quinta-feira, 18 de maio de 2017

É hora de serenidade', diz presidente do BNDES sobre delação de donos da JBS



Miguel Schincariol/AFP
Maria Silvia Bastos Marques
Maria Silvia Bastos Marques

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, evitou comentários sobre os impactos na economia da delação dos proprietários da JBS com denúncias sobre o presidente Michel Temer. Disse apenas que "é hora de trabalhar mais, com serenidade". 

O banco é foco de investigações da Polícia Federal por aportes feitos na JBS. Na última sexta (12), funcionários da instituição foram alvo de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.

Nesta quinta, Marques participou da abertura do XXIX Fórum Nacional, tradicional evento promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.

Em sua palestra, ela enumerou sinais de que a economia brasileira está se recuperando, como a geração de empregos em abril e o crescimento nas consultas sobre financiamento do banco.

Citou ainda o resultado de leilões de linhas de transmissão e aeroportos como um sinal de que o ambiente de negócios no país está melhorando.

Mas não fez referências diretas à crise aberta pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Disse apenas, ao abrir sua palestra, que "neste momento em que a gente está vivendo, é muito importante manter o foco, olhar para o futuro".

Ela foi indicada por Temer para o cargo há um ano.

A presidente do BNDES também não quis fazer projeções sobre o impacto nas finanças do banco, que é sócio da JBS. "Estamos acompanhando todas as questões", limitou-se a dizer.

Na terça (16), ela determinou a abertura de uma comissão para apurar as denúncias.

O grupo terá um prazo de 45 dias, renováveis por mais 45, para apresentar suas conclusões. 


CONCESSÕES

 
Maria Silvia também afirmou que o banco está ajudando Estados na modelagem de concessão de empresas de gás regionais e que até agora sete governos já procuraram a instituição. 

Os governos de Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Pará buscaram o banco de fomento interessados em concessão de suas empresas regionais de gás e o início das licitações para estudos técnicos está previsto para julho. 

Segundo a presidente do BNDES, a expectativa é que outros Estados procurem o banco para aderir a esse programa de concessão. "O processo está muito bom e sete Estados declararam que querem participar", disse ela a jornalistas após participar do Fórum Nacional promovido pelo Inae. "Tem mais gente para participar até porque são cerca de 20 Estados com distribuidoras", adicionou. 

"Já tem um marco regulatório no Brasil e já temos distribuidoras privadas. Achamos que será um processo que pode acontecer rápido e que terá impacto no investimento e no emprego. Por isso, é importante que aconteça logo", disse a presidente do BNDES.

Após denúncia, JBS lidera perdas e afunda 18% na Bolsa


Na mínima do dia, as ações da companhia eram negociadas na casa dos 7 reais

 



São Paulo – Após a denúncia de Joesley Batista contra o presidente Michel Temer, as ações ordinárias da JBS abriram o pregão em queda e chegaram a cair 18,63% na manhã desta quinta-feira (18). Os papéis foram negociados em 7,81 reais. Na semana, as ações da companhia acumulam queda de 28,71%.

A notícia publicada pelo jornal O Globo na noite de ontem, caiu como uma bomba no mercado financeiro. Pela manhã, o Ibovespa chegou a cair mais de 10% e teve suas operações paralisadas por meia hora. A última vez que o mecanismo de circuit breaker foi acionado foi em outubro de 2008, com crise econômica internacional.

Por volta das 12h30, o principal índice da Bolsa registrava queda de 9,15% e marcava na casa dos 61 mil pontos.

Apenas as ações das exportadoras subiam, com destaque para a Fibria e a Suzano. Os papéis ganhavam 7,92% e 3,39%, cada um.

As ações das duas companhias são impactadas pela disparada do dólar. A moeda subia 7,29% e era negociada em 3,36 reais. Na máxima do dia, o dólar bateu 3,43 reais.


Fachin nega prisão de Aécio e não vai levar pedido a plenário


Edson Fachin negou o pedido de prisão, e o caso só vai a plenário da corte se houver recurso da PGR

 






São Paulo – O ministro do STF Edson Fachin, relator das ações decorrentes da operação Lava Jato no STF, negou o pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) protocolado na manhã de hoje pela Procuradoria-Geral da República. O assunto só será levado para o plenário da corte se a PGR entrar com recurso.

O ministro, no entanto, determinou o afastamento do tucano de suas funções no Senado Federal. Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos controladores do grupo J&F.

Ao afastar Aécio da função parlamentar ou “de qualquer outra função pública”, o ministro Edson Fachin impôs duas medidas cautelares ao tucano: a proibição de contatar qualquer outro investigado ou réu no conjunto de fatos revelados na delação da JBS; e a proibição de se ausentar do País, devendo entregar seu passaporte. 

 

Operação


A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira, 18, mandados judiciais nas casas e nos gabinetes dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella (PMDB-MG), além de endereços de várias pessoas a eles ligadas, entre elas a irmã do tucano, Andréa Neves, e o filho do peemedebista, Gustavo Perrella.

A irmã e o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, foram presos na manhã de hoje.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A operação mira citados na delação do empresário Joesley Batista, da JBS, e de outros empresários do grupo.

Além do gabinete no Senado, os policiais estão nos apartamentos de Aécio em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além da fazenda dele, em Cláudio (MG). Também há medidas judiciais sendo cumpridas contra Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador, apontado por Joesley como intermediário para o pagamento de R$ 2 milhões ao congressista.

Há ainda mandados sendo cumpridos no gabinete em Brasília, na casa e no escritório de Zezé Perrella em Belo Horizonte, fora endereços de um contador e de empresas ligadas a ele.

A PF vasculha também a casa do doleiro Gaby Amine Toufic, em Belo Horizonte, e de funcionários do peemedebista, incluindo o assessor Mendherson Souza.

