No próximo ano, a rede de franquia odontológica para as classes C e D abrirá um consultoria conceito em Orlando, nos EUA
A rede de franquias odontológicas Sorridents pretende se
internacionalizar. Até o próximo ano, um consultório conceito será
inaugurada em Orlando, na Flórida. O investimento na construção da
primeira unidade será de US$ 1,5 milhão.
Com a internacionalização, a Sorridents deve ter outro nome. Um dos
favoritos é “Happydents” (Dentes Felizes, em uma tradução livre).
Sorridents confunde os americanos, que entendem como “sorry”, palavra
que significa desculpe. “Para os latinos, Sorridents é tudo de bom. Mas o
americano ouve ‘desculpa-dente’. Então, precisamos mudar”, diz Carla
Sarni, fundadora da rede.
A rede Sorridents nasceu no Brasil nos anos 1990 para atender as
classes C e D. “O que acontece nos Estados Unidos é o mesmo problema que
havia no Brasil. Clínicas caras ou para podres”, afirma Carla. “Em uma
cara, brincamos que o tratamento odontológico custa um rim”, brinca
Carla.
O projeto de internacionalização começou a ser pensado em 2015, com
projeto de expansão do grupo para outras áreas. À época, foi criada a
seguradora Sorriden, que vende planos de saúde odontológicos com foco na
prevenção. Depois, surgiu a Fundação Sorridents, para cuidar de
crianças carentes. Segundo Carla, já foram realizados mais de 20 mil
atendimentos.
A etapa da internacionalização está dando os primeiro passos. O
terreno para a construção do edifício é um desafio. Mas Carla ressalta
que é só o primeiro deles. Dentistas nos Estados Unidos, conta a
empreendedora, cobram altos valores por hora para trabalhar em clínicas.
Atendendo ou não, o vencimento não muda, o que não acontece no Brasil.
Além disso, há uma tradição de especialização dos profissionais nos
Estados Unidos. Quem põe aparelho não trata cárie e nem faz extração.
A saída financeira para que o projeto fosse possível é colocar, neste
primeiro espaço, oito consultórios. Para atingir o equilíbrio
financeiro previsto no plano de negócios da Sorridents, a ocupação
precisa ficar entre 30% e 50% – ou seja, os oito dentistas não podem
ficar ociosos muito mais do que a metade do tempo. “Estamos esperando
ter, nos primeiro ano, um prejuízo de US$ 700 mil, por conta disso”,
explica Carla. Com 70% de ocupação, o lucro começa a aparecer.
No Brasil, o modelo da Sorridents é muito bem-sucedido. Segundo a
Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Sorridents detém hoje 188
clínicas no País, com renda média de R$ 150 mil por mês. O faturamento
das clínicas supera R$ 330 milhões – a franqueadora retém 6% do valor.
Mas as diferenças nas regulamentações das profissões nos Estados
Unidos e no Brasil pode, inclusive, forçar uma mudança no modelo de
negócios do grupo. É possível que a rede não se expanda na América por
meio de franquias, mas sim através de lojas próprias.
“O latino nos EUA é o nordestino que encontrei em São Paulo nos 1990.
Eles estão abandonados. O que vamos fazer é baixar o preço, com
qualidade”, diz Carla.
https://www.istoedinheiro.com.br/sorridents-planeja-expansao-para-os-estados-unidos/
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