A Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar colocaram agentes nas esquinas e em viaturas que percorrem as ruas periodicamente
São Paulo – O cruzamento da Rua Helvétia com a Alameda
Dino Bueno foi ocupado mais uma vez. Agora, em vez de traficantes
vendendo crack
em barracas e protegidos por cerca de 800 usuários, são as crianças que
brincam na rua sem se preocupar com a segurança. A Guarda Civil
Metropolitana e a Polícia Militar colocaram agentes nas esquinas e em
viaturas que percorrem as ruas periodicamente.
O Estado esteve no local nos últimos dois dias. Por volta das 17
horas, as crianças chegam da escola e, antes de jantar com a família,
brincam entre elas. A escolha quase recai sobre o futebol. Meninos e
meninas correm atrás da bola, enquanto os pais ficam sentados na
calçada.
A garota Sthéfany, de 11 anos, foi quem buscou a bola para a partida
do fim de tarde de ontem.
“Antes, não tinha espaço para a gente
brincar.”
A dona de casa Vanusa Lopes, de 29 anos, mora com os dois filhos em
uma pensão da Rua Helvétia.
Ela conta que as crianças ocuparam as ruas
desde segunda-feira.
“Antigamente, eu não conseguia enxergar o outro lado da rua, por
causa do ‘fluxo’. Era muito barulho 24 horas por dia e tudo ficava
escuro, porque quebravam as lâmpadas da rua. E o pior era o lixo
acumulado, porque nem os garis entravam mais aqui”, contou.
Para ela, a expectativa é de que a administração pública consiga
manter a limpeza e a segurança da região. O principal receio é de que os
traficantes e usuários retomem o espaço depois que a polícia for
embora.
“Agora tem viatura passando direto, tem limpeza e espaço para a s
crianças brincarem. A gente espera que isso não acabe como das outras
vezes”, disse.
Um morador de uma pensão vizinha, que preferiu não se identificar,
disse que todo mundo andava trancado dentro das casas, por causa do
grande “fluxo” de usuários de drogas na rua.
“Eu sou do tempo em que os ônibus passavam aqui. Com o tempo, os
viciados tomaram conta e fecharam tudo. Não passava ônibus, caminhão de
lixo e até ambulância chegava com muita dificuldade. Quero ver até
quando isso vai durar.”
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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