quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Trump ganhou, e agora? Conselhos práticos para quem tem negócios e investimentos nos EUA

 

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Reproduzo postagem do Dr. Alexandre Piquet, advogado brasileiro que atua em Miami. Já tive a oportunidade de trabalhar com ele algumas vezes.

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INFORMATIVO

Teremos um novo Presidente a partir do ano que vem. O que muda para quem já tem ou pretende fazer negócios, morar e trabalhar nos Estados Unidos?
Nos Estados Unidos, a Constituição de 1787 veda a edição de leis retroativas de uma maneira geral (art. 1º, seção 9, 1: "
ex post facto law") e proíbe aos Estados que elaborem leis que prejudiquem a obrigatoriedade dos contratos (art. 1º, seção 10, 1: "law impairing the obligation of contracts").

Ou seja, é muito improvável que alguma decisão do futuro Presidente a partir de 2017 venha a afetar ou prejudicar retroativamente o Direito adquirido do investidor e empresário Brasileiro que já se estabeleceu aqui nos Estados Unidos.
Portanto, nosso aconselhamento agora é que todas as decisões importantes sejam tomadas ainda este ano para gozar da proteção jurídica de anti-retroatividade:
  • Planejamento Imigratório para petições de vistos de trabalho e Green-Card, tais como O-1, P-1, E-2, H-1B, L-1 ou EB-5;
  • Formação e registro de Pessoa Jurídica Americana ou Offshore, tais como LLC, Corp e BVI;
  • Planejamento tributário e sucessório mediante Trust ou estrutura equivalente de fideicomisso;
  • Aquisição ou refinanciamento de imóveis com obtenção de hipoteca junto aos Bancos Americanos.
Estamos à disposição para esclarecer em detalhes todas as suas opções sob o ponto de vista jurídico e contábil em vista do novo governo nos Estados Unidos.

Atenciosamente,

Dr. Alexandre Piquet
Attorney at Law
Piquet Law Firm, P.A.
 
 
 http://adlerweb.blogspot.com.br/2016/11/trump-ganhou-e-agora-conselhos-praticos.html

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Mesmo se empresa for fechar, demissão em massa deve ser acordada com sindicato


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Demissão em massa deve ser acordada antes com sindicato, mesmo que a empresa não tenha mais condições de seguir com suas atividades. É o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, que condenou uma empresa paranaense especializada na fabricação de equipamentos para usinas do segmento sucroalcooleiro a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 350 mil e por dano moral individual de R$ 5 mil a cada trabalhador demitido entre maio e agosto de 2013.

Segundo o inquérito do Ministério Público do Trabalho, foram demitidos 75 trabalhadores, que totalizavam 100% do pessoal da indústria. O fato ocorreu após uma fiscalização empreendida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que interditou 90% dos equipamentos fabris, por falta de segurança no maquinário.

Na opinião do MPT, a demissão foi retaliação “à ação fiscalizadora do Estado, que exercendo o dever de polícia havia interditado equipamentos da empresa, e ao exercício da representação sindical, que desde 2012 vinha denunciando as más condições de trabalho oferecidas pela empresa”.

Na primeira instância, o juízo da Vara do Trabalho de Ourinhos absolveu a empresa e seu sócio da condenação ao pagamento das indenizações. A 6ª Turma do TRT-15 deu provimento parcial ao recurso impetrado pelo MPT, reformando a sentença. “O direito prestativo do empregador de despedir empregados não pode ser interpretado de forma absoluta. Submete-se a determinados limites, sob o influxo do postulado da dignidade da pessoa humana, tanto nas despedidas individuais quando nas dispensas coletivas, cujas repercussões sociais são evidentemente mais graves”, escreveu em seu voto o desembargador relator João Batista Martins César.


Motivo econômico ou tecnológico 

Em 2013, a Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho definiu que a demissão em massa deve ter um motivo, que pode ser econômico, tecnológico ou de alteração na estrutura da empresa. Uma crise financeira ou o fechamento de uma linha de produção são justificativas para uma dispensa coletiva. “O núcleo do conceito de demissão coletiva está associado a um fato objetivo alheio à pessoa do empregado", afirmou a ministra Maria de Assis Calsing, relatora da ação analisada.  

Com informações da Assessoria de Imprensa do TST. 


