Em 2013, o aplicativo de idiomas Duolingo tinha
apenas três milhões de downloads. Neste ano, o número ultrapassou os
200 milhões, sendo mais de 25 milhões no Brasil, seu segundo maior
mercado, atrás apenas dos Estados Unidos.
Por trás desse crescimento exponencial do aplicativo americano,
baseado em Pittsburgh, na Pensilvânia, está a brasileira Gina Gotthilf.
A executiva paulistana está há 4,5 anos na empresa e atualmente é
vice-presidente de crescimento e marketing da startup que foi fundada
pelo guatemalteco Luis Von Ahn, o criador do CAPTCHA (aquelas letrinhas
que são usadas para evitar spams ou robôs da internet).
O trabalho de Gina é encontrar estratégias que impulsionem a adoção
do Duolingo. Por esse motivo, ela não para nos Estados Unidos.
Geralmente, está viajando por países como Turquia, Índia, Japão, Coreia e
China.
Nessas viagens, ela dá palestras, apresenta o Duolingo à imprensa
local e busca parceiros estratégicos, em especial a Apple e o Google,
que são donas das duas principais lojas de aplicativos do planeta.
O Duolingo é um aplicativo gratuito para smartphones para ensinar
inglês e outras línguas. Geralmente usado por iniciantes, ele conta com
25 milhões de usuários que o acessam mensalmente para estudar, segundo
Gina.
São mais de 80 cursos, inclusive japonês. Até o fim deste ano, o plano do Duolingo é lançar cursos em mandarim e coreano.
Desde sua fundação, em 2011, a startup já captou US$ 108,3 milhões. O
mais recente aporte, de US$ 25 milhões, aconteceu em julho deste ano,
liderado pela Drive Capital.
Com a nova capitalização, o Duolingo foi avaliado em US$ 700 milhões,
segundo a companhia. Entre os seus investidores estão ainda os fundos
New Enterprise Associates, Kleiner Perkins Caufield & Byers e
CapitalG.
Em fase de crescimento, o Duolingo ainda busca uma forma de ganhar
dinheiro. A estratégia inicial foi usar boa parte das pessoas que
estudavam via o aplicativo para fazer traduções. Esse plano já foi
abandonado.
Agora, a startup americana concentra-se em duas iniciativas. O
primeiro deles é publicidade, que passou a ser mostrada no aplicativo.
Uma assinatura paga, sem os anúncios, começou também a ser oferecida.
A segunda forma é considerada por Gina a mais promissora: testes de
certificação em inglês. Com isso, o Duolingo passa a competir com o
tradicional TOEFL.
A vantagem, segundo a executiva brasileira, é que o teste do Duolingo
pode ser feito remotamente, a duração é do, no máximo 20 minutos, e o
preço, uma até um quinto do que é cobrado por entidades que oferecem o
TOEFL. Aproximadamente 80 universidades já aceitam a certificação da
Duolingo.
“Hoje, a publicidade gera mais recursos. Mas, no longo prazo, será a
certificação”, diz Gina. Nos planos está também um aplicativo do
Duolingo para crianças.
Gina nasceu em São Paulo, onde foi alfabetizada em inglês. Deu aulas
do idioma para uma comunidade carente do Jardim Irene, na capital
paulista.
Mudou-se para os Estados Unidos para estudar. Formou em filosofia e
trabalhou em um laboratório de neurociência. Teve passagens por uma
agência digital de Nova York, onde trabalhou com contas de modas.
Voltou para o Brasil para trazer o Tumblr, uma rede social de imagens
que depois foi comprada pelo Yahoo por US$ 1,1 bilhão em 2013.
Em 2012, retornou aos Estados Unidos, onde foi trabalhar no Duolingo,
um startup que dava os seus primeiros passos. Mora em Nova York e
colocou em contrato que não iria se mudar para Pittsburgh, onde está a
sede da empresa.
http://www.istoedinheiro.com.br/quem-e-brasileira-por-tras-do-crescimento-do-duolingo/
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