quarta-feira, 1 de março de 2017

Brasileiro só recuperará riqueza perdida com recessão em 10 anos


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Os efeitos da crise prolongada e da expectativa de lenta retomada da economia do Brasil vão fazer com que a riqueza do brasileiro demore dez anos para se recuperar do estrago causado pela recessão.


Na projeção de economistas, o pico do Produto Interno Bruto (PIB) per capita alcançado em 2013 só será superado no início da próxima década, entre 2022 e 2023.

"Em 2022, o PIB per capita deve alcançar 31 mil reais (em números deflacionados) e aí supera o patamar de 2013, quando estava em 30,8 mil reais. É praticamente uma década perdida", diz o economista e sócio da consultoria 4E, Bruno Lavieri.

A recessão enfrentada pela economia brasileira nos últimos anos fez com que o PIB per capita do Brasil acumulasse forte queda desde 2014, devolvendo os ganhos obtidos no período de forte crescimento da economia. Segundo Lavieri, esse indicador fechará 2017 a 27,8 mil reais, voltando a crescer gradualmente apenas a partir de 2018.

A assistente administrativa Andréia Zanetti, de 34 anos, é um exemplo de como o brasileiro sente os efeitos dessa diminuição da riqueza. Desempregada por sete meses, ela até conseguiu nova colocação em novembro passado, mas o salário atual equivale à metade do que recebia no trabalho anterior.

Com isso, precisou reduzir consumo e readequar o orçamento doméstico à nova realidade. "Troquei as lojas em que comprava roupa, deixei de jantar e almoçar fora e cortei o telefone fixo de casa", diz Andréia. "Mudei até a marca do leite que comprava para o meu filho."

A economia brasileira vem sofrendo com a forte recessão e, segundo cálculos de especialistas, deve ter encolhido mais de 9 por cento desde o início da crise, acertando em cheio a riqueza da população.

"No acumulado desde 2014 até agora, houve queda de 9,6 por cento no PIB per capita. É uma redução do padrão de vida bastante expressiva", afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Julio Mereb.



LENTA RECUPERAÇÃO


A projeção de lenta recuperação da riqueza do brasileiro é explicada pela expectativa de baixo crescimento econômico nos próximos anos diante da queda do PIB potencial do país.

"A economia deve avançar no máximo em linha com o crescimento potencial, ao redor de 2,5 por cento, nos próximos anos", afirmou a economista da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, para quem o PIB per capita do país só vai superar o resultado de 2013 em 2023.


O PIB potencial do Brasil perdeu fôlego na crise atual sobretudo por causa da forte queda do investimento e pelo lento crescimento da População Economicamente Ativa (PEA), cujo avanço mais forte em anos passados também ajudava a elevar a capacidade de crescimento do Brasil.

A PEA chegou a aumentar 2 por cento ao ano, mas deve crescer a uma taxa inferior a 1 por cento nos próximos anos por causa do envelhecimento da população.

Também fundamental para o enriquecimento do país, o desempenho da produtividade --que está estagnada nas últimas décadas-- depende de mudanças estruturais na economia, que envolvam reformas para aumentar o investimento, desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios da economia brasileira.

"As reformas dão previsibilidade para a economia e puxam o ciclo virtuoso ao tornar o ambiente mais propício para negócios e trazer ganhos de produtividade", afirmou o economista do Itaú Rodrigo Miyamoto.


ATRASO


O estrago da recessão no padrão de vida do brasileiro também fica evidente quando se compara o PIB per capita do Brasil medido em dólar com o de outras economias.

Os últimos números do Fundo Monetário Internacional (FMI), que retiram os efeitos cambias e de inflação, mostram que o PIB per capita do Brasil deve encerrar este ano em 15,5 mil dólares, bastante distante de economias parecidas como a do Chile (24,7 mil dólares) e a do México (19,5 mil dólares).

O caso mais emblemático de comparação é o da Coreia do Sul, cujo PIB per capita era bastante parecido com o do Brasil na década de 1980. Hoje, no entanto, a riqueza média dos sul-coreanos é de 39,7 mil dólares.

"Foi um país que fez um investimento muito grande em educação e liberou a importação de tecnologia para diversos setores da economia, o que ajudou de alguma maneira a qualificar a mão de obra", explicou o professor de economia do Insper Otto Nogami.

