quinta-feira, 8 de junho de 2017

Petrobras encerrará contrato com empresa da J&F por corrupção

Extinção antecipada de contrato com a Âmbar de fornecimento de gás para uma termelétrica em Cuiabá ocorreu devido à violação de cláusula anticorrupção

 







São Paulo – A Petrobras vai extinguir antecipadamente um contrato de gás com a Âmbar, empresa de energia da holding J&F, e ainda cobrará multa de 70 milhões de reais, devido à violação de cláusula contratual que trata de legislação anticorrupção, segundo comunicado da estatal nesta quinta-feira.

A J&F é também controladora da empresa de alimentos JBS.

Segundo a petroleira, a cobrança será feita a título de indenização pelo descumprimento do contrato, que havia sido fechado para o suprimento da termelétrica Mário Covas, em Cuiabá.

O contrato entre as companhias foi celebrado em abril deste ano e possuía uma cláusula em que a Âmbar se comprometia com o não pagamento ou oferecimento de vantagens indevidas a qualquer autoridade pública.

“Entretanto, a Petrobras tomou conhecimento das gravações de delações premiadas de executivos do grupo J&F, de que cometeram atos que violam a legislação anticorrupção vigente”, disse a petroleira.

O término original do contrato entre a Petrobras e a Âmbar seria em 31 de dezembro deste ano.

O ex-assessor especial da Presidência e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures foi preso em 3 de junho acusado por executivos da JBS de negociar 15 milhões de reais em propina para tentar influenciar uma disputa no Cade entre a JBS e a Petrobras em benefício da empresa dos irmãos Batista. O caso ainda não foi decidido pelo Cade.

Após colaboração de executivos da JBS com as autoridades, Loures foi seguido pela Polícia Federal e filmado recebendo uma mala com 500 mil reais em uma pizzaria em São Paulo. O dinheiro foi devolvido à Polícia Federal.


Como é o Mercado de Beleza da China?

O Brasil e a China figuram como os maiores mercados consumidores de produtos de beleza do mundo, assim como os Estados Unidos e o Japão. No Brasil, mesmo diante da crise econômica, o mercado da beleza sobrevive e cresce. Na China, o crescimento econômico do país fomentou, nos últimos anos, a expansão deste mercado e promete tornar o país o maior mercado mundial de produtos de beleza. Conheça mais sobre o padrão de beleza chinês  e as peculiaridades do mercado de beleza no país.

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Ni Ni, atriz chinesa

O Padrão de Beleza Chinês

O padrão de beleza, por estar diretamente ligado a traços culturais, difere muito de acordo com cada sociedade. Na China, assim como em outros países asiáticos, um dos fatores determinantes para o “bonito” é a cor da pele. Os motivos para tanto podem ser explicados por fatores sociais historicamente construídos no país. Durante o Período Imperial (entre o século III a.C. e o século XX d.C.), surgiram os “intelectuais de rosto branco” (baimian shusheng), que foram considerados, na época, a representação do ideal de beleza masculino. Em contrapartida, estavam os camponeses, caracterizados pela cor de pele mais escura, devido aos trabalhos braçais sob o sol. Mesmo com o passar dos anos, o ideal de pele clara persistiu e até hoje influencia a produção de cosméticos voltados para o mercado de beleza chinês. Por isso, os chineses, não só evitam a exposição ao sol, como consomem em larga escala tratamentos estéticos e produtos clareadores.

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Os chineses consomem tratamentos estéticos e produtos clareadores para pele

O rosto oval e feições delicadas também são considerados, pelos chineses, fundamentais em uma pessoa bonita, assim como cabelos longos, lisos e pretos. Os olhos vêm ganhando uma influência ocidental: são considerados bonitos os olhos amendoados, com pálpebra dupla. Para isso, muitas chinesas têm optado por cirurgias nas pálpebras que destacam o côncavo. Além disso, existem, no mercado de beleza chinês, adesivos e fitas que marcam o côncavo, criando a pálpebra dupla. Já o corpo bonito, de acordo com o padrão de beleza na China, é o extremamente magro e fino, sem curvas, chegando, inclusive, a apontar Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo dos níveis considerados saudáveis. Este padrão de beleza e a cultura do país influenciam diretamente na produção de cosméticos voltados ao mercado de beleza chinês.

