Investidores acreditam que o corte na taxa de juros irá melhorar os resultados da empresa, que tem boa parte da dívida atrelada ao CDI
São Paulo — A Springs Global,
fabricante e varejista de artigos para casa, mesa e banho, começou o
ano em disparada na Bolsa. Só nos primeiros 18 dias de 2017, a small cap
acumulou ganhos de quase 100%. No mesmo período, o Ibovespa teve alta
de 6,5%. Atualmente, as ações da empresa são negociadas na casa dos 9
reais.
A alta no preço dos papéis chamou a atenção da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), que pediu explicações à companhia. No começo
desta semana, a Springs Global disse que o comportamento dos
investidores pode estar relacionado à redução da taxa básica de juros, anunciada na última semana pelo Banco Central (BC).
Para Adeodato Netto, especialista em Mercado de Capitais da
Eleven Financial, a tese é válida. Em um cenário de juros mais baixos,
diz ele, se beneficiam as companhias que tem boa parte das dívidas
atreladas ao CDI, que acompanha a taxa básica de juros.
“É justamente o caso da Springs Global, que tem trabalhado
na combinação da estrutura da dívida com a operação, mas que ainda é
penalizada com o alto custo de suas obrigações”, explica Netto.
No terceiro trimestre de 2016, a empresa tinha endividamento
de 845,1 milhões de reais, sendo que 81,5% da dívida bruta estava
atrelada ao CDI.
Consumo
Além da questão da dívida, a decisão do Banco Central também
pode influenciar as vendas da Springs Global. Isso porque, com a queda
nas taxas, o acesso ao crédito aumenta, assim como o consumo da
população.
A companhia é dona das marcas Casa Moysés, Artex e Santista e da rede de lojas MMartan.
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