quarta-feira, 31 de maio de 2017

Empresas evitam grandes fusões e aquisições, diz Goldman Sachs


No geral, a atividade de novos acordos pareceu melhor durante o último mês do que estava no começo do ano, disse Solomon

 




Nova York – Incertezas acerca de políticas tributárias e eventos políticos, como eleições na Europa, estão impedindo que companhias busquem grandes transações de fusões e aquisições, disse nesta quarta-feira o presidente e co-chefe operacional do Goldman Sachs, David Solomon.

No geral, a atividade de novos acordos pareceu melhor durante o último mês do que estava no começo do ano, disse Solomon durante evento organizado pelo Deutsche Bank em Nova York.

“Dado o ambiente em que estamos, desconsiderando choques de mercado e volatilidade, continuaremos a ver um ritmo razoável de fusões e aquisições”, disse.

No geral, a atividade de compra e venda de empresas acumula alta de cerca de 6 por cento sobre o ano anterior, afirmou o executivo.

Fundo mantido com a China terá US$ 20 bi para investir no Brasil




Projetos de infraestrutura devem ser os mais beneficiados pelo mecanismo, que não vai receber recursos públicos

 


Lu Aiko Otta, O Estado de S.Paulo




BRASÍLIA - Anunciado há dois anos, durante visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, o fundo binacional para financiar empreendimentos no Brasil começa a funcionar em 1.º de junho, disse ao Estado o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache. Mas, em vez dos US$ 50 bilhões prometidos à época, o valor inicial será de US$ 20 bilhões, a serem aportados na proporção de um dólar do Brasil para cada três da China.

O Fundo China será lançado no dia 30, durante o Brasil Investment Forum, evento que contará com a presença do presidente Michel Temer e CEOs de grandes grupos internacionais. Na ocasião, será anunciada uma lista de 30 projetos candidatos a serem financiados pelo mecanismo. A Ferrogrão, ferrovia ligando Sinop (MT), um centro produtor de grãos, até o porto de Miritituba (PA) é um exemplo. A infraestrutura é um ponto central do fundo, mas ele também financiará projetos em agronegócio, tecnologia e manufatura.



Xi Jinping
Xi Jinping, presidente da China Foto: Edgard Garrido/Reuters
 
Os chineses têm pressionado para incluir na lista a Ferrovia Bioceânica, projeto orçado em US$ 80 bilhões, prioritário para eles. A ideia de uma ferrovia ligando o Atlântico ao Pacífico foi anunciada também na visita do presidente chinês. Porém, o Brasil é contra, segundo fontes da área técnica. Além do custo elevado, há dúvidas quanto à viabilidade do projeto.
O fundo terá três conselheiros de cada lado, que selecionarão projetos de interesse comum e recomendarão aos bancos participantes que os financiem. “A China tem 15 fundos de investimento, mas esse é o único em que as decisões são paritárias”, disse o secretário. 

Não haverá aporte de recursos públicos. Do lado brasileiro, o dinheiro sairá preferencialmente da Caixa, que poderá utilizar o fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), e do BNDES. O Banco do Brasil já demonstrou interesse em participar, segundo o secretário. Do lado chinês, quem vai operar é o Claifund, o fundo para financiamento na América Latina. Os recursos virão 85% das reservas internacionais e 15% do Banco de Desenvolvimento da China.


 http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,fundo-mantido-com-a-china-tera-us-20-bi-para-investir-no-brasil,70001784473

Governo promove o PR CEOs Investment Meeting


Investidores estrangeiros conhecerão o novo programa Paraná Competitivo

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Governo promove o Paraná CEOs Investment Meeting, em São Paulo

O Paraná, quarta economia do Brasil, recebeu nos últimos cinco anos cerca de R$ 40 bilhões em investimento direto de mais de 400 grandes grupos empresariais. Grande parte desse aporte foi possível graças ao Paraná Competitivo, programa que será apresentado para investidores estrangeiros na quinta (1), em São Paulo. O Paraná CEOs Investment Meeting , iniciativa do governo do Estado em conjunto com a Agência Paraná de Desenvolvimento, discutirá desafios e oportunidades de investimentos no Brasil e no Paraná.

