sexta-feira, 17 de março de 2017

Capa da Economist coloca Brasil entre balões em ascensão


A matéria é sobre como o crescimento econômico global não ficava tão sincronizado e generalizado há muito tempo

 




São Paulo – A capa da edição da revista The Economist desta semana coloca o Brasil como um balão em ascensão.

Os outros são Estados Unidos, União Europeia, China, Japão, Reino Unido e Índia.

A matéria é sobre como o crescimento econômico global não ficava tão sincronizado e generalizado há muito tempo.

“Mesmo em lugares afeitos à recessão, o pior já passou. A economia brasileira vem encolhendo por oito trimestres mas, com expectativas de inflação domadas, as taxas de juros agora estão caindo. O Brasil e a Rússia provavelmente vão contribuir e não subtrair do PIB mundial neste ano”, diz parte do texto já liberada.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o presidente Michel Temer disse hoje em evento com empresários da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que a capa era mais um indício da volta da confiança no país. Quer investir? Saiba o que é LCA e como o investimento pode te garantir um futuro mais tranquilo.

O presidente concedeu no último dia 4 uma entrevista exclusiva para a revista no Palácio do Planalto e que também está nessa edição.

Ele disse que prefere ser “impopular a populista” e que vai entregar seu sucessor um país “de volta aos trilhos”.

O auge da euforia com o Brasil foi marcado por uma capa da Economist em 2009 que mostrava o Cristo Redentor decolando.

Em 2015, com a crise já se desenrolando, a revista decidiu estampar um Cristo desgovernado. No ano seguinte, uma outra capa mostrava o mesmo Cristo pedindo socorro.


Mercado global de açúcar será transformado por decisão da UE





 




O apreço dos europeus pelo açúcar transformou o mundo.

As plantações organizadas no Caribe a partir do século 17 para atender a essa demanda desencadearam uma combinação de comércio, capital e manufatura que fomentou a revolução industrial e os mercados financeiros da atualidade.

Mais de 300 anos depois, a Europa está prestes a golpear um mercado que já representou quase um quinto de todas as importações do continente e desde então sustenta proprietários de canaviais em países em desenvolvimento.

A decisão da União Europeia de remover limites sobre a própria produção de açúcar de beterraba a partir de outubro significa menor demanda para a cana produzida em locais como Jamaica, Ilhas Fiji e Suazilândia.

“Em aproximadamente uma década, vejo o mercado da UE para açúcar bruto do Caribe como coisa do passado”, disse David Jessop, que presta consultoria a empresas e governos sobre investimentos e comércio na região. “O desafio da perspectiva caribenha é o que fazer — se é que há algo que possa ser feito — para garantir o futuro de seu setor.”

Jamaica, Belize e Ilhas Maurício estão no grupo de mais de 10 países beneficiados por acesso livre de impostos e cotas para 1,6 milhão de toneladas de açúcar bruto para a UE em 2015-16. A quantia pode variar de um ano para o outro e representa cerca de metade das importações da commodity pelo bloco.

Os países manterão esses privilégios, mas os canaviais de alto custo podem penar na concorrência com plantações de beterraba da UE, que estão mais produtivas e ganhando escala. A produção europeia pode aumentar 17 por cento e as importações podem cair pela metade após as mudanças, segundo cálculos do Rabobank.

Fiji, Maurício, Belize e Guiana enviam aproximadamente 80 por cento de suas exportações de açúcar para a UE, enquanto a Jamaica envia pelo menos 60 por cento, de acordo com um relatório de 218 páginas da LMC International bancado pelo bloco.

Alguns desses países também têm os custos mais altos. Belize e Guiana produzem menos de 6 toneladas de açúcar por hectare cultivado, enquanto a produtividade média no Brasil fica ao redor de 10 toneladas, segundo a LMC. A cana-de-açúcar enviada à Europa é depois refinada e um terço do total geralmente passa pelo Reino Unido. No caso da maioria dos outros países fornecedores, as tarifas de importação são elevadas.

