sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Mudanças Necessárias - Profarma Investe em Atualização de Lojas


 Mudanças Necessárias














A Profarma, que adquiriu as redes Rosário (DF) e Tamoio (RJ), em setembro de 2016 e novembro de 2015, respectivamente, e controla, também, as redes Drogasmil e Farmalife (ambas do Rio de Janeiro), trabalha agora para atualizar as lojas das empresas "recém-adquiridas". "O momento é de concluir e amadurecer todas essas aquisições que fizemos nesses últimos dois anos.", comenta Ivan Engel, Diretor Comercial da d1000 varejo farma, divisão de varejo da Profarma e controladora das redes, em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News. A Rede Rosário é líder no Centro-Oeste com 150 lojas, enquanto a Rede Tamoio, do Rio de Janeiro conta atualmente com 62 lojas.  

Segundo Ivan Engel, o foco inicial é atualizar a identidade visual da rede Tamoio, além de destacar produtos para cabelo, principalmente, em lojas situadas em áreas de baixo poder aquisitivo, característica da marca. "A nossa loja de maior faturamento é no lugar mais pobre que a gente atua, é uma característica da Tamoio, além disso, a rede é muito forte em produtos de higiene e beleza, sobretudo, para cabelos cacheados.", revela o executivo.   


Atualização da Rede Carioca Tamoio

 
Em agosto, a d1000 varejo farma apresentou a nova identidade visual da Rede Tamoio. De acordo com Ivan, haverá mais três lojas sendo reinauguradas nos próximos 30 ou 45 dias. "A Tamoio vai passar por essa transformação ao longo de 2018, mas não apenas de identidade visual como também de aumento no espaço para oferecer o sortimento ideal de não medicamentos.", revela. Com o intuito de tornar as lojas cada vez maiores, a divisão de varejo da Profarma também está investindo fortemente em oferecer um mix de não medicamentos bastante amplo incluindo produtos de beleza, dermocosméticos, higiene pessoal e produtos de conveniência. "Hoje, por exemplo, a Tamoio gera cerca de 50% do seu faturamento total em não medicamentos.", disse o diretor.   


Processo de Transformação da Rede Rosário
  

Com mais de 40 anos, a Rede Rosário foi adquirida pela Profarma em um período de dificuldades financeiras e, devido a isto, acabou fechando lojas consideradas não rentáveis para investir em uma reformulação. "Estamos passando por um processo de reformas e atualização da identidade visual com mudanças no layout das lojas. Em agosto, inauguramos a primeira loja com o novo layout e essa mudança tem o objetivo de mostrar para o consumidor e para o fornecedor que tipo de posicionamento teremos com a rede daqui pra frente.", informou o diretor. Todas as unidades da Rede Rosário passarão por esse processo nos próximos anos e a estimativa é que até o primeiro semestre do ano que vem, aproximadamente, 40 lojas estejam com o novo layout. "É um layout mais moderno, um projeto de espaço mais coerente com as necessidades do shopper e uma identidade visual mais atualizada para os dias de hoje.", explicou Ivan Engel.  

 
Necessidade de Cortar Custos   

 
Com a aquisição de 100% da Rede Rosário, a Profarma dobrou sua plataforma de varejo chegando a 279 lojas distribuídas pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Entretanto, devido à situação em que se encontrava a Rede, foi necessário um processo para otimizar despesas. "Nós tínhamos um Centro de distribuição exclusivo para a Rede Rosário no Distrito Federal. Esse CD está aos poucos perdendo espaço e a mercadoria está migrando para o Centro de distribuição da Profarma com o objetivo de reduzir custos.", informou Ivan. Atualmente, a Profarma possui 12 Centros de Distribuição. O CD fixado no Rio de Janeiro abastece a região carioca e o CD de Goiás é utilizado para abastecer Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantis, informou o diretor.

 http://www.gironews.com/farma-cosmeticos/mudancas-necessarias-44646/

Nestlé compra Blue Bottle, de café de alta qualidade

Nestlé compra Blue Bottle, de café de alta qualidade

A Nestlé comprou uma participação majoritária da norte-americana Blue Bottle Coffee, marcando um primeiro passo do líder de café embalado no mundo hipster de bares especializados que servem café de alta qualidade, de origem única e processado a frio.