Processo 0010125-07.2014.5.15.0030

Como a vitória de Trump afeta os seus investimentos


Anúncio do novo presidente dos Estados Unidos provocou a queda dos índices de ações ao redor do mundo e alta do dólar. O que o investidor deve saber




São Paulo – Contrariando pesquisas de intenções de voto, o anúncio da eleição do bilionário Donald Trump à presidência dos Estados Unidos na manhã desta terça-feira (9) surpreendeu muitos analistas e provocou um verdadeiro rebuliço no mercado financeiro global.

Isso porque o candidato republicano, empresário sem carreira prévia na política e dono de um discurso protecionista, provoca incertezas sobre como deve guiar a economia da maior potência mundial nos próximos quatro anos.

Mas de acordo com o professor de economia da USP, Luiz Jurandir Simões, declarações radicais de Trump, que assustaram muita gente durante a corrida eleitoral, não são motivos para pânico. “A leitura de que a eleição será uma tragédia é um pouco ingênua. Temos de separar o candidato, que precisa fazer declarações bombásticas para conquistar votos, do presidente eleito”.

Para ele, o sistema econômico e político americano tem mecanismos de controle suficientes para não permitir que o presidente governe sozinho.
 
Mesmo que o partido do novo presidente tenha obtido maioria no Congresso americano, Simões aponta que os próprios republicanos devem pressionar Trump. “Durante a corrida eleitoral outros nomes do partido já vinham colocando uma faca no pescoço do candidato”.

Ainda assim, Simões afirma que tensões poderão acontecer. “Trump pode ser mais agressivo em negociações comerciais e ceder menos em questões geopolíticas do que Obama, por exemplo”.

Ou seja, apesar de o primeiro discurso do presidente eleito ter sido conciliador, o que atenuou a queda das bolsas americanas nesta manhã, o vai e vem do mercado financeiro deve continuar intenso até que Trump dê sinais mais claros de como deve executar o seu programa de governo, de acordo com analistas ouvidos por EXAME.com.

Afinal, como a eleição de Trump afeta as suas decisões de investimentos? Veja as respostas:


1) Investimentos conservadores devem ser priorizados no curto prazo
Paulo Gomes, estrategista da gestora de investimentos Azimut, recomenda que o pequeno investidor que já tenha uma carteira de investimentos não realize mudanças em um primeiro momento até que a equipe e as primeiras medidas do novo governo sejam anunciadas.

Para quem deseja começar a investir agora, Gomes indica aplicações com prazo maior do que um ano, quando o cenário político já deve estar mais claro tanto no Brasil como nos Estados Unidos, o que reduz a chance de o investimento sofrer oscilações e dar prejuízo.

Já para quem pode precisar do dinheiro aplicado antes desse prazo, a recomendação são títulos de renda fixa pós-fixados atrelados à taxa CDI, usada como referência para investimentos de renda fixa e que tem comportamento semelhante à Selic. “Mesmo que os juros tenham começado a cair no Brasil as taxas continuam atrativas. O investimento garante o poder de compra do investidor neste cenário”.


2) Mercado de ações exige cautela
O investidor moderado, que esteja disposto a tomar um pouco mais de risco, pode aplicar uma parte pequena de seus investimentos na bolsa de valores, visando o médio e longo prazo.

Nesse caso, é preferível optar por papéis de empresas brasileiras mais imunes às oscilações por serem menos dependentes do comércio com os Estados Unidos. Um exemplo são papéis do setor financeiro, tanto de bancos nacionais como administradoras de cartões.

Na outra ponta, é aconselhável evitar a compra de ações de empresas que podem sofrer mais com eventuais medidas protecionistas que podem ser anunciadas por Trump, como as que exportam produtos para os Estados Unidos.


3) Aplicações atreladas ao dólar devem ser evitadas
Gomes, da Azimut, também desaconselha o investimento em fundos de ações americanas ou outros ativos em dólar agora. “A moeda americana pode se enfraquecer nos próximos quatro anos por conta do plano de Trump de cortar impostos. Essa medida pode descontrolar as finanças do país e provocar uma fuga de investidores locais, o que desvaloriza a moeda”.

Para quem quer diversificar investimentos no exterior, o estrategista recomenda ativos asiáticos ou de empresas multinacionais globais que atuam em setores de menor volatilidade, como o farmacêutico.


