quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Só 67% das empresas investem em transformação digital, diz Cisco


"Muitas empresas não irão mais existir no futuro, por não criarem ambientes disruptivos", afirmou gerente de indústria e consumo da Cisco






São Paulo – Com o mundo em constante mudança, quem não se preparar para o futuro está fadado a desaparecer. No entanto, apenas 67% das empresas brasileiras estão investindo em novas tecnologias ou serviços para acompanhar as transformações digitais.

É o que aponta a pesquisa “The Current State of Digital Readiness in Retail”, realizada pela Cisco com mais de 200 executivos do varejo em todo o mundo, sendo 30 deles no Brasil.

“Muitas empresas não irão mais existir no futuro, por não criarem ambientes disruptivos”, afirmou João Paulo Albuquerque Melo, gerente geral da divisão de indústria de consumo da Cisco para América Latina.

A pesquisa aponta que 30% das empresas estão apenas esperando, com uma postura passiva, as transformações ocorrerem, para só então investir em inovação digital.

A Cisco dividiu os investimentos em tecnologias em três fases, de viabilização, diferenciação e definição.

De acordo com ela, uma empresa precisa primeiro formar uma base sólida com data centers, centros de distribuição conectados, obtenção e análise de dados de suas lojas e funcionários.

Depois, criam tecnologias que as diferenciam de seus concorrentes para, enfim, criar novos modelos de negócios e transformar o mercado em que estão inseridos.

Cerca de metade dos investimentos das companhias ainda está relacionada à fase de viabilização, ou seja, na base.

Ainda assim, há alguns setores mais avançados na transformação digital, diz Melo, como empresas de tecnologia da informação e de mídia e entretenimento. Aos poucos, o varejo também está realizando mudanças significativas no seu formato, de acordo com ele.

Entre as empresas que conseguiram modificar o setor usando a tecnologia, estão o Uber, Apple e Starbucks.

Para a Cisco, algumas inovações trazem aumentos significativos no valor de mercado para a empresa. Alguns exemplos são o investimento em análise de dados para aumentar a eficiência dos funcionários, uso de especialistas virtuais que podem dar mais informações ao consumidor sobre um produto e melhorar o check out, para diminuir as filas no caixa e melhorar o fluxo na loja.

 

Americanos e brasileiros


Entre os 200 empresários que foram entrevistados, 30 eram brasileiros. A pesquisa apontou que há diferenças importantes na forma como as empresas por aqui escolhem investir em tecnologia, em comparação com os norte-americanos.

O estudo indica que 67% dos varejistas do Brasil estão investindo a fim de se preparar para a transformação digital, em comparação aos norte-americanos (51%).

Além disso, as empresas brasileiras optam por investir mais em experiência do cliente, com 46% dos investimentos nessa área contra 40% dos gastos de empresas dos Estados Unidos.

Segundo Melo, essa diferença acontece porque as empresas já estão mais avançadas em relação à experiência do consumidor e, por isso, optam por investir em inovações tecnológicas.

Os varejistas no mercado brasileiro estão mais focados em investir em tecnologias que possam auxiliá-los nos indicativos para as próximas tomadas de decisão (como a utilização de ativos e gerenciamento de energia) mesmo que eles ainda não estejam prontos para implementar tecnologias mais inovadoras.

Marca de joias é criticada por fazer parceria com Anitta


Em comunicado, a joalheira pediu respeito a todas as mulheres e afirmou que é uma marca democrática




São Paulo – Na noite de segunda-feira, 16, a Vivara anunciou o lançamento da coleção de anéis e pingentes “Anitta Life by Vivara” e recebeu uma série de críticas de internautas que acreditam que a cantora não possui o perfil da joalheria.

“Não dá pra acreditar que a mesma loja que vende a coleção da Kate e as begônias que são lindas investe na life da Anitta! Eu que não compro mais Life desse jeito”, “Não basta ter dinheiro, é preciso ter bom gosto também! Coleção da Anitta, me poupe!” foram alguns dos comentários no Facebook da marca.

As críticas preconceituosas foram rebatidas por outros consumidores e fãs da cantora, que aprovaram o lançamento: “Pois é agora que eu compro da Vivara!! Anitta rainha, vocês tudo criticando, nadinha”, “Tenho certeza que será um sucesso em vendas, pois a Anitta está vindo de uma ascensão de representatividade, que por sinal a Vivara soube muito bem fazer sua jogada de marketing. Parabéns”, disseram alguns internautas.