A companhia produtora do Nescafé e cápsulas Nespresso anunciou a compra de uma participação de 68 por cento da Blue Bottle nesta quinta-feira, sem revelar os termos financeiros. O preço ficou em torno de 425 milhões de dólares, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.

Como a compra da semana passada de empresa de alimentos vegetarianos Sweet Earth, o acordo busca aproximar a maior fabricante de alimentos embalados do mundo ao tipo de consumidores exigentes que estão se afastando de suas marcas de mercado de massa, como o café Nescafé.

Este é o quarto acordo da empresa em 2017 feito pelo novo presidente-executivo, Mark Schneider, um executivo trazido no ano passado para agitar a empresa suíça conservadora que não atigiu suas metas de vendas por quatro anos consecutivos.

A Nestlé e seus pares multinacionais estão lutando contra os mercados emergentes mais lentos, a concorrência de novas marcas e a migração dos consumidores para alimentos menos processados.

A compra da Nestlé ocorre em meio à consolidação no chamado setor de café de terceira onda nos Estados Unidos. Este mercado atende principalmente a clientes jovens e urbanos que cresceram no Starbucks, mas progrediram para bebidas mais exóticas influenciados pelas máquinas de café expresso ou não tradicionais de baristas especializados.

 (Reuters )


http://www.brasilagro.com.br/conteudo/nestle-compra-blue-bottle-de-cafe-de-alta-qualidade.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/#.WbwASDgpXNE


Lula é enquadrado por Moro ao chamar procuradora de “querida”: entenda a importância disso


Fonte: Gazeta do Povo


A procuradora do Ministério Público Federal (MPF) Isabel Vieira protagonizou diversos embates com o ex-presidente Lula. Na segunda metade da audiência desta quarta-feira (13/9), demonstrou irritação por ser chamada de “querida” pelo petista e pede para ser chamada de “forma protocolar”. O juiz Sergio Moro intercede a favor dela e Lula acata o pedido. Veja o vídeo.

A cena pode parecer insignificante para muitos, ainda mais em meio a tantas coisas maiores, como os próprios crimes do ex-presidente e sua cara de pau ao negá-los, jogando a culpa até na falecida esposa. Mas o caso expõe um traço da cultura nacional que ilustra bem nosso atraso, nosso afastamento de um modelo mais civilizado e desenvolvido.

Em Brasileiro é otário? – O alto custo da nossa malandragem, faço uma análise do jeitinho brasileiro, e falo justamente de como essa excessiva informalidade prejudica o funcionamento da coisa pública. A impessoalidade no tratamento com autoridades do governo é a marca de um país mais avançado. Seguem alguns trechos que explicam melhor o fenômeno:

O jeitinho é, em essência, apelar para um elo pessoal ou emocional para burlar alguma norma formal e obter algum privilégio qualquer. É o oposto da igualdade plena sob as mesmas regras e leis. […] “Por favor, não é possível dar um jeitinho e resolver isso de outra maneira?”, eis uma das perguntas mais freqüentes em nosso país. Raros são os casos de quem nunca adotou essa estratégia para conseguir as coisas. Normalmente, vem acompanhada de uma fala macia, um ar simpático e olhar suplicante. Espera-se que o outro possa ver a pessoa do lado de cá, não apenas mais um qualquer obrigado a respeitar regras isonômicas.

[…]
Uma das grandes vantagens de uma economia de mercado é justamente a confiança no império das leis, não dos homens. Se as instituições são confiáveis, se sei que há punição para malfeitos, então posso lidar com os outros de forma mais simples, mesmo sem saber quem ele é. O diplomata francês Alain Peyrefitte, em A Sociedade de Confiança, mostra justamente como a crença nas instituições impessoais foi fundamental para o progresso dos países mais desenvolvidos.