Compra de dólar para viagens deve ser feita agora
Quem precisa comprar dólar para utilizar em uma viagem internacional nos próximos meses deve comprar a moeda aos poucos a partir de agora, como forma de reduzir as chances de perdas.

No curto prazo, a tendência é de que a moeda americana se valorize com relação ao real enquanto houver dúvidas sobre o governo eleito. André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual, elevou sua expectativa de alta da moeda americana de 3,30 para 3,60 reais no final deste ano.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Ministra Cármen Lúcia suspende PLs que viraram motivo de disputa no TST




A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, deferiu, neste domingo (6/11), liminar que voltou a suspender a tramitação de 32 projetos de lei relacionados à Justiça do Trabalho. Os PLs já haviam sido suspenso pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Ives Gandra Martins Filho, mas voltaram a andar quando a ministra do TST Delaíde Arantes cassou a decisão do presidente da corte.
Cármen Lúcia tem se declarado contrária a reajustes salarias para a magistratura neste momento de crise.
Carlos Humberto/SCO/STF
O ministro Ives Gandra fechou acordo com o Congresso para preservar o orçamento da Justiça trabalhista e, em troca, desistir, por enquanto, de pedir novos desembolsos da União, enquanto durar a crise econômica do país. De acordo com o presidente do TST, adiar a abertura de 8 mil novas vagas, por exemplo, significa uma economia de R$ 1 bilhão por ano.

A maioria dos projetos tratava da criação de varas do Trabalho e de cargos de juiz, que precisam de aprovação de lei pelo Congresso Nacional. Havia ainda projetos de aumento salarial da magistratura trabalhista e concessão de benefícios.

A medida de Ives Gandra, no entanto, não foi bem recebida pelos magistrados trabalhistas. Diversos ministros do TST defenderam que o presidente do tribunal precisaria consultar o órgão especial da corte antes de tomar tal decisão.

O ministro e ex-presidente do tribunal, João Oreste Dalazen, que tem uma filha aguardando a abertura de vagas no TRT-2 para ser nomeada, fez um discurso furioso contra a iniciativa de Ives Gandra. “Vossa excelência relegou ao oblívio decisão não só do CSJT, mas do Órgão Especial do TST. Sobrepôs-se a todos esses órgãos que, ouvidas as áreas técnicas, aprovaram o encaminhamento dessas dezenas de projetos de lei de interesse da Justiça do Trabalho”, disse.

Na realidade, dos 32 projetos do TST, apenas cinco tiveram referendo do Órgão Especial. Os outros 27 foram enviados pelo antecessor de Ives Gandra ad referendum do colegiado e ainda não foram apreciados. Vale lembrar que a retirada de projetos de pauta pela Presidência não é inédita.

Quem também não gostou da medida foi a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra). Em nota, a entidade chamou a atitude de retrocesso. “Lastima-se que ao invés de manter os projetos o Congresso Nacional, com acompanhamento individualizado e negociado com lideranças e com o governo, para adequação de possibilidades de aprovação de forma gradativa, ou mesmo de suspensão de todos, temporariamente, mas com retomada em tempo oportuno, tenha-se optado por medida radical e que não prestigia o interesse público pela lógica da eficiência da prestação jurisdicional”, diz a nota da associação de juízes trabalhistas.
Delaíde Arantes afirmou que presidente do TST não pode passar por cima de decisões colegiadas.
Agência Senado
Foi a entidade que impetrou Mandado de Segurança Coletivo contra o ato de Ives Gandra. Delaíde Arantes concedeu liminar na ação constitucional, e suspendeu a medida do presidente do TST. Segundo Delaíde, ao enviar ofícios ao Congresso pedindo que os projetos fossem retirados de tramitação, Ives Gandra usurpou a competência do CSJT e do órgão de cúpula do TST. Na liminar, ela afirma que, embora o presidente da corte tenha a competência de enviar ao Congresso projetos aprovados pelos colegiados, não pode, monocraticamente, decidir que eles não interessam mais.

“A competência do presidente do Tribunal Superior do Trabalho está definida no artigo 35, incisos I a XXXVII, do Regimento Interno do TST e não consta em nenhum desses incisos qualquer menção à competência para a prática do ato tido por coator”, escreveu a ministra.

A briga acabou extrapolando a Justiça do Trabalho e indo parar no STF. A advogada-geral da União, Grace Mendonça, entrou com pedido de Suspensão de Segurança no Supremo. Cármen Lúcia, liminarmente, deu razão à AGU, e cancelou os efeitos da decisão de Delaíde.


