Conforme previa a AEB, o país enfrenta
cancelamentos de pedidos da China, da Coreia do Sul e da Europa
Da Redação, com Agência Brasil
redacao@amanha.com.br
O
presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de
Castro (foto), avaliava na sexta-feira (17) que a imagem do Brasil no
estrangeiro seria muito afetada, de forma negativa, pelo resultado das
investigações da Polícia Federal (PF) que culminaram na Operação Carne Fraca,
deflagrada naquele dia. De acordo com a PF, os frigoríficos envolvidos no
esquema criminoso colocavam ácido ascórbico em carnes vencidas e as reembalavam
para venda nos mercados interno e externo (veja mais detalhes aqui).
Castro via
com preocupação a situação, pois o Brasil demorou muito tempo para consolidar
sua participação no mercado internacional e hoje é um dos grandes exportadores
de carne. “Com isso, a imagem do país vai ser muito afetada”, desabafou. Ele
esclareceu que como a exportação de carne não é bolsa de mercadoria, mas
mercado físico, “oferta e demanda”, o Brasil enfrentaria eventuais
cancelamentos e possíveis reduções de preços. Afirmou que o cenário só não será
pior porque nos Estados Unidos, que são o maior exportador de carne de frango
hoje, apareceu mais um caso de gripe aviária. “Mas, infelizmente, nós vamos
sentir o impacto negativo aqui”, alerta. Segundo ele, o Brasil exporta
atualmente quase US$ 12 bilhões (o equivalente a quase R$ 40 bilhões) de carnes
bovina, suína e de frango por ano.
Na manhã
desta segunda-feira (20), a China comunicou o Ministério da Agricultura que
suspendeu temporariamente as importações de carne do Brasil. A União Europeia
também pediu que o governo brasileiro não permita a exportação de carnes para a
Europa de frigoríficos envolvidos no escândalo. A decisão segue a interrupção
temporária de compras da Coreia do Sul. O ministério sul-coreano afirmou que
fornecedores brasileiros de carne de frango terão de enviar um certificado de
saúde emitido pelo governo brasileiro. Mais de 80% das 107.400 toneladas de
frango importadas pelo país no ano passado vieram do Brasil, sendo quase metade
fornecida pela catarinense BRF.
Os
produtores irlandeses, maiores concorrentes da carne brasileira no mercado
europeu, também pediram oficialmente à Comissão Europeia o "embargo
imediato de toda a importação de carne do Brasil". Em um comunicado
emitido na manhã de hoje, Patrick Kent, presidente da Associação Irlandesa de
Produtores de Carne (ICSA), afirmou que o bloco tem alertado de forma repetida
sobre os riscos da importação de carne da América do Sul.
O Chile
também pediu que sejam suspensas as importações de carnes do Brasil.
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