Para viabilizar a primeira de uma sequência de três fusões que deverão redesenhar a indústria de agroquímicos, as as companhias venderam alguns ativos
Bruxelas – A Dow Chemical e a DuPont obtiveram aprovação incondicional do órgão antitruste da União Europeia
nesta segunda-feira para uma fusão de 130 bilhões de dólares, após as
companhias aceitarem significativas vendas de ativos para viabilizar a
primeira de uma sequência de três enormes fusões que deverão redesenhar a
indústria de agroquímicos.
A Comissão Europeia temia que a fusão das duas maiores e mais antigas
indústrias de produtos químicos dos EUA poderia fazer com que elas
tivessem poucos incentivos para produzir novos herbicidas e pesticidas
no futuro.
A comissão entendeu que as vendas de ativos podem assegurar competição no setor e beneficiar produtores rurais e consumidores.
“Nós precisamos de competição efetiva nesse setor, para que as
companhias sejam pressionadas a desenvolver produtos cada vez mais
seguros para as pessoas e melhores para o ambiente”, disse a comissária
da UE para competição, Margrethe Vestager, em comunicado.
“Nossa decisão hoje assegura que a fusão entre Dow e Dupont não
reduzirá a competição de preços nos pesticidas existentes ou a inovação
para produtos melhores e mais seguros no futuro.”
Em troca da aprovação da UE, a DuPont irá desinvestir em grandes
partes de seus negócios de pesticidas, incluindo sua área global de
pesquisa e desenvolvimento.
Já a Dow deverá vender duas fábricas de co-polímero ácido na Espanha e
nos Estados Unidos, bem como um contrato com um terceiro por meio do
qual compra ionômeros. A empresa disse que já encontrou um comprador, a
sul-coreana SK Innovation.
Especialistas em legislação antitruste acreditam que o pedido dos
reguladores para a venda de amplas fatias dos negócios de pesquisa e
desenvolvimento podem se tornar um padrão para futuras fusões.
Fontes disseram na semana passada que uma proposta de 43 bilhões de
dólares da ChemChina pela Syngenta pode ser aprovada nesta semana,
embora o prazo ainda possa ser prorrogado. A Bayer e a Monsanto também
devem buscar aprovação da UE para uma fusão nos próximos meses.
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