O encontro também compartilhará cases de empresas investidoras. Entre os executivos convidados, estarão Antonio Guetter, presidente da Copel; Antonio Megale, diretor de relações governamentais da Volkswagen; Cristiano Teixeira, diretor geral da Klabin, e Olivier Murguet, Chairman Americas do Grupo Renault. Volks, Klabin e Renault investiram, juntas, mais de R$ 14 bilhões no Paraná. Mauro Ricardo Costa, secretário da Fazenda, explicará os detalhes do novo programa de incentivos. O evento será encerrado pelo governador Beto Richa (foto).


 http://www.amanha.com.br/posts/view/4063

Odebrecht e Cade negociam 12 acordos de leniência


Segundo fontes com acesso às negociações, o conselho mantém conversas em todos os casos em que a Odebrecht relatou conluio entre empresas







O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) negocia com a Odebrecht pelo menos 12 acordos de leniência no âmbito da Lava Jato, pelo qual a empresa denuncia cartéis em troca de penas menores ou mesmo perdão de multas.

De acordo com fontes com acesso às negociações, o conselho mantém conversas em todos os casos em que a Odebrecht relatou conluio entre empresas na delação premiada de executivos com o Ministério Público Federal (MPF).

Os cartéis já delatados pela Odebrecht envolvem as obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau (Rio Madeira, em Rondônia), reforma do aeroporto Santos Dumont (Rio de Janeiro), obras viárias em São Paulo e a construção da Cidade Administrativa em Minas Gerais, entre outros.

Em abril, veio a público a delação de executivos da Odebrecht, que atingiu de deputados a ex-presidentes. Agora, as conversas continuam com o Cade na esfera concorrencial.

O conselho é responsável por analisar se houve práticas como acordos para fraudar licitação, divisão de mercados e exclusão de concorrentes. Se condenadas, as empresas e os executivos envolvidos ficarão sujeitos a multas bilionárias.

A expectativa é que os casos delatados ao MPF gerem novos acordos de leniência com o Cade, espécie de delação premiada das empresas. O órgão tem acesso a todas as provas apresentadas pela empreiteira ao Ministério Público e o entendimento é que os depoimentos e documentos entregues pelos delatores formam um rol probatório robusto.

Ao contrário dos acordos de colaboração premiada, às vezes aceitos com vários delatores no mesmo caso, pelas regras do Cade somente uma empresa pode fechar acordo de leniência em determinado caso de cartel e pleitear imunidade total.

O leniente pode se livrar de pagar qualquer multa ou punição – o tribunal decide o tamanho do “desconto” ao final do processo. A primeira empresa a fechar o acordo leva essa vantagem na negociação, mas outras podem eventualmente colaborar num caso em que já foi fechado acordo. Só que, neste caso, o desconto varia de 25% a 50% da multa.

 

Fraudes


A delação da Odebrecht com o MPF desvendou uma série de combinações feitas entre empresas para fraudar licitações. Um dos acertos revelados por executivos foi para fraudar licitações para obras “de 10 a 12 aeroportos”. Mas a empreiteira listou na delação apenas as obras nos aeroportos Santos Dumont (RJ) e de Goiânia (GO).

Procurada, a Odebrecht disse que está colaborando com a Justiça nos países em que atua e “já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou acordo de leniência no Brasil, Estados Unidos, Suíça e República Dominicana, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”.

Citadas na delação da Odebrecht (ver quadro ao lado), a Andrade Gutierrez disse que colabora com as investigações e tem o compromisso de “esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado”, e a Camargo Corrêa disse ter sido a primeira grande empresa do setor a firmar um acordo de leniência com a Justiça e que segue colaborando com as autoridades.

