sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Como a Heineken deve complicar a vida da Ambev no Brasil

 

A Ambev domina com folga o mercado de cervejas, mas seus resultados só pioram. A força da rival Heineken no Brasil vai complicar um pouco mais as coisas

 








São Paulo – Às vésperas do carnaval, a cervejaria Ambev instalou uma roda-gigante numa praça da zona oeste de São Paulo, um tobogã não menos gigante numa das mais movimentadas avenidas de Belo Horizonte e roubou a cena como cerveja oficial na Bahia depois de três anos de reinado da concorrência. Todo esse aparato leva a marca Skol, carro-chefe da empresa no Brasil e que responde por quase 5% de todo o volume de cerveja vendido no mundo.

No Rio de Janeiro, onde a marca principal da Ambev é a Antarctica, a empresa patrocina quase 400 blocos de rua. Parece a pujante Ambev de sempre, desfilando sua hegemonia no Carnaval. Mas por trás da agressividade típica da maior cervejaria brasileira esconde-se uma fraqueza. No terceiro trimestre do ano passado, a companhia teve a pior margem de lucro em 12 anos, o volume de cervejas vendido voltou ao patamar de 2009 e a empresa avisou que não cumpriria a meta de fechar o ano com o mesmo faturamento de 2015.

Pela primeira vez em mais de cinco anos, a Ambev não conseguiu reajustar os preços em linha com a inflação, e a companhia, que chegou a ser a terceira mais rentável das Américas, caiu para o 22o lugar no ranking. Com sua (ainda monumental) participação de mercado em queda, a Ambev terá agora de enfrentar um novo incômodo — sua maior concorrente no mercado global, a Heineken, assumiu a vice-liderança no Brasil ao comprar a Brasil Kirin, controlada pela japonesa Kirin Holdings, em fevereiro. Nunca, em suma, foi tão difícil ser a Ambev. 

Falar de “má fase” na Ambev exige uma senhora relativização. No mundo, a AB InBev, controladora da Ambev, é líder de mercado com 31% de participação, fatia alcançada com a compra da SAB Miller no ano passado. A AB InBev sobra na turma. No Brasil, a Ambev tem 67% do mercado de cervejas. Sua rentabilidade caiu para longe do pico, quando mais da metade da receita virava lucro, mas continua acima dos 35% — melhor do que quase todas as empresas listadas na bolsa brasileira e do que as grandes cervejarias globais (a margem média é de 16%, segundo levantamento da empresa de análise Morningstar).

Mas a sucessão de notícias mostra que há algo de novo. A Ambev sempre foi a queridinha do mercado financeiro graças a anos consecutivos de valorizações expressivas das ações e resultados que mostravam uma inesgotável capacidade de espremer dinheiro daquela participação de mercado. Nos últimos 12 meses, enquanto o principal índice da bolsa subiu 64%, as ações da Ambev mal se mexeram. “Os investidores questionam qual será a taxa de crescimento ‘normalizada’ da Ambev no médio prazo”, escreve a analista Isabella Simonato, do Bank of America Merrill Lynch.

Uma das principais razões para a queda nos resultados e para o menor ânimo com a Ambev é a combinação de economia brasileira fraca com um mercado considerado maduro. Isso porque o consumo per capita de cerveja no Brasil hoje é de 68 litros, acima do consumido em mercados emergentes e da América Latina, como México (59), Colômbia (47), Peru (45) e Argentina (43), e mais próximo dos números registrados em países desenvolvidos, como Estados Unidos (77), Reino Unido (73) e Canadá (67).

Segundo o Bank of America, há uma preocupação entre os investidores em relação ao fato de os volumes consumidos de cerveja terem atingido seu pico em 2012 — um sinal de esgotamento. Em teleconferência com analistas, o diretor-geral da Ambev, Bernardo Paiva, admitiu que as vendas de cervejas populares estão mais fracas do que a empresa esperava. O cenário faz com que a disputa seja cada vez mais pelos mesmos clientes ou para tentar fazê-los migrar de cervejas mais baratas para cervejas mais caras.

Por isso, todas as cervejarias estão tentando fazer a mesma coisa. Esse é um fenômeno global, e a resposta da AB InBev tem sido sempre a mesma: comprar um concorrente. Implementar seu choque de gestão. Melhorar os resultados. Repetir. No Brasil, a Ambev não pode se dar a esse luxo, já que os órgãos antitruste não a deixam comprar ninguém. A empresa tem de se virar com o que tem.

