A rede varejista Magazine Luiza se tornou um fenômeno na
Bolsa. Em pouco menos de dois anos, seu valor de mercado saltou de menos
de R$ 300 milhões, em janeiro de 2016, para R$ 13,2 bilhões, na
segunda-feira 4.
É um desempenho impressionante que a coloca à frente da Natura em
valor de mercado – a fabricante brasileira de cosméticos valia R$ 12,4
bilhões ontem.
A companhia comandada por Frederico Trajano só está atrás de Lojas
Americanas – a varejista mais valiosa da B3 – Raia Drogasil, Lojas
Renner e Grupo Pão de Açúcar.
Em 2016, seus papéis valorizaram-se incríveis 501,5%. Neste ano, as
ações subiram, até ontem, 488,5%. O Ibovespa acumula alta de 19,8% em
2017.
Esse incrível salto acontece desde que Fred, como é conhecido o filho
de Luiza Helena Trajano, assumiu o comando da tradicional rede
varejista, em janeiro do ano passado.
O foco da gestão do executivo foi aprofundar a integração das lojas
físicas com o canal digital. No segundo trimestre, as vendas online já
representavam 28% da receita da varejista, tendo crescido 55%.
Mas a grande aposta do Magazine Luiza é o seu e-marketplace, no qual
funciona como uma vitrine virtual para que terceiros vendam produtos em
seu site de comércio eletrônico.
No segundo trimestre, a empresa contava com mais de 250 varejistas
vendendo em seu site. Um ano antes, eram apenas 50. O número de itens
vendidos passou de 80 mil para 550 mil.
Um relatório do Bradesco BBI, de janeiro deste ano, colocou o
Magazine Luiza como a melhor empresa posicionada entre os varejistas
tradicionais e virtuais para ter sucesso em sua estratégia, em
comparação com a B2W (Submarino e Americanas.com) e a Via Varejo (Casas
Bahia e Extra).
“Ainda estamos nos primeiros passos, mas a importância do serviço
para negócio tradicional de varejo sugere que a Magazine Luiza tem os
meios para atrair os compradores e os vendedores”, diz um trecho do
relatório.
Os desafios que Fred tem pela frente não são triviais. Em
e-marketplaces, o argentino Mercado Livre é um campeão difícil de ser
batido.
A Amazon, de Jeff Bezos, também aumentará seus investimentos nessa
área no Brasil. Ela já está trabalhando com livros e, em breve, entrará
em eletroeletrônicos. Uma equipe foi contratada para tocar essa
estratégia no Brasil.
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