Nos Estados Unidos, ninguém precisa apelar para um “meu chapa” para trocar um produto com defeito; a loja assume automaticamente que o cliente fala a verdade e substitui o produto por um novo. Não é preciso simular familiaridade com o vendedor para obter algum tipo de favor pessoal. Isso só é possível quando a grande maioria acredita no funcionamento das regras impessoais, e não nas vantagens obtidas pelas amizades com o “rei”.

É possível que um brasileiro use isso que chamará de “ingenuidade” do americano para extrair vantagem, realizar algum golpe. Se o fizer, vai se achar o ser mais malandro do universo: “viu só como tapeei aquele americano otário?” Agora vamos afastar a vista da árvore e visualizar a floresta: que tipo de país malandros assim vão criar? Com o tempo, claro que os vendedores aprenderão a lição, conhecerão a manha dos “malandros”, e o processo de trocas será infinitamente mais burocrático, para oferecer maior segurança contra fraudes. Resultado: todos saem perdendo. O jeitinho custa muito caro!

E esse foco foi mais econômico, mas no âmbito legal é ainda pior. Essa “camaradagem” é o convite à impunidade. “Poxa, querida, não vai aplicar a lei em mim como se eu fosse um outro qualquer, né?” Eis o que o uso do termo parece dizer, e diz. Lula, não vamos esquecer, já afirmou que Sarney não era um “homem comum”, e que, portanto, não deveria ser julgado como um “homem comum”.

Adotar uma linguagem protocolar e formal é, assim, uma maneira de lembrar que estamos lidando com leis isonômicas, válidas igualmente para todos. É o oposto da “privatização” do estado, de tratar a coisa pública como cosa nostra, digna de uma máfia ou tribo. O “querida” de Lula simula uma aproximação que não existe, ou não pode existir, entre o cidadão e a autoridade.

O que deve ser julgado é o crime em si, os atos, não quem está do outro lado. Esse império das leis é crucial para se criar uma sociedade civilizada. É uma bandeira claramente liberal. E é tudo aquilo que a esquerda mais abomina. Afinal, os esquerdistas se julgam sempre acima das leis, e acham que a “amizade com o rei” é um salvo-conduto para praticar todo tipo de crime e sair impune.

Mas o Brasil está mudando. Essa nova geração de juízes e procuradores parece ter um senso de dever público mais elevado. Assim se espera. E é por isso que tanto a procuradora como o juiz Moro estão absolutamente certos em exigir um tratamento formal por parte do réu. Não importa que ele seja um ex-presidente. Ele deve o mesmo tipo de respeito que o seu José deveria se estivesse ali. Entendeu, “querido”?


Rodrigo Constantino


http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/lula-e-enquadrado-por-moro-ao-chamar-procuradora-de-querida-entenda-importancia-disso/?utm_medium=feed&utm_source=feedpress.me&utm_campaign=Feed%3A+rconstantino

Planalto adota cautela com denúncia contra Blairo para blindar Temer





Planalto adota cautela com denúncia contra Blairo para blindar Temer


Apesar de reconhecer que as acusações de obstrução de Justiça contra o ministro Blairo Maggi (Agricultura) sejam graves, o Palácio do Planalto decidiu adotar cautela em relação ao caso para proteger o presidente Michel Temer por tabela.

O governo quer dar tempo para que o ministro se explique e vai levantar dúvidas sobre a delação premiada que embasou a operação de busca e apreensão em endereços ligados a Blairo nesta quinta-feira (14). Assessores presidenciais afirmam que não há perspectiva de que o ministro deixe o cargo.

O comportamento do Planalto é uma tentativa de blindar Temer, uma vez que o próprio presidente deve ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta quinta, pelo mesmo crime imputado ao ministro da Agricultura.


