Miguel Schincariol/AFP | ||
Maria Silvia Bastos Marques |
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, evitou comentários sobre os impactos na economia da delação dos proprietários da JBS com denúncias sobre o presidente Michel Temer. Disse apenas que "é hora de trabalhar mais, com serenidade".
O banco é foco de investigações da Polícia Federal por aportes feitos na
JBS. Na última sexta (12), funcionários da instituição foram alvo de
mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.
Nesta quinta, Marques participou da abertura do XXIX Fórum Nacional,
tradicional evento promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis
Velloso.
Em sua palestra, ela enumerou sinais de que a economia brasileira está
se recuperando, como a geração de empregos em abril e o crescimento nas
consultas sobre financiamento do banco.
Citou ainda o resultado de leilões de linhas de transmissão e aeroportos
como um sinal de que o ambiente de negócios no país está melhorando.
Mas não fez referências diretas à crise aberta pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Disse apenas, ao abrir sua palestra, que "neste momento em que a gente
está vivendo, é muito importante manter o foco, olhar para o futuro".
Ela foi indicada por Temer para o cargo há um ano.
A presidente do BNDES também não quis fazer projeções sobre o impacto
nas finanças do banco, que é sócio da JBS. "Estamos acompanhando todas
as questões", limitou-se a dizer.
Na terça (16), ela determinou a abertura de uma comissão para apurar as denúncias.
O grupo terá um prazo de 45 dias, renováveis por mais 45, para apresentar suas conclusões.
CONCESSÕES
Maria Silvia também afirmou que o banco está ajudando Estados na
modelagem de concessão de empresas de gás regionais e que até agora sete
governos já procuraram a instituição.
Os governos de Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Pará buscaram o
banco de fomento interessados em concessão de suas empresas regionais de
gás e o início das licitações para estudos técnicos está previsto para
julho.
Segundo a presidente do BNDES, a expectativa é que outros Estados
procurem o banco para aderir a esse programa de concessão. "O processo
está muito bom e sete Estados declararam que querem participar", disse
ela a jornalistas após participar do Fórum Nacional promovido pelo Inae.
"Tem mais gente para participar até porque são cerca de 20 Estados com
distribuidoras", adicionou.
"Já tem um marco regulatório no Brasil e já temos distribuidoras
privadas. Achamos que será um processo que pode acontecer rápido e que
terá impacto no investimento e no emprego. Por isso, é importante que
aconteça logo", disse a presidente do BNDES.
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