"Muitas empresas não irão mais existir no futuro, por não criarem ambientes disruptivos", afirmou gerente de indústria e consumo da Cisco
São Paulo – Com o mundo em constante mudança,
quem não se preparar para o futuro está fadado a desaparecer. No
entanto, apenas 67% das empresas brasileiras estão investindo em novas tecnologias ou serviços para acompanhar as transformações digitais.
É o que aponta a pesquisa “The Current State of Digital Readiness in Retail”, realizada pela Cisco com mais de 200 executivos do varejo em todo o mundo, sendo 30 deles no Brasil.
“Muitas empresas não irão mais existir no futuro, por não
criarem ambientes disruptivos”, afirmou João Paulo Albuquerque Melo,
gerente geral da divisão de indústria de consumo da Cisco para América
Latina.
A pesquisa aponta que 30% das empresas estão apenas
esperando, com uma postura passiva, as transformações ocorrerem, para só
então investir em inovação digital.
A Cisco dividiu os investimentos em tecnologias em três fases, de viabilização, diferenciação e definição.
De acordo com ela, uma empresa precisa primeiro formar uma
base sólida com data centers, centros de distribuição conectados,
obtenção e análise de dados de suas lojas e funcionários.
Depois, criam tecnologias que as diferenciam de seus
concorrentes para, enfim, criar novos modelos de negócios e transformar o
mercado em que estão inseridos.
Cerca de metade dos investimentos das companhias ainda está relacionada à fase de viabilização, ou seja, na base.
Ainda assim, há alguns setores mais avançados na
transformação digital, diz Melo, como empresas de tecnologia da
informação e de mídia e entretenimento. Aos poucos, o varejo também está
realizando mudanças significativas no seu formato, de acordo com ele.
Entre as empresas que conseguiram modificar o setor usando a tecnologia, estão o Uber, Apple e Starbucks.
Para a Cisco, algumas inovações
trazem aumentos significativos no valor de mercado para a empresa.
Alguns exemplos são o investimento em análise de dados para aumentar a
eficiência dos funcionários, uso de especialistas virtuais que podem dar
mais informações ao consumidor sobre um produto e melhorar o check out,
para diminuir as filas no caixa e melhorar o fluxo na loja.
Americanos e brasileiros
Entre os 200 empresários que foram entrevistados, 30 eram
brasileiros. A pesquisa apontou que há diferenças importantes na forma
como as empresas por aqui escolhem investir em tecnologia, em comparação
com os norte-americanos.
O estudo indica que 67% dos varejistas do Brasil estão
investindo a fim de se preparar para a transformação digital, em
comparação aos norte-americanos (51%).
Além disso, as empresas brasileiras optam por investir mais
em experiência do cliente, com 46% dos investimentos nessa área contra
40% dos gastos de empresas dos Estados Unidos.
Segundo Melo, essa diferença acontece porque as empresas já
estão mais avançadas em relação à experiência do consumidor e, por isso,
optam por investir em inovações tecnológicas.
Os varejistas no mercado brasileiro estão mais focados em
investir em tecnologias que possam auxiliá-los nos indicativos para as
próximas tomadas de decisão (como a utilização de ativos e gerenciamento
de energia) mesmo que eles ainda não estejam prontos para implementar
tecnologias mais inovadoras.
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