Blairo Maggi vai apresentar a proposta à Camex (Câmara de
Comércio Exterior) após de encontro com sindicalistas da indústria
sucroalcooleira e de parlamentares
Uma sobretaxa de 20% na importação de etanol. Essa é a medida que o
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vai propor à Camex (Câmara de
Comércio Exterior). Ele concordou com a ideia depois de ouvir a proposta
feita por sindicatos da indústria sucroalcooleira e pelas bancadas do
Nordeste no Senado e na Câmara dos Deputados, em audiência, nesta
quarta-feira (15), no seu gabinete. O encontro contou com a participação
do senador Armando Monteiro (PTB/PE).
“Não está havendo vendas de etanol do Nordeste às distribuidoras”,
informou Armando ao ministro. Em carta entregue a Blairo, os sindicatos
da indústria sucroalcooleira do Nordeste, Paraná, Goiás, Minas Gerais e
Mato Grosso do Sul apontaram ausência de regulações adequadas em
situações concorrenciais especulativas como causa do expressivo aumento
das importações de etanol de milho dos Estados Unidos.
“Essas importações, realizadas por agentes comerciais do Centro-Sul,
são nacionalizadas e comercializadas de forma contínua no Nordeste, em
épocas, inclusive, nas quais a produção doméstica é suficiente para o
pleno abastecimento regional”, assinala o documento.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool de Alagoas,
Pedro Robério Nogueira, comunicou ao ministro da Agricultura que desde
janeiro as usinas alagoanas não conseguiram vender um litro sequer de
etanol à BR Distribuidora, a maior do país, subsidiária da Petrobras.
De acordo com Pedro Robério, as distribuidoras importaram dos Estados
Unidos, somente nos primeiros dois meses do ano, cerca de 600 milhões
de litros de etanol, o que representa, segundo ele, quase 38% de toda a
produção anual nordestina, que é de cerca de 1,6 bilhão de litros.
Os sindicatos afirmam, na carta ao ministro da Agricultura, estar
havendo um movimento especulativo de oportunismo comercial e inibidor do
estímulo à produção doméstica. Asseguram que sua proposta de sobretaxar
a importação não é xenófoba e nem visa criar reserva de mercado.
(Diário
de Pernambuco, 15/3/17)
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