quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Planos do BTG para se reerguer passam pelo crédito no Chile


Banco está investindo no Chile e tem planos de começar a atuar com crédito no país para se reerguer



O Grupo BTG Pactual, banco brasileiro que reduziu seu número de funcionários em 2016 e negociou ativos para sobreviver a uma crise de liquidez, está investindo no Chile com planos de começar a atuar com crédito no país.

Rodrigo Oyarzo ingressou no BTG para dirigir o novo negócio de crédito, de acordo com Juan Guillermo Agüero, CEO do BTG no Chile.

O plano é usar a licença chilena do banco com sede em São Paulo, obtida em 2014, para fornecer empréstimos mais “estratégicos” a clientes ligados a transações de fusões e de mercados de capitais, disse Agüero.

O BTG cortou cerca de 100 funcionários no Chile, ou 25 por cento de sua força de trabalho no país, depois que o fundador e ex-presidente do banco, André Esteves, foi preso, em novembro de 2015, em conexão com a Operação Lava Jato.

Esteves, que foi transferido para prisão domiciliar em dezembro de 2015 e solto em abril de 2016, negou qualquer irregularidade por meio de seus advogados.

“Decidimos colocar o banco em compasso de espera quando surgiu o caso Esteves até que os problemas no Brasil fossem completamente resolvidos e houvesse condições no mercado para emitir depósitos, financiar o banco e emprestar dinheiro”, disse Agüero. “Consideramos no fim do ano passado que era o momento de relançá-lo.”

Entre os executivos que saíram durante a crise estavam quatro dos seis sócios-fundadores da corretora chilena Celfin Capital, adquirida pelo BTG em 2012, incluindo Alejandro Reyes.

Ele criou sua própria gestora de recursos, a Toesca, juntamente com Carlos Saieh, ex-presidente da divisão local de gestão de ativos do BTG.

O BTG está reconstruindo sua equipe no Chile e para isso contratou Fernando Massu como presidente do conselho, assim como Pablo Bello, Andrés Navarrete e Tomás González para ações, Joaquín López para renda fixa e Ignacio Guarda para corporate finance.

“Estamos contratando de forma muito seletiva nas áreas que queremos focar mais fortemente”, disse Agüero. “Há uma alavancagem operacional — pensamos que podemos fazer mais e melhor com o que temos.”

No Brasil, o BTG fechou acordo para compra de 70 por cento da Enforce Gestão de Ativos, uma provedora de serviços relacionados à recuperação de créditos corporativos em calote e portfólios imobiliários distressed.

A empresa conta com cerca de 50 funcionários atualmente e o plano é contratar mais 20 nos próximos meses, disse o diretor financeiro do banco, João Dantas, em entrevista por telefone.

O banco buscará investir R$ 1 bilhão (US$ 324 milhões) de capital próprio em empréstimos corporativos inadimplentes, disse Alexandre Câmara, chefe da área de special situations, em entrevista concedida em outubro de 2016.

Com a alta dos preços das commodities e as perspectivas melhores de crescimento na América Latina, a região tem visto um aumento no investimento estrangeiro, o que provavelmente ajudará a melhorar os negócios dos bancos de investimento, segundo Agüero.

“Há um interesse renovado dos investidores estrangeiros, o que explica por que as empresas estão pensando em fazer IPOs, aumentos de capital e vendas de títulos”, disse Agüero.

“Há um ressurgimento nos mercados de capitais após dois anos bastante fracos.”


Advent quer vender empresa de portos TCP e comprar farmacêutica

Depois de anunciar duas aquisições em menos de dois meses, fundo americano se prepara para fazer mais negócios no Brasil






São Paulo – Depois de anunciar duas aquisições em menos de dois meses – a distribuidora química quantiQ, que pertencia à Braskem, e a faculdade gaúcha Cesuca -, o fundo de investimento americano Advent está prestes a fechar outros negócios no País.

