quinta-feira, 16 de março de 2017

Ministro concorda com sobretaxa de 20% na importação de etanol




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Blairo Maggi vai apresentar a proposta à Camex (Câmara de Comércio Exterior) após de encontro com sindicalistas da indústria sucroalcooleira e de parlamentares

Uma sobretaxa de 20% na importação de etanol. Essa é a medida que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vai propor à Camex (Câmara de Comércio Exterior). Ele concordou com a ideia depois de ouvir a proposta feita por sindicatos da indústria sucroalcooleira e pelas bancadas do Nordeste no Senado e na Câmara dos Deputados, em audiência, nesta quarta-feira (15), no seu gabinete. O encontro contou com a participação do senador Armando Monteiro (PTB/PE).

“Não está havendo vendas de etanol do Nordeste às distribuidoras”, informou Armando ao ministro. Em carta entregue a Blairo, os sindicatos da indústria sucroalcooleira do Nordeste, Paraná, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul apontaram ausência de regulações adequadas em situações concorrenciais especulativas como causa do expressivo aumento das importações de etanol de milho dos Estados Unidos.

“Essas importações, realizadas por agentes comerciais do Centro-Sul, são nacionalizadas e comercializadas de forma contínua no Nordeste, em épocas, inclusive, nas quais a produção doméstica é suficiente para o pleno abastecimento regional”, assinala o documento.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool de Alagoas, Pedro Robério Nogueira, comunicou ao ministro da Agricultura que desde janeiro as usinas alagoanas não conseguiram vender um litro sequer de etanol à BR Distribuidora, a maior do país, subsidiária da Petrobras.

De acordo com Pedro Robério, as distribuidoras importaram dos Estados Unidos, somente nos primeiros dois meses do ano, cerca de 600 milhões de litros de etanol, o que representa, segundo ele, quase 38% de toda a produção anual nordestina, que é de cerca de 1,6 bilhão de litros.

Os sindicatos afirmam, na carta ao ministro da Agricultura, estar havendo um movimento especulativo de oportunismo comercial e inibidor do estímulo à produção doméstica. Asseguram que sua proposta de sobretaxar a importação não é xenófoba e nem visa criar reserva de mercado.

 (Diário de Pernambuco, 15/3/17)

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