O grupo Farias, dono de seis usinas no país, conseguiu ontem a
aprovação da maioria de seus credores para seu plano de recuperação
judicial, o que reduziu em cerca de R$ 150 milhões seu endividamento.
Contudo, a empresa ainda terá que negociar cerca de R$ 500 milhões em
dívidas vencidas que ficaram de fora da recuperação.
O plano aprovado ontem em assembleia realizada no município pernambucano de Cortês prevê deságio para quase todos os credores, com exceção de parcela dos trabalhistas. Esses descontos reduziram o valor devido aos credores que se submeteram à recuperação para R$ 250 milhões, ante R$ 420 milhões devidos anteriormente.
Também foi aprovada na assembleia de credores a
dação em pagamento de fazendas no Nordeste no valor de R$ 100 milhões,
que já correspondiam a garantias detidas pelos credores. O maior
beneficiário foi o China Construction Bank, que devia receber R$ 90
milhões.
A única classe que não deu os votos necessários para a
aprovação do plano foi a dos quirografários (sem garantia real). Eles
são os principais credores, com mais de R$ 300 milhões a receber. Mesmo
assim, o plano pode ser homologado pelo juiz através de um mecanismo
previsto em lei.
A expectativa do grupo agora é fechar negociação com
Credit Suisse e Bradesco, que não se submeteram à recuperação judicial.
A empresa e os bancos discutem qual a taxa de dólar correspondente aos
créditos, mas o valor total devido deve ficar entre R$ 500 milhões e R$
600 milhões. Os dois bancos já acionaram o grupo na Justiça para
executar suas garantias, que se referem a equipamentos industriais.
Segundo
Jorge Mattar, advogado do grupo Farias, dependendo do acordo, pode ser
convocada uma nova assembleia de credores. Isso pode ocorrer se a
empresa se comprometer a alienar ativos, por exemplo. Nesse caso, os
credores precisariam aprovar os detalhes dos ativos a serem vendidos
(Assessoria de Comunicação, 22/9/17)
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