sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Polo Carboquímico do RS deve atrair R$ 13,5 bi em investimento


Governo acredita que o projeto modificará a matriz econômica do Estado, com especial atenção ao meio ambiente

Por Dirceu Chirivino

dirceu@amanha.com.br
Polo Carboquímico do RS deve atrair R$ 13,5 bi em investimento


A criação de uma política estadual do carvão mineral e a instituição do Polo Carboquímico do Rio Grande do Sul foi apresentada nesta sexta-feira (15) pelo governador José Ivo Sartori (foto) e pelo secretário de Minas e Energia, Artur Lemos, no Palácio Piratini. O projeto de lei, que será encaminhado à Assembleia Legislativa, prevê a criação de dois complexos carboquímicos, um na Região Carbonífera e outro na Campanha. O projeto também cria o Programa de Incentivo ao Uso Sustentável e Diversificado do Carvão Mineral do Rio Grande do Sul (Procarvão – RS). Na solenidade, o governo destacou, inclusive, que o projeto carbonífero terá especial cuidado com o meio ambiente. O programa visa à ampliação da formação e à preparação da mão de obra, com a criação e implantação de cursos técnicos, tecnológicos e de educação continuada em áreas correlatas aos setores objetos desta lei. O Procarvão – RS vai auxiliar na elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento da Região Carbonífera.

A iniciativa vai reduzir a dependência externa de insumos para a agropecuária e indústria e promover o desenvolvimento econômico sustentável, a partir do uso do carvão mineral. A criação do Polo Carboquímico vai dar segurança jurídica e normatizar o setor. O Complexo Carboquímico da Região Carbonífera abrange as cidades de Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá, Charqueadas, Eldorado do Sul, General Câmara, Minas do Leão, São Jerônimo e Triunfo. O segundo, o Complexo Carboquímico da Campanha, está previsto para os municípios de Aceguá, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul (veja mapa acima).

Sartori destacou o papel importante que o carvão tem na geração de energia em todo o mundo e disse que desde o início de sua gestão o governo vem buscando soluções para potencializar o uso do mineral. 

“Este projeto é mais um resultado do trabalho extensivo, que vai reduzir a nossa dependência externa de insumos, além de promover o desenvolvimento econômico sustentável a partir do uso do carvão mineral”, ressaltou. “Vamos deixar o investimento para quem conhece a área, para quem sabe. Não cabe mais ao Estado minerar carvão. Foi por isso que apresentamos na Assembleia a retirada da questão no plebiscito da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), da CEEE e da própria Sulgás. Tivemos coragem de tomar essa atitude”, destacou Sartori. O governador também citou a recente missão ao Japão, em junho deste ano, como uma experiência exitosa onde se conheceu mais sobre as alternativas para o uso do carvão em que o Rio Grande do Sul pudesse avançar e destacou que o estado possui hoje cerca de 90% das reservas do Brasil. 

Segundo o secretário Lemos, o potencial de investimento do Polo Carboquímico é de cerca de US$ 4,4 bilhões (cerca de R$ 13,5 bilhões, na cotação de hoje).  “É possível atrair investidores e para isso, precisamos mostrar que este é um cenário favorável”, garantiu. Ele também  afirmou que o governo fez um estudo aprofundado sobre o tema, onde se demonstrou que é economicamente viável a implantação de um polo no Estado para a produção de insumos necessários para a atividade econômica. “O Polo Carboquímico vai modificar a matriz econômica do Estado. Estamos cumprindo uma exigência constitucional e ao mesmo tempo dando segurança jurídica ao investidor”, afirmou. 

“A indústria de transformação gaúcha é a terceira maior do país, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais. Para ter competitividade, precisamos fazer com que ela tenha acesso aos insumos energéticos.  Bahia e Pernambuco, por exemplo, têm plantas industriais menores que as nossas e consomem mais gás. Não pouparemos esforços para que a atração do investimento ocorra ainda no ano que vem. E que em um horizonte de 2020 a 2022 as nossas indústrias já estejam utilizando esses insumos”, projetou. Lemos acredita que os deputados farão um bom debate do projeto e que o texto será aprovado.
 
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