JBS dará férias coletivas de 20 dias para 10 unidades de abate de bovinos
A JBS vai dar férias coletivas aos funcionários de dez de suas 36
unidades de abate bovinos no Brasil, a partir da próxima segunda-feira,
para ajustar a capacidade da empresa às restrições impostas ao setor,
impactado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
De acordo com comunicado da maior processadora de carne bovina do
mundo, o período de férias será de 20 dias, que podem ser prorrogados
por mais dez se necessário.
"A medida é necessária em virtude dos embargos temporários impostos à carne brasileira pelos principais países importadores, assim como pela retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias", disse a JBS.
Próximo do fechamento, as ações da JBS caíam 0,76 por cento, cotadas a 10,47 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,3 por cento.
As unidades da JBS que terão férias coletivas estão localizada nos Estados de Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (3), São Paulo (1), Goiás (1) e Pará (1).
A JBS não informou a representatividade dessas plantas em sua produção total.
Dados na apresentação dos resultados de 2016 mostraram que a unidade JBS Mercosul abateu 40.600 bovinos por dia, sendo que, desse total, 89 por cento foram no Brasil, equivalente a cerca de 36 mil por dia. De acordo com cálculo da Reuters, a paralisação em 10 unidades pode --levando em consideração a produção média e não as particularidades de cada planta-- pode reduzir o abate em cerca de 10 mil unidades por dia, totalizando uma queda de 200 mil bois abatidos no período de 20 dias de vigência das férias.
Nesta quarta-feira, a empresa disse ser "imprescindível ajustar os volumes de produção para normalizar os níveis de estoques de produtos destinados ao mercado interno, assim como reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo que ficaram represados durante esse período, de forma a não sobrecarregar os sistemas de recebimento e estocagem dos mesmos".
A JBS anunciou na semana passada a suspensão por três dias da produção de carne bovina em 33 de suas 36 unidades no país e a redução na sua capacidade produtiva desde o começo desta semana, enquanto monitorava os desdobramentos das restrições à carne do Brasil por vários mercados consumidores. A empresa disse que operaria em todas as suas unidades de carne bovina com uma redução de 35 por cento da sua capacidade produtiva.
Desde então, China e Hong Kong, entre outros importantes mercados, retiraram bloqueios para a importação de carne brasileira.
As suspensões ocorreram após operação Carne Fraca da Polícia Federal, deflagrada no último dia 17, que investiga supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção em dezenas de frigoríficos brasileiros.
A JBS reiterou nesta quarta-feira que está empenhada na manutenção do emprego dos seus 125 mil funcionários no Brasil.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), contudo, disse estar preocupada com o anúncio sem a garantia da manutenção do emprego quanto ao retorno às atividades e cobrou intervenção do governo.
Em nota, a entidade disse estar atenta
"a qualquer tentativa de ameaça de demissões" e preparada para
contestar e cobrar responsabilidades, por meio de manifestações, ações
judiciais e denúncias internacionais (Reuters, 29/3/17)
CNTA Afins manifesta preocupação com férias coletivas em unidades da JBS
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de
Alimentação e Afins (CNTA Afins) divulgou, nesta quarta-feira, 29,
comunicado em que manifesta preocupação com o anúncio de férias
coletivas em dez unidades de abates de bovinos da JBS na manhã desta
quarta-feira. Em comunicado divulgado hoje, a JBS afirmou que "está
empenhada na manutenção do emprego dos seus 125 mil colaboradores em
todo o Brasil".
A CNTA afirmou que, em audiência pública na Comissão de Direitos
Humanos do Senado realizada nesta terça-feira (28), sobre os impactos da
Operação Carne Fraca, apresentou uma proposta de criação de um
compromisso público-privado pela manutenção dos empregos no setor, com
pelo menos seis meses de duração. "O governo deve intervir junto aos
frigoríficos, principalmente, aqueles ligados à JBS, que foram
financiados com verba pública e, inclusive, contam com participação
acionária do BNDES", disse o sindicato em nota.
"Estamos atentos a
qualquer tentativa de ameaça de demissões e preparados para contestar e
cobrar, por meio de manifestações, ações judiciais e denúncias
internacionais, as responsabilidades das empresas e do governo",
completou a CNTA Afins (Agência Estado, 29/3/17)
Brasil ficou em posição muito difícil e complicada, diz Maggi
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reafirmou nesta
quarta-feira, 29, durante cerimônia de assinatura do novo Regulamento da
Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa),
que o setor exportador de carne bovina brasileira ficou "muito
ameaçado" e em "posição muito difícil e complicada" após a Operação
Carne Fraca. Maggi lembrou que, logo após a ação ser deflagrada, o
presidente Michel Temer (PMDB) avaliou que a "situação era de emergência
e que o fechamento de mercados seria danoso".