Falta criatividade

 

Quando foi feita a fusão da Brahma com a Antarctica, em 1999, a Ambev abocanhou 70% do mercado de cervejas no Brasil. De lá para cá, vem perdendo espaço lentamente. Na medida da consultoria Nielsen, feita por amostragem, a empresa tem 67% do mercado — mas, na medida do Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, que tem informações sobre tudo o que sai das fábricas e é preferido por alguns analistas, a companhia aparece com 60% do mercado, uma queda considerável nos últimos seis anos e seu menor patamar desde a fusão. “A avaliação da Nielsen não considera, por exemplo, as vendas em ‘atacarejo’, um canal de vendas que se tornou importante hoje”, diz Rodrigo Furtado, analista da gestora de investimentos XP.

Na crise, quem mais ganhou espaço foi a brasileira Petrópolis, dona da marca Itaipava, que até agora ocupava a vice-liderança do mercado brasileiro com 12% de participação. A Brasil Kirin, dona da Schin, vinha em terceiro, com presença relevante no Nordeste; em quarto estava a holandesa Heineken. Em fevereiro, a Heineken comprou a Brasil Kirin das mãos dos japoneses e saltou de 9% para 19% (a compra ainda tem de ser aprovada pelo Cade, órgão federal antitruste).

É um cenário competitivo novo para a maior cervejaria brasileira. Diante desse quadro, a Ambev sofre com o que os analistas chamam de “comoditização” do setor de cerveja — fenômeno, aliás, para o qual a própria Ambev contribuiu decisivamente. Como o consumidor acha Skol, Brahma, Kaiser e Itaipava a mesmíssima coisa, acaba escolhendo a que estiver mais barata no ponto de venda. Sair desse enrosco requer criatividade, e a Ambev parece ainda estar no início de um processo de adaptação ao novo cenário.

Muito do que acontecerá daqui para a frente depende da estratégia da Heineken para sua anabolizada subsidiária brasileira. Nos últimos anos, enquanto perdia dinheiro no Brasil, a Kirin ficou conhecida por uma agressiva estratégia de preços, reforçando o cenário descrito no parágrafo anterior. No ano passado, a empresa reajustou o portfólio. A Eisenbahn, que era classificada como super premium, passou a concorrer um degrau abaixo com marcas como Stella Artois. A Devassa, que era premium, veio para a briga de marcas principais.

Para especialistas, a Heineken pode reverter essa mudança de portfólio para fortalecer as marcas, repetindo a estratégia que adota globalmente. Além disso, a Heineken pretende usar a força dos canais de venda da Kirin no Nordeste — a Schin é forte em vendas e marca na região — para fabricar e emplacar sua atual marca do segmento de entrada, a Amstel. Na distribuição, a Kirin tem a própria rede, enquanto a Heineken tem um acordo comercial com os distribuidores da Coca-Cola.

Adquirir uma rede própria pode fazer a diferença para a Heineken. “Uma operação própria de distribuição voltaria toda a atenção para a cerveja, em vez de compartilhar com os produtos da Coca, e poderia potencializar o negócio da Heineken”, diz Andrew Holland, analista de bebidas do banco francês Socié-té Générale. Na prática, isso significa que o vendedor não fica metade do tempo vendendo refrigerantes.

Os analistas são cautelosos para estimar os possíveis ganhos dessa mudança porque desconhecem os termos do contrato com a Coca-Cola — e, consequentemente, o tamanho da possível multa de rescisão. Com a Kirin, a Heineken dobra sua capacidade de produção no Brasil e o país passa a ser o principal mercado da empresa (até então, o maior país em volume para a Heineken era o México). Os executivos da Ambev e da Heineken não deram entrevista.

No curto prazo, no entanto, o impacto da fusão para a Ambev pode até ser positivo, pois os holandeses não têm fama de rasgadores de dinheiro. “A compra da Brasil Kirin pela Heineken deve levar a um ambiente mais racional de preços, o que beneficiaria a Ambev num primeiro momento”, diz Edward Mundy, analista da corretora americana Jefferies.

Em 2016, somente Brasil Kirin e Petrópolis conseguiram aumentar o volume vendido de cerveja no país, graças aos preços mais baixos das cervejas mais populares e ao reposicionamento de marcas premium. Segundo a corretora Evercore, a Schin chegou a ser vendida com desconto de 25% em relação aos itens da mesma da categoria da Ambev, diferença que não costuma passar de 10% (a Kirin nega que faça guerra de preços e diz que o preço médio por litro de seu portfólio aumentou).

