sexta-feira, 28 de outubro de 2016

3 fatores que estão a favor do investimento no Brasil

“Parece que o crédito vai descongelar de cima para baixo. Está começando nas grandes empresas”, diz o economista-chefe do Itaú Unibanco


São Paulo – A recessão no Brasil é tão profunda que o PIB só deve voltar para o nível de 2014 em 2019, totalizando 5 anos perdidos.

A boa notícia é que o investimento deve reagir nos próximos anos graças a uma combinação de três fatores.

O primeiro é a queda forte dos juros. O Itaú Unibanco prevê corte de 0,50 ponto percentual na Selic em dezembro após a queda de 14,25% para 14% na última reunião – primeiro corte desde 2012.

O Banco Central fala muito na agenda de reformas fiscais, que avançou nessa semana com a aprovação em segundo turno da PEC de teto de gastos, mas esperava para ver o vigor da atividade econômica.

“Eles vão ver que não foi só agosto que foi ruim, setembro também não teve a recuperação esperada”, diz Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco, com base no PIB mensal calculado por sua equipe.

O segundo motor da volta do investimento é a desalavancagem das empresas, que estão conseguindo renegociar seus aluguéis e custos de fornecimento, trabalho e dívida.

“Parece que o crédito vai descongelar de cima para baixo. Está começando nas grandes empresas”, diz Mário Mesquita, economista-chefe do banco.

Outro fator positivo é a estabilidade dos preços das commodities na medida em que a China desacelera de forma organizada.

Enquanto ela continuar crescendo, o que é esperado no médio prazo, as commodities ficam estáveis – ajudando países como o Brasil.

O padrão histórico mostra uma relação forte entre os preços de commodities e o nível de investimento por aqui.

As concessões e privatizações não entraram na lista do Itaú de fatores que favoreceriam o investimento.

Segundo Mesquita, o “estrago reputacional” do governo anterior foi grande, e o novo modelo ainda não deixa claro como será a proteção cambial para investidores estrangeiros.

A exceção é o setor de petróleo, onde mudanças recentes nas regras do pré-sal podem atrair o interesse de empresas estrangeiras.



Supermercados BIG viram Walmart

O objetivo do projeto, que custará R$ 1 bilhão e durará três anos, é seguir o modelo de lojas dos Estados Unidos 

 

Por Dirceu Chirivino

 

dirceu@amanha.com.br
Supermercados BIG se tornarão Walmart
A rede de supermercados Walmart anunciou nesta quinta-feira (27) que a bandeira BIG deixará de existir. As unidades passarão a seguir o conceito que é usado pela marca nos Estados Unidos (foto). 

No Sul, a mudança começará pelo BIG Santa Felicidade, em Curitiba (PR), e pelo BIG Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O projeto terá investimentos de R$ 1 bilhão no país e durará três anos. A migração será gradativa e ocorrerá à medida que as demais lojas passem por ampla reforma. Além dessas duas unidades, a loja Tamboré, na Grande São Paulo, abrirá nesta sexta-feira (28) já utilizando o novo formato. 

As alterações, que foram determinadas a partir de pesquisas com consumidores, incluem mudanças desde a planta da loja até o mix de produtos. A empresa usará a bandeira Walmart nas lojas. “Fizemos uma verdadeira transformação do nosso hipermercado”, declarou Flavio Cotini, presidente do Walmart Brasil. Cotini esteve em Porto Alegre para detalhar os investimentos. “Temos muito respeito pelas marcas que adquirimos.

Não poderíamos simplesmente mudar o nome na fachada sem oferecer melhorias importantes”, explica Cotini. Fortalecer o mix regional das lojas, mesmo com a migração das bandeiras, passa a ser ainda mais estratégico para o Walmart. “Continuaremos a observar as necessidades e preferências regionais. O café ou o arroz, por exemplo, consumido no Sul não é o mesmo no Nordeste. O produto muda até entre Estados da mesma região. Conhecemos muito bem o consumidor de cada localidade”, defende Cotini. “A ideia é ir atrás de cada centavo para baixar custos e oferecer preços baixos”, garante o executivo. 