 (Reuters, 24/2/17)



Fnac procura parceiro local para reforçar operação no país


Em nota divulgada nesta quarta-feira (1º), a companhia também negou que queira deixar o negócio no Brasil

 

Fnac
São Paulo – A Fnac Brasil emitiu um comunicado nesta quarta-feira, 01, no qual afirma que a companhia iniciou um processo de busca de um parceiro local, mas que seu objetivo é “continuar e reforçar sua operação” no Brasil. Após questionamento, a companhia negou que queira deixar o negócio no País.

A Fnac divulgou na terça-feira seu balanço do quarto trimestre de 2016, no qual passou a reportar a divisão brasileira como uma “operação descontinuada”.

A mudança contábil veio acompanhada de um comentário no qual o grupo afirmava que havia iniciado um processo de busca de um parceiro.

Em nota, a Fnac Brasil informou que “a operação brasileira precisa ter um tamanho crítico no sentido de ser relevante e reforçar sua posição de mercado”.

Segundo a companhia, o grupo está agora focado na nova estratégia de integração com a Darty, varejista de eletrodomésticos e eletrônicos cuja compra pela Fnac foi anunciada em 2015 e aprovada pela autoridade francesa de defesa da concorrência no ano passado.

Fnac anuncia que está saindo do Brasil


A Fnac está presente no Brasil desde o fim dos anos 1990, mas, há alguns anos, já tinha apontado dificuldades para atingir um nível crítico

 



A distribuidora de produtos eletrônicos, culturais e eletrodomésticos francesa Fnac Darty anunciou nesta terça-feira que irá se retirar do Brasil, ao mesmo tempo em que indicou que a companhia havia registrado um resultado líquido em equilíbrio (zero) em 2016.

Apesar deste resultado, o grupo afirmou que suas vendas e sua rentabilidade têm aumentado.

A Fnac Darty anunciou a intenção de vender a filial brasileira. O grupo “começou um processo ativo para buscar um sócio que dê lugar à retirada do país”, segundo um comunicado.

A Fnac está presente no Brasil desde o fim dos anos 1990, mas, há alguns anos, já tinha apontado dificuldades para atingir um nível crítico no país.

O Brasil representa menos de 2% do volume de vendas total da Fnac, que possui cerca de uma dezena de lojas no país.



México avalia importação de produtos do Brasil após ameaça de Trump




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Em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos, o México planeja enviar uma delegação ao Brasil no mês que vem para visitar produtores de milho, carne bovina, frango e soja como alternativa aos fornecedores norte-americanos, disse o representante do México no Brasil nesta sexta-feira.
 
O encarregado de negócios da embaixada mexicana no Brasil, Eleazar Velasco, disse que o Brasil está em uma posição única para expandir a venda de produtos agrícolas para o México, caso o acordo comercial com os EUA seja interrompido, uma vez que está mais próximo do que outros possíveis fornecedores, como a Austrália.
 
"Os Estados Unidos querem unilateralmente mudar as regras do jogo estabelecidas", disse Velasco à Reuters. "Evidentemente ao mudar nossas relações, isso vai reequilibrar outras relações."
 
O secretário da Agricultura mexicano, José Calzada, deveria ter visitado o Brasil na semana passada, mas teve que adiar sua viagem devido a questões de agenda, disse Velasco.
 
Calzada irá trazer executivos da indústria de alimentos do México para fazer acordos com exportadores brasileiros, disse o diplomata. A viagem faz parte de um esforço para reduzir a dependência das exportações dos EUA, uma vez que o presidente Donald Trump ameaça suspender o acordo de livre comércio entre os dois países.
 
Calzada disse em entrevista à Reuters na semana passada que o México pode reduzir as tarifas para produtos sul-americanos, caso necessário.
 
O México depende das importações de milho amarelo do México sob o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). Com 2,3 bilhões de importações em 2016, o México é de longe o maior comprador estrangeiro, e produtores dos EUA têm pressionado Trump para que ele não altere o acordo.
 
"O milho é um produto básico imprescindível e insubstituível para os mexicanos. Se os EUA forem mudar as regras do jogo, teremos que comparar dos que querem vender, e aí o Brasil está na melhor posição."
 