Sérgio Moro proíbe Palocci de sacar rendimentos

 

O pedido foi feito em um dos dois processos em que o ex-ministro é réu da Lava Jato. A soma dos seus rendimentos gira em torno de R$ 62 milhões

 






São Paulo – O juiz federal Sérgio Moro negou o pedido do ex-ministro Antônio Palocci sacar os rendimentos que tinha no banco, mas foram bloqueados judicialmente em setembro de 2016, quando foi preso.

A soma dos rendimentos gira em torno de R$ 62 milhões.

Em despacho do dia 27, Moro respondeu que “o bloqueio afeta o saldo do dia e os frutos deste, quando existentes. Afinal, produto do crime não gera frutos lícitos”.

“Então bloqueadas aplicações financeiras ou mobiliárias, o rendimentos devem seguir o principal e serem bloqueados”, completou.

O pedido de Palocci foi feito em um dos dois processos em que é réu da Lava Jato, em Curitiba.

Preso na 35.ª fase da Lava Jato, batizada de Omertà, o petista é acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, referente ao repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para o marqueteiro do PT João Santana.

A ação penal deve ter sentença em julho.

STF abre inquérito contra Michel Temer


A decisão foi tomada após divulgação de que o presidente supostamente dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

 




Brasília – O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), abriu um inquérito contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), a pedido da Procuradoria-Geral da República, em um desdobramento dos conteúdos apresentados pelos empresários Joesley e Wesley Batista em acordo de colaboração premiada homologado pelo ministro, por tentativa de obstrução das investigações na Operação Lava Jato.

Os donos da JBS, Joesley Batista e seu irmão Wesley Batista, gravaram uma conversa em que o presidente Michel Temer supostamente dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 17, pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim. O Estadão confirmou as informações e a homologação – que dá validade legal às informações informadas pelos delatores.

A conversa com Temer teria ocorrido no dia 7 de março deste ano, no Palácio do Jaburu, residência do presidente. No diálogo, Joesley teria dito ao peemedebista que estava pagando uma mesada a Cunha e a Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara, também preso na Lava Jato, para que ambos ficassem em silêncio sobre irregularidades envolvendo aliados. “Tem que manter isso, viu?”, disse Temer a Joesley, segundo relatou O Globo.

Em nota, na noite da quarta-feira, o Palácio do Planalto afirmou que “Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.

“O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias.”

É aguardado um pronunciamento de Michel Temer às 16h.



“Tá difícil competir”, diz House of Cards sobre o Brasil

 

 

No episódio de hoje, foi revelada que o presidente Michel Temer deu aval para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha

 





São Paulo – Desde que começou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, parece que o Brasil vive em constante clima de reviravoltas políticas dignas de ficção.

No episódio de hoje, foi revelada pelo jornal O Globo que o presidente Michel Temer deu aval para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, em gravação do empresário Joesley Batista, um dos controladores da JBS.

Com um enredo assim, a série House of Cards, da Netflix, jogou a toalha no Twitter:
Continuando a piada, a Netflix Brasil comentou que precisaria de 20 roteiristas premiados para fazer uma versão brasileira de House of Cards. A série é um drama político que acompanha um congressista americano pragmático que ambiciona governar o mundo.

 

Para acompanhar o episódio

 

Segundo a reportagem d’O Globo, o empresário da JBS entregou à PGR uma gravação, feita em 7 de março no Palácio do Jaburu, em que ele aparece contando a Temer que estava dando a Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado, ao operador Lúcio Funaro, uma mesada para que ficassem calados. Diante da informação, o presidente teria respondido: “Tem que manter isso, viu?”.

Segundo Joesley Batista, a ideia de dar uma mesada para Cunha em troca de seu silêncio não teria partido de Michel Temer, mas a proposta teria pleno conhecimento do presidente.

De acordo com o jornal, a gravação feita por Joesley é parte da declaração que os controladores da JBS deram à Procuradoria-Geral da República em abril e que teria sido confirmada por ele e seu irmão Wesley ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF),  que é responsável pelas ações da operação Lava Jato no Supremo.

Em nota, o presidente Michel Temer nega que tenha solicitado pagamentos para obter o silêncio de Cunha. “O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República”, afirma a nota enviada na noite desta quarta-feira.

STF determina afastamento de Aécio Neves do mandato


STF determinou que Aécio e o deputado Rodrigo Rocha Loures sejam afastados de seus cargos no Congresso após pedido da PGR com base na delação de Joesley

 






O Supremo Tribunal Federal (STF) afastou o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) de seus cargos no Congresso Nacional após pedido da Procuradoria-geral da República com base na delação de Joesley Batista e pessoas ligadas ao grupo J&F.

A PGR tinha solicitado a prisão de Aécio, mas o ministro Edson Fachin concedeu o afastamento e encaminhou o pedido de prisão para o plenário do STF.

Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao empresário e Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo valores do empresário. Por dentro do assunto: Aécio pediu 2 milhões a dono da JBS, diz jornal

Na conversa gravada, Joesley e Aécio negociam de que forma seria feita a entrega do dinheiro. O empresário teria dito que se o senador recebesse pessoalmente o dinheiro, ele mesmo, Joesley, faria a entrega.

E, se Aécio mandasse um preposto, o empresário faria o mesmo. Foi quando o senador disse a seguinte frase: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c***.”.

O “Fred” citado no diálogo é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, ex-diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e um dos coordenadores da campanha do tucano à Presidência em 2014.

O responsável pela entrega teria sido o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, de acordo com a reportagem do jornal.

Rocha Loures, por sua vez, teria sido filmado pela Polícia Federal recebendo cerca de R$ 500 mil em propina.

(com Estadão)