A União Europeia e a Coreia do Sul afirmaram que empresas que estão envolvidas na Operação Carne Fraca terão importações suspensas
São Paulo – As ações da BRF caíam nesta segunda-feira (20) na Bolsa com o mercado repercutindo as notícias de que a União Europeia, o Ministério da Agricultura da Coreia do Sul, a China e o Chile irão suspender temporariamente a venda de carne e frango do Brasil.
Por volta das 12h, os papéis ordinários da BRF recuavam quase 2%,
cotados na casa dos 36 reais. Já as ações da JBS começaram o dia em
queda de mais de 9%, mas foram ganhando fôlego e viraram para alta.
Também por volta das 12h, os papéis subiam 1,6%, negociados a 10,89
reais.
A Comissão Europeia afirmou que está monitorando as vendas de carne de todas as empresas envolvidas na Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira, pela Polícia Federal. Disse ainda que as importações serão suspensas.
“A Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE”, disse um porta-voz da Comissão Europeia em coletiva de imprensa regular.
Operação Carne Fraca:
os frigoríficos e empresas citados pela PF
Já o Ministério da Agricultura da Coreia do Sul afirmou que irá banir
especificamente os produtos da BRF e que intensificará a fiscalização
de carne de frango importada do Brasil, exigindo que os fornecedores
enviem um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro.
A China informou que os embarques de carnes programados para lá foram suspensos pelo período de uma semana. O Chile informou que irá barrar temporariamente os produtos brasileiros, mas não especificou a duração da sanção.
Na Bolsa
As ações da BRF e da JBS foram fortemente impactadas na Bolsa com a
Operação Carne Fraca. Na sexta-feira, as ações da BRF fecharam em queda
de 7,25%, enquanto a JBS fechou em baixa de 10,58%.
A dona da Friboi perdeu 3,456 bilhões de reais em valor de mercado em um único dia. A BRF ficou 2,31 bilhões de reais menos valiosa.
Esclarecimentos
No sábado, a BRF divulgou uma nota com esclarecimentos sobre a operação da Polícia Federal.
A empresa explicou que a produção de carne de frango e peru na cidade
goiana de Mineiros, fechada pelo Ministério da Agricultura após a
operação, responde por menos de 5% o da produção da companhia. Ressaltou
que a fábrica interditada tem três certificações internacionais e “está
habilitada para exportar para os mais exigentes mercados do mundo.”
A BRF negou que há papelão em seus produtos. Disse que houve um
grande mal entendido na interpretação do áudio capturado pela Polícia
Federal, já que o funcionário estava se referindo às embalagens do
produto e não ao seu conteúdo.
Em relação as acusações de corrupções, disse que não compactua com
práticas ilícitas e refuta categoricamente qualquer insinuação em
contrário.
“Ao ser informada da operação da PF, a companhia tomou imediatamente
as medidas necessárias para a apuração dos fatos. Essa apuração será
realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato
incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as medidas cabíveis e
com o rigor necessário. A BRF não tolera qualquer desvio de seu manual
da transparência e da legislação brasileira e dos países em que atua.”
Por fim, negou que comercializou “carne podre” e explicou que as
menções a produtos fora de especificação, no âmbito da operação Carne
Fraca, dizem respeito a outras empresas.
O que diz a JBS
A JBS também se posicionou afirmando que não tolera qualquer desvio de qualidade nos seus processos industriais.
Em comunicado divulgado ressaltou
que as fábrica são anualmente auditadas por missões sanitárias
internacionais e por clientes. Disse ainda que no despacho da Justiça
Federal não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à
qualidade dos produtos da JBS e de suas marcas.
“Os lamentáveis casos citados na imprensa sobre produtos adulterados
não envolvem nenhuma das marcas da JBS. Nenhuma planta da JBS foi
interditada pelas autoridades.”
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