Também citados, José Roberto Arruda e a OAS não se posicionaram. A reportagem não localizou Delta, Oriente e a Dersa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
  
 
 

Governo do RS deve realizar plebiscito sobre estatais


Assembleia terá de autorizar pleito de 15 de novembro

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Governo do RS deve realizar plebiscito sobre estatais

O líder do governo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Gabriel Souza, apresentou requerimento de retirada da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 259/2016), que cancelava a necessidade de plebiscito para alienação de estatais, como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia  Riograndense de Mineração (CRM) e a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), na sessão plenária desta terça-feira (30). Souza apelou para a oposição e ofereceu acordo, em nome do governo, para a retirada da proposta, e se comprometeu a encaminhar, à Assembleia, um Projeto de Decreto Legislativo (PDL), para que os deputados autorizem a convocação de plebiscito sobre o mesmo tema, ainda este ano.

O PDL atende às normativas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para que o pleito seja realizado em 15 de novembro, tradicional data de consulta à população. Neste sentido, a tramitação no Legislativo deve obedecer às normativas na Assembleia até 15 de junho. Caso contrário, o plebiscito só ocorrerá em 2018, com as eleições gerais. A ideia do governo é permitir que a população decida o tamanho do Estado que deseja, ainda na data sugerida pelo TRE.

O governador José Ivo Sartori declarou, em vídeo, que a população é que dirá qual é o tamanho do Estado que deseja. "É a população que vai dizer o Estado que queremos. Ou um Estado voltado para poucos, ou um Estado voltado para todos. Ou um Estado que mantém empresas sem sustentação gerencial e financeira, ou um Estado que se volte ao que realmente importa para as pessoas, especialmente para os mais humildes. Ou um Estado voltado para o passado, ou um Estado voltado para o futuro", enfatizou o governador.

Sartori destacou que o Rio Grande do Sul vive um momento histórico de travessia e que é preciso mais eficiência na prestação de serviços públicos. Defendeu que o Estado deve estar voltado às pessoas, e não para si mesmo. E que, em vez de fazer tantas coisas, cuide mais e melhor do que é prioritário à sociedade: segurança, saúde, educação, infraestrutura e assistência social. "Não é mais hora de pensar nas próximas eleições, mas nas próximas gerações. Não é mais hora de pensar apenas em grupos e seus interesses, mas em toda a sociedade. Nossos filhos, netos e sucessores merecem um Estado equilibrado, moderno, com capacidade de investir e prestar um serviço público de qualidade", afirmou.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/4068

JBS pode ser multada em até R$ 31 bilhões por irregularidades


A cifra supera o valor de mercado do frigorífico e também é três vezes maior que o volume de recursos em caixa

 






Após as delações que revelaram as fraudes cometidas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, a JBS tem pela frente uma maratona de processos e investigações que pode culminar na cobrança de mais de R$ 31 bilhões da empresa no Brasil – resultado da aplicação de potenciais sanções, multas e ressarcimentos, além de dívidas fiscais.

A cifra supera o valor de mercado do frigorífico, de R$ 21 bilhões, e também é três vezes maior que o volume de recursos em caixa, de R$ 10,7 bilhões.

Nessa conta estão R$ 10,3 bilhões acordados na noite desta terça-feira, 30, com o Ministério Público Federal para fechar o acordo de leniência com a empresa. Há também três casos sob investigação cuja penalidade, entre multas e devoluções aos cofres públicos, pode chegar a R$ 16,9 bilhões.

O frigorífico é investigado por ganhos com a valorização do dólar após a divulgação das delações e também por sonegação fiscal com a suposta geração de ágio artificial na fusão com o grupo Bertin. 

Além disso, é alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) por empréstimos obtidos no BNDES.

O cálculo feito pelo Estadão/Broadcast toma como base as sanções máximas previstas pelos órgãos responsáveis pelas investigações – Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Receita Federal e TCU. Ficaram de fora dessa conta as possíveis indenizações a investidores que podem entrar com ações coletivas contra a JBS e a fatura a ser entregue pelo Departamento de Justiça dos EUA, onde está a principal operação do grupo.

A cifra pode subir ainda mais, caso outros órgãos da administração pública decidam investigar as fraudes cometidas pelos irmãos Batista. No entendimento de procuradores e advogados consultados, o acordo de leniência em negociação com o MPF ajuda a atenuar, mas não livra a empresa de penalidades por outros órgãos.

