terça-feira, 10 de outubro de 2017

Sorridents planeja expansão para os Estados Unidos


No próximo ano, a rede de franquia odontológica para as classes C e D abrirá um consultoria conceito em Orlando, nos EUA

Crédito: Patrícia Araújo
Carla Renata Sarni, fundadora da Sorridents: rede de franquias odontológicas está de malas prontas para desembarcar nos Estados Unidos (Crédito: Patrícia Araújo)

A rede de franquias odontológicas Sorridents pretende se internacionalizar. Até o próximo ano, um consultório conceito será inaugurada em Orlando, na Flórida. O investimento na construção da primeira unidade será de US$ 1,5 milhão.

Com a internacionalização, a Sorridents deve ter outro nome. Um dos favoritos é “Happydents” (Dentes Felizes, em uma tradução livre). Sorridents confunde os americanos, que entendem como “sorry”, palavra que significa desculpe. “Para os latinos, Sorridents é tudo de bom. Mas o americano ouve ‘desculpa-dente’. Então, precisamos mudar”, diz Carla Sarni, fundadora da rede.

A rede Sorridents nasceu no Brasil nos anos 1990 para atender as classes C e D. “O que acontece nos Estados Unidos é o mesmo problema que havia no Brasil. Clínicas caras ou para podres”, afirma Carla. “Em uma cara, brincamos que o tratamento odontológico custa um rim”, brinca Carla.

O projeto de internacionalização começou a ser pensado em 2015, com projeto de expansão do grupo para outras áreas. À época, foi criada a seguradora Sorriden, que vende planos de saúde odontológicos com foco na prevenção. Depois, surgiu a Fundação Sorridents, para cuidar de crianças carentes. Segundo Carla, já foram realizados mais de 20 mil atendimentos.

A etapa da internacionalização está dando os primeiro passos. O terreno para a construção do edifício é um desafio. Mas Carla ressalta que é só o primeiro deles. Dentistas nos Estados Unidos, conta a empreendedora, cobram altos valores por hora para trabalhar em clínicas. Atendendo ou não, o vencimento não muda, o que não acontece no Brasil. Além disso, há uma tradição de especialização dos profissionais nos Estados Unidos. Quem põe aparelho não trata cárie e nem faz extração.

A saída financeira para que o projeto fosse possível é colocar, neste primeiro espaço, oito consultórios. Para atingir o equilíbrio financeiro previsto no plano de negócios da Sorridents, a ocupação precisa ficar entre 30% e 50% – ou seja, os oito dentistas não podem ficar ociosos muito mais do que a metade do tempo. “Estamos esperando ter, nos primeiro ano, um prejuízo de US$ 700 mil, por conta disso”, explica Carla. Com 70% de ocupação, o lucro começa a aparecer.

No Brasil, o modelo da Sorridents é muito bem-sucedido. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Sorridents detém hoje 188 clínicas no País, com renda média de R$ 150 mil por mês. O faturamento das clínicas supera R$ 330 milhões – a franqueadora retém 6% do valor.

Mas as diferenças nas regulamentações das profissões nos Estados Unidos e no Brasil pode, inclusive, forçar uma mudança no modelo de negócios do grupo. É possível que a rede não se expanda na América por meio de franquias, mas sim através de lojas próprias.

“O latino nos EUA é o nordestino que encontrei em São Paulo nos 1990. Eles estão abandonados. O que vamos fazer é baixar o preço, com qualidade”, diz Carla.


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