segunda-feira, 18 de setembro de 2017

É possível atribuir obrigações trabalhistas a quem não é empregador?


Cobrar responsabilidade indevida atrapalha relação comercial, alerta Abrasce 

 

Por Fernando Hugo R. Miranda*

É possível atribuir obrigações trabalhistas a quem não é empregador, questiona Abrasce


A percepção da multiplicidade de um Shopping Center é fundamental, principalmente quando se está diante do desafio de bem identificar as obrigações de cada uma das tantas partes envolvidas no conjunto do empreendimento. Um Shopping que hospede uma universidade, e há várias exitosas experiências nesse sentido, não se obriga perante os órgãos reguladores da educação no país. Não há conexão jurídica ou gerencial entre o negócio do Shopping e o da universidade. O mesmo se passa com as regulações administrativas específicas de cada um dos negócios que se localizam em um Shopping. Aqui, é preciso lembrar que a relação jurídica entre o shopping e suas lojas é de locação, aliás, como expresso inequivocamente em lei (art. 54, da Lei 8.245/91).

A despeito da clareza dessas relações econômicas e jurídicas, uma preocupante tese vem sendo construída. Trata-se de movimento com vistas a confundir, no âmbito do Direito do Trabalho, as obrigações trabalhistas das lojas de varejo – e demais parceiros locatários – e os shoppings. Em uma dada situação, por exemplo, um shopping foi condenado a pagar verbas rescisórias de um empregado de um restaurante, trabalhador este que incontroversamente nunca prestara nenhum serviço ao shopping. Em outra, o estabelecimento foi condenado a realizar o controle de jornada dos empregados das lojas. Embora se trate de situações isoladas – a maioria das decisões, inclusive, já foi revertida nas instâncias judiciais superiores – é preciso que o assunto seja tomado com a seriedade que dele se exige.

A universalidade em shopping centers é formada pela multiplicidade de empregadores, com funcionários da academia, do restaurante, do colégio de ensino médio, do cinema, etc. Não raro, inclusive, há distintas categorias de empregados, cada uma representada por seu próprio sindicado, com suas próprias regras convencionais e coletivas. Nesse universo há também, naturalmente, os colaboradores do próprio Shopping Center, com quem compartilha as obrigações recíprocas do vínculo de emprego. Nos termos da legislação trabalhista, empregador é quem admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços dos trabalhadores.

Confundir obrigações trabalhistas, embaralhando quem é empregado e empregador e imputando responsabilidades a quem não deteve nenhuma relação com o trabalhador, não ajuda no fortalecimento das relações comerciais e, da mesma forma, enfraquece o próprio Direito do Trabalho. 

Um direito protetivo, como se passa com o Direito do Trabalho, deve ser baseado na disciplina mais clara e transparente possível de quem deve ser responsabilizado e pelo o quê. Decisões díspares, que transferem para terceiros obrigações exclusivas do empregador sem aparo legal ou coerência interpretativa, estimulam comportamentos evasivos, derivados, exatamente, da incerteza jurídica. 

Estimuladas as incertezas, tais comportamentos passarão a fazer parte do cotidiano das relações comerciais. 

O fortalecimento de direitos e regulamentos passa necessariamente pela clareza e segurança como um valor intrínseco tanto da elaboração, como da aplicação e interpretação de normas jurídicas. Só assim é possível esperar que cada um se torne um agente responsável pelo cumprimento das próprias obrigações no contexto da sociedade contemporânea, a qual, como os shoppings, é também construída a partir da concepção do pluralismo em harmonia.


