sexta-feira, 12 de maio de 2017

Expogestão: a internet industrial vai revolucionar a economia


Novas tecnologias digitais contribuirão para ampliar a produtividade e criar mais oportunidades de trabalho

 

Da Redação

 

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Expogestão 2017: a internet industrial vai revolucionar a economia


O mundo vai mudar drasticamente em até 20 anos em decorrência da interação cada vez maior entre a internet, as máquinas e as pessoas. Estas transformações, decorrentes da expansão da internet, foram discutidas na Sessão Futuro e Tendências: o Novo Mundo da Internet Industrial, realizada nesta quinta-feira (11) na Expogestão, em Joinville (SC).  “Estamos entrando em uma nova fase da revolução industrial, na qual temos um acesso instantâneo às informações. Isto está mudando nossas vidas”, destacou José Rizzo Hanh Filho, diretor-presidente da Pollux Automation.

Richard Mark Soley, diretor-executivo da Industrial Internet Consortium (IIC), revela que o impacto econômico dessa mudança será muito grande. “Empregos vão ser destruídos, a produtividade vai aumentar e mais oportunidades de negócios vão ser geradas, estimulando o consumo”, disse durante sua palestra. Ele exemplifica mostrando que em 1995 existia um único webmaster no mundo. Atualmente são milhões. Esta transformação pode aumentar os lucros do setor privado em US$ 32 trilhões de dólares, segundo estimativas da General Electric. E o faturamento de serviços decorrentes da internet industrial pode chegar a US$ 300 bilhões em 2020, antecipa o Gartner Group. 

“O que está acontecendo não é nada novo. É parte de um processo histórico que se iniciou no final do século 18, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt, e ganhou força a partir da primeira metade do século 19. Ele transportou o poder do homem à máquina”, enfatizou Soley.  “O relacionamento entre empresas, sociedade e governo também tende a se modificar. Elas terão de adotar uma postura mais colaborativa. Vamos ter de aprender juntos”, emendou Soley. Esse é um dos papeis do IIC, uma entidade formada por mais de 300 entidades, como instituições de pesquisa, universidades e empresas.

O presidente da GE Brasil, Gilberto Peralta, apontou uma série de impactos que a disseminação da internet industrial pode trazer: uma economia de 1% no uso mundial de combustíveis pode gerar uma redução de US$ 66 bilhões em custos; um aumento de 1% na produtividade das locomotivas pode ter um impacto positivo de US$ 27 bilhões. Os ganhos podem ser maiores nas áreas relacionadas à saúde: US$ 63 bilhões. Para alcançar essas metas é preciso entender os dados e gerar insights a partir deles. Somente os equipamentos fabricados pela General Electric geram, diariamente, 1 Terabyte de dados. “Com a internet industrial vamos poder fazer coisas que não podíamos imaginar”, apontou o executivo.

Uma das oportunidades que esta grande oferta de dados vai gerar é prever os problemas antes que eles aconteçam. Isto vai requerer mudanças no mercado de trabalho. Peralta estima que de 30% a 40% dos empregos que serão gerados no futuro ainda não existem. A indústria também vai precisar se reorientar para o uso massivo de dados, se preocupar mais com o nível de segurança das máquinas e atuar mais colaborativamente com clientes e parceiros. “Assim será possível reduzir custos, riscos operacionais e financeiros, gerar mais vendas e lucros”, ressaltou o presidente da GE Brasil.

O espaço para o crescimento da internet industrial é muito grande no Brasil. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 58% das empresas reconhecem o poder transformador das novas tecnologias digitais, contudo, menos da metade das companhias as utilizam. Os principais impactos que as empresas esperam com a internet industrial são a redução de custos, a melhoria da produtividade e produtos e serviços melhores. O levantamento da entidade empresarial também aponta que o governo precisará ter um papel mais ativo no processo de disseminação de novas tecnologias, principalmente no que tange à infraestrutura e educação básica.
 
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