O Walmart opera 485 unidades em todo o Brasil em 18 Estados, além do Distrito Federal. São 9 bandeiras entre hipermercados (Walmart, Hiper Bompreço e BIG), supermercados (Bompreço, Nacional e Mercadorama), atacado (Maxxi), clube de compras (Sam´s) e lojas de vizinhança (TodoDia). No ano passado, o faturamento da companhia no Brasil foi de R$ 29,3 bilhões. 


Almeida Junior busca sócios para shoppings


Banco Rothschild foi contratado pelo grupo para buscar investidores

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Almeida Junior busca sócios para shoppings
Claudio Loetz, colunista dos jornais Diário Catarinense e A Notícia, informa nesta sexta-feira (28) que o Banco Rothschild tem o mandato e busca investidor para ser sócio nos seis shopping centers do Grupo Almeida Junior em Santa Catarina. Se tratam do Garten Shopping (Joinville), do Continente (São José), do Balneário Camboriú, do Neumarkt (Blumenau), do Norte Shopping (Blumenau) e o 

Das Nações (Criciúma). Em 2017, deverá ser inaugurado empreendimento em Chapecó. 

“Em nota, a assessoria de imprensa da rede nega que o empresário Jaimes Almeida Junior tenha a intenção de se desfazer das operações. Afirma que“está estudando a possibilidade da venda de até 20% na plataforma dos seus seis shoppings, e não da empresa, mantendo expressiva participação majoritária nos seus ativos, e ainda acima da média do setor. A empresa investiu, nos últimos sete anos, mais de R$ 1,3 bilhão na construção de cinco novos shoppings e expansões em Santa Catarina”, revela Loetz. 

“A Almeida Junior é a única empresa do setor que não possui sócios investidores, tanto na plataforma corporativa, quanto no nível dos seus shoppings. As demais empresas do setor ou já fizeram IPO e são companhias listadas na Bovespa ou possuem fundos internacionais em sua estrutura societária ou nos seus shoppings. A decisão de avaliar esta oportunidade está ancorada no novo ciclo de crescimento, com o desenvolvimento do sétimo shopping da empresa, em Chapecó, expansão do Garten Shopping em Joinville (mais 8 mil m², em 2017), e oportunidades de aquisições de shoppings em operação no Estado”, afirma a empresa em nota. 

De acordo com Loetz, o Grupo Almeida Junior já teve sociedade. “Foi com a gigante australiana Westfield, um player global, nos negócios em Santa Catarina. Na parceria, cada um dos sócios detinha 50% e, juntos, miravam a liderança nacional. A união durou de agosto de 2011 a abril de 2013, quando o empresário catarinense comprou a parte da Westfield. Acabou por desentendimentos em relação a estratégias de crescimento”, recorda. 


Walter Lídio sugere "olho mágico" para a Lei de Terras


CEO da Celulose Riograndense quer liberação da venda de grandes extensões para estrangeiros que tenham bons projetos

Por Eugênio Esber

eugenioesber@amanha.com.br
Walter Lídio Nunes, presidente da Celulose Riograndense


Como todos os seus pares da indústria de base florestal, o presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes (foto), anda animado com a disposição manifestada pelo governo Michel Temer de abrandar as restrições legais à compra de imóveis rurais por estrangeiros, entre outras medidas cogitadas pelo Planalto para atrair investimentos externos e destravar a economia.

A conta varia, mas as estimativas mais otimistas dão conta de que grupos estrangeiros poderiam aportar até R$ 40 bilhões em empreendimentos agroindustriais se puderem comprar mais terras no Brasil. A própria Celulose Riograndense, que é controlada pela chilena CMPC e faz do Rio Grande do Sul sua base para exportar celulose de fibra curta de eucalipto, vê potencial para dobrar outra vez sua escala de produção.

