Mercado reage às denúncias contra o presidente Michel Temer
São Paulo — A quinta-feira começou cinza para o mercado, depois da informação de que Joesley Batista, controlador da JBS, gravou o presidente Michel Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
A bolsa abriu em queda de mais de 10% e entrou em circuit breaker. O
mecanismo, que paralisa as negociações em 30 minutos, só é acionado
quando as cotações superam o limite de 10% de alta ou de queda. A última
vez em que isso ocorreu foi em 2008, em meio à crise internacional.
Por volta das 10h50, as negociações voltaram. Às 11,27, o Ibovespa caía em torno de 8,5%. Veja as maiores quedas.
Caso o índice recue mais de 15%, a paralisação deve ser acionada mais uma vez.
Dólar
Às 11h20, o dólar comercial operava em alta de 7,81% chegando a 3,37 reais. Entre 10h40 e 10h50, o Banco Central interviu no mercado.
Dólar Futuro
O dólar
futuro, um produto negociado em bolsa, atingiu o limite máximo
permitido de 3,3235 reais para este pregão. Quando isso acontece, o
valor fica paralisado.
Ibovespa Futuro
Segundo informações da B3, a bolsa brasileira, o dólar futuro tem
limite de negociação diária de 6 por cento, para cima ou para baixo e,
uma vez atingido, só podem sair negócios dentro desse nível.
Os contratos de Ibovespa Futuro com vencimento para julho caíam mais
de 10%, atingindo o limite máximo permitido de 61.180 pontos. Seguindo
as regras da Bolsa, novos negócios não poderão ser fechados hoje abaixo
dessa pontuação.
Juros
As taxas dos contratos futuros de juros operavam em forte alta, repercutindo
a aversão ao risco e com os investidores já apostando que o Banco
Central vai desacelerar o ritmo de cortes da Selic agora.
A curva de juros precificava 92 por cento de chances de redução de
0,75 ponto percentual da Selic no encontro do Comitê de Política
Monetária (Copom) no final do mês e o restante era de apostas de 1
ponto. Na véspera, a maioria das apostas indicava corte de 1,25 ponto
agora.
Entenda
Na conversa gravada por Joesley com Temer,
segundo reportagem divulgada pelo jornal O Globo e confirmada à agência
Reuters por três fontes com conhecimento do assunto, o dono da JBS
conta a Temer que pagava a Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, um dos
operadores presos na Lava Jato, para que ficassem calados. Os dois estão presos.
De acordo com o jornal, ao receber a informação de Joesley, Temer respondeu: “Tem que manter isso, viu?”
Com agências de notícias.
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