Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
sexta-feira, 3 de março de 2017
Delator diz que Odebrecht pagou R$ 40 milhões via Itaipava
Ex-executivo da Odebrecht disse que o grupo usou a Petrópolis, da Itaipava, para doar R$ 40 milhões a partidos da base aliada de Dilma e Temer
Por
Estadão Conteúdo
Brasília e São Paulo – O ex-executivo da
Odebrecht Benedicto Júnior disse que a empreiteira usou o Grupo
Petrópolis, da cervejaria Itaipava,
para doar R$ 40 milhões a campanhas de partidos da base da chapa Dilma
Rousseff-Michel Temer em 2014, segundo relatos obtidos pelo jornal O
Estado de S. Paulo.
O empreiteiro Marcelo Odebrecht também afirmou que a
Itaipava foi usada como “laranja” pela Odebrecht para fazer doações
oficiais.
Benedicto Júnior depôs nesta quinta-feira, 2, à Justiça
Eleitoral, na ação que apura abuso de poder econômico pela chapa
Dilma-Temer.
O depoimento de Marcelo Odebrecht na mesma ação foi prestado
anteontem. Na audiência de ontem, Benedicto Júnior, o BJ, não detalhou a
discriminação do repasse de R$ 40 milhões às campanhas.
Ex-presidente da construtora Odebrecht, Benedicto Júnior
disse que usava as empresas do Grupo Petrópolis porque o grupo Odebrecht
não queria ser listado como a maior doadora a políticos.
Já Marcelo Odebrecht afirmou que “usava muito” a Itaipava
para fazer doações eleitorais sem que o nome da empreiteira se tornasse
público e, depois, “procurava um jeito” de reembolsar a cervejaria.
Em dezembro, o Estado revelou que a Odebrecht detalhou no
acordo de delação como as empresas dos donos da cervejaria eram usadas
pela empreiteira para distribuir dinheiro a políticos por meio de
doações e entregas de dinheiro em espécie.
Um dos delatores da Odebrecht mencionou que a empreiteira
depositou ao menos R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do
Grupo Petrópolis em banco no exterior e construiu fábricas para a
cervejaria em troca da disponibilidade de dinheiro no Brasil em doações
eleitorais e também pagamentos de propina.
Planilhas. Em março do ano passado, foram encontradas
planilhas na casa de BJ que mostravam a ligação da empreiteira com a
cervejaria.
Os números apontavam que doações por intermédio da Itaipava
teriam superado R$ 30 milhões a 13 partidos, entre eles PT, PMDB e PSDB.
Quando o conteúdo das planilhas foi revelado, políticos
citados nas listas como beneficiários de doações negaram ter recebido
recursos de forma irregular da Odebrecht.
Ao justificar as doações da empreiteira, no entanto, alguns
deles, como o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o
ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante (PT) e o hoje ministro da
Cultura, Roberto Freire (PPS), apresentaram recibos de doações oficiais
em nome das empresas Leyroz de Caxias ou da Praiamar, ligadas ao Grupo
Petrópolis.
Em dezembro, quando negociavam o acordo de colaboração com a
Justiça, executivos e ex-executivos da Odebrecht prometeram entregar
mais planilhas das contribuições eleitorais executadas pelo Grupo
Petrópolis.
Naquele momento, a Lava Jato já havia identificado que
executivos ligados à Odebrecht e o grupo eram sócios no banco Meinl Bank
Antígua, usado pela empreiteira baiana, segundo as investigações, para
operar propina.
Defesas
Procurada na noite desta quinta-feira pela reportagem, a
Itaipava não foi localizada para comentar a suposta doação de R$ 40
milhões a partidos.
Em outras manifestações, a empresa tem afirmado que “todas
as doações feitas pelo Grupo Petrópolis seguiram estritamente a
legislação eleitoral e estão registradas”.
O advogado do presidente Michel Temer, Gustavo Guedes,
reafirmou nesta quinta que o presidente Michel Temer responde apenas por
sua própria atuação na campanha e que, nela, não houve ilicitude.
Responsável pela defesa de Dilma Rousseff, Flávio Caetano
disse ontem que ela jamais pediu qualquer doação que não fosse legal.
“Não houve nenhuma propina na campanha, principalmente vinda da
Odebrecht”, afirmou.
Entre os políticos citados como beneficiários de doações da
Itaipava que teriam sido usadas para “disfarçar” repasses da Odebrecht, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) negou irregularidades.
“As doações realizadas pelas empresas Leyroz e Praiamar encontram-se declaradas na prestação de contas.”