Cármen contra aumentos
 

Diferentemente do ex-presidente do STF Ricardo Lewandowski, que costumava apoiar pedidos de reajustes a juízes e servidores, Cármen Lúcia vem adotando uma posição de austeridade salarial. Em entrevista ao programa Roda Viva, ela declarou ser contra a proposta de aumentar os vencimentos da magistratura brasileira. Segundo ela, juízes devem ter boas condições de trabalho e ser bem remunerados, mas agora “não é hora” de discutir o reajuste, em período de crise econômica.

“Nenhum bom juiz brasileiro quer que o aumento de sua remuneração seja à custa de 12 milhões de desempregados.” O projeto de lei que aumenta os subsídios dos membros do Supremo foi aprovado em agosto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado e teve pedido para tramitar em regime de urgência.

A ministra defendeu ainda o fim dos 60 dias de férias para juízes. Segundo ela, grande parte da magistratura volta antes desse período para colocar os processos em dia. O problema na verdade é que esses benefícios acabam sendo acumulados, avaliou.

Obviamente, as declarações da presidente do STF foram criticadas pela classe. Para a Anamatra, o reajuste é justo, já que, entre 2005 e 2015, a Justiça do Trabalho pagou R$ 208 bilhões aos jurisdicionados e contribuiu com o recolhimento de R$ 3 bilhões aos cofres da União. "No entanto, ao longo dos anos, sempre que tramitam projetos de lei destinados a apenas revisar, e não aumentar o valor dos subsídios, surgem os mesmos argumentos quanto a não ser o 'momento adequado'", reclamou a entidade, que ainda apontou que o salário dos magistrados da área trabalhista não ultrapassa o teto constitucional e tem perdido poder de compra.


SS 5.154


Guru Jim Collins responde 5 perguntas de empresários brasileiros


Um dos maiores pensadores de gestão da atualidade respondeu perguntas de executivos como Jorge Paulo Lemann e Paulo Correa. Veja o que ele ensinou




São Paulo – Autor de best-sellers como “Empresas feitas para vencer” e “Vencedoras por opção”, o norte-americano Jim Collins é considerado um dos maiores, se não o maior, pensadores de gestão da atualidade.

Seguidor do “pai da administração moderna”, Peter Drucker, ele ultrapassou a marca de 10 milhões de livros vendidos.

Nesta segunda-feira (7), Collins participou do evento HSM Expomanagement, por videoconferência, para responder perguntas enviadas por empresários brasileiros.

Ele falou sobre liderança, inovação e sobre o que as companhias devem trabalhar para sobreviver pelos próximos 20 anos. Confira alguns dos conselhos:
  1. Em seus livros, você fala que as empresas excelentes e duradouras têm o chamado “líder nível 5”. O que esse líder faz de diferente dos demais? (De Paulo Correa, presidente da C&A no Brasil).
Jim Collins – Em todas as pesquisas que fiz, um dos achados mais consistentes é o da ambição dos líderes nível 5. As empresas que conseguem sair do patamar de boas para o de excelentes, têm líderes nível 5, enquanto as comparadas têm líderes nível 4.

O líder nível 1 tem capacidades individuais, o nível 2 tem as de equipe, o nível 3 tem as habilidades de gestão e o nível 4 de liderança. O nível 5 tem uma capacidade extra. É a humildade pessoal, combinada com uma determinação implacável.

Os líderes nível 5 são pessoas ambiciosas e focadas, mas não querem poder. Elas pensam no que podem criar, em como podem contribuir, em como desenvolver algo que vai além delas mesmas.

Elas compreendem que liderança não tem a ver com poder, com título, com ranking, ou com personalidade. Os líderes nível 4 inspiram pessoas a segui-los. Os nível 5 estimulam as pessoas a seguir uma causa.
  1. Quais características as empresas devem mudar ou trabalhar nos próximos 10 anos para sobreviverem por mais 20, 30 anos? (De Jorge Paulo Lemann, controlador de empresas como a AB InBev, do Burger King e Heinz).
Jim Collins – Líderes nível 5, em algum momento, fizeram a mudança de deixar de ser alguém que conta as horas para ser alguém que constrói relógios. Sua empresa não pode depender de você. Se sua organização não pode ser excelente sem você, é porque ela não é excelente de verdade.