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As chinesas optam por cirurgias nas pálpebras, ou a adesivos e fitas que marcam o côncavo, criando a pálpebra dupla

O mercado de beleza na China

O setor de cosméticos na China tem crescido a um ritmo acelerado, juntamente com o grande desenvolvimento de sua economia, e pode transformar o país no maior mercado consumidor de produtos de beleza do mundo. Não à toa, existem várias feiras de beleza no país, as quais expõem suas novidades no setor de cosméticos para o público. Segundo dados da Euromonitor, a venda de produtos de cuidado com a pele atingiu 168,8 bilhões de yuans, e, a de maquiagem, 25,1 bilhões de yuans em 2015; representando um crescimento ano a ano de 6,7% e 10,9%, respectivamente. Com o desenvolvimento econômico, a estrutura do mercado de beleza, bem como as tendências e o gosto do consumidor chinês, vêm mudando.

Estrutura e tendências do mercado de beleza chinês

Para compreender o gosto do consumidor chinês e as tendências que influenciam o mercado de beleza na China, podemos separar os produtos cosméticos vendidos em seu mercado interno em diferentes categorias.

Cuidados com a pele


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O setor de produtos de cuidado com a pele é o que mais cresce no mercado de beleza da China

De acordo com o padrão de beleza chinês, que se preocupa muito com a pele, o setor de produtos de cuidado com a pele é o que mais cresce no mercado. Máscaras, hidratantes e limpadores faciais, juntamente com cremes para a região dos olhos e para cuidados com os lábios, são os mais consumidos. Nesse mesmo sentido, estão os produtos com proteção solar, cuja venda tem pico nas estações mais quentes, e os produtos anti-idade, cada vez mais populares.

Cosmecêuticos


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Os chamados “cosmecêuticos” vêm, recentemente, conquistando mais terreno no mercado de beleza chinês

Ainda relacionados ao cuidado da pele, estão os chamados “cosmecêuticos”, produtos que aliam os cosméticos a princípios farmacêuticos e, comumente, são utilizados para tratar de problemas de pele, como a acne. Esses produtos vêm, recentemente, conquistando mais terreno no mercado de beleza chinês; mais de 170 empresas estão investindo nesta área. Na China, os cosmecêuticos correspondem a apenas 20% do mercado de beleza, diferentemente de países como EUA, Japão e países europeus, nos quais representam entre 50% e 60%. Assim, acredita-se que há muito espaço para expansão destes produtos no mercado consumidor do país.

Maquiagem


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O mercado de maquiagem na China tem um enorme potencial de crescimento, especialmente nas áreas rurais e no interior do país

O mercado de maquiagem na China está longe de se saturar, principalmente nas regiões rurais e nas cidades do interior. De acordo com a China’s Skincare and Cosmetics Market, um relatório divulgado em 2016 pelo HKTDC Research, o costume de se maquiar tem crescido gradualmente entre as mulheres chinesas, sobretudo entre as mulheres jovens (entre 20 e 30 anos) de cidades grandes. Assim, há muito que se explorar no mercado de beleza chinês tratando-se de produtos de maquiagem.

Público masculino


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O setor de cosméticos masculinos tem grande potencial de crescimento, pois ainda é pouco explorado e a preocupação com a pele cresce entre os homens chineses

É, ainda, relacionado aos cuidados de pele, que os cosméticos direcionados ao público masculino podem ganhar muito espaço nesse mercado. Os homens estão começando a cuidar da pele e, por isso, o setor de cosméticos masculinos tem grande potencial de crescimento. Segundo dados da Euromonitor, o mercado de produtos para a pele destinados aos homens aumentou 7,6% ano a ano em 2015, e, segundo o Anuário Estatístico da China de 2015, a população masculina representava 51,23% do total deste mercado em 2014. Nesse sentido, produtos de hidratação e limpeza facial são os mais significativos, mas produtos especiais como máscaras faciais, protetores solares e cosméticos clareadores vêm ganhando o mercado, de acordo com a maior preocupação dos homens chineses com a pele. Há ainda muito espaço do mercado de beleza, tanto da China, quanto do mundo, para cosméticos direcionados à população masculina.

