O custo da energia renovável está caindo mais rapidamente do que os
analistas previram poucos anos atrás porque tecnologias como turbinas
eólicas gigantescas estão chegando ao mercado.
Essa é a conclusão da Bloomberg New Energy Finance, cujo criador, Michael Liebreich, estimou que a energia não poluente ficará com 86 por cento dos US$ 10,2 trilhões que provavelmente serão investidos na geração de eletricidade até 2040.
Em
uma apresentação da conferência do grupo de pesquisa em Londres nesta
terça-feira, Liebreich disse que, por causa das tecnologias que estão
reduzindo os custos dos parques eólicos e solares, é inevitável que a
energia limpa se torne mais econômica do que os combustíveis fósseis
para as companhias de energia elétrica em muitos lugares. O avanço mais
visível está no tamanho das turbinas eólicas.
Quando começou a
compilar os dados seriamente, em 2004, a BNEF já observava uma tendência
para máquinas maiores no setor eólico que fornecem mais potência à rede
elétrica. Essas turbinas ficarão maiores com modelos planejados pela
Siemens e pela Vestas Wind Systems, que já estão entregando unidades com
envergaduras maiores do que a do Airbus A380, o avião de passageiros
com dois andares.
A possibilidade de máquinas maiores no começo da
próxima década levou incorporadores de parques eólicos offshore na
Alemanha a prometer eletricidade sem subsídios para seus próximos
projetos.
“Um dos motivos pelos quais esses custos eólicos offshore
passaram a ser competitivos sem subsídios é que aquelas turbinas são
realmente monstruosas”, disse Liebreich. “Imaginem uma turbina mais alta
do que The Shard.”
O mesmo processo de produzir mais eletricidade
com custos mais baixos está barateando as células fotovoltaicas.
Liebreich projetou dois “pontos de inflexão” em que o custo da energia
renovável tornará cada vez menos atraente a geração de eletricidade com
gás natural e carvão.
“O primeiro chegará quando a nova energia
eólica e solar ficar mais barata do que qualquer outra”, disse
Liebreich. No caso do Japão, em 2025 será mais barato construir uma nova
usina de células fotovoltaicas do que um gerador de eletricidade a
carvão. A energia eólica atingirá esse marco na Índia em 2030.
Um
segundo ponto de inflexão, um pouco depois, será quando ficar mais caro
operar as usinas a carvão e gás existentes do que gerar eletricidade com
a energia eólica e solar. Segundo projeções da BNEF, isto poderia
acontecer em meados da próxima década na Alemanha e na China.
Como os
custos da energia variam muito segundo o país, é difícil tirar
conclusões definitivas sobre o momento em que a energia renovável
poderia superar combustíveis fósseis na rede elétrica. Por exemplo, o
Brasil depende muito de barragens hidrelétricas, e a França, de reatores
nucleares – tecnologias muito menos usadas na maioria dos outros
países.
Para Liebreich, o aspecto econômico da energia eólica e solar
está se tornando tão atraente que é improvável que o carvão consiga
manter sua posição dominante na matriz energética global,
independentemente dos incentivos que o presidente Donald Trump
implementar nos EUA.
“Isto vai acontecer”, disse Liebreich. “O carvão
está caindo nos EUA. Ninguém vai fazer com que o carvão volte a ser
grandioso” (Bloomberg, 19/9/17)
http://www.brasilagro.com.br/conteudo/energia-limpa-atingira-ponto-de-inflexao-com-novas-tecnologias.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/
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