Apontado como favorito para comprar a fabricante de medicamentos genéricos Teuto, que tem a gigante americana Pfizer como sócia, o Advent também deverá concluir em breve a venda do terminal portuário TCP, de Paranaguá (PR), empresa avaliada em cerca de R$ 3 bilhões, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Essas duas operações são consideradas relevantes pelo mercado, mas não são as únicas em que a gestora está envolvida, segundo pessoas a par do assunto.

Fontes de mercado afirmam que o fundo de private equity – que compra participações em empresas – deverá ser um dos mais ativos no Brasil este ano.

A gestora também está em conversas avançadas para abrir o capital da farmacêutica Biotoscana, que no Brasil controla a United Medical. Além disso, avalia a Via Varejo, divisão de eletroeletrônico do grupo francês Casino.

Neste último caso, ainda não há negociações em curso. A rede foi colocada à venda pela varejista francesa, que contratou o Santander para assessorar a transação.

Apesar de ter atraído a atenção de investidores de peso, como a rede chilena Falabella, Lojas Americanas e o próprio Advent, a venda da Via Varejo, dona da Casas Bahia e Ponto Frio, pode demorar mais do que o previsto, uma vez que, mesmo que a recessão acabe, o setor de eletrodomésticos deve ser um dos últimos a se recuperar.

 

Saúde


Com foco em setores considerados resilientes, o interesse do Advent pelo segmento de saúde tem crescido nos últimos anos. Em setembro de 2015, comprou 13% de participação do laboratório de diagnóstico Fleury, por cerca de R$ 400 milhões.

Em dezembro do mesmo ano, o laboratório Biotoscana, controlado pelo fundo, adquiriu a argentina LKM. O objetivo da gestora é reforçar sua presença em saúde na América Latina.
“A compra do laboratório Teuto, com foco em genéricos, reforça esse tese”, frisou uma fonte à reportagem.

As negociações entre Advent e Teuto já estiveram mais firmes no fim do ano passado, mas esbarram em preço. O ativo – que tem como acionistas a Pfizer, com 40%, e a família Melo, com 60% -, chegou a ter seu valor de mercado estimado em R$ 1,5 bilhão.

No entanto, segundo fontes envolvidas na negociação, a expectativa é de que a operação seja fechada por um valor mais baixo. O contrato poderia ainda conter metas de desempenho futuro do negócio.

“Havia uma expectativa de que a Pfizer exercesse seu direito de preferência para comprar os 60% restantes da companhia. Porém, uma mudança da estratégia global da Pfizer, que pode sair do segmento de genéricos, fez a companhia rever essa posição”, disse outra fonte. Procuradas, Pfizer e Teuto não comentaram.

Outro segmento considerado prioritário pelo fundo é de educação. A compra da faculdade Cesuca, no fim de 2016, dois anos após ter saído da Kroton – que está em processo de fusão com a Estácio -, demonstra que a gestora voltou a ter apetite neste setor, apesar da redução da verba para o programa de financiamento estudantil do governo, o Fies.

Dentro do processo de união de Estácio e Kroton, o Advent pretende olhar os ativos que terão de ser vendidos pelas para obtenção do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a fusão.

Logística


Enquanto analisa ativos no Brasil e na América Latina – o Advent levantou US$ 2,1 bilhões, no fim de 2014, para investir na região -, a gestora poderá levantar dinheiro novo com a venda de sua fatia de 50% do terminal portuário TCP.

O Advent pagou R$ 1 bilhão por 50% do terminal, em 2011. O plano inicial, segundo fontes, era abrir o capital do TCP, mas o interesse de investidores pelo ativo fez com que a gestora colocasse o negócio à venda.

Entre os cotados para ficar com o negócio estão a Dubai Ports World, a China Merchants e a APM Terminals, com sede na Holanda, que já é acionista da TCP. Procurado, o Advent não comenta. As outras empresas não retornaram pedidos de entrevista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Petrobras avaliará negociar contratos com Sete Brasil


Sete Brasil propôs retomar as negociações com a Petrobras para tentar viabilizar os contratos de afretamento de sondas

 





Rio – Em audiência realizada na terça-feira, 21, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a empresa Sete Brasil propôs retomar as negociações com a Petrobras para tentar viabilizar os contratos de afretamento de sondas para a estatal.

