Estabilidade política e o potencial da economia
motivam projeção
Da Redação
redacao@amanha.com.br
Depois de
um 2016 com queda nas vendas de calçados na ordem de mais de 16% – o que
ocasionou a retração de quase 3% na produção do setor até novembro –, a
expectativa é de recuperação neste ano. O motivo, segundo o
presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados
(Abicalçados), Heitor Klein, é a soma da possível estabilidade política com o
potencial da economia brasileira. A declaração foi dada na coletiva de imprensa
da entidade, realizada nesta segunda-feira (16) na Couromoda, feira de calçados
que acontece até o dia 18, em São Paulo.
Klein
ressaltou que o setor deve registrar uma recuperação gradual da demanda
doméstica ao longo de 2017, especialmente a partir do segundo semestre. “O
mercado interno representa mais de 85% das vendas, então essa retomada deve ter
um reflexo importante para a indústria de calçados”, projetou o executivo,
ressaltando que a objetivo é recuperar o nível histórico do setor, que é de 350
mil postos de trabalho gerados – hoje está em pouco mais de 300 mil.
Já na
área internacional, o dirigente é mais ponderado. Segundo ele, a eleição do
polêmico presidente norte-americano Donald Trump é uma incógnita para os
mercados. “Existem dois efeitos mais imediatos, o primeiro é sobre os sinais
que o líder tem dado sobre a política de comércio exterior, o que pode impactar
a balança comercial brasileira, especialmente a de calçados, já que os Estados
Unidos são o principal mercado internacional para o nosso produto. O segundo
ponto é o câmbio, que pode ser afetado com a política de juros
norte-americana”, comentou Klein, acrescentando que, de uma maneira geral, se o
mercado interno reagir conforme o esperado, o ano será positivo mesmo que o
mercado externo não traga as melhores notícias.
Perguntado
sobre o comércio com a Argentina, Klein ressaltou a importância do país
vizinho, hoje o segundo maior mercado internacional para o calçado brasileiro.
“Existe uma clara sinalização do governo Macri para a estabilidade do fluxo de
comércio, mas a partir do segundo semestre passamos a ter um pouco mais de
dificuldades na liberação das licenças de importação. A questão é até
compreensível, pois o fluxo foi muito forte no primeiro semestre e a situação
da Argentina, tanto por problemas internos quanto pela falta de reservas
internacionais, acabou culminando nessa decisão”, afirmou Klein. Ele também
acrescentou que foi aberto um diálogo importante com as autoridades argentinas
e que a situação deve ser normalizada ao longo deste ano.
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