terça-feira, 29 de novembro de 2016

Com eleição de Trump, Brasil mira parceria comercial com Canadá




Com a eleição de Donald Trump e a perspectiva de que os EUA adotem postura refratária ao avanço de acordos comerciais, o governo deve acelerar conversas para acertos com o Canadá, diz Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 

"Considerando a imprevisibilidade que a eleição de Trump traz, está na hora do Brasil e do Mercosul apostarem em acordos que estavam adormecidos", afirmou o ministro à Folha. A pasta é encarregada de conduzir negociações internacionais juntamente com o Itamaraty. 

Segundo ele, o tamanho da economia do Canadá (décima maior do mundo) já justificaria o movimento. Mas, além disso, há sinais recentes de que os canadenses têm real interesse num acordo. 



Rob Schumacher - 9.jul.2015/USA Today Sports/Reuters
Jul 9, 2015; Toronto, Ontario, Canada; A general view of the CN Tower and Toronto skyline behind the grandstand of the Beach Volleyball Centre in preparation for the 2015 Pan Am Games. Mandatory Credit: Rob Schumacher-USA TODAY Sports ORG XMIT: USATSI-230534
Vista de Torono, no Canadá

A indústria, que nos últimos anos mudou sua posição e passou a apoiar que o país firme acordos comerciais, tem feito chegar ao governo seu interesse na aproximação, afirma o ministro. 

Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) indica que se trata de um mercado potencial bilionário e ainda pouco explorado. De acordo com a pesquisa, há oportunidades em ao menos 321 tipos de produtos que, juntos, representam um mercado de US$ 109 bilhões ao ano – hoje, o país só abocanha 1% desse montante. 

Nesse grupo, estão mercadorias que o Brasil exporta a preços competitivos no mercado internacional e que o Canadá importa em grande quantidade. As maiores oportunidades estão nos setores de máquinas, alimentício, químico, de metalurgia e automotivo, aponta a pesquisa. 

"Estamos terminando as negociações com o México. Se fecharmos um acordo com o Canadá, estaremos bem posicionados no Nafta", afirma Carlos Abijaodi, diretor da CNI, citando bloco que une EUA, Canadá e México. 


2016*
2,30
2006
2,36
2007
1,86
2008
1,71
2009
2,32
2010
3,13
2011
3,08
2012
2,70
2013
2,31
2014
2,36
2015
1,93
2016*


DIÁLOGO

 
De 2010 a 2012, o Brasil e o Canadá conduziram um diálogo exploratório, espécie de ensaio para a negociação do acordo de livre-comércio. 

O governo brasileiro chegou a fazer consultas ao setor privado, que demonstrou interesse em prosseguir. Mas não houve avanço por resistências do Mercosul. 

O acordo do bloco sul-americano determina que seus membros negociem tratados em conjunto quando estes envolvem tarifas de importação. O acordo do Nafta não possui o mesmo tipo de regra. 

Neste ano, canadenses e brasileiros voltaram a falar oficialmente sobre retomar as conversas para um acordo. 

O Canadá é hoje o 18º destino de exportações brasileiras. Mas os embarques para lá têm apresentado desempenho melhor do que muitos países. De janeiro a outubro deste ano, enquanto as vendas totais ao exterior caíram quase 5%, as exportações para o Canadá subiram 2%. 

Apesar do entusiasmo em relação ao Canadá, a prioridade brasileira no momento segue sendo as negociações com a União Europeia, lembra Pereira. Segundo o ministro, há esforço concentrado do governo para finalizar as bases do acordo entre o Mercosul e o bloco europeu. 


 OPORTUNIDADES
 
Veículos
27
53
Máquina e equipamentos
50
Produtos químicos
37
Produtos alimentícios
29
Metalurgia
27
Veículos

JBS aumenta em 81% as vendas de frangos e suínos para a China


Exportações subiram depois a abertura do mercado para a exportação de produtos do Brasil para os chineses 

 





São Paulo – A abertura do mercado para a exportação de produtos do Brasil para a China, desde dezembro de 2015, já trouxe bons resultados de vendas para a JBS Foods.