A proposta vai ser avaliada pela diretoria da estatal, que terá um mês para informar se quer retomar as negociações ou não.

A audiência de terça fez parte do processo de recuperação judicial da Sete Brasil, que entrou em crise desde que a Petrobras se negou a levar adiante o projeto de afretamento de 29 sondas para o pré-sal.

A estatal questiona, sobretudo, os valores previstos nos contratos, embora seja uma das sócias da Sete Brasil.

O objetivo do encontro era promover uma mediação entre as duas, mas a Sete Brasil preferiu recorrer à negociação direta, sem intermediários.

A empresa de afretamento tem pressa para chegar a um acordo com a Petrobras, porque, com o projeto suspenso, o dinheiro em caixa é escasso e sua sobrevida, curta.

Para se manter de pé, cortou funcionários, vendeu móveis e computadores e reduziu o escritório, antes de três andares, a um pequeno ambiente onde se mantêm menos de 20 empregados.

Já a Petrobras não tem pressa em chegar a um acordo com a Sete Brasil. Com a queda do preço do petróleo, iniciada em 2014, seus projetos de exploração perderam urgência. 

PDG pede recuperação judicial


Construtora PDG acaba de soltar um fato relevante na CVM confirmando o pedido e explicando os motivos que a fizeram chegar a tal estágio

 






São Paulo – Depois de longos períodos de maus resultados, a construtora PDG entrou hoje com pedido de recuperação judicial, na comarca da capital paulista.

Ao mercado, a empresa acaba de divulgar um fato relevante na CVM – e as ações já responderam quase que imediatamente com uma alta de 4% (a alta brusca fez com que os papéis fossem suspensos do pregão às 10h28).

No comunicado, a empresa explica detalhadamente os motivos que a levaram a tal estágio.

Em agosto de 2015, a companhia iniciou um processo de reestruturação de dívidas para reforçar o fluxo de caixa e otimizar a estrutura de capital das 500 sociedades do grupo.

Um ano depois, a companhia fechou um acordo com Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa e Banco do Brasil para prorrogar pagamentos de juros e amortização da dívida bilionária, na época de R$ 1,5 bilhão – hoje, ela já passa de R$ 7 bilhões.

O acordo ainda previa a concessão de um novo financiamento para cobrir despesas gerais e administrativas da PDG e, sem ele, era impossível a companhia seguir com o negócio.

Em julho, o Banco Votorantim também topou renegociar os créditos que tinha com a empresa. Os problemas, no entanto, seguiram aumentando, parte pela má administração de recursos, parte pela piora da situação do mercado imobiliário como um todo.

A última cartada da construtora foi contratar, em novembro, a um novo assessor financeiro, a RK Partners, para começar novamente uma nova rodada de negociação. Na mesma data, mudou o comando da empresa: saiu Márcio Trigueiro, entrou Vladimir Kundert Ranevsky, ex-OSX, especialista em negócios complicados. 

Mais uma vez, não deu certo e analistas de mercado eram unânimes em dizer que era apenas uma questão de tempo para que a companhia pedisse recuperação, fato que pode mexer com o setor inteiro.


Construção arriscada


A PDG chegou a ser uma das maiores construtoras do país, com uma carteira bilionária de terrenos e imóveis e operações espalhadas por vários estados do país.

Criada por ex-sócios do Banco Pactual, a construtora deu um salto em 2010 ao comprar a Agre, empresa do investidor Enrique Bañuelos que, por sua vez, havia incorporado Abyara, Agra e Klabin Segall.

No ano seguinte, os lançamentos da construtora chegaram a 9 bilhões de reais em valor geral de vendas, fazendo com que ela desbancasse grandes companhias tradicionais do setor, como Cyrela e MRV, do reinado imobiliário brasileiro.

Porém, assim como a grande maioria das empresas do setor, a PDG passou a sentir os desafios de ter crescido demais, criado expectativa demais, em meio a um surpreso cenário de crise para o mercado.

Assim como as concorrentes, a PDG havia expandido os negócios para regiões Nordeste do país e por isso terceirizado boa parte das obras que vendia na planta. O descontrole dos canteiros gerou o atraso na entrega de obras e o descompasso entre o planejado e feito das grandes construtoras do país.