“Não é nosso desejo deixar esses fornecedores para trás”, disse Gerald Mason, diretor sênior de assuntos corporativos da refinaria Tate & Lyle Sugars, com sede em Londres. “Mas se a Europa tornou o mercado de açúcar branco realmente competitivo, nós precisamos ter acesso a oferta mais competitiva.”

A cooperação comercial da UE com nações produtoras de açúcar da África, do Caribe e do Pacífico remonta ao nascimento da Comunidade Econômica Europeia, em 1957. Após sua ascensão em 1973, o Reino Unido ganhou direito de estender ao bloco as relações preferenciais que oferecia a suas antigas colônias. O sistema evoluiu de compras a preço fixo a acesso sem tarifa de importação ou cota. Colônias do Império Britânico, como Barbados, foram fundadas com base no comércio de açúcar e nos escravos que viviam e morriam trabalhando nas plantações. Segundo estimativas, morria um escravo por tonelada de açúcar produzida

 (Bloomberg, 16/3/17)

Após quase dois anos em queda, emprego formal cresce em fevereiro





Em rara iniciativa, Temer anunciou os dados, durante uma fala no Planalto. Sul puxou a criação de novas vagas no país

Por Agência Brasil 
 

 Resultado de imagem para fotos do Michel Temer


O presidente Michel Temer comemorou nesta quinta-feira (16) o retorno da criação de empregos em fevereiro depois de 22 meses seguidos de queda. Ao convocar a imprensa para comentar dados positivos da economia brasileira, Temer informou que foram criados 35.612 empregos formais no mês passado. O presidente disse também poder "garantir" que a inflação fechará este ano abaixo do centro da meta, que é 4,5% ao ano. Em uma rara iniciativa, o próprio presidente anunciou os dados de emprego, durante uma fala no Palácio do Planalto. Os números geralmente são divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Mencionando a vida "indigna" dos brasileiros que ainda estão desempregados, Temer reconheceu que o dado é apenas "um começo". "Nós temos muitos milhões de brasileiros que dependem de empregos, mas é preciso começar. E o começo veio com essa notícia que estou dando a vocês", destacou. De acordo com ele, o "otimismo deve guiar" os passos do governo e da economia. "Mais que nunca, eu verifico interesse de investimentos estrangeiros no nosso país", disse, citando as reformas e medidas de ajuste que o Planalto vem implementando ao longo dos últimos meses.

Em um elogio ao apoio do Congresso na aprovação das propostas, Temer disse que as medidas reforçam a estabilidade das instituições. "Estamos num clima de estabilidade política e social. [Sobre] a reforma da Previdência, é claro que há observações, que serão examinadas pelo governo", afirmou.


Dados

 
A criação de 35.612 postos formais de trabalho em fevereiro foi puxada pelo setor de serviços, informou o coordenador de Estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães. Ele também ressaltou que o emprego aumentou em três das cinco regiões do país: Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Na distribuição por setores, os serviços foram responsáveis pela geração de 50.613 empregos com carteira assinada em fevereiro, seguidos pela administração pública (8.280), pela agropecuária (6.201) e pela indústria de transformação (3.949). O serviços industriais de utilidade pública – que inclui estatais de água e de energia – gerou 1.108 postos de trabalho no mês passado. Os setores que mais demitiram do que contrataram foram o comércio (-21.194), a construção civil (-12.857) e a indústria extrativa mineral (-488).

De acordo com o coordenador do Ministério do Trabalho, os números mostram o início da recuperação do emprego. Em relação ao setor de serviços, ele destacou que, apesar de a educação tradicionalmente puxar a criação de vagas em fevereiro, diversos subsetores apresentaram reversão da tendência e passaram a contratar mais do que demitir, como os de alojamento, de alimentação, de manutenção e os ligados à área da saúde.

Em relação à agropecuária, Magalhães citou a safra de soja e as culturas permanentes de frutas como principal fator para a criação de empregos em fevereiro. Na administração pública, ele citou a contratação temporária nas prefeituras e nos governos estaduais. Apesar de o comércio ter continuado a registrar perdas de postos de trabalho, ele ressaltou que o comércio varejista criou 2.430 vagas no mês passado, o que, segundo ele, indica início da retomada econômica.