O discurso de auxiliares do presidente é de que a atuação de procuradores, delatores e até do Judiciário contra integrantes do governo é questionável e, portanto, não deve haver pré-julgamento enquanto houver pontos não esclarecidos sobre esses processos.


DELAÇÃO

Blairo é acusado de fazer pagamentos ao ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Eder Moraes para que ele mudasse um depoimento para inocentá-lo em um processo judicial. Segundo o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), há "veementes indícios" de que o ministro tenha cometido crime de obstrução de Justiça.

As investigações sobre o caso contaram com uma delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que sucedeu Maggi na gestão de Mato Grosso.

Nesta mesma quinta (14), a PGR deve apresentar ao Supremo uma nova denúncia contra Michel Temer, por obstrução de Justiça e organização criminosa.

O crime de obstrução é caracterizado no episódio em que Temer, segundo o procurador-geral Rodrigo Janot, deu aval para Joesley Batista, da JBS, comprar o silêncio do corretor Lúcio Funaro e do ex-deputado Eduardo Cunha. A organização criminosa está na atuação da chamada "quadrilha do PMDB da Câmara".

As acusações formais da PGR têm como bases as delações de executivos da JBS e do corretor de valores Lúcio Funaro. Temer tenta desqualificar esses acordos desde que foram reveladas suspeitas de envolvimento de um procurador com a JBS, no curso das negociações da delação do grupo (Folha de S.Paulo, 15/9/17)

Fux cita ‘veementes indícios’ de que Blairo cometeu crime de organização criminosa e obstrução de Justiça.

Fux baseia a afirmação sobre os crimes praticados por Maggi em três situações detalhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no pedido de busca encaminhado ao STF no âmbito da operação Malebolge.

Na decisão em que autorizou a busca e apreensão em endereços de Blairo Maggi, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que as delações de Silval Barbosa e Silvio Correa revelaram “veementes indícios” de prática dos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa pelo ministro da Agricultura de Michel Temer.

Fux baseia a afirmação sobre os crimes praticados por Maggi em três situações detalhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no pedido de busca encaminhado ao STF. A primeira delas é o fato de na primeira fase da operação Ararath, em 2013, a Polícia Federal ter encontrado uma série de documentos que implicavam Maggi direta e indiretamente.

O segundo fato, segundo Fux, foi a a tentativa de Maggi em “comprar” a retratação de Éder Moraes Dias, ex-secretário estadual do Mato Grosso, dos termos das declarações prestadas perante o Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Moraes chegou a assumir os crimes, mas depois do pagamento de Maggi teria revisto sua posição. Por último, Fux cita o oferecimento de vantagem indevida por parte de Maggi para evitar que Silval Barbosa assinasse um acordo de colaboração premiada.

Os mandados cumpridos contra Blairo, segundo a PGR, são parte da Operação Malebolge – o oitavo círculo do Inferno de Dante – e tem como objetivo reforçar as provas sobre o suposto mensalinho na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o repasse de propina para integrantes do Tribunal de Conta Estadual (TCE-MT) e as irregularidades no programa do governo estadual chamado MT Integrado.

A Polícia Federal também vasculhou por mais de duas horas os gabinetes e endereços residenciais de Wagner Ramos (PSD), Silvano Amaral (PMDB), Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Júnior (PMDB), José Domingos Fraga (PSD), Oscar Bezerra (PSB) e Gilmar Fabris (PSD).

“São veementes os indícios quanto ao cometimento do crime de obstrução de investigação de crimes de organização criminosa por parte de Blairo Borges Maggi, José Aparecido dos Santos, Gustavo Adolfo Capilé de Oliveira, Marcelo Avalone, Carlos Avalone Júnior e Carlos Eduardo Avalone, conferindo, em atenção ao supracitado art. 240 do CPP, fundamento legal para o deferimento da medida investigatória postulada”, diz o despacho de Fux.