*Advogado da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Empresa quer oferecer a dose certa de bytes

WND cobrirá 87 cidades no Sul; cobrança pode reduzir custo com web

 

Por Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br
Cobrança por bytes pode reduzir custo com internet, avalia Alexandre Reis, COO do Grupo WND


Muita gente não sabe, mas para transmitir informação para muitas aplicações, são necessários bytes e não megabytes. Por exemplo, na leitura de temperatura, são transmitidos um ou dois bytes. Se assim é, por que então pagar por um serviço muito além do que é necessário?  É utilizando essa filosofia – e apostando principalmente no diferencial do preço – que a WND Brasil iniciará sua operação comercial na região Sul. Estudos mostram que, no modelo atual, pensado para a conexão no mundo de transmissão de megabytes, o melhor caso de investimento por dispositivo é US$ 2 a US$ 3 dólares por mês. No modelo SigFox, comercializado pela WND, o custo pode ser tão baixo quanto US$ 1 por ano. O que ajuda a baratear (a diferença pode chegar a dez vezes) é a tecnologia utilizada, baseada na Internet das Coisas (IoT).

A rede SigFox da WND tem cobertura nacional e pública – e pode ser acessada por qualquer dispositivo que tenha a tecnologia. Além disso, por ser uma rede dedicada à transmissão de poucos dados, é complementar às demais redes de transmissão de dados existentes. Aplicações críticas, por exemplo, que exigem grande volume de dados, seguem sendo atendidas pelas redes 3G ou 4G. Em um hospital, por exemplo, o monitoramento em tempo real de um paciente necessita de uma conexão de alta velocidade. Porém, a localização de uma maca ou outro equipamento pode ser feita com um chip também oferecido pela companhia. Ou seja, as tecnologias se completam.

Voltado para o mercado corporativo, o serviço terá como principal desafio fazer com que os gestores se acostumem com o modelo proposto. “Nosso trabalho é alertar para os valores mais em conta que podem ser alcançados com essa nova forma de utilizar a conectividade. Porém, as pessoas estão formatadas já em um velho modelo. O que nos faz ter boas expectativas é que esse é um mercado que precisa de IoT”, avalia o engenheiro português Alexandre Reis (foto), COO do Grupo WND. A empresa lançará o serviço nacionalmente nesta semana.

A região Sul é considerada estratégica para a companhia. Tanto, que dos US$ 50 milhões previstos em investimentos para o Brasil nos próximos três anos, cerca de 20% a 30% está reservado para o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. As redes da WND no Sul totalizam quase 200 estações e atendem as regiões metropolitanas mais diversas cidades.

No total, 87 municípios serão cobertos pela rede. No Paraná, além da Grande Curitiba, estão atendidas as cidades de Paranaguá, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina. Em Santa Catarina, estão já cobertas as cidades de Florianópolis, Itajaí, Brusque, Blumenau, Joinville, Chapecó e Criciúma. No Rio Grande do Sul, além da Grande Porto Alegre, estão atendidas as cidades de Caxias do Sul, Santana do Livramento, Pelotas, Rio Grande e Uruguaiana.

O Grupo WND é a operadora da SigFox na América Latina. A empresa tem rede em operação no Brasil, Argentina, Colômbia, México e Reino Unido. Ainda em 2017, o Grupo WND dará largada a novas redes no Chile, Peru, Costa Rica, Uruguai e Paraguai.


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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

BRDE capta 50 milhões de euros de agência francesa


Valor será destinado a projetos sustentáveis

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
BRDE capta 50 milhões de euros de agência francesa


A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) assinaram nesta quinta-feira (14), em Curitiba, memorando de entendimentos, cumprindo uma das etapas do acordo de cooperação financeira entre as duas instituições. O BRDE está captando 50 milhões de euros na AFD, que serão investidos em projetos voltados à produção e consumo sustentáveis.

A assinatura foi na Agência Paraná, com a presença do diretor-geral da Agência, Rémy Rioux; do presidente do BRDE, Odacir Klein; dos diretores João Luiz Agner Regiani, Luiz Corrêa Noronha e Renato de Mello Vianna. Participaram também os conselheiros do Banco, Ogier Buchi e Valmor Weiss; o secretário do Codesul, Antonio Carlos Bettega; secretários estaduais e representantes do setor produtivo do Estado. Rémy Rioux disse ser uma honra para a Agência Francesa de Desenvolvimento ser a primeira instituição internacional a fechar uma parceria com o BRDE e destacou a importância econômica da Região Sul nas relações da França com o Brasil. O diretor anunciou que até o final do ano será assinada a liberação dos 50 milhões de euros ao BRDE. “Nesta relação, a Agência também poderá conduzir o BRDE aos fundos europeus de desenvolvimento, especialmente os fundos verdes”, acrescentou.