Em comunicado, a joalheira pediu respeito a todas as mulheres: “A Vivara é uma marca nacional com quase 60 anos de história e que tem Gisele Bündchen como garota propaganda desde 2007. A ‘Life by Vivara’ é uma marca de joias colecionáveis que busca sempre trazer novidades aos clientes promovendo parcerias frequentes como Disney, Star Wars e agora a coleção cápsula assinada por Anitta”, diz o texto.

“Já tivemos mulheres como Bruna Marquezine, Sabrina Sato, Isis Valverde, Camila Queiroz e atualmente a Alinne Moraes. Somos uma marca democrática, que acredita que todas as mulheres são especiais e acima de tudo merecem nosso respeito.”

A coleção ‘Anitta Life by Vivara’ possui peças com valores entre R$ 150 e R$ 180 e já está à venda no site da marca.
 

Primeiro trem de carga da China para Grã-Bretanha chega a Londres


Trem chegou ao leste de Londres 18 dias após partir de Yiwu, na província oriental chinesa de Zhejiang


Londres – O primeiro trem de carga da rota ligando a China à Grã-Bretanha chegou a Londres nesta quarta-feira após uma viagem de 12 mil quilômetros, um marco no impulso da China para construir laços comerciais com toda a Europa e Ásia.

O trem chegou ao leste de Londres 18 dias após partir de Yiwu, na província oriental chinesa de Zhejiang, passando no caminho por Cazaquistão, Rússia, Bielorrússia, Polônia, Alemanha, Bélgica e França, até cruzar o Canal da Mancha até a Grã-Bretanha.

A remessa teria levado quase o dobro do tempo para chegar a Grã-Bretanha pelo mar. O trem foi carregado de itens como utensílios domésticos, roupas, tecidos, bolsas e malas.

Londres tornou-se a 15ª cidade europeia a ter uma ligação ferroviária direta com a China, após o lançamento em 2013 da iniciativa “One Belt One Road” do premier chinês Xi Jinping.

Carsten Pottharst, diretor-gerente do Grupo InterRail com sede na Suíça, operadora do trem, disse que esperava ter mais viagens entre a China e a Grã-Bretanha.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que a relação com a China continua a ser “de ouro”, enquanto procura trazer bilhões de dólares em investimento chinês no momento em que o Reino Unido se prepara para sair da União Europeia.

Corte maior nos juros ajuda atividade econômica, diz ata do Copom


Na semana passada, o Banco Central surpreendeu ao cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, a 13 por cento ao ano

 




Brasília – O Banco Central informou que a opção pela redução mais intensa nos juros básicos ajudaria a atividade econômica, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, em meio ao cenário de desinflação mais disseminada.

“Essa decisão contribuiria desde já para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica, sem que isso exigisse desvio em relação ao objetivo de levar a inflação para a meta de 4,5 por cento em 2017 e 2018”, trouxe o documento.

Na semana passada, o BC surpreendeu ao cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, a 13 por cento ao ano, após duas reduções seguidas de 0,25 ponto cada.

A queda da Selic é vista por economistas como uma das únicas ferramentas à disposição do governo para dar impulso à economia em meio ao persistente quadro de desarranjo fiscal.

Ainda assim, a avaliação é que a política monetária perdeu força e vai levar mais tempo para se refletir integralmente na atividade diante do cenário de forte recessão e baixa confiança tanto das famílias quanto das empresas.

Na ata, o BC também defendeu que o corte de 0,75 ponto era compatível com sua comunicação, “que favorece explicitar condicionalidades econômicas sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia as suas decisões”.

Após a investida mais agressiva do BC, muitos agentes ajustaram suas previsões para contemplar queda da taxa básica de juros a um único dígito ainda neste ano.

No boletim Focus mais recente, feito semanalmente pelo BC com previsões de uma centena de instituições, a expectativa passou a ser de Selic fechando 2017 a 9,75 por cento, contra 10,25 por cento antes.

Na ata do Copom, o BC repetiu que a extensão do ciclo e possíveis revisões no ritmo de flexibilização continuarão dependendo das projeções e expectativas de inflação e da evolução dos fatores de risco.

