Novas tecnologias digitais contribuirão para ampliar a produtividade e criar mais oportunidades de trabalho
O mundo vai mudar drasticamente em até 20 anos em decorrência
da interação cada vez maior entre a internet, as máquinas e as pessoas.
Estas transformações, decorrentes da expansão da internet, foram
discutidas na Sessão Futuro e Tendências: o Novo Mundo da Internet
Industrial, realizada nesta quinta-feira (11) na Expogestão, em
Joinville (SC). “Estamos entrando em uma nova fase da revolução
industrial, na qual temos um acesso instantâneo às informações. Isto
está mudando nossas vidas”, destacou José Rizzo Hanh Filho,
diretor-presidente da Pollux Automation.
Richard Mark Soley,
diretor-executivo da Industrial Internet Consortium (IIC), revela que o
impacto econômico dessa mudança será muito grande. “Empregos vão ser
destruídos, a produtividade vai aumentar e mais oportunidades de
negócios vão ser geradas, estimulando o consumo”, disse durante sua
palestra. Ele exemplifica mostrando que em 1995 existia um único
webmaster no mundo. Atualmente são milhões. Esta transformação pode
aumentar os lucros do setor privado em US$ 32 trilhões de dólares,
segundo estimativas da General Electric. E o faturamento de serviços
decorrentes da internet industrial pode chegar a US$ 300 bilhões em
2020, antecipa o Gartner Group.
“O que está acontecendo não é nada novo.
É parte de um processo histórico que se iniciou no final do século 18,
com a invenção da máquina a vapor, por James Watt, e ganhou força a
partir da primeira metade do século 19. Ele transportou o poder do homem
à máquina”, enfatizou Soley. “O relacionamento entre empresas,
sociedade e governo também tende a se modificar. Elas terão de adotar
uma postura mais colaborativa. Vamos ter de aprender juntos”, emendou
Soley. Esse é um dos papeis do IIC, uma entidade formada por mais de 300
entidades, como instituições de pesquisa, universidades e empresas.
O
presidente da GE Brasil, Gilberto Peralta, apontou uma série de
impactos que a disseminação da internet industrial pode trazer: uma
economia de 1% no uso mundial de combustíveis pode gerar uma redução de
US$ 66 bilhões em custos; um aumento de 1% na produtividade das
locomotivas pode ter um impacto positivo de US$ 27 bilhões. Os ganhos
podem ser maiores nas áreas relacionadas à saúde: US$ 63 bilhões. Para
alcançar essas metas é preciso entender os dados e gerar insights a
partir deles. Somente os equipamentos fabricados pela General Electric
geram, diariamente, 1 Terabyte de dados. “Com a internet industrial
vamos poder fazer coisas que não podíamos imaginar”, apontou o
executivo.
Uma das oportunidades que esta grande oferta de dados
vai gerar é prever os problemas antes que eles aconteçam. Isto vai
requerer mudanças no mercado de trabalho. Peralta estima que de 30% a
40% dos empregos que serão gerados no futuro ainda não existem. A
indústria também vai precisar se reorientar para o uso massivo de dados,
se preocupar mais com o nível de segurança das máquinas e atuar mais
colaborativamente com clientes e parceiros. “Assim será possível reduzir
custos, riscos operacionais e financeiros, gerar mais vendas e lucros”,
ressaltou o presidente da GE Brasil.
O espaço para o crescimento
da internet industrial é muito grande no Brasil. Pesquisa realizada pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 58% das empresas
reconhecem o poder transformador das novas tecnologias digitais,
contudo, menos da metade das companhias as utilizam. Os principais
impactos que as empresas esperam com a internet industrial são a redução
de custos, a melhoria da produtividade e produtos e serviços melhores. O
levantamento da entidade empresarial também aponta que o governo
precisará ter um papel mais ativo no processo de disseminação de novas
tecnologias, principalmente no que tange à infraestrutura e educação
básica.
http://www.amanha.com.br/posts/view/3979
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