quinta-feira, 30 de março de 2017

Parceria entre João Doria e MBL contra Amazon foi verdadeira lição de guerra política






Resultado de imagem para fotos de João Dória

O dia de hoje rendeu uma excelente lição de Guerra Política em seu sentido mais puro: aquele em que certos métodos são utilizados para obtenção de um determinado resultado e, é claro, com êxito. A grande vantagem é que tudo que Doria fez é amparado pela ética e o bom senso. Como este blog sempre afirma, jogar a guerra política não significa jogar sujo, mas sempre é preciso ser esperto e prestar atenção nos detalhes.

A essa altura quase todas as pessoas que têm Internet já devem ter visto a bela jogada de mestre do prefeito João Doria em reação ao vídeo da Amazon, no qual a empresa fez uma provocação aos paulistanos em virtude dos muros cinzas pintados pela prefeitura para remover as pichações.  O ataque feito pela Amazon contra o prefeito parecia ter até um ar de esperteza, mas certamente a equipe de publicidade ficou de calças curtas com a postura adequadíssima de Doria ao cobrar uma postura altruísta da empresa.

Esse método usado por João Doria é extremamente. O inimigo faz um ataque sutil, como uma provocação, e em vez de se mostrar irritado ele se mostra moralmente superior, cobrando do oponente uma postura positiva. Para o público, os responsáveis pela campanha de marketing da empresa ficaram parecendo uns tolos, enquanto o prefeito manteve uma imagem positiva ao mostrar para o público sua preocupação com as condições precárias das escolas públicas.

Isso, por si só, já seria uma grande jogada, mas a coisa não parou por aí. Além de João Doria, entrou também em cena o MBL, que compartilhou o conteúdo do Jornalivre em sua página logo pela manhã. Como podem notar abaixo, a notícia sobre a reação do prefeito teve alcance elevadíssimo:

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Muitos direitistas se contentariam com isso. No entanto, o MBL foi um pouco além e iniciou imediatamente uma campanha para cobrar da Amazon que doasse para as escolas de São Paulo, impulsionando ainda mais a estratégia de João Doria. Este post foi publicado no MBL próximo ao meio dia e obteve aproximadamente 2,3 mil compartilhamentos:

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Logo em seguida, devido a pressão feita pelo MBL, empresas começaram a se manifestar e aderir à campanha. Foi o caso da KaBum e da Multilaser, por exemplo:
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Perceba, no momento, que até aí ele já havia virado a mesa. O tiro da Amazon, que certamente pensou ter feito uma campanha genial de publicidade, já havia saído pela culatra há muito tempo. O fato de estas empresas aderirem à campanha proposta pelo MBL serve para mostrar, ainda de forma mais clara, que a atitude da Amazon até aí foi mal vista pelo público. Publicitários mais espertos entenderam a jogada e agiram em prol da imagem de suas empresas. Deu certo!

A pressão, neste momento, já havia ficado insuportável. Certamente diretores e publicitários da Amazon passaram a tarde toda e até adentraram a noite discutindo o assunto para tentar solucionar esta pequena crise de imagem para a empresa. Pode não parecer tanto, mas esse tipo de coisa preocupa e muito os acionistas. Uma empresa grande com um problema deste naipe tem bastante a perder.

No final da tarde, o MBL compartilhou outra postagem do Jornalivre na qual o site mostrava a fachada do prédio onde fica o escritório da Amazon no Brasil. Adivinhe só: tudo cinza, sem pichações. Aí entrava em cena uma das regras de Saul Alinsky: “Faça seu inimigo sucumbir pelo seu próprio livro de regras”. Como pode a Amazon querer pichações nos muros da cidade se em seu próprio escritório não há pichações? Se a Amazon valoriza tanto assim a “arte urbana”, como a empresa hospedou seu escritório em um prédio que não tem nada disso – e que ainda por cima é mais cinza do que qualquer muro pintado pela prefeitura?
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Neste momento, a empresa já havia sido derrotada na guerra política – e publicitária. A decisão dos marqueteiros que elaboraram o comercial com a provocação custou caro para a imagem da marca. Isso fica ainda mais evidente quando o MBL compartilha um texto do site O Reacionário, do colega Eric Balbinus, e ele atinge altos níveis de curtidas (cerca de 10 mil):

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Outro post do blog Ceticismo Político, falando da postura de João Doria no jogo, alcançou 17 mil curtidas, um número surpreendente para um conteúdo técnico:

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As redes sociais só falaram disso o dia inteiro. Não é para menos, já que uma grande empresa conhecida por boa publicidade tomou uma surra publicitária do prefeito paulistano e de um movimento político que muitos declararam, não poucas vezes, como morto. No final do dia, a Amazon teve que ceder como única alternativa para contenção de danos…
Último Último

Se este caso serve para alguma coisa, certamente é para mostrar que quando a Guerra Política é levada a sério ela pode ser vencida pela direita. Normalmente a direita não faz isso. Seria comum, aliás, que em vez de reagir como Doria, com um desafio, um direitista reagisse na defensiva, se queixando pelo ataque recebido em vez de revidá-lo de modo inteligente. Da mesma forma, normalmente um movimento não sacaria tão rapidamente como agir diante disso. Muitos se limitariam a divulgar os fatos e emitir opiniões. O MBL soube capitalizar sobre a situação.

É um bom exemplo a ser seguido.

No cômputo final, temos os resultados das ações feitas na página do MBL durante o dia:


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Em resumo, os posts sobre o assunto alcançaram 5.268.762 pessoas, tiveram 110.036 curtidas e foram compartilhados 23.415 vezes.


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