Para se ter uma ideia do que está em jogo, basta levar em conta que, na primeira duplicação, inaugurada em 2015, a fábrica de Guaíba absorveu um investimento de mais de R$ 5 bilhões – o maior até então registrado no extremo sul do país.

A queixa, em todo o setor, é de que o governo Lula exagerou ao barrar a compra de grandes extensões de terras por estrangeiros. Com o receio de que os chineses desembarcassem no Brasil comprando áreas com a mesma naturalidade com que se movem em alguns países africanos, a Procuradoria Geral da República emitiu em 2010 um parecer que teve o efeito de colocar o pé na porta. 

Agora, entidades como o Instituto Brasileiro da Árvore, que congrega as principais empresas do setor, aproveitam a maré favorável à atração de investimentos para defender regras flexíveis. Há quem pretenda um relaxamento total nos controles. Não é o caso de Walter Lídio.

– Não quero a tranca que foi colocada em 2010, nem porta escancarada. O que eu defendo é o olho mágico, para que possamos ver quem está querendo comprar terras no Brasil e avaliar se o projeto atende ao interesse do nosso país.

O “olho mágico” que o presidente da Celulose Riograndense está apregoando se daria pela criação de um Conselho de Terras. É sobre esta formulação que Walter Lídio conversou com AMANHÃ na sede da Celulose Riograndense, em Guaíba.



Que chances reais você vê, agora, para rever as restrições à compra de terras por estrangeiros?

 
O Brasil é um país continental que não explora todo o extraordinário potencial de desenvolvimento que tem por fatores estruturais diversos. E um destes fatores que atrasam o Brasil é a inexistência de poupança interna. Todos os países, hoje, dependem da migração de capitais, e nós devemos estar preocupados com isso. Não me refiro a capitais voláteis, mas aos capitais produtivos, que se internalizam no país para fazer girar a economia, provocar o desenvolvimento e gerar empregos. E neste contexto nós temos um ativo que eu considero estratégico – as terras. Mas elas de nada servirão se ficarem paradas, amontoadas, se não fizermos uso delas para o desenvolvimento do país. Precisamos tirar partido deste ativo.  


O curioso é que este argumento de que as terras são um ativo estratégico também é usado pelos adversários da liberação de compra de imóveis rurais para estrangeiros. 


Bom, quando se impediu o acesso de empresas brasileiras de capital estrangeiro à aquisição de terras a consequência foi a redução do fluxo de capitais para o Brasil, que na época significaria investimentos de R$ 67 bilhões em setores como celulose, álcool e uma série de insumos. O que eu sempre defendi, quando falo em valor estratégico de nossas terras, é que o governo trabalhe um ordenamento que alavanque o país.

O Brasil pode criar expedientes e mecanismos de controle de tal modo que possa atrair aqueles negócios que, do ponto de vista dos interesses brasileiros, seja positivo internalizar aqui. Estou falando de empresas brasileiras de capital estrangeiro – portanto, companhias sujeitas à caneta brasileira, e que venham para cá no interesse de uma visão estratégica de Brasil. 

Terra não se coloca nas costas e se leva embora. Terra é ativo para empresas nacionais de capital estrangeiro que queiram participar do nosso desenvolvimento, trazer recursos e gerar prosperidade e emprego. 


Como seriam estes mecanismos de controle a que você se refere?

 
Na época do debate sobre o parecer da AGU, eu até propus a criação de um Conselho Nacional de Terras, que teria  representantes dos principais ministérios: Planejamento, Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento... A empresa de capital estrangeiro que quiser adquirir terras apresenta seu projeto para este Conselho, explicando todas as suas etapas, como será o seu desdobramento, de que modo agrega valor ao país. 