“Todas sofreram naquela época. Mas a PDG sofreu mais porque tinha investido alto na expansão e o tombo, assim, foi maior”, afirmou um empresário do setor em dezembro.
  
 

Senado aprova Alexandre de Moraes como novo ministro do STF


Indicado pelo presidente Michel Temer, ele passou por sabatina na CCJ e teve nome aprovado no plenário do Senado





São Paulo — Alexandre de Moraes foi escolhido hoje no Senado como o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para ocupar a vaga que antes pertencia ao ministro Teori Zavascki, morto em um acidente de avião em Paraty, no Rio de Janeiro.  Com isso, ele se tornará o 27º jurista a assumir uma cadeira da corte desde a redemocratização.

Indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB), Moraes passou na terça-feira (21) por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde sua indicação foi aprovada por 19 votos a sete. Na manhã de hoje, o plenário da Casa também aprovou o nome de Moraes para o cargo por 55 votos a 13. 

Nos próximos dias, a nomeação de Moraes deve ser publicada no Diário Oficial da União pelo presidente Temer. A partir de então, será agendada a cerimônia de posse, que ocorre no plenário do STF com presença de autoridades dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), além de convidados.

Segundo a assessoria de imprensa do STF, não há um prazo determinado no regimento para que a cerimônia de posse aconteça. Considerando a posse dos últimos ministros, o tempo varia, em média, de 5 a 30 dias entre a nomeação no D.O.U. e a cerimônia de posse. O ministro Edson Fachin, por exemplo, foi nomeado no dia 25 de maio de 2015 e tomou posse no dia 16 de junho do mesmo ano.

Quando assumir o cargo, Moraes herdará todos os processos que pertenciam a Teori, com exceção da Lava Jato, que está sob a responsabilidade do ministro Edson Fachin desde o início deste mês. No entanto, o ex-ministro da Justiça terá o papel de revisar os processos que estão no âmbito da operação. Portanto, nas votações no plenário do Supremo sobre a Lava Jato, deve ser o segundo a votar, atrás apenas de Fachin.


Indicação polêmica


Após ser indicado ao cargo, ele enfrentou uma série de críticas pela proximidade com o governo e também teve que se desfiliar do PSDB – partido ao qual estava ligado desde que foi secretário do governo de Geraldo Alckmin em São Paulo -, já que a Constituição não permite que um ministro do Supremo tenha ligações partidárias.

Formado em 1990 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), também fez doutorado em Direito Constitucional (1998 a 2000) e livre-docência (2002) pela mesma instituição, segundo informações publicadas em seu currículo lattes. 

Em sua tese de doutorado, ele defendeu que candidatos ligados ao governo não pudessem concorrer ao cargo de ministro do Supremo por causa do conflito de interesses com o Executivo, que indica o nome para a vaga. Dezessete anos depois da tese, se tornou ministro do STF após ter trabalhado como ministro da Justiça do governo Temer. 

Moraes também integrou outros governos em São Paulo. Ele trabalhou como secretário de Transportes e de Serviços da cidade de São Paulo (2007 – 2010), na gestão Gilberto Kassab (PSD), e secretário de Defesa e da Cidadania (2002 a 2005) e de Segurança Pública (2014 a 2016) do governo Geraldo Alckmin.

Na gestão Kassab, acumulou, além do cargo de secretário, a presidência da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Transportes (SPTrans), o que lhe rendeu a alcunha de “supersecretário”. Chegou a ser considerado como um nome provável para suceder Kassab na prefeitura, mas se desentendeu com o prefeito e deixou todos os cargos que ocupava no município.

Ao longo de sua vida, ele conviveu ainda com a pecha de “advogado do PCC”. O próprio Moraes já afirmou que tudo não passa de um mal-entendido. A história surgiu após o escritório ao qual ele pertencia advogar para a Transcooper, cooperativa de vans, empresa acusada de lavar dinheiro para o crime organizado. Moraes afirma que renunciou a todos os processos nos quais estava envolvido quando assumiu a Secretário de Segurança Pública de São Paulo.