De acordo com a companhia brasileira, uma das maiores exportadoras de carnes do mundo, as exportações de frangos e suínos para a China cresceram 81% apenas neste ano, em comparação com o ano anterior. 

Com isso, o país virou o principal destino das exportações da empresa.

Flávio Malnarcic, diretor executivo de mercado externo da JBS Foods, atribui o aumento à demanda crescente pelas proteínas na China, maior produtor mundial de suínos e o terceiro maior produtor de frangos no mundo.

“A demanda ainda é crescente em função do forte desenvolvimento econômico e queda na produção local”, explica o diretor.

A empresa teve de adaptar seu portfólio ao mercado chinês e passar por rígidos controles de qualidade, antes de começar as vendas. Em 2014, foram aprovados os primeiros abatedouros de suínos no Brasil para exportar cortes diretamente para o país.

Os primeiros cortes de frango importados foram os pés e as asas, para só depois iniciar as vendas de coxas e sobrecoxas, além de asas calibradas por faixa de peso. Hoje, os produtos são ofertados em restaurantes e supermercados de grandes centros, como Xangai, Pequim e Ganzu.

A JBS também exporta carne bovina in natura para a China desde agosto de 2015.

Após encontro com Temer, Toyota investirá R$ 600 mi no país


O diretor de comunicação da Toyota, Ricardo Bastos, disse que os investimentos serão destinados à nacionalização dos motores do Corolla

 




Brasília – Após encontro com o presidente da República, Michel Temer, o CEO para América Latina e chairman da Toyota do Brasil, Steve St. Angelo, anunciou que a montadora fará investimentos de R$ 600 milhões na fábrica de Porto Feliz (SP).

“O investimento vai gerar 200 empregos diretos”, disse, no Palácio do Planalto.

O diretor de comunicação e assuntos governamentais da Toyota, Ricardo Bastos, disse que os investimentos serão destinados à nacionalização dos motores do Corolla.

“Serão motores usados para os Corollas vendidos para o Brasil e para América Latina”, afirmou.

De acordo com os executivos, a planta destinada para a fabricação de motores será concluída no segundo semestre de 2019.

“A fábrica foi inaugurada este ano para o compacto Etios e nesta segunda etapa será para a fabricação de motores Corolla”, reforçou. “Vamos continuar trabalhando juntos para fazer o Brasil maior e melhor”, completou Angelo.

Com Trump, Brasil pode superar México na preferência do investidor


Com Trump, Brasil pode superar México na preferência do investidor

A vitória surpreendente de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos pode ser uma bênção disfarçada para o Brasil, já que a pauta de reforma fiscal e a baixa dependência do comércio exterior podem atrair investidores que consideram os mercados mexicanos mais vulneráveis.

Os mercados emergentes vêm experimentando um movimento de venda desde o êxito de Trump no dia 8 de novembro, por medo de que os cortes de impostos e os gastos pesados em infraestrutura possam obrigar o Federal Reserve, banco centra dos EUA, a aumentar os juros mais rápido, o que poderia drenar capital destinado a ativos de maior retorno dos países em desenvolvimento.

Muitos também temem um choque no comércio global se Trump cumprir a promessa de campanha de reavaliar acordos comerciais.

O real caiu 8 por cento nos quatro dias posteriores à eleição de Trump, o segundo pior desempenho entre as moedas da América Latina, só atrás do peso mexicano, mas desde então se estabilizou perto dos 3,40 reais por dólar à medida que o baque inicial diminuiu.

Os investidores dizem que otimismo com a agenda de reformas do presidente Michel Temer elevou o investimento estrangeiro direto no Brasil e deixou o país menos exposto à volatilidade do mercado na esteira da vitória de Trump.

A economia relativamente fechada, bem como seu status de vendedor líquido de petróleo, fazem do Brasil uma atraente alternativa ao México, que vende cerca de 80 por cento de suas exportações para os Estados Unidos. Preocupações sobre o orçamento e a economia retiraram a atratividade do México, que vinha sendo considerado o "queridinho do mercado".

Muitos investidores vêm trocando o México pelo Brasil ao menos desde julho, de acordo com um levantamento da Reuters junto a gerentes de fundos, uma tendência que poderia se acelerar nos próximos meses.
 