Criar um relógio é ter uma cultura. O mundo muda, você não está mais aqui, mas ele ainda vai marcar as horas.

É preciso construir uma relação entre mudança e continuidade. De um lado, manter o núcleo, seguir suas verdades e princípios básicos, a sua essência e, do outro estimular o progresso.

E ter um propósito que vai além do lucro. Dinheiro é sangue, oxigênio, é essencial para a vida. Mas você não quer ter escrito no seu túmulo que você bebeu água. Você quer ter construído alguma coisa.

Mas tudo que está em volta do núcleo pode ser alterado. Há quatro práticas comuns que precisam ser mudadas. Primeira: a noção de que uma empresa boa pode sobreviver. Ou você é espetacular, ou vai fechar as portas. Sair de bom para excelente é um processo contínuo. Por mais que você tenha sucesso, sempre pode melhorar.

Segunda: parar de confundir o que é grande com o que é grandioso. Para ser grandioso, você precisa ter um desempenho, retorno sobre capital investido, fazer algo novo de fato. Precisa pensar: quem teria saudades de mim se eu fechasse as portas? O planeta sentiria? Isso não tem nada a ver com tamanho.

Terceira: Mudar a noção de trabalhar para uma empresa para trabalhar por uma causa. Os jovens de hoje não querem trabalhar se não for para uma causa.

Quarta: Mudar a noção de tempo. Precisamos parar de gerenciar as empresas por trimestre e pensar em um quarto de século. É possível fazer isso sim! Você pode definir metas ousadas de longo prazo. Você pode reagir às mudanças que virão no mundo, ou criar uma meta tão audaciosa, tão complicada, que vai te obrigar a mudar, a crescer.

Bill Gates disse que ia colocar um computador na mesa de todo mundo. Era um objetivo muito audacioso. Elon Musk quer colonizar Marte.

  1. Muito se fala da inovação como uma vantagem competitiva. O que você pensa sobre isso? (De Edson Bueno, fundador da Amil).

Jim Collins – A criatividade não é escassa, ela é natural. Toda criança é criativa. A disciplina não. O grande desafio é usar a disciplina para ampliar a criatividade e não para miná-la.

A inovação por si só não é um diferencial competitivo. Mas a capacidade de usar a disciplina para escalonar o investimento em inovação sim.

  1. O que faz com que algumas empresas consigam ser mais resilientes que outras na crise? (De Flavio Batel, diretor-geral da Steelcase no Brasil).

Jim Collins – As empresas vencedoras têm criatividade empírica, disciplina fanática e paranoia produtiva.

A gente já falou sobre a criatividade empírica. A disciplina fanática é propor um ritmo e uma intensidade de trabalho que independem das condições externas. É ter compromissos a cumprir, independente das dificuldades enfrentadas.

A paranoia produtiva é pensar não no que eu preciso fazer se as coisas derem errado, mas quando derem errado. As empresas que têm bons resultados mantêm a paranoia mesmo quando estão bem, elas se preparam para os momentos ruins.

Elas também superam a mediocridade que elas próprias criaram. Enfrentam os fatos sem perder a fé de que vão superá-los. E têm as pessoas certas no lugares certo. A essência são as pessoas.

  1. Como encontrar as pessoas certas? Qual é a inteligência por trás do processo de seleção? (De Honório Pinheiro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
Jim Collins – Esse vai ser um capítulo do meu novo livro. É irrelevante ter uma grande visão sem ter as pessoas certas.

Para isso, é preciso tomar algumas medidas. Um: entender que quanto mais talentosas são as pessoas que você tem, mais audaciosas têm que ser as metas.

Dois: mensure a métrica mais importante. Peter Drucker diz que o que não é medido não é administrado. Acima de 90% dos principais assentos da sua empresa têm que ser ocupados pelas pessoas certas. E você tem que saber disso o tempo todo.

Três: As pessoas trabalham melhor quando os executivos montam o ônibus certo. Cada líder deve ter responsabilidade para saber que as pessoas certas estão nos assentos certos. Essa não é uma função só do RH, cabe ao líder de cada unidade.

