Por Lucas Pagani, publicado pelo Instituto Liberal
“Aqueles que não procuram se não sua
justa liberdade têm direito a conquistá-la, sempre que tiverem tal
poder, por mais numerosas que sejam as vozes em contrário”. – John
Milton.
A política, além de ser a arte do
possível, é a arte de tomar e ceder espaços. A hora da direita como
movimento político organizado está chegando. Com futuras eleições,
devemos estruturar uma rede entre os novos e os atuais líderes do
movimento político mais à direita.
John Adams, um dos Founding Fathers
americanos, sempre nos lembra da importância de uma formação política
sólida e de um senso de dever que qualquer homem da política deve ter
dentro de si: “Eu devo estudar Política e Guerra para que meus filhos
tenham a liberdade de estudar Matemática e Filosofia.”
Devemos estruturar, estudar e entrar no
embate como um movimento político organizado. Devemos dar o basta no
projeto de poder que a esquerda arquiteta no Brasil. Depois de mais de
14 anos no poder, a esquerda mostrou a sua verdadeira face: deixou o
país nas ruínas, arrogando a si o “poder” de estarem acima da lei,
desprezando e sucateando nossas instituições e destruindo a vida de
milhares de brasileiros.
Não vemos políticos, vemos quadrilhas
que apenas querem parasitar e aparelhar o estado para usarem do poder
para os seus fins políticos, nada além. Irão pisar, irão passar por cima
de todos aqueles que desviarem, mesmo que milimetricamente, do seu
plano organizado da tomada de poder. Tudo pela revolução, certo?
Devemos mostrar ao que viemos. Devemos
definir claramente que não mais deixaremos o espaço político ser tomado
com facilidade. Viemos com uma missão bem clara: retirar a esquerda do
poder.
Dar a vida pública o respeito que se deve ter ao tratar de um
país.
Não mais podemos ser lenientes com a
balburdia e a barbárie que nossa política se transformou. Não podemos
mais ficar em silêncio. O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o
silêncio dos bons[1].
A democracia, na visão dos políticos
brasileiros é viciosa. A visão de que deve legislar com “competência e
legitimidade” para com os seus grupos de interesse – que conveniente
legislar para sua base eleitoral, não é mesmo? -.
Maksoud – na década de 80! – já nos alertava sobre essa “policagem” que “prometem
estender e intensificar as funções e as atividades da máquina estatal
para servir, sem quaisquer restrições, a todas reivindicações que
representarem a expressão das vontades de grupos de interesse
organizados do povo.“[2]
Nos três poderes, o aparelhamento é
evidente. O judiciário legisla, o executivo legisla e o legislativo é
omisso. Na década de 1990, o Ex-senador Humberto Lucena, do PMDB, já
alertava sobre essa leniência legislativa para com os outros dois
poderes: “quando tanto se fala no fracasso do sistema
presidencialista no Brasil, sem dúvida o maior problema está justamente
aí… os governantes cometem crimes de responsabilidade, mas o
Legislativo, que tem o dever de apurá-los e puni-los, inclusive com seu
afastamento, vem se acomodando, ao longo do tempo, num total
desprestígio de caráter institucional”[3]
Lembro aqui, também, oportunamente, do grande discurso de Wiston Churchill em 11 de novembro de 1947: “(…)
Democracia, devo explicar ao Senhor presidente, não significa “nós
temos a maioria, não importa como, e temos nosso contrato de concessão
do governo por cinco anos (…)”[4].
Devemos restaurar as nossas
instituições. Devemos restaurar uma política com a consciência de que os
direitos fundamentais – vida, liberdade e propriedade – não devem ser
desrespeitados. Devemos restaurar a ética e a moral que se foi extirpada
da política há muito tempo.
Chega da depredação dos nossos direitos
de propriedade. Chega do assassinato da nossa Liberdade. Chega da ameaça
às nossas vidas. O estado não pode cancelar os direitos que o homem
possui desde o seu nascimento[5].
