terça-feira, 28 de março de 2017

Carne Fraca pode ter efeitos positivos no agronegócio


Avaliação é de Marcelo Vieira, que assumiu a presidência da Sociedade Rural Brasileira

 

Por Agência Brasil

Marcelo Vieira, presidente da Sociedade Rural Brasileira

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Marcelo Weyland Barbosa Vieira (foto), declarou que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), poderá, a médio e longo prazo, produzir efeitos positivos no agronegócio do país. Vieira, que assumiu na segunda-feira (27) a presidência da entidade, negou que a imagem negativa, causada pela operação da PF na indústria da carne, possa contaminar outros setores rurais.

“Nós temos uma posição aqui talvez um pouco fora da curva. Nós achamos que, para o agronegócio do país como um todo, isso pode ter efeitos muito positivos”, declarou. “Os impactos iniciais nos pareceram preocupantes, mas tudo indica agora que os impactos a médio prazo serão bons. O consumidor brasileiro passou a se interessar um pouco mais por toda essa estrutura de controle sanitário e está vendo como é bem estruturada”.

O presidente da SRB afirmou que apesar dos problemas iniciais relacionados às suspensões de compra do produto brasileiro por alguns países, o valor do produto brasileiro deverá rapidamente voltar a seu patamar original. “Como toda e qualquer commoditie [produtos básicos, com baixo grau de transformação e pouco valor agregado, como recursos minerais, vegetais ou agrícolas], você tem, nessas situações de mercado com acontecimentos extraordinários, variações importantes de preço. Mas, geralmente, como em todo mercado de commodities, são oscilações rápidas, que são corrigidas rapidamente. Voltaremos a ter preços definidos pela oferta e demanda do produto e nós já estamos vendo isso no curto prazo”, projeta. 

Segundo a PF, os frigoríficos envolvidos na Operação Carne Fraca "maquiavam" carnes vencidas com produtos químicos e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas, de acordo com a polícia, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação.


Hong Kong

 
As autoridades sanitárias de Hong Kong anunciaram nesta terça-feira (28) que suspenderam parte do embargo da carne e dos derivados de frigoríficos brasileiros. A limitação, agora, se restringe aos produtos oriundos dos 21 frigoríficos que são alvo de investigação na Operação Carne Fraca – que apura irregularidades na produção e fiscalização do setor. Hong Kong integrava o grupo de países que proibiu totalmente a entrada da carne brasileira. Em nota, o governo do território semi-autônomo chinês diz que a suspensão parcial do embargo foi uma resposta às informações prestadas pelas autoridades brasileiras reafirmando a segurança e o rígido controle do sistema de produção alimentar.

O governo brasileiro comemorou o anúncio em nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República. "Com essa medida, todos os grandes mercados para exportações de carnes brasileiras encontram-se novamente reabertos. Trata-se de uma vitória para o setor agroexportador brasileiro e um resultado importante logrado pelos esforços conjuntos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Itamaraty e do Consulado-Geral do Brasil em Hong Kong", destaca a nota. Na semana passada Hong Kong recolheu do mercado os produtos oriundos dos 21 frigoríficos investigados na operação.



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