“Nada na minha visão mudou frente às conclusões que davam para ser tiradas no comunicado (do Copom) da semana passada”, afirmou o economista-chefe do banco J.Safra, Carlos Kawall.

“(O BC) reconhece o progresso da desinflação, que está mais disseminada com economia mais fraca”, acrescentou ele, para quem o BC cortará os juros em 0,75 ponto nas próximas três reuniões do Copom, diminuindo a intensidade para encerrar o ano com a Selic em 9,25 por cento ao ano.

Do lado favorável para a inflação, a ata do Copom destacou que a economia tem operado em ritmo mais fraco do que se esperava há alguns meses e que os passos no processo de encaminhamento de reformas e ajustes fiscais continuam sendo positivos.

Em sua última previsão sobre o Produto Interno Bruto (PIB), feita no fim de dezembro, o BC projetou expansão de 0,8 por cento para 2017. Economistas, por sua vez, esperam crescimento de 0,5 por cento segundo o Focus, enquanto o FMI vê alta de apenas 0,2 por cento.

Após assinalar na semana passada que os efeitos do fim do interregno benigno têm sido limitados no âmbito do ainda incerto cenário externo, o BC reforçou essa mensagem nesta terça.

Se de um lado as perspectivas são de impacto para o custo do financiamento nos países emergentes, disse o BC, países exportadores de commodities –como é o caso do Brasil– vêm experimentando melhorias em seus termos de trocas.

“Esse contexto reforça a avaliação dos membros do Comitê, de que não há relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária”, disse o BC.


Único economista de Trump tem ideias parecidas com a de Dilma

Conheça Peter Navarro, um pesquisador heterodoxo que será o único economista na equipe de governo de Donald Trump

 






“Ajude a proteger o seu país e a sua família: não compre produtos feitos na China”, aconselha Peter Navarro na abertura de seu documentário Death by China (Morte pela China, em tradução livre), inspirado em livro homônimo. O documentário, de 2012, é a primeira empreitada de Navarro como diretor de cinema. Cinco anos depois, o alarmista Navarro vem a ser o único economista com credenciais na equipe de governo do futuro presidente americano, Donald Trump.


Ter um professor de economia da Universidade da Califórnia com PhD em Harvard poderia parecer a tábua de salvação de um gabinete de governo repleto de empresários bilionários e amplamente questionado pela imprensa e por congressistas democratas e republicanos. Mas não quando esse professor tem as opiniões de Navarro. As visões econômicas dele são tão controversas que é praticamente impossível encontrar outro economista nos Estados Unidos que partilhe de suas ideias. 

De fato, Navarro tentou ajudar um repórter da revista New Yorker a encontrar algum economista de renome que concorde inteiramente com ele, mas fracassou. Peter Navarro, 68 anos, é uma ilha econômica.

O que aproximou Navarro de Trump foram seus livros e filmes sobre a China. Mas eles só foram trabalhar juntos no ano passado. Durante a campanha para a presidência, o economista foi um dos principais conselheiros de Trump. No final de dezembro, foi indicado pelo presidente eleito a um posto específico e inédito, algo como diretor do Conselho Nacional de Comércio, um cargo criado por Trump e vinculado ao executivo dos Estados Unidos, que deve interferir nas transações internacionais do país. A nomeação de Navarro chama a atenção por ser a única de um membro da academia em meio a tantos executivos e homens de negócios no primeiro escalão. Ele deve trabalhar ao lado de Robert Lighthizer, um advogado com experiência em casos de comércio internacional lidando com ações anti-dumping, indicado como representante de comércio exterior.

Mas quais são as opiniões dele que são tão questionáveis a ponto de o economista causar calafrios entre seus colegas? Navarro, dizem seus críticos, partilha das ideias de Trump de que o comércio internacional é um jogo de soma zero, em que há perdedores (os americanos) e vencedores (chineses e mexicanos, basicamente). Para ele, os Estados Unidos deveriam ser mais duros nas suas relações comerciais com os chineses, taxar importados, combater a expansão mercantil asiática, ser estritos com quebra de patente, trazer os empregos de volta e, claro, make America great again. Soa familiar? Trump defende taxas de 45% aos produtos chineses e Navarro, de 43%.