E o Conselho dá seu parecer, considerando o interesse do país, naturalmente. Pensei em uma composição o mais plural possível: Meio Ambiente para atestar que o projeto não traz risco de degradação ambiental, o Exército para ver a questão das fronteiras, o Incra para considerar demarcação fundiária e integração dos produtores... Imagino que o Conselho de Terras possa ser vinculado ao Ministério do Planejamento, para que tenha sempre a visão de longo prazo do país que queremos – algo que, a meu ver, está fazendo falta.


Que critérios, a seu ver, deveriam nortear a análise que o Conselho faria sobre cada projeto de aquisição de terras?

 
Vejo alguns direcionadores que seriam importantes. A aquisição é para uma atividade econômica que utiliza a nossa base fundiária de um modo que interessa ao Brasil? Esta atividade contribui em certo grau para um adensamento da cadeia de agregação de valor e geração de empregos aqui dentro do país, em vez de simplesmente significar exportação de  matéria-prima sem industrialização? É claro que se eu planto florestas não significa que eu tenha aqui dentro, necessariamente, o último elo de adensamento da cadeia, até porque isso não faz sentido em uma economia globalizada como a que temos, em que não se pode ser o mais competitivo do mundo em absolutamente tudo. Mas quem compra terras deve ter um projeto que proporcione ao menos um razoável grau de adensamento da cadeia, ou contribua para a formação de clusters competitivos. Outro direcionador: as terras estão em uma área do país, ou de uma região do país, que seja interessante desenvolver?  

 
Uma vez aprovado o projeto, haverá alguma supervisão?

 
Sim, haverá. Em primeiro lugar, porque no Brasil sempre se desconfia de que há uma distância entre o que é prometido e o que é feito. Então, no projeto que apresentei, eu propus algumas coisas periféricas. O governo nem precisa fiscalizar. Basta contratar firmas de auditoria reconhecidas, como fazemos na área contábil, para checar se o empreendedor está cumprindo aquilo que se comprometeu a fazer perante o governo. 


A quem você apresentou a proposta?

 
Expus a vários líderes políticos. Um deles foi o Fernando Henrique, que recebeu bem. Mostrei aos deputados da bancada ruralista. Mas eles apresentaram um outro projeto eliminando qualquer restrição. O que eu proponho é um processo que não seja nem à direita, nem à esquerda. A realidade é que foram fatores políticos que determinaram aquele parecer da AGU obstaculizando a compra de terras por estrangeiros. O ano era 2010, Lula concluía o segundo mandato e Dilma concorria pela primeira vez. Havia uma inquietação, um receio sobre compra de terras por estrangeiros. 

Depois que saiu o parecer da AGU fechando a porta, eu disse a vários deputados: minha gente, vejam o que estamos fazendo com o país ao barrar investimentos estrangeiros sem qualquer critério ou distinção... Imagine que você mora em um apartamento. 

Tem gente que você quer receber, tem gente que você não quer. Não faz sentido colocar uma tranca na porta para impedir todo mundo de entrar. Eu colocaria um olho mágico, ao invés da tranca. Você espia e vê se quem está batendo na porta é um cara que você quer receber. Se for, você abre a porta com prazer e até oferece um copo de vinho. Do contrário, não deixa entrar de jeito nenhum.


Por exemplo?

 
Fundos soberanos. Acho que para eles não devemos liberar a compra de terras. As nossas terras são um ativo que deve ser colocado à disposição de empresas, tanto de capital brasileiro quanto estrangeiro, que venham gerar emprego – e emprego de qualidade. 


Como outros países estão tratando o tema da aquisição de terras por estrangeiros?

 
Os Estados Unidos, que também é um país continental, administra isso de “n” maneiras, mas de modo geral não há maiores obstáculos. Se tu vais lá produzir, está ok. A China trabalha com vários regimes de concessão, é um caso diferenciado. Eles têm dez vezes mais florestas que o Brasil. 

Canadá é grande, mas boa parte é gelo, não tem esse foco na utilização da terra. Na Austrália há relativa liberalidade, embora as restrições ambientais sejam muito fortes. Não há muito empreendimento de celulose por lá. 