Para reduzir seus custos e oferecer um produto mais barato sem ficar refém da concorrência, a Ambev tem adotado como principal estratégia tentar fazer com que o consumidor retome um velho hábito da década de 80: há dois anos a empresa vem ampliando a distribuição de garrafas de vidro retornáveis. Depois de comprar o frasco uma vez, o cliente o devolve ao supermercado e paga menos pela nova garrafa.
Na teoria, esse modelo também tende a favorecer as margens da empresa, que gasta menos com embalagens (o alumínio das latas responde por cerca de 20% dos custos da Ambev). Mas na prática não tem sido tão fácil. Como leva tempo para que os consumidores adotem o hábito de levar as garrafas ao supermercado, o preço precisa ser mais atraente — hoje, a diferença de preço é de cerca de 30% entre as latas de Skol e garrafas retornáveis da própria marca em grandes supermercados.

Mas, em estabelecimentos menores, as concorrentes contra-atacam reduzindo o preço das latas de Amstel, da Heineken, e Itaipava, da Petrópolis. Aí a diferença de preço cai para apenas 7%. “Por que esse consumidor se daria ao trabalho de trocar pelo retornável se a diferença de preços é tão pequena?”, diz o veterano analista Carlos Laboy, do banco HSBC, que classificou um encontro recente com a administração da Ambev como o “mais desanimador em 25 anos”. Segundo ele, essa estratégia traz desafios logísticos.

Em visita a lojas, Laboy diz ter encontrado caixas de garrafas cheias ao lado de garrafas vazias, que estavam sujas. “Isso não ajuda a imagem de uma empresa líder nem dá ao consumidor o desejo de comprar o produto”, afirma. As garrafas retornáveis são a principal estratégia da Ambev para suas vendas em supermercados, que respondem por cerca de 40% de seu volume e onde a empresa mais tem sofrido (a liderança em restaurantes e bares sofre menos ameaça).

Hoje, as retornáveis  respondem por 25% do volume de vendas em supermercados e, nas projeções de analistas, podem chegar a 40%. A estimativa é que a estratégia reduza o custo final do produto para a empresa em pelo menos 30%. Mas isso ainda não aconteceu e a estratégia está pesando sobre o crescimento de receita.

“Quase cerveja”

 

Para depender menos de um mercado tão competitivo, a Ambev tem diversificado suas frentes de atuação. Nos últimos dois anos, a empresa adquiriu duas marcas de cervejas artesanais — a mineira Wäls e a paulistana Colorado. À medida que o mercado de consumo fica mais maduro, esse tipo de cerveja ganha espaço. Atualmente responde por 10% do volume total no Brasil, o triplo de dez anos atrás. Outra aposta da empresa é o que ela classifica de near beer, ou “quase cerveja”. São bebidas como a Skol Beats Spirit, mistura de cerveja com suco de limão e de maçã. Quanto menos cerveja, mais rentável o produto.

Lançado há três anos, o segmento responde por 2% do volume de vendas. Há dois anos, a empresa iniciou no Brasil a ZX Ventures, uma aceleradora de ideias, para estudar novos produtos e adequá-los ao gosto do consumidor. Saiu da ZX Ventures brasileira o serviço de pedido de cerveja gelada para entrega em casa em até 1 hora, que usa a rede de parceiros (supermercados, bares, padarias).

No ano passado, a Ambev entrou no segmento de sucos naturais, com a aquisição da fabricante carioca Do Bem, e em 2017 vai lançar uma marca de água mineral. Outra aposta de Bernardo Paiva é aumentar a venda de cervejas sem álcool — de 1% para 20% das vendas no país em oito anos. Para os especialistas, desde a fusão, a Ambev nunca precisou tirar tantas ideias da cartola quanto hoje. Os investidores, de forma geral, continuam acreditando na capacidade de gestão da companhia — mesmo com a estagnação recente, a Ambev ainda é a maior empresa do país em valor de mercado. Num país com tantas companhias encalacradas em dívidas impagáveis, é até maldade descrever o momento vivido pela Ambev como uma crise. Mas que incomoda, incomoda.