Outra coisa é saber lidar com aquela pessoa em quem você investiu, mas que não entrega o melhor resultado. Você demite ou espera? Como saber se é a hora certa de substituir? Você precisa se fazer sete perguntas: está começando a perder seus melhores funcionários por conta disso? Essa pessoa tem um problema de valor, disposição ou competência? Ela acha que tem um emprego ou uma responsabilidade? Qual a relação dela com a janela e o espelho? (Quando tem um problema, ela assume a responsabilidade ou sempre aponta pra fora? Quem aponta sempre para a janela não vai crescer). Sua confiança nela aumenta ou diminui a cada ano? O problema é no ônibus ou no assento?

(Às vezes você tem a pessoa certa no lugar errado). Se ela pedir demissão você vai ficar chateado ou aliviado?

Vou usar uma frase do livro “Empresas feitas para vencer”: seja rigoroso, mas não seja cruel. Quando eu preciso demitir, sempre adoto esse padrão: será que depois que essa pessoa sair da minha empresa eu vou conseguir ligar para ela no aniversário e dar parabéns?

Por fim, cultive a prática de que todas as perguntas devem começar com quem e não com o quê.
 
 
 

Levaremos 10 anos para voltar ao nível de 2012, diz CEO da Volks


Para David Powels, presidente da Volkswagen no Brasil, a indústria levará ao menos uma década para conseguir vender 3,8 milhões de carros no país novamente




São Paulo – Para David Powels, presidente da Volkswagen no Brasil, América do Sul, Central e Caribe, vai levar pelo menos 10 anos para que a indústria de automóveis no país retorne aos patamares de 2012, quando chegou ao recorde de 3,8 milhões de carros vendidos.

“Planejamos uma recuperação muito lenta, de 10 a 12% de aumento por ano nos próximos três a cinco anos”, disse a jornalistas durante o Salão Internacional do Automóvel nesta terça-feira, em São Paulo.

Segundo ele, a indústria utiliza hoje apenas 40% de sua capacidade instalada localmente, uma situação que não existe em nenhum outro lugar do mundo.

Powels disse que o setor tem ainda o desafio de proteger os fornecedores, que passam pelo mesmo problema, e que serão necessários no futuro. “Precisamos negociar com o governo para segurar essa cadeia de valor, porque importar 40 a 50% das nossas peças nos próximos anos não vai funcionar”, afirmou.

A Volkswagen vai investir 7 bilhões de reais no Brasil nos próximos quatro anos. O dinheiro será aplicado, principalmente, no desenvolvimento de uma nova família de quatro veículos, o que vai demandar alterações nas fábricas.

A empresas espera que os novos modelos a ajudem a ganhar participação de mercado no país. Entre eles, estará um novo SVU. Powels não quis revelar quando os produtos chegam ao mercado. “Mas com certeza não vamos aguardar até 2020”, disse.

Ele afirmou ainda que será preciso tratar com o governo também sobre uma maneira de ajudar esses fornecedores a se capitalizar.

“Essa plataforma nova que vamos construir vai demandar tecnologias, materiais, processos diferentes. Esses fornecedores vão ter que investir para entregar os produtos que a gente precisa e muitos deles não têm capacidade financeira”, completou.

A montadora anunciou também que ajudou a trazer para o Brasil uma nova fabricante de bancos, depois de encerrar um contrato com um parceiro antigo, o Grupo Prevent.

A norte-americana Amvian acaba de se instalar no país, em uma nova fábrica construída em Atibaia, no interior de São Paulo. O investimento na estrutura foi todo bancado pela empresa, que já abastecia a Volks em outros países.

A montadora, que reduziu bastante o quadro de funcionários no país nos últimos três anos, tem hoje 17.400 pessoas no time. Segundo Powel, a ideia é não fazer novos cortes, mas ajustes vão depender da economia e do mercado.
 
 

As propostas de Hillary Clinton e Donald Trump para a economia





O Brasil não é prioridade nas relações internacionais dos principais candidatos à presidência dos Estados Unidos

Da Redação, com Agência Brasil


redacao@amanha.com.br
As propostas de Hillary Clinton e Donald Trump para a economia


Cerca de 120 milhões de americanos estão indo às urnas nesta terça-feira (8) para decidir quem vai ser o 45º presidente dos Estados Unidos da América. Os dois principais candidatos – Donald Trump, do Partido Republicano, e Hillary Clinton, do Partido Democrata – estão concorrendo com uma margem estreita de diferença na intenção de votos.