Na Argentina o sistema político é complicado, mas tu podes comprar terras, não há problema. E tem o continente africano, mas não se pode fazer muita comparação porque depende do país de que se está falando. Em Gana tu podes ganhar do governo uma concessão de 1 milhão de hectares, por exemplo. 


É o extremo oposto.

 
Sim, é um extremo que não serve de comparação. Mas os países estão tentando atrair investimentos e entre outras medidas estimulam o cultivo de suas terras. A Jordânia já esteve aqui oferecendo 200 mil hectares para nós, no tempo em que éramos Aracruz. O Peru também quis nos levar para lá. 

O governo de Alan Garcia fez um esforço muito grande para captar investidores e várias empresas americanas foram para lá. O Paraguai também nos consultou sobre possibilidade de empreender por lá.

Inclusive o governo paraguaio mandou para cá um pessoal para ver como funciona o nosso setor, com o objetivo de criar um sistema regulatório para atração de investimentos relacionados ao cultivo de terras. O Brasil tem de ser atrativo também para esses empreendimentos. 

Repito, estamos falando de uma empresa brasileira de capital estrangeiro, como está previsto na constituição do país. Está, portanto, totalmente sujeita à caneta brasileira. 

Qual é o risco que temos? 

Não há risco. A não ser xenofobia, aqueles medos que estão no subconsciente das pessoas – “eles vão vir e vão tomar conta, vão dominar o país”, essas coisas.


Medo que se conecta com o que acontece em países africanos. 

 
É. Mas a África não serve de parâmetro. Em certos países da região, há uma organização quase tribal, sem sistema político nenhum. Em outros, como em Gana, há uma estrutura mais forte.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Por 7 votos a 4, Supremo decide que desaposentação é inconstitucional






Por não estar prevista em qualquer legislação, a desaposentação é inconstitucional. Foi o que decidiu o Supremo Tribunal Federal, em julgamento nesta quarta-feira (26/10), ao vetar a possibilidade de aposentados pedirem a revisão do benefício quando voltarem a trabalhar e a contribuir para a Previdência Social. O placar registrou 7 votos a 4.
Presidente do STF, Cármen Lúcia não permitiu o adiamento da sessão para esperar a Reforma da Previdência.U.Dettmar
A legalidade do benefício estava em julgamento na Corte há dois anos e sofreu sucessivos pedidos de vista. Mais de 180 mil processos estavam parados em todo o país aguardando a decisão do Supremo.

A validade da desaposentação foi decidida após um aposentado pedir ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a interrupção do pagamento da atual aposentadoria por tempo de serviço e a concessão de um novo benefício por tempo de contribuição, com base nos pagamentos que voltou a fazer quando retornou ao trabalho.

Foram julgados os Recursos Extraordinários 381.367, de relatoria do ministro Marco Aurélio; 661.256, com repercussão geral, e 827.833, ambos de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.

Votaram contra o recálculo da aposentadoria os ministros Dias Toffoli; Teori Zavascki; Edson Fachin; Luiz Fux; Gilmar Mendes; Celso de Mello; e a presidente do STF, Cármen Lúcia. A favor, votaram Marco Aurélio; Luís Roberto Barroso; Rosa Weber; e Ricardo Lewandowski.

A maioria dos ministros entendeu que apenas por meio de lei é possível fixar critérios para que os benefícios sejam recalculados com base em novas contribuições decorrentes da permanência ou volta do trabalhador ao mercado de trabalho após concessão da aposentadoria.

O ministro Dias Toffoli, que redigirá o acórdão, a Constituição Federal dispõe de forma clara e específica que compete à legislação ordinária estabelecer as hipóteses em que as contribuições previdenciárias repercutem diretamente no valor dos benefícios, como é o caso da desaposentação. O voto havia sido apresentado em outubro de 2014.

O julgamento foi retomado nesta quarta. No início da sessão, a ministra Cármen Lúcia negou pedido de adiamento apresentado pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap). Para a ministra, o processo não pode ser interrompido por causa das discussões sobre a Reforma Previdência.