Cosméticos esportivos


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Cos,éticos esportivos devem ser compactos, ajudar a evitar perda de umidade e atuar como antitranspirante, anti odor e antibactericida

Nessa categoria, estão os cosméticos voltados para aqueles que amam esportes e estão interessados em produtos compactos, que ajudem a evitar perda de umidade e atuem como antitranspirante, anti odor e antibactericida. De acordo com dados da Euromonitor, as vendas de antitranspirantes totalizaram, em 2015, 680 bilhões de yuans, registrando um crescimento ano a ano de 5,1%. Os jovens são os principais consumidores destes produtos, preferindo fórmulas perfumadas e com componentes naturais.

Produtos naturais


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Os chineses preferem produtos que levem em sua composição ingredientes naturais ou relacionados a Medicina Tradicional Chinesa

Na China, há uma grande preferência a produtos com ingredientes naturais em sua composição, bem como os que incluem em sua fórmula a Medicina Tradicional Chinesa, pois, de acordo com a cultura nacional, esses seriam mais eficientes e seguros, além de possuírem mais qualidade. Desta forma, os consumidores chineses encaram o “natural” como algo imprescindível em produtos de beleza, uma vez que, segundo sua cultura, a beleza e a saúde estariam intimamente interligadas. Existem diversos produtos que garantem, através de ingredientes naturais, a circulação do sangue e também da energia (Qi). Marcas que compreendem tais traços culturais e incluem em suas fórmulas componentes naturais e da Medicina Chinesa ganham mais espaço no mercado de beleza chinês.

Produtos nacionais


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Cresce o interesse em produtos nacionais de qualidade que atendam aos interesses dos chineses

Embora ainda haja muita desconfiança em relação à qualidade de alguns produtos domésticos, as marcas nacionais vêm ganhando espaço no mercado e despertando mais o interesse dos consumidores chineses, principalmente por entenderem a preocupação com produtos naturais e com práticas tradicionais relacionadas à Medicina Tradicional Chinesa. Além disso, por estarem inseridas no padrão de beleza da China, as marcas nacionais atendem mais às expectativas dos consumidores, por exemplo, através de produtos clareadores. As marcas internacionais, por estarem inseridas no contexto ocidental, devem adaptar-se ao padrão de beleza chinês para, então, conquistar o público. Marcas nacionais como a Herborist e a Inhaber, as maiores do país neste segmento, conquistam cada vez mais espaço no mercado de beleza da China.

Cosméticos de luxo


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Outra mudança observada no mercado de beleza chinês é a preferência de alguns grupos por cosméticos considerados luxuosos

Outra mudança observada no mercado de beleza chinês é a preferência de alguns grupos por cosméticos considerados luxuosos. Essa mudança é derivada do crescimento da classe média no país graças ao desenvolvimento econômico dos últimos anos. Antigamente, os chineses compravam tudo em lojas locais, onde a variedade era limitada. No entanto, hoje, com o acesso a uma maior variedade, seja através de lojas online, ou de viagens ao exterior, os chineses buscam por produtos de luxo. Em sua maioria, esse grupo, composto majoritariamente por mulheres jovens de grandes cidades, procura produtos importados de marcas famosas da Europa, dos Estados Unidos e do Japão.

Investimento no mercado de beleza chinês

A expansão econômica da China permitiu que o mercado de beleza nacional crescesse e se tornasse um dos maiores do mundo. Com a globalização e o crescimento da classe média, o mercado consumidor de cosméticos chinês se transformou, e, ao mesmo tempo, abriu as portas para que todos os segmentos e gostos fossem atendidos. Esse mercado tem ainda muito a crescer, e, caso as marcas saibam adaptar-se às necessidades e exigências dos consumidores chineses, podem conquistar cada vez mais espaço nesse mercado tão promissor.