Sobre o caso no TCE-MT, o STF autorizou o afastamento de cinco conselheiros. São eles: José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.

Ao autorizar as buscas, Fux liberou a apreensão de documentos “de qualquer natureza e livros contábeis, formais ou informais, recibos, agendas, ordens de pagamento e quaisquer outros elementos de prova relacionados aos ilícitos narrados nesta manifestação, notadamente aqueles que digam respeito à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior”.
Até a publicação deste texto, o Ministério da Agricultura não havia se pronunciado.

COM A PALAVRA, BLAIRO MAGGI
 

“Sobre a #operação realizada pela Polícia Federal – PFnesta quinta-feira (14), esclarecemos que:

1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja “mudanças de versões” em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade.

2. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação.

3. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.


4. Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e reestabelecer a verdade dos fatos” 

(O Estado de S.Paulo, 15/9/17)

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Fazer negócio no Brasil não é para amadores


Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal


Um caso analisado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), no dia 29 de agosto, demonstra de forma cabal e indelével a verdadeira barafunda tributária em que o país se meteu.

O julgamento era para definir se aquele calçado apelidado de Crocs seria uma sandália de borracha ou um sapato impermeável. Qualquer pessoa que olhe para aquilo dirá que sapato impermeável não é, pois, além de aberto na parte posterior, o calçado tem diversos furinhos na frente. O que parece óbvio para qualquer ser humano normal, porém, não é para os fiscais da alfândega e outros órgãos de fiscalização.

De acordo com dados do processo, inicialmente a companhia [importadora] classificava os calçados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) 6.402: sandálias de borracha. A empresa, entretanto, teve seus produtos retidos no porto de Santos sob a alegação da fiscalização de que a classificação correta da mercadoria deveria ser a da NCM 6.401, destinada a sapatos impermeáveis.

Registre-se que a classificação NCM 6.402 declarada anteriormente pelo importador sujeitava o produto à cobrança de uma taxa de US$13 por par, a título de antidumping. Já a classificação NCM 6.401, apontada pela fiscalização, não está sujeita àquela taxa. Ou seja, originalmente, a empresa declarava o produto da forma que lhe era mais desvantajosa.

Chamada a opinar, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que define os produtos a serem taxados por dumping, reconheceu que o produto deveria ser classificado na posição 6.401, e elaborou um laudo que confirmou a posição. Após ser multada pela classificação incorreta, a Crocs começou então a declarar o produto na posição indicada pela Camex.

Em Pindorama, entretanto, nada é definitivo quando o assunto são tributos, e, tempos depois, a empresa teve seus produtos retidos novamente no porto, sob a alegação, adivinhem, de que a posição declarada estava errada, e deveria ser a 6402 (sandália de borracha). A companhia, assim, foi multada novamente, o que gerou o recurso ao Carf.

Segundo a Receita Federal, a revisão aduaneira e o respectivo laudo da Câmara de Comércio Exterior não têm força de homologação. De acordo com a relatora do caso no Carf, o contribuinte deveria ter feito uma consulta formal à Receita Federal, que é o órgão competente para definir as classificações fiscais. O Mdic, segundo ela, não teria competência para tal.

Felizmente, a relatora foi voto vencido, e prevaleceu o bom senso. O caso, entretanto, é muito ilustrativo de como o Estado brasileiro obriga a sociedade a um esforço hercúleo para tentar entender o emaranhado de normas tributárias que edita todos os dias, a ponto de nem mesmo os órgãos fiscalizadores se entenderem.

Como já mencionei aqui mesmo nesse espaço, esse verdadeiro pandemônio tributário aumenta de forma absurda o custo das empresas, que dependem da assessoria contábil, jurídica e fiscal de inúmeros especialistas, se quiserem manter-se relativamente atualizadas em relação às suas obrigações perante a administração tributária.

