A gravação, segundo a defesa de Lula, será usada no filme "Polícia Federal - A lei é para todos"
São Paulo – O juiz federal Sérgio Moro
deu cinco dias para que a Polícia Federal se manifeste sobre um suposto
vídeo gravado durante a condução coercitiva do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em março do ano passado. O prazo foi concedido na
sexta-feira, 24.
A gravação, segundo a defesa de Lula, será usada no filme “Polícia
Federal – A lei é para todos”. O longa, da produtora carioca New Group
& Raconto e associados, custará R$ 12 milhões e será “um thriller
policial político inspirado em fatos reais”.
Em manifestação a Moro, também na sexta-feira, os advogados do
petista afirmaram que “a condução coercitiva em desfavor do peticionário
(Lula) – medida autorizada por este Juízo e executada no dia 4 de março
de 2016 – constituirá a principal cena do filme”. Para a defesa, o uso
do suposto vídeo tem como objetivo “macular” a imagem de Lula “perante a
sociedade”.
“Ocorre que para a gravação da cena os produtores tiveram acesso
integral a uma suposta filmagem realizada pela Polícia Federal no dia da
medida que privou a liberdade do peticionário por cerca de cinco
horas”, alegaram os advogados.
A defesa pediu a Moro que determinasse à produção do filme que se
abstivesse de usar a gravação e que fosse apurado “a responsabilidade
criminal dos agentes policiais”.
Ao analisar o pedido da defesa de Lula, o juiz da Lava Jato afirmou
que “não cabe a este Juízo impor censura a veículos de comunicação ou
mesmo à produção de algum filme”.
“Não são eles sequer partes deste processo”, anotou. “Não consta que
qualquer gravação efetuada durante a diligência de condução coercitiva
tenha sido disponibilizado à produção do filme ou a qualquer veículo de
imprensa. Se o último fato tivesse ocorrido, aliás, provavelmente tais
imagens já teriam sido publicizadas.”
Moro determinou: “Antes de qualquer providência, intime-se a
autoridade policial responsável pelo caso para prestar oportunos
esclarecimentos e se manifestar sobre a petição (da defesa de Lula).”
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