“Estou convencido de que só com a colaboração entre os bancos de desenvolvimento seremos capazes de enfrentar grandes desafios mundiais, como a questão das mudanças climáticas”, destacou Rioux. Ele veio ao Brasil para comemorar os 10 anos de atuação da AFD no país. Esse momento poderia ser apenas para assinatura de um memorando. Mas estamos assinando um memorando com intenções e consequências, lembrando que teremos até o fim do ano a liberação do financiamento solicitado”, declarou Odacir Klein, presidente do BRDE. “Damos início a uma longa e proveitosa relação com a AFD, instituição que reconhece a importância do BRDE”, acrescentou. O diretor de Planejamento do BRDE, Luiz Corrêa Noronha, destacou a importância dos valores captados na AFD, que serão destinados a projetos sustentáveis. “São cinco grandes eixos de investimentos: água, agronegócio sustentável, tratamento de dejetos, cidades-sustentáveis e energias renováveis”, anunciou o diretor. “Hoje o BRDE trabalha com a visão do desenvolvimento com sustentabilidade”, afirmou Odacir Klein.

“Com os valores captados na Agência, o BRDE dá um importante passo para ampliar suas fontes de recursos, garantindo novos investimentos nos setores produtivos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, projetou João Luiz Regiani, diretor de Operações do BRDE. 

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Polo Carboquímico do RS deve atrair R$ 13,5 bi em investimento


Governo acredita que o projeto modificará a matriz econômica do Estado, com especial atenção ao meio ambiente

Por Dirceu Chirivino

dirceu@amanha.com.br
Polo Carboquímico do RS deve atrair R$ 13,5 bi em investimento


A criação de uma política estadual do carvão mineral e a instituição do Polo Carboquímico do Rio Grande do Sul foi apresentada nesta sexta-feira (15) pelo governador José Ivo Sartori (foto) e pelo secretário de Minas e Energia, Artur Lemos, no Palácio Piratini. O projeto de lei, que será encaminhado à Assembleia Legislativa, prevê a criação de dois complexos carboquímicos, um na Região Carbonífera e outro na Campanha. O projeto também cria o Programa de Incentivo ao Uso Sustentável e Diversificado do Carvão Mineral do Rio Grande do Sul (Procarvão – RS). Na solenidade, o governo destacou, inclusive, que o projeto carbonífero terá especial cuidado com o meio ambiente. O programa visa à ampliação da formação e à preparação da mão de obra, com a criação e implantação de cursos técnicos, tecnológicos e de educação continuada em áreas correlatas aos setores objetos desta lei. O Procarvão – RS vai auxiliar na elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento da Região Carbonífera.

A iniciativa vai reduzir a dependência externa de insumos para a agropecuária e indústria e promover o desenvolvimento econômico sustentável, a partir do uso do carvão mineral. A criação do Polo Carboquímico vai dar segurança jurídica e normatizar o setor. O Complexo Carboquímico da Região Carbonífera abrange as cidades de Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá, Charqueadas, Eldorado do Sul, General Câmara, Minas do Leão, São Jerônimo e Triunfo. O segundo, o Complexo Carboquímico da Campanha, está previsto para os municípios de Aceguá, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul (veja mapa acima).

Sartori destacou o papel importante que o carvão tem na geração de energia em todo o mundo e disse que desde o início de sua gestão o governo vem buscando soluções para potencializar o uso do mineral. 

