Donald Trump teve dificuldades para conseguir a apresentação de artistas famosos em sua posse
NOVA YORK — Donald J. Trump toma posse como o 45º presidente dos Estados Unidos na próxima sexta-feira 20 numa coleção de eventos que promete ser diferente, cara e provavelmente cheia de controvérsias.
As estimativas iniciais de custo estão entre 175 milhões e
200 milhões de dólares, um valor que inclui os bailes e festas oficiais,
a cerimônia pública e o enorme contingente de segurança – entre os
milhões de pessoas que acompanham o juramento no National Mall, um
parque de Washington, espera-se a presença de cerca de 300.000
manifestantes contrários ao futuro presidente. “São números sem
precedentes”, disse ao site Politico Mike Litterst, porta-voz do serviço
nacional de parques, responsável pelos protestos que devem acontecer no
Mall. O órgão costuma autorizar cinco ou seis registros de grupos
interessados em fazer manifestações nas cerimônias de posse. Este ano,
já são 28 os grupos credenciados.
O contingente de famosos presentes será muito diferente do
que se costuma ver circulando pela capital americana em ano de posse. Ao
assumir seu primeiro mandato, Obama teve como convidados os atores
Dustin Hoffman, Tom Hanks e Denzel Washington e o diretor Steven
Spielberg. Em sua primeira posse, o hino foi cantado por Aretha
Franklin. Na segunda, por Beyoncé. A maioria dos artistas que se
manifestaram a favor de Trump durante a campanha foram de terceiro e
quarto escalão.
Durante semanas o nome mais conhecido confirmado para a
cerimônia pública era o da soprano juvenil Jackie Evancho, 16. Evancho
ficou célebre por chegar em segundo lugar no programa de calouros
“America’s Got Talent” quando tinha 10 anos de idade. Mas, a uma semana
do dia D, Trump recebeu o sim de Toby Keith, um dos maiores nomes da
música country (apesar de ter pouca projeção fora dos Estados Unidos).
Nomes apontados como possíveis atrações, como o cantor Elton John, o
tenor Andrea Bocelli e o rapper Ice T disseram publicamente que não
participariam do evento.
Os detalhes completos ainda não foram divulgados, mas ao que
tudo indica os organizadores não estão preocupados com o calibre dos
nomes envolvidos. Em dezembro, Trump disse no Twitter que queria uma
celebração pouco extravagante – mais uma das suas surpresas, afinal de
contas ele vive em um prédio que leva seu nome na Quinta Avenida e que é
decorado com ouro e mármore italiano. “As celebridades chamadas ‘A’
querem ingressos para a posse, mas olhe o que elas fizeram por Hillary,
NADA. Quero o POVO!”
A população deve lotar as ruas e garantir belas tomadas
amplas na TV, mas os republicanos aparentemente estão tendo dificuldade
para ocupar os quartos de hotel que reservaram com antecedência. Um
email vazado há alguns dias dizia que ainda havia lugares disponíveis
para os interessados em comparecer.
As claras diferenças com Trump devem manter bem longe de
Washington membros importantes da ala tradicional do partido. Já os
manifestantes anti-Trump planejam se fazer ouvir desde o anúncio da
vitória do bilionário na eleição de novembro passado. O hotel Embassy
Row vai receber uma festa da Marcha das Mulheres, marcada para o dia
seguinte à posse. Espera-se a presença de 200.000 mulheres no evento –
um protesto contra o novo presidente em seu primeiro dia no cargo.
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