Por Ana Yamashita, diretamente de Americana, SP, Brasil
Fontes: Cosmetics China Agency; Marketing to China; Morgan Stanley

 http://www.chinalinktrading.com/blog/mercado-de-beleza-da-china/

Holding Halipar anuncia aquisição da Croasonho


Empresa de Caxias do Sul fatura cerca de R$ 110 milhões

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Holding Halipar anuncia aquisição da Croasonho

A holding Halipar anunciou a aquisição parcial da rede Croasonho, que tem sede em Caxias do Sul (RS). Com a negociação, a holding passa a ser a maior acionista da rede. Hoje, a Croasonho está presente em 17 Estados, com 72 unidades e fatura cerca de R$ 110 milhões. Com a aquisição, a Croasonho passa a ser o braço da Halipar na região Sul, onde estão 60% das unidades da rede. O valor do negócio não foi revelado.

“Vamos aproveitar a expertise da Croasonho para ampliar a participação da holding no Sul e o potencial da Halipar para levar a Croasonho para outras regiões do país, além de ganharmos escala de fornecimento e logística para atingirmos melhores resultados de nossa rede de franqueados”, destaca Eduardo Silva, diretor-executivo da rede, em nota.

A compra, segundo a Halipar, reforça a estratégia de expansão a partir de franqueados multimarcas. Até 2020, a holding prevê chegar a mil unidades e a um faturamento de R$ 1,3 bilhão. Hoje, ela administra mais de 400 lojas em 24 Estados, com faturamento previsto de R$ 700 milhões para este ano.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/4103

TSE indica que pode votar contra inclusão de novas provas no julgamento


Até o momento, quatro ministros sinalizaram que são desfavoráveis ao uso dos depoimentos da Odebrecht

 

Da Redação, com Agência Brasil

 

redacao@amanha.com.br
TSE indica que pode votar contra inclusão de novas provas no julgamento


No debate da manhã desta quinta-feira (8) os ministros discutem questão preliminar colocada pelas defesas de Dilma Rousseff e Michel Temer, segundo as quais os testemunhos e provas relacionados à Odebrecht não poderiam ser considerados no julgamento, por não constar nos 21 itens contestados inicialmente pelo PSDB. O argumento foi rejeitado pelo relator Herman Benjamin e agora é apreciado pelos demais ministros. Ele destacou que o próprio plenário do TSE autorizou, no início de abril, a oitiva de novas testemunhas relacionadas ao caso da Odebrecht, como o casal de publicitários João Santana e Mônica Moura, responsável pela campanha presidencial de 2014. “Não vou rasgar decisão deste tribunal”, afirmou. 

A ministra Rosa Weber disse que não seria possível sequer votar tal preliminar, uma vez que para aferir os questionamentos das defesas seria necessário se debruçar sobre as próprias provas, não sendo possível ao julgador simplesmente desconsiderá-las por questões processuais. Ela defendeu que o TSE siga diretamente para o julgamento do mérito da ação. Até o momento, além do relator e de Rosa Weber, Luiz Fux indicou que votará a favor da manutenção no julgamento das provas da Odebrecht. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, e os ministro Napoleão Maia, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira deram indicativos de que irão se manifestar pelo descarte das delações da Odebrecht na análise da ação de cassação. O julgamento foi interrompido para almoço e será retomado às 14h30.


“Sanha cassadora”
 

O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, afirmou que é preciso “moderar a sanha cassadora” da Corte Eleitoral. “Muitas vezes, há exageros, exageros claros. Muitas vezes, por questões pequenas, nós acabamos cassando os mandatos”, disse Mendes durante o debate sobre a validade de provas da Odebrecht no caso, que é contestada pelas defesas. “É preciso moderar a sanha cassadora porque, de fato, você coloca em jogo outro valor, que é o do mandato, da manifestação popular.”

Para Mendes, é necessário, no julgamento, ter em conta também a “estabilidade do sistema eleitoral”. Ele interrompeu a manifestação do ministro Luiz Fux, que defendia a inclusão dos testemunhos de executivos da Odebrecht no julgamento de mérito da ação. “Não podemos ser avestruzes”, afirmou Fux.

