A chance de Temer terminar seu mandato em dezembro de 2018 beira os 30% - saiba o que esperar se ele se manter no cargo até lá
São Paulo – Em um momento em que mesmo aliados já dão como certa a saída de Michel Temer da presidência, o futuro do mais alto cargo do Executivo nacional parece estar nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga a chapa Dilma-Temer na próxima terça-feira (6).
Apesar das apostas altas em uma cassação, a instabilidade do cenário
político não permite descartar de todo a hipótese de Michel Temer
continuar na presidência, pelo menos por mais alguns meses.
Esse, no entanto, seria o pior horizonte na avaliação das consultorias.
Para a Eurasia, por exemplo, que vê apenas 30% de chance de Temer
permanecer, a queda do presidente deveria ser rápida devido à percepção
de que sua permanência seria pior para a agenda econômica e legislativa.
Para a Capital Economics, o país vai se sustentar, no curto prazo,
enquanto os fundamentos financeiros se mantiverem. Mas os analistas
afirmam que a última coisa de que o Brasil precisa é de um período
prolongado de incertezas.
A consultoria pondera, no entanto, que uma solução rápida é muito
pouco provável, já que o presidente se recusa a renunciar em uma clara
“fratura” entre o poderes Executivo e Judiciário.
Apesar da improbabilidade, os analistas não descartam a a hipótese de
Temer jogar com a demora nas decisões para se manter no cargo até 2018.
A Capital Economics montou um “Indicador de Condições Financeiras”
que monitora variáveis como juros de mercado, títulos públicos, preços
de ações e câmbio. Apesar de ele ter piorado na última semana, ainda
está longe dos níveis da crise política que levou ao impeachment de
Dilma Rousseff.
Um ponto importante da semana que vem será a decisão do Banco Central
sobre as taxas de juros do país, segundo os analistas, sobre a qual o
mercado já vem especulando há alguns dias. Há a possibilidade de o ritmo do corte de juros se desacelerar, ou mesmo de não haver qualquer alteração.
Em resumo, para a Capital Economics, se o país conseguir evitar um
colapso desses indicadores financeiros, os efeitos da crise política
podem não ser tão dramáticos.
Ricardo Ribeiro, da MCM Consultoria, acrescenta que, se Temer
continuar no cargo, isso provavelmente vai significar que ele terá
conseguido reestabelecer o mínimo suporte político para o seu mandato.
No entanto, para ele, nada disso garante que ele terá força
suficiente para tranquilizar os mercados em relação às reformas
econômicas e à resolução da crise política.
A credibilidade e a capacidade de tirar o país da crise, o presidente
já perdeu, segundo a avaliação de Ribeiro. “Ele já não tem condições de
levar adiante as reformas, vai simplesmente guardar a cadeira para o
próximo presidente eleito”, resume o analista.
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