Roberto Freire afirmou que a referência a seu nome “tem
justificativa apenas pelo exercício à frente da presidência do PPS
naquele momento”. O ex-ministro Aloizio Mercadante não foi localizado
nesta quinta.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Para evitar crise, novo líder do governo no Senado será do PMDB
Temer deve manter Jucá na liderança do governo no Congresso e escolher outro nome do partido para liderança do Senado
Por
Marcelo Ribeiro
Brasília – Ciente da insatisfação da bancada do PMDB no Senado, o presidente Michel Temer (PMDB) deve escolher um senador peemedebista para a liderança do governo na Casa. O lugar era ocupado por Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi indicado ontem para o Ministério das Relações Exteriores.
Interlocutores do presidente afirmaram a EXAME.com que a escolha do presidente tem como objetivo amenizar o descontentamento dos senadores da sigla peemedebista com o Palácio do Planalto. O PMDB do Senado tem questionado uma participação maior no governo.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso, surgiu como o nome mais cotado para ocupar a função. “Mesmo considerando Jucá um dos parlamentares mais articulados da Casa, Temer teria decidido não mudá-lo de posição no tabuleiro”, afirmou uma fonte próxima ao peemedebista.
O que teria determinado o posicionamento de Temer? Além de acreditar que Jucá é essencial na liderança do governo no Congresso, o presidente teme que novas citações do senador de Roraima o recoloquem na mira das investigações da Operação Lava Jato.
“Jucá já apanhou de todos os lados. Mesmo assim, respira sem a ajuda de aparelhos. Mesmo sendo articulado, ele já é carta fora do baralho para este cargo”, disse um auxiliar palaciano.
O plano B de Temer seria indicar o senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Para EXAME.com, Braga disse que não tem feito articulações e que ainda não foi procurado por Temer para falar sobre o posto.
Auxiliares do Planalto afirmaram que Temer pretende bater o martelo até o início da próxima semana. Depois disso, serão nomeados os presidentes e os relatores das comissões da Casa.
Existem partidos de extrema-direita no Brasil?
Por
Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal
Este
artigo tem um único objetivo: classificar a tendência ideológica dos diferentes
partidos políticos brasileiros de acordo com seu estatuto e/ou seus principais
representantes. Note ainda que em nosso pais os partidos não costumam ser muito
firmes em suas convicções ideológicas. Dessa forma é comum termos políticos de
esquerda filiados a partidos de direita, e vice-versa. Devido a seu tamanho e
amplo espectro político, o PMDB foi classificado como sendo tanto de
centro-direita como de centro-esquerda. Entre parênteses o número de deputados
federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PMDB foram alocados 33
deputados federais para centro-direita e outros 32 para centro-esquerda.
Partidos
de extrema-esquerda: PCdoB (10), PSTU, PCB, PCO, PSOL (5). Total = 15
Partidos
de esquerda: PT (68), PSB (34), PTB (25), PDT (20), PPS (10), PTdoB (2), PTN
(4), PPL, SD (15), REDE (formado depois da eleição de 2014). Total = 178
Partidos
de centro-esquerda: PMDB (32), PSDB (54), PRP (3), PV (8), PP (38), PHS (5),
PSD (36), PEN (2), PROS (11), PMB (formado depois da eleição de 2014). Total =
189
Partidos
de centro-direita: PMDB (33), DEM (21), PTC (2), PSC (13), PMN (3), PRB (21),
PR (34). Total = 127
Partidos
de direita: PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), NOVO (formado depois da eleição de
2014). Total = 4
Partidos
de extrema-direita: nenhum.
Claro que outras divisões são possíveis, poderíamos por
exemplo dividir os partidos entre conservadores, liberais, e progressistas
(socialistas). Mas os pontos que quero ilustrar permaneceriam essencialmente os
mesmos, quais sejam, a inexistência de um único partido político de
extrema-direita, e o amplo domínio dos partidos de centro-esquerda e esquerda.
Como inexistem partidos de extrema-direita no Brasil, os
candidatos de direita e centro-direita acabam sendo taxados de radicais e
extremistas. Não é raro a imprensa taxar candidatos de direita como sendo
ultraconservadores ou radicais de extrema-direita. Isso ocorre em decorrência
direta do fato de que nosso espectro político esta muito viesado para a
esquerda. Isto é, qualquer um mais a direita do PSDB já é imediatamente
rotulado como um radical de extrema-direita. Já na outra ponta, a existência de
vários partidos de extrema-esquerda faz com que partidos de esquerda e centro-esquerda
pareçam moderados. Daí você nunca ouvir na imprensa o termo radical de esquerda
para designar membros do PT ou do PSDB por exemplo.