Steve Tananbaum, fundador da empresa de gerenciamento de ativos GoldenTree Asset Management, disse estar "bastante positivo" a respeito do Brasil e da Argentina, onde governos de inclinação direitista assumiram no último ano com uma agenda de reformas benéfica ao empresariado.

"Suas moedas caíram bruscamente, mas ainda assim achamos que há muitas mudanças positivas acontecendo por lá", disse. "Politicamente, ambos tiveram mudanças de liderança que são governos pró-crescimento".


BRASIL x ARGENTINA

 
Mesmo após a queda recente, o real e o peso argentino continuam entre os ativos de melhor desempenho no mundo este ano, graças às histórias semelhantes do presidente brasileiro, Michel Temer, e do argentino, Mauricio Macri.

Ambos substituíram esquerdistas que tentaram estimular a economia com gastos desmedidos e medidas intervencionistas.

Os esforços dos novos mandatários para apertar o cinto vêm cativando os investidores, embora a economia brasileira ainda tenha que se recuperar de sua pior recessão em décadas.

Anos de protecionismo também reduziram a dependência das duas economias ao comércio exterior, protegendo-as de possíveis abalos.

Embora os títulos e as moedas tenham despencado, as ações dos mercados emergentes estão em uma situação mista desde a eleição, já que as perspectivas de gastos em infraestrutura elevaram os preços dos metais industriais.

O Ibovespa recuou 3,8 por cento desde a votação nos EUA, em comparação com uma queda de 6,2 por cento nas ações mexicanas, enquanto um índice de ações dos produtores de produtos básicos subiu 20 por cento.

Carlos Sequeira, chefe de pesquisa do Banco BTG Pactual SA, disse que as ações brasileiras podem subir ainda mais se Temer obtiver apoio parlamentar para limitar os gastos públicos e conter o crescimento da dívida.

Isso permitiria ao Banco Central brasileiro continuar seu ciclo de redução dos juros, disse ele, tornando os investimentos em ações mais atraentes em termos relativos.

"Há gordura para queimar mesmo se os juros dos EUA subirem mais do que o esperado", disse Sequeira .

(Reuters, 28/11/16)

OCDE vê impulso dos EUA à economia global e estagnação do Brasil em 2017


OCDE vê impulso dos EUA à economia global e estagnação do Brasil em 2017

O crescimento global vai acelerar mais rápido do que se esperava nos próximos meses uma vez que os cortes de impostos planejados pela administração de Trump e os gastos públicos aquecem a economia dos Estados Unidos, com expectativa de estagnação no Brasil em 2017, disse a OCDE nesta segunda-feira.

Em seu Panorama Econômico, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico revisou suas previsões para cima e estimou que o crescimento global vai acelerar de 2,9 por cento este ano a 3,3 por cento em 2017 e chegará a 3,6 por cento em 2018.

Quanto a economia do Brasil, a previsão para 2016 piorou, apontando contração de 3,4 por cento ante estimativa anterior de recuo de 3,3 por cento. Mas para 2017 a conta apresentou melhora, com a OCDE projetando estagnação ante contração de 0,3 por cento antes. Para 2018 a organização vê um crescimento de 1,2 por cento.
 
A organização com sede em Paris foi ligeiramente mais otimista sobre as perspectivas dos Estados Unidos, com uma previsão de crescimento no próximo ano de 2,3 por cento, ante 2,1 por cento previstos em setembro.
 
O crescimento dos EUA vai acelerar mais em 2018 para 3,0 por cento, a taxa mais alta desde 2005, com a administração Trump prometendo cortar impostos para pessoas jurídicas e físicas, além de iniciar um programa de investimento em infraestrutura.
 
Uma renovada economia norte-americana vai ajudar a compensar a fraqueza em outros lugares do mundo.
O OCDE mostrou-se ligeiramente menos pessimista sobre o cenário para o Reino Unido do que em setembro, uma vez que o banco central tem ajudado a aliviar o impacto econômico da decisão de deixar a União Europeia.
 
A economia britânica deve crescer 2,0 por cento este ano, contra 1,8 por cento estimado anteriormente, embora a taxa possa cair pela metade até 2018.
 