Segundo o analista de economia e colunista da revista Forbes, Tim Worstall, suas opiniões são dignas de um estudante do primeiro ano do curso de economia. “As premissas dele sobre taxas de importação e estímulos às exportações são simplesmente incorretas”, afirma.

Para Worstall, Navarro comete um erro de novato ao afirmar que as importações são deduzidas do PIB — um dos cálculos seria que o PIB é igual à soma dos gastos públicos, consumo das famílias, investimentos e balança comercial (Y=C+I+G+X-M). Diante disso, poderia-se pensar que, realmente, as importações (M) diminuem a riqueza de um país. Mas o dado só está lá para balancear a conta. 
 
Quando compra-se um carro importado ou uma empresa adquire maquinário de outro país, esse gasto entraria em consumo ou investimento. É necessário subtrair as importações para que o dado não seja contabilizado duas vezes, um ensinamento básico do curso de macroeconomia.


Pesquisador lado B


Descrevendo a si mesmo como um “Reagan-Trump democrata”, Navarro foi contratado como professor na escola de negócios Paul Merage de Irvine, vinculada à Universidade da Califórnia, em 1989, após chamar a atenção por sua pesquisa em serviços públicos. Apesar de operar fora do radar, o economista conseguiu, em quase três décadas, acumular certo sucesso acadêmico, caracterizando-se como um pesquisador produtivo, que alguns apontam ser o responsável pela mudança de rota na tradicional visão otimista sobre comércio e a relação China-Estados Unidos que tinha o partido Republicano. Seu artigo acadêmico mais citado é sobre caridade e negócios, e ele também tem outros trabalhos sobre desregulamentação no setor de energia elétrica e sobre os custos da energia nuclear.

Logo após se mudar para a Califórnia, tentou se eleger prefeito de San Diego e deputado pelo partido Democrata, mas não obteve sucesso. No início dos anos 2000, Navarro passou a se aventurar pelo mundo da consultoria em investimentos. Em 2002, ele escreveu um conhecido livro chamado If it’s raining in Brazil, buy Starbucks (Se está chovendo no Brasil, compre ações do Starbucks, em tradução livre), um guia para investidores sobre a importância do cenário macroeconômico nas transações, em um movimento que ele chama de “investimento de macro-ondas”. No entanto, não há ampla aceitação de que o conceito é rentável ou sequer válido. Uma das ideias defendidas, a de que “nunca se deve ir contra a corrente”, é tida como super simplificada, no melhor dos casos, ou errônea.

Navarro mergulhou de cabeça em estudos sobre a China há uma década. Em 2006, ele escreveu o livro The coming China wars (As guerras por vir da China, em tradução livre) um guia sobre uma economia emergente com diversos desafios no caminho para se estabelecer no mercado global e que tem conflitos com outras nações em termos de comércio internacional, energia, recursos naturais, meio-ambiente e propriedade intelectual.

De lá pra cá, vieram o livro e documentário citados no início desta matéria, vários artigos e, mais recentemente, em 2015, o livro Crouching tiger (Tigre que se inclina, em tradução livre), sobre o militarismo e a expansão das forças armadas chinesas, que depois também virou um documentário. O próprio Navarro afirma que Death by China é a “história de como Bill Clinton vendeu a América”. 
 
Trump também tem sua própria opinião sobre o filme: “é direto ao ponto. Este documentário importante detalha nosso problema com a China usando fatos, imagens e insights. Todos deveriam ver”, afirmou o presidente eleito.


Estilo brasileiro


Em outubro do ano passado, a pouco menos de duas semanas das eleições, Navarro e o bancário Wilbur Ross, que depois seria indicado por Trump ao cargo de secretário de Comércio, publicaram um artigo no jornal Wall Street Journal intitulado “Um voto em Trump é um voto no crescimento”. Ambos defendem que as políticas dos republicanos para a economia irão “criar 25 milhões de empregos, aumentar a renda e gerar trilhões de dólares em novas taxas”.

O texto é permeado por um ideal protecionista sobre o aumento de impostos para produtos importados e incentivo às exportações. Tudo isso em prol de fortalecer a indústria nacional, gerar emprego e fabricar os próprios bens de consumo. A substituição de importação é uma antiga receita brasileira e latina — Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, militares e Dilma Rousseff são alguns de seus entusiastas ao longo da história, geralmente com consequências desastrosas para a economia e o ambiente de negócios.

