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Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Recuperação judicial tem queda de 25,8% no primeiro semestre
O
número de pedidos de recuperação judicial caiu 25,8% no primeiro
semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. De acordo com
economistas da Serasa Experian, a redução da inflação e dos juros, a
estabilização do dólar e a retomada - ainda que lenta - do crescimento
da economia contribuíram para a queda dos pedidos de recuperação
judicial neste ano.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresentou ao presidente Michel Temer uma minuta de projeto de lei
para modificar a Lei 11.101/2005, que trata da recuperação
judicial. Mas o cenário ainda não é satisfatório e, segundo
especialistas, é preciso simplificar todo o processo de recuperação
judicial.
“A crise econômica fez crescer os pedidos de pedidos de
recuperação judicial nos últimos anos em todo o país. O processo de
decisão judicial tem de andar no ritmo da economia. Uma decisão judicial
que demora um mês, por exemplo, para ser deferida pode ser fatal para
uma empresa e levá-la a quebrar. É preciso facilitar o trâmite judicial e
isso se faz com especialização”, defende Daniel Carnio Costa, juiz da
1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo
Para especialista, crise econômica alavancou aumento de pedidos de recuperação judicial. 123RF
Segundo ele, uma das grandes inovações previstas da minuta entregue
ao presidente Temer é a criação de Varas Especializadas em Recuperação
Judicial com competência regional. Para o juiz, o número de pedidos de
recuperação judicial cresceu 200% nos últimos dois anos em função da
crise econômica e o Judiciário nem sempre responde no tempo necessário a
essas demandas.
“A eficiência da lei é a garantia que vai ser
aplicada em sua plenitude. Se não tiver juízes especializados no tema
não adianta muito ter alterações. A ideia contida no projeto de reforma é
que todos os casos sejam julgados por varas especializadas com
competência mais abrangente”.
A opinião é compartilhada pelo
advogado Paulo Fernando Campana Filho, sócio do Felsberg Advogados. “A
reforma é necessária para trazer mais eficiência ao processo de
insolvência, para facilitar a venda e o financiamento de empresas em
dificuldades e consertar distorções”.
Mas há ainda quem tenha
certas reservas em relação ao projeto. “Ao que tudo indica, a reforma da
Lei de Recuperação Judicial não terá êxito em equilibrar o tratamento
dispensado aos bancos com aquele dado a todos os demais credores. Com o
conhecido argumento do “possível aumento nas taxas de juros”, as
instituições financeiras estão conseguindo preservar suas super
garantias fiduciárias. Confirmada a expectativa já anunciada, nos resta
torcer para que os magistrados equalizem sempre que possível tamanho
descompasso de forças”, observa Edemilson Wirthmann Vicente, sócio do
escritório Vicente Advogados Associados e presidente da Comissão de
Direito Falimentar e Recuperação Judicial.
Debate sobre recuperação
Apesar da queda nos números oficiais e da intenção do governo de
facilitar o processo, o fantasma da recuperação judicial ainda ronda e
assusta muitas empresas. Por isso, é cada vez maior a procura por
advogados e profissionais especializados.
O tema será discutido
por 13 palestrantes no Seminário Recuperação Judicial, que acontecerá
nos dias 24 e 25 de outubro, durante a 14ª edição da Fenalaw. A revista eletrônica Consultor Jurídico é mídia oficial da Fenalaw em 2017. O evento será entre os dias 24 e 26 de outubro. Para mais informações, acesse o site oficial.
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