Para o ministro, apesar de a preocupação inicial ser salvar o mercado
externo, o mercado interno não foi deixado de lado. Maggi reafirmou
ainda que, apesar de a reabertura de mercados ser uma ação política dos
países compradores, a reconquista (econômica) desses mercados será outra
luta. "Acho que vencemos boa parte da batalha, mas outra é reconquista
de mercados", concluiu Maggi (Agência Estado, 29/3/17)
Sobe para 7 número de mercados que revisaram bloqueio total à carne
Balanço divulgado nesta quarta-feira, 29, mostra que subiu de 6 para 7
o número de mercados que revisaram suas medidas de bloqueio total à
carne brasileira. Em comparação com ontem, a lista dos mercados
reabertos foi acrescida do Irã.
Até ontem, a pasta dizia que o Irã havia apenas pedido informações
adicionais. Hoje, porém, foi informado que as importações estavam
suspensas mediante paralisação do desembaraço aduaneiro. Essa medida foi
revisada e o mercado foi reaberto hoje.
Assim, a lista de mercados reabertos passou a ser: Hong Kong, China, Chile, Egito, Coreia do Sul, Barbados e Irã. Outros 10 mercados limitaram, desde o início da crise, a suspensão aos 21 frigoríficos investigados na operação. São eles: Japão, África do Sul, União Europeia, Suíça, Arábia Saudita, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Vietnã, Peru e Bahrein. A União Europeia pode endurecer sua posição, conforme informou mais cedo o comissário europeu para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis.
Hoje, mais um país anunciou bloqueio total à carne brasileira: Belize. O país também está promovendo um recall de produtos no mercado interno. Assim, são 14 os países com suspensão total: Argélia, Jamaica, Trinidad e Tobago, Panamá, Catar, México, Bahamas, São Vicente e Granadinas, Granada, São Cristóvão e Névis, Marrocos, Zimbábue, Santa Lúcia e Belize. Segundo dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec), eles compram menos de 2% da produção exportada.
Outros quatro mercados apenas reforçaram a fiscalização sanitária na entrada. São eles: Estados Unidos, Malásia, Argentina e Benin.
Pelo balanço da Agricultura, Rússia apenas pediu informações adicionais. O país cassou os certificados de exportação de dois frigoríficos, o JBS de Mineiros e o JJZ, de Goiás. Esses, porém, estão na lista dos 21 investigados e por isso já estavam impedidos de exportar pelo governo brasileiro. Outro país que pediu informações adicionais foi Israel (Agência Estado, 29/3/17)
Laboratório de biossegurança para pecuária será inaugurado nesta 5ª feira
Será inaugurado às 14 horas desta quinta-feira (30), em Campo Grande
(MS), o Laboratório Multiusuário de Biossegurança para a Pecuária
(Biopec), considerado o mais moderno para pesquisa em segurança e
qualidade da carne da América Latina. Está prevista a presença do
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, do presidente da Embrapa,
Maurício Lopes, e do governador do Estado, Reinaldo Azambuja.
As instalações, que demandaram investimento de R$ 10 milhões, ficam
na Embrapa Gado de Corte e são a primeira estrutura do Brasil de
laboratórios de alto nível de biossegurança para Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em bovinos, aves e suínos, podendo
também ser utilizado em outras cadeias produtivas de carne.
Em nota, a Embrapa destacou que a unidade aumenta a capacidade do
Brasil de garantir a qualidade sanitária dos rebanhos, tema que ficou em
evidência após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. De acordo
com o chefe geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Soares, "com o Biopec
o Brasil muda de estágio no desenvolvimento de um conjunto
significativo de pesquisas em pecuária".
O Biopec está configurado para trabalhar com patógenos de animais,
mas pode atender micro-organismos agrícolas. Também será possível
estudar em um mesmo laboratório bactérias causadoras de tuberculose
bovina, botulismo, antrax, salmonelose e de intoxicações alimentares. A
área total do Biopec é de aproximadamente mil metros quadrados.
A previsão é de que comece a funcionar em abril, com início de
operação pelas salas de apoio, onde há infraestrutura em biologia
molecular e para operações de suporte. Logo depois começa o
funcionamento dos laboratórios dos níveis mais avançados e o biotério de
experimentação (Agência Estado, 29/3/17)
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