Uma carta contrária a Trump, assinada por 370 professores de economia das mais renomadas universidades americanas, elencou motivos muito ligados a esse tipo de argumento. “Trump enganou o público com afirmações falsas sobre os acordos comerciais terem erodido a renda e riqueza do país. Embora os ganhos não tenham sido bem distribuídos — e isso é um debate importante — tanto a renda média, quanto a riqueza subiram substancialmente desde os anos 1980”, afirma o documento.

Embora as ideias de Navarro estejam claras e alinhadas com as de Trump é difícil de prever se elas serão executadas pelo governo. Segundo o professor de desenvolvimento internacional da Universidade de Nova York, Salo Coslovsky, Navarro está sozinho nas opiniões que defende. “As ideias dele encontram respaldo no público. Há muitas pessoas e grupos de afinidade em seus documentários que compartilham das visões de Navarro. Encontrar apoio para isso no governo é mais complicado”, diz.

Mas caso sejam levadas a cabo é possível ter uma ideia do que pode acontecer. Coslovsky afirma que o aumento nas taxas para as importações de maquinário e de bens irá levar a um aumento no preço dos produtos, redução de competitividade e consequente perda de espaço americano no comércio global. “Os americanos estão frustrados porque perderam empregos na indústria, mas não há como voltar no tempo e recuperar isso”, afirma. O nobel de economia Paul Krugman, colunista de EXAME Hoje, afirma que tentar voltar no tempo agora faz lembrar a história do motorista que percebe ter atropelado um pedestre e, para consertar o estrago, dá ré no carro e só piora a situação.

Worstall, da Forbes, tem uma visão semelhante. Para ele, os consumidores americanos compram produtos chineses porque esses produtos lhes satisfazem, logo os fazem mais ricos. É desastroso aplicar uma política que deixaria as pessoas mais pobres. “Se eles aplicarem essa política, irá acontecer como no Brasil. Existe uma fábrica da Apple para montar iPhones no país [desde 2011], a única fora da China, e só está lá por causa das tarifas que o país impôs. O Brasil tem os iPhones mais caros do mundo. É isso que irá acontecer”. Viramos um modelo para os americanos, e isso é uma péssima notícia para todos.
 

Brasil tem até 7 GW em projetos de energia com dificuldades

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O ano de 2017 deverá ser marcado por uma revisão de projetos no setor elétrico do Brasil, conforme parte significativa das usinas contratadas para iniciar operação nos próximos anos enfrenta dificuldades financeiras ou com fornecedores, disse à Reuters nesta terça-feira uma consultoria especializada.

O universo de empreendimentos com dificuldades para entrar em operação pode envolver entre 5 gigawatts e 7 gigawatts em capacidade instalada, avaliou o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello.

O número mais pessimista representa metade da potência da hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil e segunda maior do mundo.

"Isso é o que a gente acha que está sem fôlego para ser implantado no momento", disse o especialista.
Ele estimou que parte dessas usinas pode enfrentar atrasos relevantes, enquanto muitas outras podem nem sair do papel.

Isso demandará, segundo Mello, um esforço do governo para "filtrar" os projetos e avaliar quais realmente serão concretizados, o que deverá acontecer ao longo de todo o ano, dado o volume de empreendimentos com entraves.

"Vai haver uma consolidação dos novos projetos. De quem vai ficar, de quem vai entrar no prazo.

 Devolução (de projetos) ou adiamento do prazo vai ser um tema bem recorrente em 2017", afirmou.

Segundo Mello, a maior parte da capacidade de geração com problemas para ser implementada é de termelétricas a gás natural liquefeito (GNL), mas há também hidrelétricas e usinas eólicas e solares em dificuldades.

O governo estima que cerca de 8,2 gigawatts em nova capacidade deverão entrar em operação em 2017 e 8,9 gigawatts em 2018.

Os leilões de contratação de novas usinas já realizados pelo Brasil nos últimos anos envolveram usinas que deverão entrar em operação até 2021.

 
DESCONTRATAÇÃO
 

O governo federal propôs a realização neste ano de um leilão em formato inédito-- ao invés de contratar novas usinas, o certame daria a chance de investidores desistirem de empreendimentos com multas menores que o previsto na legislação.