A previsão para a China, que não é membro da OCDE, é de um crescimento de 6,7 por cento neste ano e de 6,4 por cento em 2017, ambos um pouco melhor do que o esperado anteriormente.
 
A perspectiva para a zona do euro também foi ligeiramente melhor, apesar das incertezas sobre o futuro relacionamento do Reino Unido com o continente. Impulsionado pela política monetária frouxa, o crescimento da região foi projetado em 1,7 por cento neste ano e em 1,6 por cento em 2017, ambos revisados com ligeira alta 

(Reuters, 28/11/16)

Serra: “Estar no Mercosul atrapalha nossa negociação de açúcar com a UE”



Serra: “Estar no Mercosul atrapalha nossa negociação de açúcar com a UE”

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o fato de o Brasil fazer parte do Mercosul atrapalha as tentativas de negociar açúcar para a União Europeia. "Fragiliza a nossa posição", disse o chanceler brasileiro, no encerramento do Unica Fórum, evento promovido pela União da Indústria de Cana-de-açúcar, em São Paulo.

"O problema do Mercosul é o problema da alta competitividade (do açúcar brasileiro). A alta competitividade, por incrível que pareça, em certas circunstâncias, chega a ser um problema, não porque é ruim chegar a ela, mas porque provoca reações defensivas nos países que são nossos mercados", afirmou. "E no Mercosul, o que me preocupa, especialmente, é que atrapalha nossas negociações com a União Europeia", acrescentou.

Para Serra, o açúcar enfrenta diversos problemas para acessar outros mercados no exterior. "Somos exportadores a nível mundial, de primeira linha, e esse é o setor, entre os que têm certo tamanho, que tem mais obstáculos ao comércio no mundo inteiro", lamentou o ministro, citando em seguida medidas protecionistas adotadas recentes pela China, em favor da produção de açúcar em uma de suas províncias.

"As medidas não foram feitas contra o Brasil, mas nos atingem, porque somos metade das importações da China", disse. Sobre o etanol, Serra disse que o sucesso dele no Brasil depende de sua transformação em uma commodity, sugerindo que outros países começassem a investir no produto.

"Precisamos ter escala na produção e no comércio internacional, no sentido de viabilizar que o etanol vire uma commodity, e aí a produção brasileira sairá fortalecida em razão da nossa alta competitividade", afirmou o chanceler

 (Agência Estado, 28/11/16)

Samsung avaliará cisão do grupo e criação de holding


Mudanças vêm após o fundo de hedge Elliott pedir em outubro que a empresa sul-coreana se divida em uma holding e uma empresa operacional

 




Seul – A gigante da tecnologia Samsung, sob pressão dos acionistas para melhorar o retorno aos investidores, disse nesta terça-feira que considera criar uma holding, no que seria o maior movimento de reestruturação em seus 47 anos de história.

As mudanças e um plano para elevar dividendos vêm após o fundo de hedge Elliott pedir em outubro que a empresa sul-coreana se divida em uma holding e uma empresa operacional.

Mas a maior fabricante mundial de smartphones, chips de computador e televisores, disse ser absolutamente neutra sobre o processo e deu poucos detalhes sobre a potencial reestruturação.

“A revisão não indica direção ou intenção do conselho para um ou outro caminho”, disse a empresa, que contratou consultores externos para uma revisão que deve levar ao menos seis meses.

A Samsung, avaliada em cerca de 224 bilhões de dólares, viu suas ações fecharem estáveis. O aumento de dividendos de 2016 ficou aquém de algumas previsões, com a incerteza sobre a reestruturação mantendo investidores cautelosos, disseram analistas.

A Samsung não mencionou diretamente a Elliott em sua declaração, mas a empresa sul-coreana prometeu responder sobre as propostas do fundo até o fim de novembro.

A Samsung prometeu retornar 50 por cento do fluxo de caixa livre aos acionistas entre 2016 e 2017, ficando aquém do pedido de Elliott de 75 por cento e para pagar um dividendo especial de 26 bilhões de dólares.

Executivos da Samsung não comentaram sobre a reestruturação nesta terça-feira.