Moraes começou a carreira como promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo em 1991. Permaneceu no cargo até 2002, quando pela primeira vez se tornou secretário no governo estadual de São Paulo. Em maio de 2005, deixou o cargo de secretário de Defesa e da Cidadania para ingressar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2004 e em 2005, foi ainda presidente da antiga Febem (atual Fundação Casa).


Secretário de Segurança de SP


À frente da SSP em São Paulo, recebeu críticas pelo excesso do uso de forças policiais contra manifestantes em protestos na capital paulista. Ele chegou a afirmar que protestos precisavam notificar o governo antes da sua realização. E disse que o uso de bombas de gás foi uma ação “absolutamente justificável” por parte da PM. Mais tarde, chamou protestos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff de atos de guerrilha e afirmou que manifestantes tinham atitude criminosa.

Além disso, enfrentou outra polêmica: sob sua gestão, a Polícia Civil, subordinada à SSP, descobriu e prendeu o hacker responsável por clonar o celular da primeira-dama, Marcela Temer. O criminoso foi condenado em outubro do ano passado a cinco anos de prisão.


Ministro da Justiça


No ano passado, se tornou ministro da Justiça do governo Michel Temer, deixando o cargo de secretário em São Paulo. Já como ministro, Moraes afirmou que iria erradicar a maconha (comércio e consumo) do Brasil. Antes disso, ele havia chamado a atenção com um vídeo em que  ele aparece cortando alguns pés de maconha no Paraguai. Críticos ao então ministro afirmavam que enquanto o mundo muda sua política de drogas, Moraes abraça uma visão ultrapassada. Argumentavam alguns que, mesmo com caminhões de dólares, os EUA não tinham sido capazes de fazer esse trabalho.

Durante as Olimpíadas, convocou uma entrevista coletiva para falar sobre uma investigação de uma suposta célula do Estado Islâmico em território brasileiro que planejava ataques durante os jogos. No entanto, durante a entrevista, o ministro se contradisse em diversos momentos, como quando falou sobre uma caça articulada entre forças policiais a terroristas e em seguida afirmou que os presos eram “amadores” e “sem preparo”.

No início deste ano, enfrentou uma das piores crises penitenciárias da história do país. Ele foi acusado de ter demorado para lidar com o problema. Um momento de desconforto foi quando Moraes foi desmentido sobre não ter recebido um pedido de ajuda do estado de Roraima para lidar com problemas carcerários. O então ministro da Justiça havia afirmado que Roraima não solicitou ajuda. Depois da divulgação de documentos oficiais, teve de admitir que havia sido procurado pela governadora Suely Campos.

Além disso, após a primeira rebelião, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), descartou a possibilidade de duelo entre facções, mas foi desmentido pelo governador do Amazonas, José Melo, que confirmou que o massacre havia sido resultado da briga entre o 
Primeiro Comando da Capital (PCC) e a Família do Norte (FDN), grupo criminoso ligado ao Comando Vermelho (CV).

Deixou o cargo no meio da crise, após ser indicado para a vaga no STF, o que lhe rendeu ainda mais críticas sobre não ter conduzido bem a situação das penitenciárias no país.

Mais recentemente, foi acusado de ter cometido plágio em um de seus livros, Direitos Humanos Fundamentais, obra de 1997, ao reproduzir trechos do livro do ex-juiz espanhol Francisco Rubio Llorente sem fazer citação ao autor original. Por meio de sua assessoria, o ministro afastado disse que as citações do livro constam na bibliografia anexa. 

Desde que foi indicado, Moraes passou a se reunir com senadores antes da sabatina, com o objetivo de obter apoio à sua candidatura. No início deste mês, ele passou por uma sabatina informal no barco do senador Wilder Morais (PP-GO). Participaram da sessão outros sete senadores. Dois deles são membros da Comissão de Constituição e Justiça—órgão que fez a sabatina ao até então candidato a magistrado do STF. Outros dois eram suplentes na mesma comissão.

