Agência informou que a estabilização da economia e
a queda da inflação ajudaram a conter o crescimento da dívida pública
Da Redação, com Agência Brasil
redacao@amanha.com.br
A agência
de classificação de risco Moody’s (foto) manteve o Brasil dois níveis abaixo do
grau de investimento, mas melhorou de negativa para estável a perspectiva
negativa para a nota do país, o que significa que a classificação da dívida
pública brasileira não corre mais o risco de ser rebaixada a qualquer momento.
O grau de investimento representa a garantia de que o país não corre risco de
dar calote na dívida pública. Desde fevereiro do ano passado, o Brasil está
enquadrado dois níveis abaixo dessa categoria.
Em
comunicado, a Moody’s informou que a estabilização da economia e a queda da
inflação ajudam a conter o crescimento da dívida pública. “A expectativa da
Moody's é de que os riscos de deterioração refletidos na perspectiva negativa
estão diminuindo e as condições macroeconômicas se estabilizando, enquanto a
economia apresenta sinais de recuperação, com inflação em queda e cenário
fiscal mais claro”, explicou a agência em nota. De acordo com a agência,
existem indicações de que o funcionamento da estrutura de políticas econômicas
está melhorando as condições para o país adotar reformas estruturais. “As
instituições estão recuperando sua solidez, o que dá sustentação à planejada implementação
de reformas fiscais estruturais”, destacou o comunicado.
A Moody’s
informou que espera o início da recuperação da economia brasileira para este
ano, enquanto a situação financeira da Petrobras começou a melhorar. Apesar de
ter custos para as contas do governo federal nos próximos anos, a renegociação
da dívida dos Estados, informou a agência, trará impactos limitados sobre os
cofres federais. “O surgimento, no ano passado, de um ambiente positivo para as
reformas sinaliza a melhora do funcionamento das instituições que darão suporte
à implementação da reforma fiscal e a aprovação da reforma da Previdência neste
ano. Os riscos de passivos contingentes relacionados ao apoio financeiro à
Petrobras diminuíram, reduzindo em consequência os riscos de deterioração,
enquanto o custo fiscal do alívio da dívida concedido aos governos estaduais
permanece limitado”, acrescentou a agência. Apesar de ressaltar a melhoria do
clima para a aprovação das reformas, a agência advertiu que existe o risco de a
instabilidade política comprometer a aprovação de reformas como a da
Previdência Social.
Análise
“O encaminhamento da reforma da previdência para discussão no Congresso e a
sinalização de uma pequena retomada dos dados econômicos são fatores
fundamentais para as agências internacionais de risco começarem a rever a nota
de crédito do país. Embora no curto prazo o endividamento público ainda
continuará a subir, importante indicativo para as agências, a perspectiva de
equacionamento das contas públicas com a reforma da previdência coloca um sinal
positivo na questão do risco de crédito do país”, opina Rogério Storelli,
gestor da GGR Investimentos.
"A
elevação da nota da Moody's está ligada ao aumento de confiança no atual
governo e sua capacidade de implementar as reformas necessárias, em especial a
reforma da Previdência, algo que nenhum dos presidentes anteriores conseguiu.
Mostra que o Brasil deve conseguir estancar a sangria causada pelo déficit do
INSS. Este é o primeiro passo. O segundo momento é a subida no rating do grau
de rating, o que impactaria no na taxa de juros, câmbio e investimento
estrangeiro", explica Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.
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