Legenda: Renda mais baixa paga a maior parcela de impostos indiretos no Brasil, mostra relatório da Oxfam
Relatório da Oxfam divulgado nesta segunda-feira (25) mostra que o topo da pirâmide destina 21% de sua renda com impostos, enquanto os menos favorecidos pagam 32%.
Relatório da Oxfam divulgado nesta segunda-feira (25) mostra que o topo da pirâmide destina 21% de sua renda com impostos, enquanto os menos favorecidos pagam 32%.
A população 10% mais rica do Brasil paga uma parcela menor de sua
renda com tributos que os 10% mais pobres, mostra um estudo sobre
desigualdade divulgado nesta segunda-feira (25) pela organização
não-governamental britânica Oxfam.
A parcela mais pobre da população
gasta 32% de tudo o que recebe em tributos, enquanto quem está no topo
da pirâmide destina apenas 21% de sua renda para pagar impostos, segundo
o relatório “A Distância que nos Une – Um Retrato das Desigualdades
Brasileiras".
No Brasil, a renda mais baixa também é a que paga mais
impostos indiretos (cobrados sobre produtos e serviços): 28% de tudo o
que ganham os mais pobres é consumido para este fim, enquanto que os
mais ricos pagam somente 10% do rendimento neste tipo de imposto.
Os
negros e as mulheres são os mais penalizados por essa diferença, mostra o
estudo da Oxfam, já que eles somam três de cada quatro brasileiros na
faixa menos favorecida. Na outra ponta, os homens brancos são dois em
cada três dos 10% mais ricos do Brasil.
Imposto de renda e patrimônio
Quando se trata de impostos sobre a renda e patrimônio, o abismo
entre ricos e pobres também é grande. Quem ganha 320 salários mínimos
por mês paga a mesma alíquota efetiva de Imposto de Renda (após
descontos, deduções e isenções) de quem recebe cinco salários mínimos,
aponta a Oxfam.
Isso acontece porque a alíquota do IR para de crescer para quem ganha acima de 40 salários mínimos. Os mais ricos – boa parte empresários e acionistas – são também os mais beneficiados com as isenções sobre lucros de empresas e dividendos de ações. Na prática, apesar de ser uma renda, eles não precisam pagar imposto sobre estes ganhos, destaca o estudo.
Isenções beneficiam os mais ricos
O estudo aponta, ainda, citando dados da Receita Federal de 2016, que
quem tem renda acima de 80 salários mínimos mensais (R$ 63.040) é
beneficiado com isenção média de 66%. Para os que ganham 320 salários
(R$ 252.160), o benefício vai a 70%.
Na outra ponta, a isenção para a classe média – quem recebe entre R$ 2.364 e R$ 15.760 é de 17%, e cai para 9% para quem ganha entre 1 e 3 salários mínimos mensais (R$ 788,00 a R$ 2.364,00), segundo o estudo.
Desigualdade salarial
O estudo também mostrou que a desigualdade salarial entre homens e
mulheres só vai chegar ao fim daqui a 30 anos. Para chegar ao cálculo, a
entidade usou a velocidade com que essa distância diminuiu em 20 anos,
levando em conta os dados da Pnad Contínua, do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Ou seja, a projeção considera
que esse ritmo seria mantido.
Se antes as mulheres recebiam 40% do rendimento dos homens, duas décadas depois elas passaram a ganhar 62% do que eles recebem, sobretudo com a entrada delas no mercado de trabalho, aponta a Oxfam. A renda média do sexo masculino, em 2015, era de R$ 1.508,00, contra R$ 938 das mulheres .
(G1, 25/9/17)
http://www.brasilagro.com.br/conteudo/super-ricos-pagam-menos-tributos-que-os10-mais-pobres-diz-estudo.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/#.WcqJHTgpXNE
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