Segundo um advogado especializado em direito penal empresarial, caso sejam comprovadas todas as práticas e ilícitos, as novas sanções poderão facilmente duplicar os R$ 10,9 bilhões. Analistas de grandes bancos têm recomendado a seus clientes evitar as ações da JBS, porque ficou praticamente impossível estimar o passivo da companhia. Ontem, as ações do frigorífico caíram 3,9%.

Os passivos em potencial da JBS se estenderam para a esfera estadual. Os executivos admitiram o pagamento de propina a governadores em troca de favores relacionados ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Por isso, pelo menos seis Estados disseram que estão passando um pente-fino sobre os incentivos fiscais concedidos à empresa. Em três deles, o valor fiscal discutido soma R$ 3,3 bilhões, considerando apenas dados abertos. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Como destravar os investimentos no Brasil?

"Vocês têm uma das maiores economias e há gente com trilhões de dólares nos bolsos procurando projetos para investir", disse o CEO mundial do Santander

 






São Paulo — Superar a instabilidade política, melhorar o trabalho das agências regulatórias, assegurar retorno e previsibilidade aos investidores e tornar as regras de licenciamento ambiental mais eficientes.

Esses são alguns dos desafios que o Brasil deve enfrentar para destravar investimentos, na visão de Hélio Magalhães, diretor do Citi Brasil, de José Antônio Alvarez, CEO mundial do Santander, de Ricardo Ramos, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de Jorge Familiar, vice-presidente do Banco Mundial para América Latina e Caribe.

Os quatro participaram de um debate promovido pelo Fórum de Investimentos Brasil, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizado em São Paulo nesta quarta-feira. 

Os problemas não são pequenos. Por mais que os indicadores econômicos mostrem pequenas melhoras e a promessa de reformas como a trabalhista e a previdenciária encha os olhos do mercado, ainda falta aos investidores a sensação de segurança.

“O que eles esperam é que haja mais transparência”, disse Magalhães, do Citi. “Eles esperam saber como vai funcionar o processo e ter a certeza de que as regras serão mantidas no longo prazo.”

Se parte disso for resolvido, asseguraram, o percentual de investimentos no país, que no ano passado foi de menos de 20% do PIB (baixo para o padrão de países emergentes), deve aumentar.

“É verdade que as dificuldades brasileiras são grandes, mas áreas como a de infraestrutura continuam sendo interessantes para os investidores”, disse Alvarez, do Santander. “Comparando a outros países, é muito difícil você encontrar algum que reúna características como as encontradas por aqui. Vocês têm uma das maiores economias e há gente com trilhões de dólares nos bolsos procurando projetos para investir.”

Para que esses recursos cheguem ao país, a atuação do governo não deve ser dispensada. A grande questão, debatida por eles, é qual espaço deve ser ocupado por ele.

“O ideal é que recursos públicos só sejam utilizados para financiamentos quando o privado não for opção”, defendeu Familiar, do Banco Mundial.

O papel do BNDES também precisa mudar, disseram. Para Magalhães e Alvarez, o banco de fomento deve abandonar a ideia de financiar totalmente os projetos e focar na assessoria das companhias e na divisão de riscos com as instituições privadas.

“Por muito tempo, o governo ocupou lugares errados, se excedendo nos financiamentos”, disse Magalhães. Além de causar prejuízos financeiros, disse ele, isso asfixiou o próprio desenvolvimento do mercado de capitais.

Sobre a atuação do BNDES, Ramos disse que o banco procura diminuir sua participação em projetos e melhorar a situação do mercado de capitais.

“Recentemente, aprovamos uma linha para garantir a liquidez de debêntures. A gente por um período, se houver um default [calote], pode pagar juros e principal para aumentar a segurança do investidor. Tomamos uma série de medidas para que o BNDES tenha um papel de estruturador e não só de financiador”, disse Ramos.

Ramos entrou de forma interina no lugar de Maria Silvia Bastos Marques e deixará o posto amanhã (01), dando lugar a Paulo Rabello de Castro, atual diretor do IBGE.

“O BNDES tem que ser como um pai que ajuda a caminhar e também sabe soltar a bicicleta”,