Murilo Ferreira diz não saber quem será seu sucessor na Vale


O executivo disse ainda que a decisão de deixar o cargo foi tomada na quinta-feira, de forma antecipada, após especulações na imprensa sobre o tema




Rio de Janeiro – O presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, afirmou nesta sexta-feira que não desconfia quem será o seu sucessor.

“Que eu saiba eu não tenho sucessor, eu nunca fui informado de ter esse sucessor e para falar a verdade eu nem desconfio quem será esse sucessor”, afirmou ele em teleconferência com a imprensa, após a companhia anunciar pela manhã que ele não renovará o seu contrato em maio.

O executivo disse ainda que a decisão de deixar o cargo foi tomada na quinta-feira, de forma antecipada, após especulações na imprensa sobre o tema.

Afirmou também que houve uma reunião nesta manhã sobre sua saída, mas não deu detalhes dos temas tratados e nem mesmo de quem estava presente.

Café, açúcar e etanol se beneficiam de novo acordo da OMC, diz embaixador




Café, açúcar e etanol se beneficiam de novo acordo da OMC, diz embaixador

Commodities como café, açúcar e etanol, produzidas no Brasil, serão fortemente beneficiadas pela entrada em vigor na quarta-feira, 22, de um novo acordo de facilitação e comércio ratificado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A avaliação é do embaixador da Representação Permanente do Brasil junto a Organizações Internacionais, Hermano Telles Ribeiro, em Londres, centro financeiro da Europa e uma das maiores praças de negociação internacional desses produtos.

"A medida não só pode desonerar o comércio exterior brasileiro como também harmoniza as regras aduaneiras do País. Todas essas commodities que são exportadas passam por aduanas", afirmou o embaixador. O acordo prevê medidas de desburocratização das vendas e compras externas. Para que entrasse em vigor, precisava ser ratificado por dois terços dos membros da OMC, o que envolveu um grande processo diplomático, já que 110 países precisaram dar o aval ao documento assinado em 2013. Ontem, quatro países - Ruanda, Omã, Chad e Jordânia - ratificaram o acordo, totalizando 112.

"O impacto será enorme", disse Telles Ribeiro, que não soube estimar em valores os ganhos para o Brasil. Ele citou a projeção apresentada pelo diretor-geral da OMC, o também brasileiro Roberto Azevêdo, de redução dos custos de exportação e importação de até 14%. Os ganhos para a economia mundial chegariam a US$ 1 trilhão, conforme a entidade.

Telles Ribeiro, que chegou à capital britânica há pouco mais de seis meses, tem feito um trabalho direto com instituições como a Organização Internacional do Açúcar (OIA) e a Organização Internacional do Café (OIC), que atualmente passa por um processo de seleção da diretoria .

 (Agência Estado, 23/2/17)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Cenário favorável para o agronegócio brasileiro





Por José Luiz Tejon Megido

A China é o maior cliente do agro brasileiro. Mas não pense que não se produz na agropecuária, ao contrário, enquanto o Brasil deverá colher neste ano uma safra em torno de 215 milhões de toneladas de grãos, a China registra o seu plano quinquenal para 2020! Sim, projetam passar dos atuais 500 milhões de toneladas de grãos para 550, ou seja, a China produz mais do que o dobro do Brasil. Em contrapartida, consome muito, não tem mais condições para expansão e é por isso que ainda precisa importar.

Esse crescimento projetado de 50 milhões de toneladas precisará ser feito com produtividade, pois a China utiliza hoje 124 milhões de hectares, o que também é o dobro da área agrícola brasileira. O governo chinês tem preocupações seríssimas com a contaminação do solo e da água. O país consome 1/3 da produção mundial de fertilizantes e a estatal chinesa decretou aumento de consumo zero de fertilizantes e defensivos. Ou seja, a China precisará crescer com uma gestão otimizada dentro da mesma área.

Dessa forma, o cenário mundial para o Brasil se revela extraordinário, pois temos um cliente/parceiro econômico que produz o nosso dobro. Devemos cada vez mais incorporar o estado da arte da tecnologia, os fatores ambientais já comprometidos, a educação e a existência de produtoras e produtores rurais cada vez mais chamados de agro urbanos.

