1-China quase dobra taxa de importação de açúcar, para 95%
Os chineses praticamente dobraram sua taxa de importação de açúcar
nesta segunda-feira, 22, notícia que deve movimentar ainda mais os
futuros da commodity na Bolsa de Nova York (ICE Futures US).
O
Ministério do Comércio da China informou que uma investigação apontou
que as importações prejudicaram gravemente a indústria local.
A partir de agora, a taxa que incide sobre as compras externas além da cota de 1,95 milhão de toneladas por ano vai ser elevada de 50% para 95%. Depois de um ano, a taxa vai cair para 90%; em dois anos, para 85%. Entretanto, o imposto sobre o açúcar dentro da cota permanecerá em 15%. A China é a maior importadora mundial de açúcar.
Combinadas, as importações oficiais e ilegais subiram 60% nos últimos três anos até setembro de 2016, estimou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As compras externas oficiais para a safra atual, que vai até 30 de setembro, estão projetadas em 3,5 milhões de toneladas.
A elevação foi resultado de uma investigação feita pelo governo, iniciada em setembro passado, que visou apurar o crescimento rápido da presença de açúcar produzido no exterior dentro do país. A investigação veio após reclamação de produtores chineses de que as baixas taxas estavam prejudicando suas margens.
Com a elevação dos tributos, os custos de importação podem subir, reduzindo os envios da commodity à China, um dos maiores compradores de açúcar, e elevando os estoques globais do produto em um momento em que a produção deve ser recorde. Os preços do açúcar na China, cuja produção interna não consegue abastecer nem metade da demanda, são mais do que o dobro do preço global.
Isso torna a importação mais viável, mesmo com uma tarifa de 50%. Mas o aumento de impostos agora vai "desestimular as importações", disse Charles Clack, analista do mercado de açúcar no Rabobank, já que tende a tornar o açúcar importado muito menos competitivo comparado com o produzido internamente (Dow Jones Newswires, 22/5/17)
2- China impõe tarifas de importação sobre açúcar e pode prejudicar Brasil
A China anunciou nesta segunda-feira (22) que irá impor pesadas taxas
sobre importações de açúcar, após um movimento de usinas domésticas em
prol da medida, mas especialistas dizem que a regra pode não ser o
suficiente para conter o fluxo do produto barato para o maior importador
do mundo.
A regra, que deverá afetar cerca de um terço das importações anuais de açúcar da China, introduz uma tarifa extra para os próximos três anos sobre embarques que o governo disse que "impactam seriamente" a indústria doméstica.
O movimento pode prejudicar importações procedentes dos maiores produtores como Brasil e Tailândia, uma vez que reduzirá a diferença entre os preços chineses e os internacionais. O açúcar na China custa quase o dobro dos preços no mercado de Londres.
Mas operadores dizem que as tarifas maiores devem também impulsionar mais contrabandos nas fronteiras ao Sul da China, enquanto algumas importações junto aos grandes produtores podem ser embarcadas por meio de países terceiros, excluídos das tarifas.
O açúcar é um dos poucos setores em que a China luta para competir, dados custos maiores de sua produção por meio de pequenas propriedades. O país produz cerca de 10,5 milhões de açúcar de cana e beterraba ao ano, mas importa outros 3 milhões. Pequim ainda combate cerca de 2 milhões de toneladas ao ano em contrabandos, disseram fontes.
"É claro que isso vai apoiar a indústria doméstica por algum tempo", disse um operador na China. "[Mas] o mercado global de açúcar bruto só precisa cair um pouco abaixo de 15 centavos" para tornar lucrativo importar para a China.
Os preços globais do açúcar bruto eram negociados um pouco cima de 16 centavos de dólar por libra-peso nesta segunda-feira.
REGRAS
A
China atualmente permite 1,94 milhão de toneladas em importações de
açúcar com uma tarifa de 15%, como parte de um acordo com a Organização
Mundial do Comércio.
Importações além disso têm uma tarifa de 50%. E as regras desta segunda-feira impõem uma tarifa adicional de 45% para essas importações no atual ano fiscal, segundo nota do Ministério do Comércio da China. A tarifa total, assim, vai para 95%, uma alíquota que cairá para 90% ano que vem e 85% no ano seguinte.
As medidas também devem elevar a pressão para que Pequim venda mais de suas reservas estatais para evitar que a oferta fique limitada e eleve os preços.
Os futuros do açúcar inicialmente caíram mais de 1% com as notícias, mas depois reduziram perdas, com operadores interpretando o movimento, que ficou em linha com uma proposta inicial apresentada em abril, como muito brando para conter os embarques.
A Tailândia, terceira maior produtora global, minimizou o impacto.
As usinas do país têm custos de embarque para a China muito menores que seus rivais Brasil e Austrália, disse o presidente do conselho da Corporação de Usinas de Açúcar da Tailândia, Viboon Panitwong, que não espera que a tarifa afete significativamente as exportações do país (Folha de S.Paulo, 23/5/17)
3- Tarifa extra chinesa para açúcar reduzirá importações e afetará Brasil
Uma tarifa adicional chinesa para importação de açúcar reduzirá as
compras do produto pela China e consequentemente afetará o Brasil, o
maior exportador global do produto, afirmou nesta segunda-feira o
diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica),
Eduardo Leão, em teleconferência para comentar o assunto.
Segundo ele, a tarifa deverá reduzir em 28 por cento as importações totais pela China, enquanto as exportações anuais brasileiras para o país asiático deverão cair em 800 mil toneladas.
A China, que já cobrava até 50 por cento sobre as importações, anunciou nesta segunda-feira uma tarifa adicional de 45 por cento.
(Reuters, 22/5/17)
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