Segundo PF, dinheiro de propina paga a fiscais do Ministério da Agricultura era destinada a partidos. JBS, BRF e Seara estão entre os alvos
Curitiba – A JBS e a BRF,
duas das maiores companhias globais da indústria de carnes, articulavam
fraudes em fiscalizações do Ministério da Agricultura com um esquema de
pagamento de propina, de acordo com investigação da operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal.
O delegado federal Maurício Moscardi Grillo afirmou
nesta sexta-feira, 17, que parte do dinheiro arrecadado pelo esquema de
corrupção envolvendo fiscais e maiores frigoríficos do País, descoberto pela Operação Carne Fraca, era abastecia o PMDB e o PP.
“Dentro da investigação ficava bem claro que uma parte
do dinheiro da propina era, sim, revertido para partido político.
Caracteristicamente, já foi falado ao longo da investigação dois
partidos que ficavam claros: o PP e o PMDB”, afirmou.
Executivos do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil
foram presos. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários
federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou
em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais
do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e
Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em
detrimento do interesse público”.
“Os agentes públicos, utilizando-se do poder
fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para
facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados
sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz PF. (Leia: Frigoríficos vendiam carne vencida e frango com papelão)
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, aparece em grampo telefônico capturado pela Polícia Federal durante as investigações. Na
conversa interceptada, o ministro chama o fiscal apontado como líder de
esquema de “grande chefe” e questiona sobre problemas em um frigorífico
no Paraná.
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