Acordo com credores tem sido visto como uma alternativa para reescalonar pagamentos sem ter que obter aval de todos os detentores de títulos
São Paulo – A Odebrecht Óleo e Gás
(OOG) está negociando com credores e detentores de títulos uma
recuperação extrajudicial, disseram à Reuters duas fontes a par do
assunto.
A opção tem sido vista pela companhia como uma alternativa para
reescalonar pagamentos sem ter que obter aval de toda sua base de
detentores de títulos, disse uma das fontes.
A expectativa é que, se optar por essa solução, a companhia precisará
de aprovação de donos de 60 por cento da dívida da companhia, disse a
segunda fonte. Uma recuperação judicial envolveria todos os credores e
precisaria de aval prévio da Justiça.
“Os bônus da empresa estão nas mãos de milhares de investidores e é
muito complicado conseguir unanimidade numa base tão diluída”, disse a
primeira fonte.
Sofrendo os efeitos combinados da crise no setor de óleo e gás e do
envolvimento de sua controladora Odebrecht nas investigações da operação
Lava Jato, a OOG vem negociando com credores e investidores desde o fim
de 2015 uma readequação de seus cerca de 5 bilhões de dólares em
dívida, com a maior parte do montante vencendo até 2022.
Meses antes, a Petrobras havia cancelado o contrato do navio-sonda
ODN Tay IV, uma das quatro plataformas que garantem bônus da empresa.
Segundo a primeira fonte, a OOG avalia que com a entrada em operação
nos próximos meses de seu navio-plataforma FPSO Pioneiro, em Libra,
maior reserva de petróleo do pré-sal, terá condições de propor um
alongamento dos pagamentos a credores e investidores sem mesmo ter que
propor uma redução do valor principal. O navio vai prestar serviços à
Petrobras.
Consultada sobre as negociações para uma recuperação extrajudicial, a
OOG afirmou que “segue em negociações construtivas com seus credores
com o objetivo de fortalecer sua posição financeira de curto e longo
prazo em meio ao desafiador cenário da indústria de óleo e gás”.
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