Uma conta rápida mostra que enquanto os partidos de esquerda
detém 382 deputados, sobram apenas 131 deputados representando partidos de
direita. Analisando esses números, não causa surpresa o fato de que pautas com
apoio majoritário da população (tais como a revogação do estatuto do
desarmamento, e a redução da maioridade penal) enfrentem grandes resistências
para serem aprovadas no Congresso Nacional onde predominam partidos com pautas
de esquerda.
Claro que existem deputados de direita no PSDB, da mesma
maneira que existem esquerdistas filiados a partidos de direita. Mas o ponto
desse post é ressaltar que a ausência de um partido de extrema-direita no
Brasil (para contrabalancear os partidos de extrema esquerda) tem causado um
deslocamento do espectro político favorável a esquerda. Notem que são 5
partidos de extrema-esquerda, com 15 deputados federais, contra nem um único
partido de extrema-direita. E, pior que isso, apenas 4 deputados de direita.
Isto é, a extrema-esquerda possui mais do que o triplo de representantes no
Congresso do que os partidos moderados de direita. Além disso, a divisão acima
demonstra a grande força e domínio das pautas de esquerda no debate no
Congresso Nacional, mesmo quando essas pautas não encontram grande apoio junto
a população.
Por
Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal
Este
artigo tem um único objetivo: classificar a tendência ideológica dos diferentes
partidos políticos brasileiros de acordo com seu estatuto e/ou seus principais
representantes. Note ainda que em nosso pais os partidos não costumam ser muito
firmes em suas convicções ideológicas. Dessa forma é comum termos políticos de
esquerda filiados a partidos de direita, e vice-versa. Devido a seu tamanho e
amplo espectro político, o PMDB foi classificado como sendo tanto de
centro-direita como de centro-esquerda. Entre parênteses o número de deputados
federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PMDB foram alocados 33
deputados federais para centro-direita e outros 32 para centro-esquerda.
Partidos
de extrema-esquerda: PCdoB (10), PSTU, PCB, PCO, PSOL (5). Total = 15
Partidos
de esquerda: PT (68), PSB (34), PTB (25), PDT (20), PPS (10), PTdoB (2), PTN
(4), PPL, SD (15), REDE (formado depois da eleição de 2014). Total = 178
Partidos
de centro-esquerda: PMDB (32), PSDB (54), PRP (3), PV (8), PP (38), PHS (5),
PSD (36), PEN (2), PROS (11), PMB (formado depois da eleição de 2014). Total =
189
Partidos
de centro-direita: PMDB (33), DEM (21), PTC (2), PSC (13), PMN (3), PRB (21),
PR (34). Total = 127
Partidos
de direita: PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), NOVO (formado depois da eleição de
2014). Total = 4
Partidos
de extrema-direita: nenhum.
Claro que outras divisões são possíveis, poderíamos por
exemplo dividir os partidos entre conservadores, liberais, e progressistas
(socialistas). Mas os pontos que quero ilustrar permaneceriam essencialmente os
mesmos, quais sejam, a inexistência de um único partido político de
extrema-direita, e o amplo domínio dos partidos de centro-esquerda e esquerda.
Como inexistem partidos de extrema-direita no Brasil, os
candidatos de direita e centro-direita acabam sendo taxados de radicais e
extremistas. Não é raro a imprensa taxar candidatos de direita como sendo
ultraconservadores ou radicais de extrema-direita. Isso ocorre em decorrência
direta do fato de que nosso espectro político esta muito viesado para a
esquerda. Isto é, qualquer um mais a direita do PSDB já é imediatamente
rotulado como um radical de extrema-direita. Já na outra ponta, a existência de
vários partidos de extrema-esquerda faz com que partidos de esquerda e
centro-esquerda pareçam moderados. Daí você nunca ouvir na imprensa o termo
radical de esquerda para designar membros do PT ou do PSDB por exemplo.
Uma conta rápida mostra que enquanto os partidos de esquerda
detém 382 deputados, sobram apenas 131 deputados representando partidos de
direita. Analisando esses números, não causa surpresa o fato de que pautas com
apoio majoritário da população (tais como a revogação do estatuto do
desarmamento, e a redução da maioridade penal) enfrentem grandes resistências
para serem aprovadas no Congresso Nacional onde predominam partidos com pautas
de esquerda.
Claro que existem deputados de direita no PSDB, da mesma
maneira que existem esquerdistas filiados a partidos de direita. Mas o ponto
desse post é ressaltar que a ausência de um partido de extrema-direita no
Brasil (para contrabalancear os partidos de extrema esquerda) tem causado um
deslocamento do espectro político favorável a esquerda. Notem que são 5
partidos de extrema-esquerda, com 15 deputados federais, contra nem um único
partido de extrema-direita. E, pior que isso, apenas 4 deputados de direita.