Para ter, é preciso devolver
 

Em parecer enviado nesta quarta ao Supremo, a Advocacia-Geral da União defendeu que para a concessão da desaposentação seria necessário que o segurado devolva todos os valores recebidos durante a aposentadoria.

A AGU entende que a revisão sem a devolução dos valores contraria a Constituição Federal, que estabelece o "caráter contributivo da Previdência Social e a necessidade de preservação do equilíbrio entre suas receitas e despesas” do INSS. Em seu cálculo, a desaposentação custaria R$ 7,7 bilhões por ano aos cofres do INSS. Com informações da Agência Brasil e da Assessoria de Imprensa do STF.


RE 661.256RE 827.833 e RE 381.367 

 http://www.conjur.com.br/2016-out-26/supremo-decide-desaposentacao-inconstitucional
* Texto atualizado às 22h15 do dia 26/10/2016 para acréscimo de informações.

O Brasil precisa selar novos acordos comerciais com a União Europeia


É o que defende Francisco Turra, presidente da ABPA, em palestra no Sul

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal

A grande aposta para a retomada do crescimento da economia brasileira está no mercado externo que tem registrado uma crescente procura pela produção brasileira. Esta foi a tese defendida por Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) durante palestra no tradicional Tá na Mesa, evento promovido pela Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul) nesta quarta-feira (26), em Porto Alegre. 

“O que está salvando 2016 são as exportações”, afirmou Turra ao recordar que o país responde por 1,4% das trocas comerciais em todo o planeta e alcança 6,9% do comércio agrícola mundial, com destaque para soja, carne bovina, tabaco e frango. O agronegócio, aliás, ancorou a economia do Brasil em 2015. Mesmo em meio a uma retração de 3,8% do PIB, o setor alcançou um resultado positivo ao se manter com um crescimento de 1,8% na comparação com o ano anterior.

Para ele, é preciso apontar a mira para o mercado externo e selar novos acordos comerciais com a União Europeia, a exemplo dos existentes com a China e Coréia do Sul. Segundo dados apresentados pelo ex-ministro, o volume de carne de frango exportado registra um incremento de 6,1% de janeiro a setembro de 2016, em relação a igual período de 2015, e a receita chegou à casa dos US$ 5,2 bilhões. Já as exportações de carne suína cresceram 40,3% e a receita subiu 11,9%, no mesmo período comparado.    

Para garantir protagonismo lá fora, Turra ainda aconselha que seja divulgado que o agronegócio brasileiro é um dos mais sustentáveis do mundo ao preservar 61% das suas áreas. Ele também sugere uma maior aproximação da agroindústria com o produtor. “Temos alguns exemplos em que a cada uma das partes é responsável pelos investimentos e o governo incentiva via ICMS”, sublinha Turra. 

Qualcomm faz acordo para comprar NXP por US$ 38 bi


Qualcomm e NXP fecharam acordo de venda por US$ 38 bilhões, o maior da história da indústria de chips



A Qualcomm vai comprar a NXP Semiconductors por cerca de 38 bilhões de dólares, no maior acordo de aquisição da história da indústria de chips e que expandirá sua atuação no setor automotivo.

O acordo vai tornar a Qualcomm, que fornece chips para celulares Android e para a Apple, a principal fornecedora de semicondutores da indústria de veículos e ajudará a empresa a reduzir sua dependência do mercado de smartphones.

A Qualcomm, que obtém a maior parte de seu lucro de patentes de telefonia móvel, tem enfrentado fraqueza nas vendas de celulares inteligentes e ferrenha competição de rivais na China e Taiwan.

A empresa combinada deverá ter receita anual de mais de 30 bilhões de dólares. A Qualcomm ofereceu preço de 110 dólares por ação da NXP, um prêmio de 11,5 por cento sobre o preço de fechamento da ação da rival na quarta-feira.