A proposta está em análise pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne autoridades do setor, mas é válida apenas para usinas contratadas em leilões de energia de reserva, que têm como objetivo ampliar a segurança do sistema.

Usinas contratadas em outros leilões devem, por enquanto, negociar reduções ou adiamentos nos contratos de fornecimento de energia diretamente com os clientes, que são as distribuidoras, o que já foi autorizado pelo governo.

"Tem uma proposta do governo para fazer esse 'recall' dos projetos... já tem regulação específica para negociar contratos.. aí pode ser que se abram novas oportunidades", disse Mello (Reuters, 17/1/17)

Quanto o Brasil vai crescer em 2017?

5 instituições, da ONU ao Itaú, revisaram nos últimos dias as suas projeções para o crescimento brasileiro em 2017





São Paulo – Depois de afundar quase 8% desde o final de 2014, a economia brasileira pode estar próxima de emergir da recessão.

A expectativa geral é de uma retomada do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, ainda que tímida.

Os números piores do que o esperado em 2016 prejudicam o resultado também desse ano, assim como o alto endividamento empresarial e das famílias.

Já a aprovação de reformas estruturais e o corte da Selic em 0,75 ponto percentual no último dia 11, mais do que esperado, ajudam na retomada.

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, diz que a revisão oficial da estimativa de crescimento para 2017 sai dentro de duas semanas, mas 5 novas projeções de mercado foram divulgadas nos últimos dias.


Veja a seguir o que elas dizem:



O mais pessimista atualmente é o FMI, que cortou a previsão de crescimento de 0,5% em 2017 feita em outubro do ano passado para os atuais 0,2%. Para 2018, a previsão segue em 1,5%.

A América Latina como um todo foi rebaixada. No México, a razão principal foi o aumento da incerteza diante da vitória de Donald Trump, abertamente hostil ao país.

No Brasil e na Argentina, o problema maior é que os números de 2016 decepcionaram e já fazem com que 2017 comece deprimido, o que é chamado pelos economistas de “carregamento estatístico”.

O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, expressa a visão de consenso do mercado com a contribuição de mais de 120 instituições financeiras.

A expectativa de crescimento do PIB em 2017 está em 0,5%. Há um mês, era de 0,58%. Há dois meses, estava em 1,13%.

Para 2018, a expectativa também vem caindo, mas menos: de 2,3% no mês passado para 2,2% atualmente.


A ONU diz que o Brasil pode ter “virado a esquina” e projeta um crescimento do PIB de 0,6% em 2017 e 1,6% em 2018.

“A incerteza política caiu e os fundamentos de um programa para gerenciamento macro foram introduzidos. No entanto, o alto desemprego e a política fiscal relativamente apertada vão continuar pesando sobre a economia”, diz o texto.

A ONU nota que a América do Sul em geral pode ser beneficiada por uma maior demanda externa, aumento nos preços das commodities e uma política monetária mais frouxa devido ao recuo da inflação.


“A nova administração do presidente Michel Temer foi capaz de aprovar uma emenda constitucional no fim de 2016 que limita o crescimento dos gastos do governo, um passo significativo em direção a controlar e eventualmente corrigir uma deterioração substancial nas finanças soberanas”, diz a agência.

A S&P foi a primeira agência a dar o grau de investimento para o Brasil (em abril de 2008) e a primeira a retirar (em setembro de 2015). Em fevereiro de 2016, promoveu novo rebaixamento.


O Itaú BBA continua na ponta mais otimista do mercado, mas também revisou sua projeção de crescimento para baixo.

Em setembro de 2016, o banco esperava crescimento de 2% em 2017. Em dezembro, cortou para 1,5%, e agora revisou para 1%.

“No curto prazo, a atividade econômica tem mostrado fraqueza maior que a esperada, sobretudo na indústria, a despeito de alguns indicadores setoriais mais promissores. Dessa forma, o PIB deve ter tido novo recuo no 4º trimestre de 2016 (-0,6%, antes esperávamos estabilidade). Isso implica uma piora da herança estatística para 2017 (que passará de -0,4% para -0,8%). Apesar disso, os fundamentos de demanda seguem estáveis na margem, o que deve possibilitar uma pequena expansão da economia em 2017.”, diz a nota assinada pelo economista Rodrigo Miyamoto.