É óbvio que esse custo é repassado aos consumidores de bens e serviços, ou seja, a todos nós. O IBPT estima que o empresário brasileiro precise arcar com um custo médio de R$ 50 bilhões por ano para manter equipe especializada, sistemas e equipamentos necessários para suprir as exigências do fisco.

Além de beneficiar os sonegadores, essa barafunda tem um efeito perverso sobre o empresário honesto, porque o mantém em permanente estado de insegurança com relação aos seus direitos e deveres perante o fisco.  Num ambiente desses, ninguém pode saber, com algum grau de certeza, se as suas contas com o Leviatã encontram-se quites, ou mesmo se não está pagando mais do que o devido.

A conseqüência mais nefasta desse estado de coisas é a imensa vulnerabilidade dos empresários à ação de agentes fiscais mal intencionados, corruptos e achacadores, que se valem dessa, digamos, “altíssima complexidade normativa” em proveito próprio. “As leis abundam em Estados corruptos”, já dizia Publius Cornelius Tacitus, há quase 2000 anos.  Será que um dia vamos aprender?

 http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/fazer-negocio-no-brasil-nao-e-para-amadores/?utm_medium=feed&utm_source=feedpress.me&utm_campaign=Feed%3A+rconstantino

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Frente a Moro, Lula não responde a várias perguntas


Novo interrogatório do ex-presidente, nesta quarta, 13, durou cerca de duas horas e petista se calou antes indagações

 

Frente a Moro, Lula não responde a várias perguntas
Ex-presidente Lula prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro



O ex-presidente Lula não respondeu a todas as perguntas durante audiência nesta quarta-feira, 13, frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. O petista foi interrogado em ação penal sobre supostas propinas da Odebrecht.

A audiência de Lula durou mais de duas horas. O primeiro a questionar o ex-presidente foi Moro. Em seguida, vieram o Ministério Público Federal e as perguntas da defesa.

Após o interrogatório do ex-presidente, Moro passou a ouvir Branislav Kontic, ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/;Governos Lula e Dilma).

Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro sobre contratos entre a empreiteira e a Petrobrás. Segundo o Ministério Público Federal os repasses ilícitos da Odebrecht chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a estatal. O montante, segundo a força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo do Campo de R$ 504 mil.

Na semana passada, Palocci rompeu o silêncio, fez um relato devastador e entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimento com o que chamou de ‘pacto de sangue’ com a empreiteira Odebrecht que previa repasse de R$ 300 milhões para o governo petista e para Lula.

Além do ex-presidente e de Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, também respondem ao processo o próprio ex-ministro, o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula – que será interrogado na quarta-feira, 20 -, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros três investigados.

Lula já foi condenado na Lava Jato. Em julho, Sérgio Moro aplicou uma pena de 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao petista no caso tríplex.

Há ainda, sob a tutela da Lava Jato no Paraná uma terceira ação penal. O ex-presidente é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em obras do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo. Este processo poderá colocar Lula e Moro frente a frente pela terceira vez na Lava Jato.

 http://www.istoedinheiro.com.br/ex-presidente-lula-nao-responde-a-moro/

Grupo Natura Natura Cria Holding para Gerir Marcas


 Grupo Natura

















Após concluir a compra da The Body Shop, a Natura anunciou uma nova estrutura de governança corporativa que deu origem ao Grupo Natura, holding que controlará as empresas e respectivas marcas Natura, TBS e Aesop, que seguirão com administrações independentes. 

A holding terá Roberto Marques como presidente-executivo do Conselho de Administração.  O atual presidente da Natura, João Paulo Ferreira, continua à frente da agora subsidiária Natura, e o atual presidente da The Body Shop, Peter Saunders, assumirá uma cadeira no Conselho de Administração. 

Um novo presidente para a The Body Shop, inclusive, será anunciado em outubro. Michael O'Keeffe também segue como presidente da Aesop.


http://www.gironews.com/farma-cosmeticos/grupo-natura-44614/