Segundo Meirelles, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode conceder uma liminar para tirar os planos de recuperação fiscal do papel antecipadamente
Brasília – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira que a União iniciou conversas com o Rio Grande do Sul
(RS) para recuperação fiscal ao Estado, acrescentando ainda que o
governo enviará uma lei complementar ao Congresso Nacional para planos
desta natureza.
Segundo
Meirelles, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode conceder uma liminar
para tirar os planos de recuperação fiscal do papel antecipadamente, até
a lei complementar ser aprovada ou não pelo Legislativo.
“A ideia básica desse compromisso entre a União e os Estados é
apresentar esses projetos que permita, em última análise, fechar as
contas do Estado em 2017, 2018 e 2019.”, disse o ministro da
jornalistas.
O governo está prestes a fechar uma ajuda ao Rio de Janeiro (RJ), que
também passa por forte crise de caixa, que deve incluir corte de
despesas, privatização, entre outros.
Meirelles afirmou que a suspensão da dívida dos Estados junto à União
–pleito dos entes em situação de caixa mais problemática, como RS e RJ–
ocorrerá somente após liminar do STF ou aprovação no Congresso.
Falando a jornalistas após encontro com o governador do RS, José Ivo
Sartori (PMDB), Meirelles destacou que, no âmbito dos planos de ajuste e
se realmente preciso, os Estados poderão receber empréstimos, mas na
forma de antecipação de recursos de privatização.
“Primeiro haverá um corte de despesas, haverá suspensão do pagamento
de dívida e só, caso necessário, será o empréstimo antecipando os
resultados de uma privatização”, afirmou.
Questionado a respeito, Sartori afirmou que o governo estadual não
pensa no momento na privatização do banco Banrisul e que tem outros
ativos que pode usar como garantia.
Segundo o ministro, na próxima semana o plano de recuperação fiscal gaúcho deve ter mais detalhes.
Meirelles disse ainda que, por enquanto, estão sendo fechados planos
individuais para cada Estado que solicitou a recuperação fiscal e,
assim, deverão passar pelo crivo do STF. Caso a lei complementar seja
aprovada pelo Congresso, passará a valer de maneira uniforme para todos
os entes.
Mas a tarefa não deve ser fácil. No apagar das luzes de 2016, o
presidente Michel Temer vetou parcialmente o projeto de renegociação das
dívidas dos Estados com a União, retirando do texto a criação de um
regime de recuperação fiscal destinado às unidades em pior situação de
caixa.
Isso porque o projeto teve as contrapartidas afrouxadas em votação final na Câmara dos Deputados.
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