Isto é, a extrema-esquerda possui mais do que o triplo de representantes no Congresso
do que os partidos moderados de direita. Além disso, a divisão acima demonstra
a grande força e domínio das pautas de esquerda no debate no Congresso
Nacional, mesmo quando essas pautas não encontram grande apoio junto a
população.
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC,
trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros,
entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré
vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do
Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal
quinta-feira, 2 de março de 2017
Roberto Azevedo se defende de críticas do governo Trump à OMC
Governo Trump diz considerar que a entidade não é capaz de impedir práticas desleais e prometeu ação "mais agressiva" para defender os interesses dos EUA
Por
AFP
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevedo, reagiu à crítica do governo de Donald Trump, que considera que a entidade não é capaz de impedir práticas desleais e, por isso, prometeu uma atitude “mais agressiva” para defender os interesses dos Estados Unidos.
“O status quo é indefensável. Por muito tempo, os americanos perderam partes do mercado em benefício de outros países, em parte porque as nossas empresas e os nossos trabalhadores não tiveram uma chance real para medir a concorrência estrangeira”, declarou o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) – equivalente ao ministério do Comércio Exterior – no seu plano de ação apresentado ao Congresso na quarta-feira.
Azevedo contra-atacou a posição de Washington e observou que “é claro que os Estados Unidos têm muitas preocupações sobre o comércio, incluindo o funcionamento do Órgão de Solucionamento de Diferenças da OMC (OSD)”.
“Estou disposto a sentar e conversar sobre essas preocupações e qualquer outro problema com a equipe dos Estados Unidos quando esta estiver pronta”, afirmou em um breve comunicado.
Trump – que conquistou a presidência com a promessa de repatriar empregos – já criticou diversas vezes a política comercial chinesa e o papel da OMC, que é responsável por regular divergências entre países.
De acordo com USTR, as regras da OMC são baseadas na “ideia implícita” de que os Estados aplicam os princípios da economia de mercado, apesar de “vários grandes jogadores” ignorarem e muitas vezes esconderem as suas irregularidades no livre comércio por trás de sistemas que “não são suficientemente transparentes”.
“A incapacidade do sistema de fazer esses países prestarem contas leva a uma perda de confiança”, insistiu o USTR.
O relatório também afirma que os Estados Unidos não vão se sentir legalmente vinculados pelas decisões da OMC que lhe forem desfavoráveis.
“Os americanos não são diretamente sujeitos às decisões da OMC”, aponta o escritório.
Esta decisão marca uma clara ruptura com sua posição passada e poderia ameaçar o Órgão de Solucionamento de Diferençasda OMC, que defendeu o mesmo como “a chave do sistema comercial multilateral”.
O USTR confirmou que os Estados Unidos vão se concentrar a partir de agora nos acordos bilaterais, em detrimento dos grandes tratados regionais.
Em várias declarações públicas, Azevedo tentou minimizar a ameaça representada por Trump, que durante sua campanha chamou a OMC de “desastre” e ressaltou que os acordos comerciais multilaterais devastaram a economia americana.
Umas das primeiras medidas adotadas por Trump ao assumir o poder foi tirar o país do Acordo Transpacífico (TTP).
Desde 1995, o OSD da OMC analisou mais de 500 casos envolvendo a quebra das regras comerciais, A OMC não pode punir os países que não cumprem o regulamento, mas pode autorizar medidas de represália.
Superávit da balança em fevereiro bate recorde para o mês
O saldo positivo de US$ 4,560 bilhões é resultado de exportações que somaram US$ 15,472 bilhões e importações de US$ 10,912 bilhões
Por
Estadão Conteúdo
Brasília – A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,560 bilhões em fevereiro, valor recorde para o mês.
O saldo positivo é resultado de exportações que somaram US$
15,472 bilhões e importações de US$ 10,912 bilhões, de acordo com dados
divulgados nesta quinta-feira, 2, pelo Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC).
No ano, o resultado acumulado é positivo em US$ 7,285
bilhões, também o melhor resultado para o período da série histórica,
que tem início em 1989. As exportações somaram US$ 30,383 bilhões e as
importações US$ 23,099 bilhões.
Somente na quarta semana de fevereiro (20 a 28) houve
superávit de US$ 2,148 bilhões, com US$ 5,092 bilhões em exportações e
US$ 2,944 bilhões em importações.
No mês passado, a média diária das exportações aumentou
22,4% em relação a fevereiro de 2016 e 26,8% na comparação com janeiro.