O Brasil está expandindo a produção de milho e a colheita 2016/17 deverá crescer para 93 milhões de toneladas, ante 71 milhões de toneladas na safra anterior. A consultoria Agroconsult estima que as exportações de milho do Brasil irão dobrar para 28 milhões de toneladas, com a vizinha Argentina como sua maior competidora.
 
O México também irá avaliar comprar soja do Brasil, o maior exportador mundial do grão, embora as importações mexicanas sejam pequenas, disse Velasco.

As tensões com o governo de Trump deram novo ânimo às negociações entre México e Brasil para liberar seu comércio, do qual 51 por cento é composto de carros e peças automobilísticas, mas que agora pode passar por uma expansão dos produtos agrícolas.
 
 (Reuters, 24/2/17)

Cana: Usinas listadas na BM&FBovespa retomam investimentos

Foto de BM&FBOVESPA - São Paulo - SP, Brasil

As usinas sucroalcooleiras listadas na BM&FBovespa, que estão entre as maiores do setor no país, voltaram a elevar seus investimentos, especialmente com foco no crescimento orgânico, depois de iniciar a safra mais voltadas para o objetivo de reduzir o comprometimento do caixa com suas dívidas.

Raízen Energia – joint venture entre Cosan e Shell -, Biosev e São Martinho registraram, no acumulado da safra 2016/17 (de abril a dezembro), forte aumento de receita e de geração de caixa, apesar da derrapada no último trimestre, seja por problemas de safra ou decisões estratégicas.

Nesse contexto, também cresceram os desembolsos com investimentos em bens de capital (Capex), mesmo em um período de moagem, quando os aportes costumam ser mais comedidos.

Os investimentos feitos pelas três companhias no período somaram R$ 2,668 bilhões, um aumento de 23% em relação aos aportes feitos por elas nos nove primeiros meses da safra passada. No entanto, esse montante ainda está abaixo do investido no mesmo período da safra 2014/15, de R$ 2,686 bilhões.

Afinal, nesta safra, as empresas ainda buscaram aproveitar o bom momento do mercado de açúcar e etanol para minimizar a alavancagem, enquanto naquela temporada o mercado ainda não havia atingido o fundo do poço.

Maior do setor, a Raízen Energia desembolsou, nos nove primeiros meses da safra atual, R$ 1,190 bilhão em investimentos, alta de 24,3% na comparação anual. Apenas no último trimestre, os investimentos saltaram 31%, para R$ 456,7 milhões, já que a companhia encerrou a moagem de cana mais cedo que no ano passado e antecipou o dispêndio com plantio e tratos culturais, explicou Paula Kovarsky, diretora de relações com investidores da Cosan, em teleconferência com analistas.

Essa tendência de alta inverte o movimento da safra 2015/16, quando a Raízen Energia gastou, em todo o ciclo, 24% a menos com investimentos do que na temporada anterior, seja por adequação dos projetos, pelo longo período de moagem de cana ou por ganhos de eficiência.

Neste quarto trimestre, se a empresa quiser alcançar sua meta para esta temporada de um Capex entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2,1 bilhões, deve realizar aportes entre R$ 710 milhões e R$ 910 milhões.

E, para a próxima safra, os investimentos da joint venture devem crescer mais com a conclusão de projetos ligados à melhoria de produtividade e maximização de açúcar, possíveis aportes em aumento da disponibilidade de cana, em produção de biogás, em novos projetos de logística e infraestrutura para açúcar e etanol, além de adequação para práticas e impacto de inflação, afirmou Kovarsky durante a teleconferência.

A meta é que os aportes da companhia fiquem entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,4 bilhões no ciclo 2017/18, que começa oficialmente em abril, sendo que os investimentos recorrentes (com canavial e manutenção de equipamentos) devem ficar estáveis, entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,8 bilhão.

Segunda maior processadora de cana do país, a Biosev, controlada pela Louis Dreyfus Company (LDC), também vem elevando seus investimentos nesta safra, com foco principalmente nas lavouras. No acumulado da temporada, o Capex ficou em R$ 847 milhões, um avanço de 24% ante o mesmo período da safra passada.

Esse aumento decorre de "maiores desembolsos com plantios e tratos, maior dosagem de insumos para elevar a produtividade agrícola", além de "investimento industrial e de gastos com manutenção, já que houve menos dias de moagem ante safra passada", informou Paulo Prignolato, diretor financeiro da Biosev, durante teleconferência com analistas.