Na sabatina formal de ontem na CCJ, foi questionado por 40 senadores ao longo da sessão. Mas, em uma sessão considerada morna, o ministro licenciado não se deparou com muitas situações constrangedoras. Evitou responder poucos temas, como o pedido de explicações de sua relação com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Entre os desafios que enfrentará daqui por diante no Supremo – e sobre os quais foi questionado na sabatina de ontem – está provar que terá independência do Executivo e imparcialidade para julgar as ações que envolvem nomes ligados ao governo.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Volare registra desempenho recorde nas exportações






Unidade de negócios da Marcopolo cresceu cerca de 80% em 2016


Da Redação
redacao@amanha.com.br
 Volare, unidade de negócios da Marcopolo, registra desempenho recorde nas exportações em 2016


A Volare (foto), unidade de negócios da Marcopolo e fabricante de veículos leves para o transporte de passageiros, registrou desempenho recorde nas exportações no ano passado. O resultado contribuiu para ampliar a presença da marca em importantes países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia. Com volume de 445 unidades exportadas para 21 países (melhor resultado já obtido), a fabricante alcançou crescimento de cerca de 80% em relação a 2015, quando exportou 254 veículos para 14 países. Os novos mercados foram Camarões, Colômbia, Costa do Marfim, Emirados Árabes, Guatemala, Hong-Kong, México e Miamar.

“Com a grande expansão registrada em 2016, a Volare passou a contar com rede de distribuidores com vendas e pós-vendas em 38 países”, enfatiza Rodrigo Bisi, gerente de exportação da empresa. “As exportações representam mais de 30% do total de veículos vendidos pela Volare em 2016, percentual expressivo e inédito”, destaca o executivo. Para este ano, a marca pretende intensificar a sua participação nesses mercados conquistados e aumentar o volume de veículos exportados em 20%.  

- See more at: http://www.amanha.com.br/posts/view/3607#sthash.ybBVVUB1.dpuf

Rolls-Royce propõe acordo de leniência ao governo

 

 

A empresa é investigada na Operação Lava Jato por pagar propina em troca de contratos com a Petrobras

 







Brasília – A empresa britânica Rolls-Royce negocia com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) um acordo de leniência, espécie de delação premiada de pessoa jurídica, por meio do qual se compromete a confessar ilícitos, colaborar com investigações e ressarcir prejuízos ao erário.

O objetivo é manter a possibilidade de participar de licitações e firmar contratos com o poder público.
 
As tratativas com a empresa estão em fase inicial, segundo confirmou fonte do Ministério da Transparência ao jornal O Estado de S. Paulo.

A iniciativa é parte do esforço da empresa para adotar um programa de integridade (prevenção e combate à corrupção).

A Rolls-Royce é investigada na Operação Lava Jato por pagar propina em troca de contratos com a Petrobras.

Em delação premiada, o ex-gerente da Diretoria de Serviços da estatal http://exame.abril.com.br/noticias-sobre/rolls-royce/Pedro Barusco admitiu ter recebido suborno para assegurar à empresa o fornecimento de turbinas de geração de energia para plataformas de petróleo.

A Rolls-Royce já havia firmado um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) em janeiro, que prevê a devolução de R$ 81,1 milhões à Petrobras.

O valor corresponde aos lucros líquidos obtidos pela empresa em seis contratos, somados ao valor pago a intermediários que atuaram ilegalmente a seu favor e a uma multa, prevista na Lei de Improbidade.

Os termos do acordo, no entanto, não alcançam a relação com o governo, que precisa ser tratada com a Transparência.

A própria Rolls-Royce entregou ao MPF resultados de uma investigação interna, promovida por escritório especializado, confirmando o envolvimento de seus agentes em corrupção.

O acordo firmado com o MPF é parte de um acerto internacional, pactuado também com autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido, que prevê o desembolso de R$ 2,6 bilhões.

A empresa relatou às autoridades desses países detalhes sobre pagamentos feitos a intermediários em outros onze países, além do Brasil.

O Ministério da Transparência, questionado pela reportagem, informou que a legislação não o autoriza “a registrar a existência ou não de processos de leniência, nem de processos de investigação”.