Temos total condição de dominar, em um futuro próximo, fatores controláveis essenciais para dobrarmos o volume e agregarmos valor multiplicando as receitas obtidas com o agronegócio por três. Portanto, mãos a obra! (José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável 


(CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM)

Estoques baixos do açúcar sustentam preços em NY












Os preços do açúcar dispararam ontem na bolsa de Nova York depois que a Organização Internacional do Açúcar (OIA) estimou que, embora a produção deva superar o consumo na próxima safra internacional (2017/18), os estoques finais da temporada corrente ainda sinalizaram oferta apertada. Os contratos com vencimento em maio subiram 48 pontos, para 20,74 centavos de dólar a libra-peso, o maior valor desde o dia 6.

A OIA avaliou que deverá haver um "modesto superávit" na safra 2017/18. Para o ciclo atual, a estimativa foi revisada para baixo, para 5,9 milhões de toneladas. Diante disso, a relação entre estoques e uso deverá cair para 43,78%, a mais apertada desde 2010/11. Em volume, os estoques finais desta safra foram projetados em 76,3 milhões de toneladas. A estimativa para o consumo global foi elevada para 174,2 milhões, superando a previsão para a produção, que ficou em 168,3 milhões.

Para o Brasil, a produção foi estimada em 38,8 milhões de toneladas, e a exportação, em 27,6 milhões. Quanto à Tailândia, segundo maior exportador mundial, a estimativa é que os embarques fiquem em 7 milhões de toneladas e a produção, em 9,5 milhões. Ontem, o governo tailandês, que responde a um questionamento do Brasil na OMC, disse que vai parar de subsidiar a produção e deixará de controlar os preços ao consumidor até o fim do ano. A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) aprovou a decisão, mas disse que há outras medidas a serem alteradas, como o sistema de cotas e subsídios aos canavieiros.

 (Assessoria de Comunicação, 22/2/17)

Cana: Banco Pine corta previsão de safra 2017/18 no Centro-Sul em 10 mi/t



 O Banco Pine cortou nesta quarta-feira sua projeção para a safra 2017/18 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil em 10 milhões de toneladas, de 585 milhões de toneladas estimadas em novembro para 575 milhões de toneladas agora. Caso se confirme, o volume do próximo ciclo, que se inicia oficialmente em abril, será quase 5% menor se comparado ao de 603,8 milhões de toneladas considerado para a temporada vigente, a 2016/17.

Em relatório, o analista da instituição, Lucas Brunetti, diz que nova projeção leva em conta a idade avançada dos canaviais, que acarreta menor produtividade. Pelos cálculos do banco, a média de idade das plantações passará de 3,4 anos em 2016/17 para 3,6 anos em 2017/18. Outro fator mencionado foram as baixas temperaturas durante a primavera no ano passado, em especial no "Paraná e em partes de Mato Grosso do Sul e de São Paulo".

Segundo Brunetti, o clima mais frio retardou o desenvolvimento das plantações. Já em relação ao clima global, "as previsões das agências indicam que o efeito meteorológico El Niño retornará no segundo semestre deste ano", afirmou o analista. O fenômeno, caso ocorra, provocará mais chuvas no Centro-Sul do Brasil, prejudicando a colheita de cana e, consequentemente, a moagem e fabricação de produtos, explica.

Conforme o Pine, as usinas e destilarias da região produzirão 35,1 milhões de t de açúcar em 2017/18, ligeiramente abaixo dos 35,3 milhões de t de 2016/17. No caso do etanol, a expectativa é de queda de 6,6%, para 23,8 bilhões de litros, dos quais 11,5 bilhões de litros de anidro e 12,3 bilhões de litros de hidratado.

Tal previsão leva em conta um mix de 47,7% da oferta de matéria-prima para açúcar e de 52,3% para etanol, além de uma quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) de 134 kg por tonelada de cana (+0,5%). De acordo com o Pine, também devem ser fabricados 26 milhões de litros de etanol de milho, ante 21 milhões de litros em 2016/17. Apesar dos problemas que podem prejudicar a temporada 2017/18, Brunetti afirma que o principal risco acabou não se concretizando: o La Niña.

"Esse efeito meteorológico, que foi bastante alardeado nos últimos meses, é associado a estiagens no Centro-Sul do Brasil. Isso poderia prejudicar a produtividade agrícola de maneira generalizada. No entanto, o La Niña não chegou a ser sentido, e as chuvas foram muito próximas da média histórica", concluiu

 (Agência Estado, 22/2/17)

Os 31 bilionários brasileiros de 2016, segundo a Forbes


Além de Jorge Paulo Lemann, outros 30 brasileiros também aparecem na lista da Forbes, com fortunas nos setores de bancos, cerveja, construção, mídia e saúde