Por que o ruído político não vai afugentar investidor estrangeiro


Em palestra no EXAME Fórum PPPs e Concessões, cientista político e sócio da Arko Advice Lucas Aragão avalia como a crise abre oportunidades no país 

 






São Paulo – O ruído político em Brasília não tem, por ora, força suficiente para derrubar o otimismo dos investidores estrangeiros com os projetos de infraestrutura no país. A avaliação é do cientista político e sócio da consultoria Arko Advice Lucas Aragão.

“Existe a certeza de uma agenda. Independentemente de quem será o presidente em 2018, o compromisso com as reformas está garantido. O Estado entendeu que o modelo que a gente estava atuando, com gastos excessivos e os bancos públicos como principais fomentadores, não pode ser mantido”, disse Aragão durante o EXAME Fórum PPPs e Concessões, realizado nesta quinta-feira (8) em São Paulo.

Uma possível saída antecipada do presidente Michel Temer, na avaliação do cientista político, poderia comprometer a capacidade do governo de tocar a agenda de reformas, “mas isso não significa que ela não irá sair”. Para Aragão, a única chance de o presidente cair seria por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no julgamento da chapa Dilma-Temer que começou nesta semana.

“Os ministros Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira são incógnitas. Eles têm uma reputação forte em Brasília e eu acho que tudo está nas mãos deles. Mas o cenário mais provável é de um pedido de vistas do que a decisão ir para o voto”, avaliou Aragão.

A eleição de 2018 não assusta o cientista político. “Ciro Gomes tem força no Nordeste, mas pouca capilaridade ue tempo de televisão. O mesmo acontece com a Marina Silva. O partido dela tem poucos prefeitos, o que a enfraquece”, disse.

Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aragão acredita que ele “não tem mais força para romper a esquerda, como fez em 2002. E tem ainda o cenário ‘novo velho’, que seria um rosto novo em um partido tradicional, como o João Dória, atual prefeito de São Paulo.”

 

Otimismo


Enquanto os brasileiros estão muito preocupados com as denúncias de corrupção em Brasília, os investidores estrangeiros seguem otimistas com os projetos de infraestrutura no país, segundo Aragão.

Como pontos positivos, o cientista político destacou que as agências reguladoras estão alinhadas ao mercado e o Brasil “está barato”. Além disso, o PPI [Programa de Parcerias de Investimentos] é politicamente forte e a atual equipe econômica é estável, com uma agenda reformista que agrada aos investidores. “O Brasil extra protecionista ficou para trás e os editais estão mais transparentes.”

“Quem tem equipes de analistas aqui no Brasil e não olha para o país só através da tela da Bloomberg sabe que temos muitos pontos fortes. Os membros da equipe econômica são respeitados internacionalmente e falam a língua dos investidores. Estão abertos a eles. É diferente do governo anterior, que tratava o investidor estrangeiro como inimigo”, afirmou Aragão.

Como pontos negativos, o cientista político destacou a crise, que deixa os investidores receosos, e o fato de o país ter pedido o selo de bom pagador concedido pelas agências de classificação de risco internacionais.

“Os investidores estrangeiros sabem que o Brasil é o país emergente mais parecido com as nações de primeiro mundo. O investidor internacional prefere vir à São Paulo do que à Nova Deli ou Xangai. A China não tem democracia. Aqui, temos uma equipe econômica técnica que os recebem bem e fala a língua deles. Não dá para ignorar o Brasil”, disse.

Para Aragão, o setor de óleo e gás pode ditar o ritmo das concessões no Brasil. “O mundo olha para esse setor. É o setor que tem a maior área de research no mundo. Quando uma gigante investe em um país, como a Shell ou a ExxonMobil, dá uma segurança para todos os outros investidores, porque eles sabem que esses gigantes não vão investir em algo ruim. Eles se perguntam o que a ExxonMobil está fazendo no Brasil, e querem vir para cá também.”

O fim da obrigatoriedade de participação da Petrobras em todos os campos do pré-sal adicionou mais otimismo entre os investidores internacionais com relação às aplicações no Brasil, segundo o cientista político.