Questionado na ocasião sobre o orçamento para os investimentos para a próxima safra, Rui Chammas, CEO da Biosev, disse que os guidances serão divulgados após o fim do ciclo, mas que "as condições climáticas dão um horizonte positivo para a próxima safra".

O Grupo São Martinho também elevou seu Capex desde o início da temporada para R$ 630 milhões, um aumento de 21% em relação ao acumulado da safra passada, devido ao incremento dos gastos com manutenção de entressafra e ao projeto de ampliação de capacidade da Usina Santa Cruz.

Para a próxima safra, a companhia já prevê que apenas os investimentos em manutenção irão a R$ 900 milhões, informou Felipe Vicchiato, diretor financeiro da companhia, durante teleconferência com analistas. Na safra 2015/16, os aportes em manutenção, plantio e tratos culturais foram de R$ 676 milhões

(Assessoria de Comunicação, 24/2/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/cana-usinas-listadas-na-bmfbovespa-retomam-investimentos.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/#.WLcUdfRwto0



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Advogado trabalhista poderá acompanhar audiências e emitir boletos por aplicativo




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Boa parte das funções que o advogado tem que exercer na Justiça do Trabalho podem agora ser feitas pelo celular. Nesta semana foi lançado o e-JT, aplicativo que permite checar a movimentação de processos, decisões, acompanhar notícias, jurisprudência e pautas de audiências e sessões e até emitir boletos para pagamentos, entre outras comodidades.
Interface do aplicativo, que já está disponível para o TRT-5.Reprodução 
O aplicativo traz novidades como a comunicação, via chat, entre advogados de estados diferentes, possibilidade de propor acordos, ferramenta para verificação de autenticidade de documentos no Processo Judicial eletrônico (PJe) e integração com outros TRTs.

O projeto inicial foi desenvolvido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), e agora terá abrangência nacional. A disponibilização do aplicativo se dará de forma gradual. Nesta semana, o software já pode ser baixado pelo público do TRT-5. Em breve, será expandido para o TRT da 4ª Região (RS) e 21ª Região (RN) e, até o fim do ano, para todas as Regiões.

Integração com outros TRTs
Os usuários poderão escolher de qual Regional desejam consultar as informações. E, quando novos tribunais forem integrados, eles serão avisados.

Verificação de autenticidade de documentos do PJe
O usuário poderá utilizar a câmera do celular para ler o código de barras do documento produzido no PJe, validando assim a sua autenticidade. Este código também poderá ser digitado. Além disso, poderá visualizar outros documentos vinculados ao principal.

Chat
Os magistrados e advogados que estiverem autenticados no aplicativo poderão acessar a ferramenta de chat para troca de mensagens instantâneas entre usuários com mesmo perfil.

Backup e recuperação de dados
O usuário poderá fazer backup de outras informações além dos processos favoritos, tais como marcadores, notas, jurisprudências favoritas, entre outros. Com isto, será possível recuperá-las caso precise reinstalar o aplicativo ou recuperar de outro equipamento.

Compartilhamento de processos
Possibilita enviar um link para outro usuário do aplicativo para que ele tenha acesso ao processo de forma mais rápida.

 http://www.conjur.com.br/2017-fev-23/advogado-trabalhista-emitir-boletos-aplicativo

Startup empresta dinheiro com juro de 1,15% ao mês e ganha aporte


Apostando em crédito com garantia de imóvel e carro, BankFacil muda de nome para Creditas e recebe investimento de 60 milhões de reais

 


São Paulo –  Em um mercado onde algumas modalidades de crédito têm juros que passam dos 400% ao ano, quem cobra menos encontra bastante espaço para crescer —e o ritmo de crescimento pode ser tão exponencial quanto as taxas da concorrência.

Foi mirando esse espaço que Sergio Furio criou, em 2013, a Creditas. A startup nasceu com a promessa de mudar a cara dos juros no Brasil, apostando na oferta digital de crédito com garantia.


A demanda é notória: a empresa triplicou seu tamanho no ano passado e atualmente possui uma carteira com 135 milhões de reais em empréstimos. O feito motivou a startup, inclusive, a mudar de nome. Saiba mais: Como adotar a cultura startup em empresas de qualquer tamanho – Patrocinado

“Nossa marca original, BankFacil, não passava a ideia que a Creditas passa de sermos uma empresa focada exclusivamente em crédito com garantia, não um banco comum”, diz Furio.