“Este projeto é mais um resultado do trabalho extensivo, que vai reduzir a nossa dependência externa de insumos, além de promover o desenvolvimento econômico sustentável a partir do uso do carvão mineral”, ressaltou. “Vamos deixar o investimento para quem conhece a área, para quem sabe. Não cabe mais ao Estado minerar carvão. Foi por isso que apresentamos na Assembleia a retirada da questão no plebiscito da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), da CEEE e da própria Sulgás. Tivemos coragem de tomar essa atitude”, destacou Sartori. O governador também citou a recente missão ao Japão, em junho deste ano, como uma experiência exitosa onde se conheceu mais sobre as alternativas para o uso do carvão em que o Rio Grande do Sul pudesse avançar e destacou que o estado possui hoje cerca de 90% das reservas do Brasil. 

Segundo o secretário Lemos, o potencial de investimento do Polo Carboquímico é de cerca de US$ 4,4 bilhões (cerca de R$ 13,5 bilhões, na cotação de hoje).  “É possível atrair investidores e para isso, precisamos mostrar que este é um cenário favorável”, garantiu. Ele também  afirmou que o governo fez um estudo aprofundado sobre o tema, onde se demonstrou que é economicamente viável a implantação de um polo no Estado para a produção de insumos necessários para a atividade econômica. “O Polo Carboquímico vai modificar a matriz econômica do Estado. Estamos cumprindo uma exigência constitucional e ao mesmo tempo dando segurança jurídica ao investidor”, afirmou. 

“A indústria de transformação gaúcha é a terceira maior do país, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais. Para ter competitividade, precisamos fazer com que ela tenha acesso aos insumos energéticos.  Bahia e Pernambuco, por exemplo, têm plantas industriais menores que as nossas e consomem mais gás. Não pouparemos esforços para que a atração do investimento ocorra ainda no ano que vem. E que em um horizonte de 2020 a 2022 as nossas indústrias já estejam utilizando esses insumos”, projetou. Lemos acredita que os deputados farão um bom debate do projeto e que o texto será aprovado.
 
http://www.amanha.com.br/posts/view/4511

O negócio é comprar


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A Cast group, uma das maiores companhias de serviços de TI do Brasil, acaba de fechar a compra de mais uma empresa. Trata-se da Avannt Consultoria, com sede em Ribeirão Preto (SP), com forte atuação em sistemas voltados para o agronegócio. “Ela vai preencher uma lacuna que tínhamos”, diz José Calazans, CEO da Cast group. 

Essa é a quarta aquisição da empresa neste ano, o que totaliza investimentos de R$ 50 milhões. Antes, a companhia já havia comprado a HRD, a Logix e a Pelissari Gestão e Tecnologia. Com todos esses negócios, o faturamento de 2017 deve alcançar R$ 500 milhões, R$ 120 milhões a mais do que o previsto no início do ano.


 http://www.istoedinheiro.com.br/o-negocio-e-comprar/

A Guide Investimentos agora é chinesa


A Guide Investimentos agora é chinesa
A Guide é a antiga Corretora Indusval, fundada em 1967


O grupo chinês Fosun, o mesmo que já havia comprado a Rio Bravo, do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, acaba de adquirir mais uma empresa de investimentos no Brasil. Trata-se da Guide Investimentos, do banco Indusval. Os principais executivos da empresa reuniram os funcionários, desde as 18h, numa sala do hotel Tryp, no bairro paulistano do Itaim, para comunicar a transação.

A Guide vem trilhando o mesmo caminho da XP Investimentos, de Guilherme Benchimol, pela busca dos clientes que investem com os bancos tradicionais. A chegada dos chineses vai dar um impulso nessa estratégia.

http://www.istoedinheiro.com.br/guide-investimentos-agora-e-chinesa/

“O tempo médio para fechar um negócio, que era de seis meses, agora é de 1 ano”, diz CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty


“O tempo médio para fechar  um negócio, que era de  seis meses, agora é de 1 ano”, diz CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty






O setor imobiliário foi, sem sombra de dúvida, um dos mais afetados pela crise política e econômica que tem acompanhado o Brasil desde 2014. O mercado de alto padrão, por mais que sofra menos, também sentiu. “Os grandes negócios, aqueles com imóveis com valores acima de R$ 5 milhões, caíram 40%”, diz Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty, uma das principais imobiliárias de luxo do País. Para driblar esses percalços, a empresa, dona de uma base de 44 mil clientes, criou novos serviços como desenvolvimento imobiliário para fundos de investimentos e a venda de imóveis de incorporadoras. Também pretende criar um marketplace de decoração. Além disso, em outubro, abrirá um escritório no Rio de Janeiro, em Ipanema, que se juntará à unidade de São Paulo. Romero (foto abaixo) falou com a coluna:




No que ajuda ter o nome da casa de leilões Sotheby’s para vender imóveis?
A Bossa Nova existe desde 2012 e, em 2015, ao lado de investidores, adquirimos o direito de uso da marca Sotheby’s por 25 anos, que podem ser renovados por mais 25 anos. É uma marca reconhecida mundialmente. Obviamente, as pessoas fazem a primeira associação com a casa de leilões. Mas a área de real estate é um negócio muito atrativo. A marca movimentou US$ 90 bilhões no mundo inteiro com a venda de imóveis. A Sotheby’s tem escritórios em 60 países e muita força no segmento de alto padrão.

Vender imóvel é o único negócio aqui no Brasil?
Além da comercialização dos imóveis de alto padrão temos serviços correlatos como análise e assessoria jurídica, e também de pós-venda. Também tenho correspondência bancária com os principais agentes financeiros no Brasil e de fora. Para vendas no exterior, temos todo o trabalho através da plataforma do Banco Modal, que é nosso sócio, remessa de dinheiro, assessoria jurídica fora do País e agora começo com um serviço de administração de locação.

Esse serviço de gestão de locação é fruto do momento do Brasil?
Sim, os clientes estão pedindo. Também estamos estudando montar uma plataforma de serviços agregados. Pensamos montar um marketplace e oferecer clubes de descontos e vantagens na parte de decoração e tudo que rodeia o mercado de alto padrão. Também estamos atuando na procura de terrenos para desenvolvimento imobiliário. Um fundo francês nos procurou para buscar oportunidades no Centro de São Paulo, para retrofit.

Quantos imóveis a empresa oferece?
São nove mil imóveis de terceiros. 80% deles em São Paulo e 10% no Rio de Janeiro. Outros 10% são de praia e de campo. Agora, contra tudo e contra todos, vamos abrir uma loja em Ipanema. Outro negócio que estamos explorando é uma plataforma de construtoras, com imóveis dos principais players como Cyrela, Tecnisa, Alfa Realty, Idea Zarvos. Contamos com 215 empreendimentos e 1,5 mil unidades.

A crise econômica não afetou o número de compradores?
Sim, tivemos uma redução. Não é que esses clientes sofreram um processo de empobrecimento, mas estão segurando. As taxas de juros estão altas e há uma expectativa de queda no preço dos imóveis.

E não caíram?
O segmento de alto padrão não teve muito desconto. Não há incorporadores dando descontos de 40%, como em outros tipos de imóveis. A variação entre o preço pedido e o fechado é de, em média, 10%. O cliente de imóveis de alto padrão faz uma compra mais racional.

Os donos de imóveis não têm dado desconto?
Eles também não têm pressa em vender. Se ele tem um imóvel de R$ 20 milhões, não vai baixar muito. Tenho proprietários que recebem propostas 30% abaixo e não vendem. Muitos preferem locar e isso aumentou cerca de 50%. E estou falando de aluguéis que começam em R$ 8 mil.

E a crise política, que gera incertezas, de que forma ela tem impactado o seu negócio?
Para você ter uma ideia, naquele fatídico 17 de maio, dia em que as delações da JBS foram reveladas, eu tinha cinco processos de compra que estavam na beira de serem assinados e foram cancelados. Os compradores preferiram esperar. O tempo médio para fechar um negócio, que era de seis meses, agora é de 1 ano.

http://www.istoedinheiro.com.br/o-tempo-medio-para-fechar-um-negocio-que-era-de-seis-meses-agora-e-de-1-ano/