Não podemos mais deixar que a arbitrariedade da esquerda domine nossa
política. Não podemos mais deixar que essa quadrilha tenha o domínio das
nossas vidas. Não são líderes, são usurpadores. Ditadores.
O historiador Lord Acton (1834-1902), no seu entendimento sobre liberdade: “[…] a
liberdade não é um meio para atingir um fim político mais elevado. Ela é
o fim político mais elevado. Não é para realizar uma boa administração
pública que a liberdade é necessária, mas sim para assegurar a busca dos
fins mais elevados da sociedade civil e da vida privada“.[6]
Necessitamos da liberdade não como meio,
mas como o maior fim político. Devemos nos livrar dos grilhões de um
estado inchado, falido e totalitário. É a hora de, no norte dos três
direitos fundamentais do homem, entramos no embate político. E o embate
político não é formado apenas pelos homens que adentram na vida pública.
É formado pelo cidadão do dia-a-dia, do universitário cansado da
hegemonia esquerdista, é do empresário cansado da alta carga tributária,
são os pais cansados de um ensino doutrinador, é o brasileiro enganado,
é o aposentado que foi roubado pelo estado.
A luta é sua, brasileiro, que perdeu o
seu emprego pelas inconsequências desmedidas da esquerda. É você que
está cansado disso tudo. O embate é certo, não devemos esquecer. Não
podemos mais “deixar para lá”. Ao “deixar para lá”, tomaram nossas
instituições. Destruíram o nosso País. Nos usurparam dos nossos direitos
fundamentais.
Uma república deve ser feita pelo
império das leis, não pelo império dos homens. O preço estamos pagando
por nossa leniência foi que homens tornassem nossas leis. Não mais. Não
podemos mais pagar esse preço. Devemos retomar nossa verdadeira forma.
Devemos retornar nossas instituições com dignidade, prudência e
responsabilidade. A vida pública não deve ser superior que a vida
privada. O estado não existe para que seja maior que os indivíduos. Ele
existe para proteger a liberdade e a propriedade de todos os homens e
não de alguns homens nas custas de outros homens.
Malo periculosam, libertatem quam quietam servitutem[7].
O som da perigosa liberdade sempre será mais forte e preferível que o
silêncio da tirania. Devemos ser vigilantes para com a nossa liberdade.
Devemos aprender com a história que o homem não pode prosperar sem sua
liberdade e propriedade.
É a nossa única – e principal – defesa contra a
tirania.
Um dos maiores embaixadores que o Brasil
teve a honra de ter, João Osvaldo de Meira Penna, deixou uma mensagem
clara de como podemos mudar o jogo, ainda no ano de 1991: “No Brasil
talvez só o Estado possa planejar o desmantelamento da própria
estrutura nacional-estatizante do Estado burocrático. Vemos isso quando a
tenebrosa reação dos corporativistas, patrimonialistas, clientelistas e
fisiológicos procura, por todos os meios, combater esse
desmantelamento. Mas que Mises e Hayek não se afobem: um dia eles aqui
chegarão!”[8]
De fato, chegou, Professor. As ideias da liberdade chegaram e chegaram para ficar.
[1] Martim Luther King.
[2] MAKSOUD, H. Os poderes do governo. Editora Visão: São Paulo, 1984. P. 123.
[3] PENNA, J. O. D. M. Decência Já. Editora Nórdica: Rio De Janeiro, 1991. P. 63.
[4] Garschagen. B. P. 269. O FUTURO DA DEMOCRACIA
[5] João Paulo II.
[6] ACTON, J. E. E. D. The history of freeom and other essays MACMILLAN AND CO., LIMITED: London, 1907.- P. 22.
[7] From Thomas Jefferson to James Madison, 30 January 1787. https://founders.archives.gov/documents/Jefferson/01-11-02-0095
[8] PENNA, J. O. D. M. Decência Já. Editora Nórdica: Rio De Janeiro, 1991. P. 150.
http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/esta-na-hora-da-direita-trabalhar-na-estruturacao-dos-espacos-organizados/?utm_medium=feed&utm_source=feedpress.me&utm_campaign=Feed%3A+rconstantino
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