona das marcas Elegê, Batavo, Parmalat, Santa Rosa e Galbani, a Lactalis quer aumentar a fabricação de requeijão, de queijos e da marca President – queijo artesanal que deu origem à empresa na década de 1930. 


 http://www.amanha.com.br/posts/view/2979

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

STF decide a favor de devolução do ICMS às empresas


A substituição tributária consiste basicamente na antecipação do recolhimento do imposto na indústria ou, tecnicamente falando, na origem




Gerente de impostos indiretos

ICMS: o julgamento girou em torno de uma empresa que recorreu ao STF contra decisão do Tribunal de MG

Brasília – Por 7 a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira, 19, que as empresas enquadradas no regime de substituição tributária têm direito à restituição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago antecipadamente, quando a base de cálculo efetiva da operação for menor que a presumida.

A substituição tributária consiste basicamente na antecipação do recolhimento do imposto na indústria ou, tecnicamente falando, na origem.

Devido à importância da matéria e suas consequências para os Estados e o contribuinte, e com dois ministros – Ricardo Lewandowski e Celso de Mello – ausentes, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, decidiu suspender o julgamento pela manhã. A análise do caso foi retomada à tarde, com o voto de Lewandowski.
O entendimento dos ministros da Corte foi o de que a decisão vale para ações judiciais pendentes e casos futuros, com a finalidade de permitir o realinhamento das administrações tributárias. Ao todo, 1.380 processos estavam suspensos em tribunais de todo o País à espera da decisão do STF sobre o tema.
“Havendo possibilidade de se apurar a operação real, é ela que deve prevalecer, e não a presunção. Se é possível apurar o que é real, eu acho que não se deve trabalhar com uma presunção definitiva”, disse o ministro Luís Roberto Barroso.
Além de Barroso, votaram pela restituição do ICMS pago a mais no regime de substituição tributária os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
“A proibição de restituição de imposto não se coaduna com os princípios constitucionais. O ICMS recolhido pelo contribuinte apenas se torna efetivamente devido com a ocorrência do fato gerador”, disse Lewandowski.
Em sentido divergente votaram os ministros Teori Zavascki, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. “Essa não é uma questão tão simples. A base de cálculo presumida, ou estimada, segundo os critérios da lei, é definitiva, e não provisória”, afirmou Teori.
“O ideal seria que a base de cálculo correspondesse exatamente ao valor da operação no momento em que ocorresse e aí se exigisse o tributo, e não existisse a substituição tributária para frente”, disse Teori.

Pedido


O julgamento desta quarta-feira girou em torno de uma empresa de combustíveis e lubrificantes que recorreu ao STF contra decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
No caso, a Justiça de Minas Gerais negou o pedido da empresa de ver reconhecidos créditos referentes à diferença entre o valor real de comercialização dos seus produtos e aquele arbitrado pela Fazenda estadual para fim de operação do regime de substituição.