Já as importações subiram 11,8% sobre fevereiro e 9,4% em relação a
janeiro.
Trabalhador industrial brasileiro ganha menos do que um chinês
O salário do chinês na indústria triplicou de 2005 para 2016 de US$ 1,20 para US$ 3,60 por hora, enquanto o do brasileiro caiu de US$ 2,90 para US$ 2,70
São Paulo – O salário médio por hora de um trabalhador chinês do setor industrial já supera o do seu equivalente no Brasil, de acordo com dados da consultoria Euromonitor.
O salário do chinês triplicou de 2005 para 2016 de US$ 1,20 para US$ 3,60 por hora, e hoje supera o de todos os países da América Latina, com exceção do Chile.
Também já se aproxima do valor por hora de trabalho na indústria de países europeus como Romênia (US$ 3,70) e Portugal (US$ 4,50).
“A China não é mais um país de baixo custo ou um destino majoritário de transferência de produção para quem quer apenas gerar margem com baixa remuneração da força de trabalho”, diz Marcos Troyjo, diretor do BRIClab da Universidade de Columbia.
Enquanto isso, o salário do brasileiro na indústria caiu na última década de US$ 2,90 para US$ 2,70, o mesmo patamar da Rússia e abaixo da África do Sul (US$ 3,60).
Vale notar que o setor de serviços já passa de 70% da economia brasileira enquanto o PIB industrial perdeu importância relativa nas últimas décadas.
Os dados são da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Eurostat (agência de estatísticas da União Europeia) e de órgãos estatísticos nacionais, convertidos para dólar e ajustados pela inflação mas não pelo custo de vida.
O fator câmbio também puxa a China para cima já que sua moeda se valorizou nos últimos anos, enquanto a de países latino-americanos como Argentina, Brasil e México sofreram depreciação.
“Também é importante notar que os números da Euromonitor são no setor de indústria e não serviços, onde tenho impressão que os salários na América Latina seriam mais altos”, diz Troyjo.
Na China, a alta dos salários industriais é um reequilíbrio inclusive intencional, já que por muito tempo o PIB cresceu mais do que os salários e agora é necessário aumentar a fatia de consumo para que a economia não dependa tanto de investimento pesado.
O processo já havia sido notado por um estudo publicado pelo consultoria Boston Consulting Group em 2014 que englobava vários fatores de produção:
“Quem pensaria há uma década atrás que o Brasil seria hoje um dos países de mais alto custo para a manufatura e que o México seria mais barato que a China?”, dizia um trecho.
No Brasil, trabalhadores foram incorporados ao mercado, o câmbio valorizou e o salário mínimo subiu, mas a falta de produtividade para sustentar os ganhos eventualmente ficou evidente.
Já na China, o processo pode continuar na medida em que o país segue tendo sucesso em incrementar o componente tecnológico dos produtos produzidos em seu território, como mostra por exemplo a alta no número de patentes registradas.
Ao mesmo tempo, o país transfere para os vizinhos asiáticos suas indústrias de menor valor agregado, como plásticos e têxteis, da mesma forma como foi feito com ela no passado.
No longo prazo, a dúvida maior é até que ponto a alta dos salários é sustentável diante do avanço da robótica, que ameaça empregos na indústria mesmo em países que tentem medidas protecionistas.
“Se o presidente Trump de fato pressionar as empresas para que coloquem mais produção nos EUA, então aqueles especializados em robótica e automação provavelmente serão os vencedores. As empresas não vão automaticamente empregar mais americanos. Elas vão repensar suas estratégias e algumas delas vão inevitavelmente olhar para a automação como uma forma de evitar os custos mais altos de empregar trabalhadores americanos”, diz artigo do britânico Paul Diggle, economista-sênior da empresa de gestão de ativos Aberdeen, publicado recentemente em EXAME.com.
Veja a seguir o salário industrial por hora em 2005, 2010 e 2016 em 10 países selecionados:
Em US$ | 2005 | 2010 | 2016 |
---|---|---|---|
Brasil | 2,90 | 2,70 | 2,70 |
China | 1,20 | 2,20 | 3,60 |
Índia | não disp. | 0,80 | 0,70 |
Argentina | 2,10 | 2,00 | 2,50 |
Chile | 2,80 | 4,50 | 5,00 |
México | 2,20 | 2,00 | 2,10 |
Colômbia | 1,40 | 1,70 | 1,70 |
Canadá | 18,00 | 19,10 | 19,10 |
Dinamarca | 40,20 | 44,30 | 46,40 |
Espanha | 16,60 | 17,80 | 17,90 |
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