Regiões

 
Na comparação por regiões, o Sul puxou a criação de empregos em fevereiro, com 35.422 novos postos de trabalho, seguido pelo Sudeste (24.188) e pelo Centro-Oeste (15.740). Somente o Nordeste (-37.088) e o Norte (-2.730) registraram perdas. Segundo o coordenador do Ministério do Trabalho, o desempenho do Sudeste foi puxado pela recuperação da indústria em São Paulo e Minas Gerais. No Sul e no Centro-Oeste, ele atribuiu a criação de empregos à agricultura e à indústria. A redução do emprego no Nordeste, explicou, é sazonal e deve-se ao fim do ciclo da colheita da cana-de-açúcar. Na comparação por Estados, São Paulo liderou a criação de empregos, com 25.412 novas vagas, seguido de Santa Catarina (14.858) e Rio Grande do Sul (10.602). Os estados que mais cortaram postos de trabalho no mês passado foram Pernambuco (-16.342), Alagoas (-11.403) e Rio de Janeiro (-8.172).



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Executivos da JBS são presos na Operação Carne Fraca


A BRF também é alvo da operação da Polícia Federal que mira fraudes no setor alimentício

 


São Paulo – Executivos do frigorífico JBS foram presos na manhã desta sexta-feira, 17, durante a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal.

A empresa BRF Brasil também é alvo da ação, que combate corrupção cometida por agentes públicos federais, empresários e crimes contra Saúde Pública.

O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.

Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.

“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz nota da Federal sobre a operação.

Operação Carne Fraca desdobrou 1,1 mil agentes da Polícia Federal



A Operação investiga fraudes que possibilitavam a venda de carne vencida e envolve os nomes da BRF, JBS e do PMDB

 




Brasília – Uma máfia que subornava fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para facilitar a venda de carne vencida e adulterada também pagava propinas ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do presidente Michel Temer, segundo afirmou nesta sexta-feira a Polícia Federal.

“Dentro da investigação ficava bem claro que uma parte do dinheiro da propina era revertido para partido político. Já foi falado ao longo da investigação dois partidos que ficavam claro: o PP e o PMDB”, declarou o delegado Mauricio Moscardi.

O grupo foi descoberto em uma operação realizada hoje e, segundo a Polícia Federal, entre seus membros havia fiscais sanitários que eram subornados por empresários para flexibilizar a fiscalização, alterar datas de vencimento e adulterar carnes com agentes químicos, tanto para o consumo interno como para a exportação.

O delegado não identificou os políticos envolvidos nessa rede corrupta, que foi descoberta graças a um fiscal que se negou a aceitar as irregularidades e denunciou o caso às autoridades.

No marco da investigação, a Polícia Federal realizou uma série de intercepções telefônicas autorizadas pela Justiça e em uma delas foi identificado o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, conversando com alguns dos membros envolvidos.

No entanto, Moscardi afirmou que nessa conversa “não havia nada” que pudesse envolver o ministro, garantindo que “não figura entre os investigados”.

Na operação realizada hoje participaram 1,1 mil agentes da Polícia Federal desdobrados em sete estados, que detiveram dezenas de suspeitos, entre eles alguns executivos de empresas como as multinacionais BRF e JBS, que figuram entre as maiores exportadoras mundiais de carnes.

As irregularidades incluíam autorizações para vender carne imprópria para o consumo que era adulterada com produtos químicos, produtos com excesso de água e armazenados em condições inadequadas nos frigoríficos e alterações na data de vencimento dos produtos.
 

Parte da propina de frigoríficos abastecia PMDB e PP, diz PF


Segundo PF, dinheiro de propina paga a fiscais do Ministério da Agricultura era destinada a partidos. JBS, BRF e Seara estão entre os alvos






Curitiba – A JBS e a BRF, duas das maiores companhias globais da indústria de carnes, articulavam fraudes em fiscalizações do Ministério da Agricultura com um esquema de pagamento de propina, de acordo com investigação da operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal.

