Avaliação é de Marcelo Vieira, que assumiu a presidência da Sociedade Rural Brasileira
O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Marcelo
Weyland Barbosa Vieira (foto), declarou que a Operação Carne Fraca, da
Polícia Federal (PF), poderá, a médio e longo prazo, produzir efeitos
positivos no agronegócio do país. Vieira, que assumiu na segunda-feira
(27) a presidência da entidade, negou que a imagem negativa, causada
pela operação da PF na indústria da carne, possa contaminar outros
setores rurais.
“Nós temos uma posição aqui talvez um pouco fora
da curva. Nós achamos que, para o agronegócio do país como um todo, isso
pode ter efeitos muito positivos”, declarou. “Os impactos iniciais nos
pareceram preocupantes, mas tudo indica agora que os impactos a médio
prazo serão bons. O consumidor brasileiro passou a se interessar um
pouco mais por toda essa estrutura de controle sanitário e está vendo
como é bem estruturada”.
O presidente da SRB afirmou que apesar
dos problemas iniciais relacionados às suspensões de compra do produto
brasileiro por alguns países, o valor do produto brasileiro deverá
rapidamente voltar a seu patamar original. “Como toda e qualquer
commoditie [produtos básicos, com baixo grau de transformação e pouco valor agregado, como recursos minerais, vegetais ou agrícolas],
você tem, nessas situações de mercado com acontecimentos
extraordinários, variações importantes de preço. Mas, geralmente, como
em todo mercado de commodities, são oscilações rápidas, que são
corrigidas rapidamente. Voltaremos a ter preços definidos pela oferta e
demanda do produto e nós já estamos vendo isso no curto prazo”,
projeta.
Segundo a PF, os frigoríficos envolvidos na Operação
Carne Fraca "maquiavam" carnes vencidas com produtos químicos e as
reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas, de acordo com a
polícia, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) para que autorizassem a comercialização do produto
sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada
tanto ao mercado interno quanto à exportação.
Hong Kong
As autoridades sanitárias de Hong Kong anunciaram nesta terça-feira (28) que suspenderam parte do embargo da carne e dos derivados de frigoríficos brasileiros. A limitação, agora, se restringe aos produtos oriundos dos 21 frigoríficos que são alvo de investigação na Operação Carne Fraca – que apura irregularidades na produção e fiscalização do setor. Hong Kong integrava o grupo de países que proibiu totalmente a entrada da carne brasileira. Em nota, o governo do território semi-autônomo chinês diz que a suspensão parcial do embargo foi uma resposta às informações prestadas pelas autoridades brasileiras reafirmando a segurança e o rígido controle do sistema de produção alimentar.
O governo brasileiro comemorou o anúncio em nota da
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.
"Com essa medida, todos os grandes mercados para exportações de carnes
brasileiras encontram-se novamente reabertos. Trata-se de uma vitória
para o setor agroexportador brasileiro e um resultado importante logrado
pelos esforços conjuntos do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), do Itamaraty e do Consulado-Geral do Brasil em
Hong Kong", destaca a nota. Na semana passada Hong Kong recolheu do
mercado os produtos oriundos dos 21 frigoríficos investigados na
operação.
http://www.amanha.com.br/posts/view/3784