Governo federal fará mais 18 leilões de infraestrutura neste ano


Tarcísio de Freitas, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, disse no EXAME Fórum que o governo está aberto a “provocações” do mercado 

 




São Paulo — O secretário de coordenação de projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Tarcísio Gomes de Freitas, estimulou os executivos presentes no Fórum EXAME Concessões e PPPs 2017 a participarem do programa. “Sabem quem é a liderança que pode ajudar o Brasil a voltar a crescer? O setor privado, vocês”, disse, durante sua palestra realizada na abertura do evento, em São Paulo.

Durante o primeiro ano do governo de Michel Temer, o PPI já realizou 44 leilões na área de infraestrutura, que representaram uma captação de 23 bilhões de reais em investimentos.

O secretário destacou que, apesar da turbulência política enfrentada pelo governo, o cronograma de projetos não deve ser modificado. “Estão previstos 18 leilões no segundo semestre, a partir de setembro. Vamos continuar a trabalhar como se nada estivesse acontecendo”.

Em conversa com o diretor editorial da revista EXAME, André Lahóz Mendonça de Barros, Freitas disse que o programa está aberto a “provocações ” do setor privado. “Elas são muito importante para nós e algumas já foram incorporadas”. Agora, ele cita que o programa busca incentivar a participação de novos players nas concessões após grandes empreiteiras, atingidas pelas denúncias da Lava Jato, anunciarem a paralisação de projetos.

Freitas também disse, durante sua palestra no evento, que há um desafio enorme para aumentar a produtividade no Brasil e esse caminho passa pelo setor de infraestrutura. “Precisamos romper o ciclo vicioso que afugenta investidores e aumenta o desemprego (…). Não há escapatória às concessões, nas quais percebemos ganhos. Afinal, não podemos ficar reféns do orçamento fiscal”.

Uma grande vantagem do PPI, cita o secretário, é a criação de uma governança sobre os projetos. “Criamos um hub, articulado com ministérios, que busca selecionar projetos realmente atrativos para o setor privado e que está sendo bem sucedido”. Ele destaca o leilão de linhas de transmissão em abril, considerado o maior da história.

O secretário afirmou que o programa busca corrigir um “repertório de erros” cometido no passado na área de PPPs, como o excesso de intervenção do estado, que provocou o desbalanceamento do risco dos projetos “.

Questionado por Lahóz se os erros cometidos nos últimos anos em concessões deixou marcas nas decisões tomadas por investidores estrangeiros, Freitas citou a presença de consórcios internacionais nos leilões realizados no PPI, especialmente nas concessões de aeroportos, realizadas em março. “Acredito que ficou claro para estes investidores que o governo deixou uma linha anti-business e passou para uma linha pró-business com a posse de Temer”.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

As empresas brasileiras mais negociadas nos EUA

Levantamento da Economatica mostra os ADRs com maior movimentação diária neste ano

 







São Paulo — O interesse dos investidores por ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros aumentou em 2017. De acordo com um levantamento da Economatica, 1,3 bilhão de dólares é movimentado, todos os dias, com recibos de ações brasileiros nos Estados Unidos. O montante é 27% maior do que a média diária registrada em 2016.

Entre as brasileiras que são negociadas em Nova York, a Vale é a que apresenta o maior volume diário. Até o início desta semana, os ADRs da mineradora movimentaram 273,4 milhões de dólares por dia.

A Petrobras, que era a mais negociada entre 2014 e 2016, agora ocupa o segundo lugar. Diariamente, os recibos da empresa movimentam 214,8 milhões de dólares.

O Itaú Unibanco é a terceira melhor posicionada, com 155,4 milhões de dólares movimentados por dia. Na quarta posição, aparece a Ambev, com 119,5 milhões de dólares por dia, seguida pelo Bradesco, com 119 milhões de dólares.


Veja abaixo o ranking e o desempenho de cada ADR no ano.

ADR Volume médio diário Desempenho no ano
Vale ON US$ 273,4 milhões 10,41%
Petrobras ON US$ 214,8 milhões -8,85%
Itaú Unibanco PN US$ 155,4 milhões 8,79%
Ambev ON US$ 119,5 milhões 17,97%
Bradesco PN US$ 119 milhões 5,84%