Levantamento feito pelo jornal The Washington Post indica que, pelos dados atualizados na segunda-feira (7), Hillary já teria ultrapassado os 270 votos, que é o número de delegados necessários para assegurar a presidência. De acordo com o jornal, a tendência é de que Hillary alcance 275 votos do colégio eleitoral. Mas os democratas estão reagindo com cautela e evitam manifestações de otimismo. O vencedor das eleições para a presidência dos Estados Unidos será anunciado oficialmente em 6 de janeiro de 2017, após um complicado sistema de contagem de votos do colégio eleitoral. Mas é possível que, já nesta terça à noite, a imprensa esteja antecipando o nome do vencedor. 


Relações com o Brasil
 

América Latina e o Brasil, em particular, não são prioridades nas medidas de relações internacionais dos dois principais candidatos à presidência dos Estados Unidos. Essa é a opinião de Vladimir Fernandes Maciel, coordenador do Mestrado Profissional em Economia e Mercados e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, de São Paulo. “Os Democratas que fazem parte da equipe de Hillary possuem um discurso genérico para a região, como continuar a estreitar os laços e as parcerias o que na prática não implica coisa alguma diferente da atual política”, explica Maciel. “Já os Republicanos que estão na equipe de campanha de Trump ou simplesmente ignoram a América Latina ou a usam como bode expiatório nas questões da imigração e no desemprego elevado na categoria demográfica de homens, brancos e com baixa qualificação”, afirma. Para Maciel, não é simples dizer o que seria pior ou melhor para o Brasil, mas o mercado financeiro nacional aposta que uma vitória de Trump teria impactos negativos maiores.  


Economia e política externa

 
Acompanhe, a seguir, as principais propostas de Hillary e Trump para a economia e política externa. 


A economia com Hillary
A candidata do Partido Democrata tem um plano de curto e médio prazo para aumentar os ganhos das famílias norte-americanas. Entre os itens do projeto estão benefícios fiscais para os endividados e a conquista de melhores salários que serão conseguidos com investimentos em infraestrutura e energia limpa, por exemplo. Hillary também promete reduzir a burocracia para pequenos negócios, aumentar o salário mínimo, além de garantir salários iguais para homens e mulheres. O plano prevê ainda fortalecer sindicatos e oferecer benefícios a empresas que invistam na educação e formação profissional dos funcionários. Hillary quer facilitar a gratuidade das universidades locais para os setores mais pobres e apenas reformar o programa Obamacare (seguro de saúde). Ela também deve ratificar acordos comerciais já negociados e iniciar outras discussões.  


A economia com Trump
O candidato do Partido Republicano almeja aumentar o nível de empregos. Trump afirma que pretende aumentar impostos para quem o fizer ou para quem não empregar preferencialmente norte-americanos. Ele também prometeu aumentar os impostos dos ricos para diminuir a dos pobres, mas depois voltou atrás. Ele agora afirma pretender simplificar e reduzir impostos para todos os americanos. Trump diz ainda que cortará gastos do governo. O projeto econômico do candidato republicano quer reduzir o déficit e flexibilizando as regulamentações. Trump projeta crescimento de 3,5% a 4% (contra 1,8% projetado para 2016). Ele também quer renegociar os acordos comerciais e suprimir o Obamacare (seguro de saúde).


A política externa de Hillary
Hillary promete combater e derrotar grupos terroristas. Além de modernizar as forças armadas, ela sugere endurecer protocolos de segurança em aeroportos e outros pontos considerados frágeis e manter um monitoramento tecnológico mais efetivo para evitar o crescimento de grupos como o Estado Islâmico na internet, criando uma comissão nacional de criptografia. Ela também promete que deve priorizar soluções diplomáticas e manter a China “sob controle”.


A política externa de Trump
Trump defende a adoção de táticas de tortura e diz que poderia aprovar técnicas ainda mais duras do que o “waterboarding”, um tipo de afogamento proibido atualmente. Ele diz ainda que os EUA precisam ser “imprevisíveis” e se diz aberto ao uso de armas nucleares, inclusive como reação a ataques terroristas como os ocorridos em Bruxelas, na Bélgica, no início de 2016. Trump também defende que o país se volte à sua própria defesa e que aliados como Japão e países europeus precisam investir mais em sua própria segurança. O candidato promete modernizar o arsenal nuclear e buscar uma convivência pacífica com países como China e Rússia.

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