O mercado promissor chamou atenção não apenas de novos clientes, mas também de fundos de investimento: a Creditas acabou de receber um aporte série B, no valor de 60 milhões de reais.

 

Trajetória


Trabalhando em grandes bancos nos Estados Unidos, onde o crédito com garantia já é um mercado consolidado há décadas, Furio percebeu que outras regiões do mundo exploravam muito pouco essa alternativa ou praticamente nada.

O Brasil estava entre elas. O executivo se mudou para o país em 2012, quando começou a pensar em maneiras de viabilizar o negócio. No ano seguinte, conseguiu um investimento anjo de 3 milhões de reais para lançar a Creditas —na época, BankFacil.

“As taxas de juros são altíssimas no Brasil e as pessoas estão muito acostumadas com as modalidades mais tradicionais de crédito [como o pessoal, por exemplo], que são caras”, diz Furio. “Encontramos um desafio que era, e ainda é hoje em dia, educar os brasileiros a se endividar de forma saudável, com juros menores.”

O potencial de crescimento, dado a enorme quantidade de imóveis e automóveis quitados no país, despertou os olhares de novos sócios. A Creditas recebeu, em 2015, um aporte série A de 10 milhões de reais —com um complemento de 15 milhões de reais mais tarde no mesmo ano.

O aporte marcou a entrada da Kaszek Ventures, fundo de venture capital criado em 2011 pelos cofundadores do Mercado Livre, Hernán Kazah e Nicolás Szekasy, no capital da então BankFacil.

Os fundos Redpoint Eventures, Quona Capital (vinculado à Accion) e QED Investors (do cofundador do banco americano Capital One) também participaram daquela rodada.

De lá para cá, a Creditas dobrou seu número de funcionários (passou de 65 para os atuais 120, e a expectativa é terminar 2017 com cerca de 200 colaboradores) e a carteira de crédito saltou em torno de 35%.

 

Como funciona?


A plataforma é simples: o cliente acessa o site da Creditas e preenche um pré-cadastro com informações básicas. O cruzamento automático de informações —com bureaus de crédito, por exemplo— diz em pouco tempo se a pessoa é apta ou não para preencher o cadastro completo e solicitar o empréstimo. Tudo é feito pela internet.

O crédito com garantia ou refinanciamento, como também é conhecido, consiste em um empréstimo com lastro (garantia) em um imóvel quitado ou até mesmo um automóvel 100% pago. Ou seja, se o cliente não honra a dívida, o valor da empresa é coberto com a venda do bem dado como lastro.

Com a segurança de receber o dinheiro de qualquer forma, as instituições financeiras podem cobrar juros bem mais baratos. Na Creditas, o crédito com garantia do automóvel tem taxas que começam em 1,99% ao mês e podem chegar a 3,5% ao mês —mas geralmente ficam muito perto das taxas mínimas.

O prazo máximo do empréstimo é de até 5 anos e o tíquete médio fica na faixa de 15 mil reais a 20 mil reais. A regra é que os empréstimos desse tipo sejam de até 80% do valor do veículo pela tabela Fipe.

Já no crédito com garantia do imóvel, as taxas da Creditas começam em 1,15% ao mês e vão até 2,99% ao mês —mais correção monetária pelo IPCA. O prazo máximo é de até 20 anos e valor máximo é de 2 milhões de reais.

A regra, nesse caso, é de que o empréstimo seja de até 60% do valor do imóvel. E o tíquete médio é de cerca de 180 mil reais. Veja 7 mitos e verdades do empréstimo com imóvel de garantia.

Novo aporte e planos

 

O aporte que acabou de ser anunciado, de 60 milhões de reais, é liderado pela International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial e maior instituição global de desenvolvimento voltada para o setor privado nos mercados emergentes.

O investimento também marcou a entrada da Naspers Fintech no capital da Creditas. Segundo Furio, o dinheiro será investido em tecnologia, que permitirá a ampliação do negócio. “Temos que adequar nossa plataforma para uma demanda cada vez maior”, diz.

“Vamos continuar revolucionando as taxas de juros no Brasil. Temos que investir em parcerias, como a que temos com os arquitetos, por exemplo, além de intensificar os esforços com divulgação e, acima de tudo, estimular a educação financeira.”