O delegado federal Maurício Moscardi Grillo afirmou nesta sexta-feira, 17, que parte do dinheiro arrecadado pelo esquema de corrupção envolvendo fiscais e maiores frigoríficos do País, descoberto pela Operação Carne Fraca, era abastecia o PMDB e o PP.

“Dentro da investigação ficava bem claro que uma parte do dinheiro da propina era, sim, revertido para partido político. Caracteristicamente, já foi falado ao longo da investigação dois partidos que ficavam claros: o PP e o PMDB”, afirmou.

Executivos do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil foram presos. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.

“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz PF. (Leia: Frigoríficos vendiam carne vencida e frango com papelão)

O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, aparece em grampo telefônico capturado pela Polícia Federal durante as investigações.  Na conversa interceptada, o ministro chama o fiscal apontado como líder de esquema de “grande chefe” e questiona sobre problemas em um frigorífico no Paraná.


Ministro da Justiça aparece em grampo da Operação Carne Fraca

Na conversa interceptada, o ministro chama o fiscal apontado como líder de esquema de “grande chefe” e questiona sobre problemas em um frigorífico no PR

 






São Paulo – O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, aparece em grampo telefônico capturado pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Carne Fraca, que desde o início da manhã desta sexta-feira (17) mira um esquema de pagamento de propina de grandes frigoríficos a fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Na conversa interceptada, Serraglio, que assumiu o ministério da Justiça neste mês, conversa com Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016 e apontado pelos investigadores da Operação Carne Fraca como o “líder da organização criminosa”.

De acordo com a decisão que embasa a operação de hoje, no diálogo, o hoje ministro chama Gonçalves de “o grande chefe” e o informa sobre problemas que um frigorífico de Iporã, cidade no noroeste do Paraná, estaria tendo com a fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele se refere ao frigorífico Larissa. Veja o trecho da conversa revelado pela PF:

“OSMAR: Grande chefe, tudo bom?
DANIEL: Tudo bom.
OSMAR: Viu, tá tendo um problema lá em Iporã, cê tá sabendo?
DANIEL: Não.
OSMAR: O cara lá, que  … o cara que tá fiscalizando lá … apavorou o Paulo lá, disse que hoje vai fechar aquele frigorífico .. botô a boca … deixou o Paulo apavorado! Mas para fechar tem o rito, num tem? Como que funciona um negócio desse?
DANIEL: Deixa eu ver o que tá acontecendo .. tomar pé da situação lá, tá? … falo com o senhor.”
Gonçalves, então, liga para Maria do Rocio Nascimento, chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura no Paraná, e conta “que o fiscal de Iporã quer fechar o frigorífico Larissa e pede que ela averigue o que está acontecendo”.

Maria afirma que não há nada de errado com o frigorífico. A informação é, então, repassada ao ministro.

De acordo com o delegado Mauricio Moscardi Grillo, as ligações do ministro da Justiça foram tratadas na operação com contexto separado e foram encaminhadas para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

“Naquele momento, não houve ato errado que pudesse ser concluído no contato de Serraglio com uma pessoa investigada”, disse o delegado. “Não conseguimos concluir se houve interferência de Serraglio no esquema.”


Com a palavra, o ministro


“Se havia alguma dúvida de que o ministro Osmar Serraglio, ao assumir o cargo, interferiria de alguma forma na autonomia do trabalho da Polícia Federal, esse é um exemplo cabal que fala por si só”, diz a nota.

“A conclusão tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo juiz federal é a de que não há qualquer indício de ilegalidade nessa conversa degravada”, acrescenta a nota.


Operação Carne Fraca


A operação Carne Fraca investiga fraudes em fiscalizações do Ministério da Agricultura com um esquema de pagamento de propina, envolvendo duas das maiores companhias globais da indústria de carnes, a JBS e a BRF.

Segundo os investigadores, os frigoríficos supostamente pagavam propinas a fiscais para que fábricas contaminadas continuarem funcionando, entre diversas outras irregularidades nas fiscalizações. Esta é a maior operação da história da Polícia Federal. No total, mais de 1,1 mil policiais participam das investigações.